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DIMENSIONAMENTO DA ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE ESGOTO DO
ABATEDOURO DE AVES
Viçosa - MG
JULHO DE 2018
1. PROPOSTA DO PROJETO
Segundo Pinotti e Paulillo (2006) uma das principais formas de tratamento dos
resíduos de aves é a transformação dos subprodutos em alimentos apropriados para
alimentação de animais. Os principais subprodutos gerados para a produção de rações
animais, são: penas, sangue, vísceras, ossos moídos e cartilagem. Enquanto, outros
subprodutos como pele, gordura e carne mecanicamente separada podem ser utilizadas
na produção de embutidos como mortadela e salsicha. A transformação destes
subprodutos em ração animal é imprescindível, pois além de reduzir o potencial poluidor
do efluente, há maior lucratividade por kg de aves.
Entretanto, as transformações de subprodutos em alimentos não são suficientes
para assegurar a disposição correta dos resíduos gerados no abatedouro de aves em
corpos receptores. Os resíduos não aproveitáveis e compostos por fezes, água de
limpeza, penas, remanescentes de carne e sangue são os principais responsáveis pelos
valores dos parâmetros de qualidade da água após o abate. Portanto, se faz necessário o
dimensionamento da estação de tratamento de esgoto para a adequação na disposição
do efluente gerado pelo abatedouro.
A caixa de areia será utilizada após a calha Parshall para eliminar partículas de
areia contidas no efluente. Segundo Jordão et al. (2007) esta etapa tem a finalidade de
reduzir a abrasão nos equipamentos e tubulações, reduzir possibilidade de danificação
e obstrução nas unidades da ETE, além de exercer a função de pré-condicionar o esgoto
bruto favorecendo os conseguintes tratamentos.
Grades
Calha Parshall
Caixa de areia
Flotodecantador
Lagoa aerada de
mistura completa
Lagoa de
decantação
4. DIMENSIONAMENTO
Qmín
= 0,5 (1)
Qméd
4.2 Grades
𝑄𝑚á𝑥
𝐴𝑢 = (2)
𝑣𝑚á𝑥
𝑎
𝐸= (3)
𝑎+𝑡
𝐴𝑢
𝑆= (4)
𝐸
𝑆
𝐿= (5)
ℎ
Manipulando as equações 6 e 7, obteve-se um número de barras (Nb) igual a 10
barras e o número de espaçamentos (Ne) igual a 11 para o sistema projetado.
𝑁𝑒 = 𝑁𝑏 + 1 (6)
Para a vazão máxima de 4,17 L/s calculada, a largura nominal da calha Parshall
a ser usada é de 3”, que corresponde a 7,6 cm. O cálculo da altura (H) foi realizado pela
equação 8, em que os coeficientes n e K são 1,447 e 0,176 respectivamente (Tabela 4)
e forneceu a altura de 0,068 m para a calha dimensionada.
𝑄𝑚é𝑑 = 𝐾 ∗ 𝐻𝑛 (8)
V1=L/t1 (10)
V2=h/t2 (11)
L = 15*h (12)
Entretanto, para se ter uma maior segurança foi adotado um fator de garantia de
50 % devido ao efeito de turbulência no escoamento (JORDÃO E PESSOA, 2011) e
obtido a equação 13.
L = 22,5*h (13)
A largura (b) da caixa de areia de seção retangular no qual foi mantida a
velocidade de escoamento igual a 0,30 cm/s foi obtida por meio da equação 14.
𝑄𝑚é𝑑𝑖𝑜
𝑏 = (𝐻𝑚é𝑑𝑖𝑜−𝑍)∗𝑉 = 0,20 𝑚 (14)
1
𝑄𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜
𝑉𝑚á𝑥 = (𝐻𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜−𝑍)∗𝑏 (15)
𝑄𝑚é𝑑𝑖𝑜
𝑉𝑚á𝑥 = (𝐻𝑚é𝑑𝑖𝑜−𝑍)∗𝑏 (16)
𝑄𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜
𝑉𝑚á𝑥 = (𝐻𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜−𝑍)∗𝑏 (17)
4.5 Flotodecantador
L/B=3,0
L*V=12 m²
3,0B*B= 36
B= 2,25m
L= 4,90 m
V=L*B*A= 24 m³ (20)
TAS 20 m3/m².dia
Largura 2,45 m
Comprimento 4,90 m
Altura 2,0 m
Área 12 m²
Volume 24 m³
TDH 1,8 h
A porcentagem de remoção dos compostos no processo de flotodecantação
referentes a DBO, DQO, SST, fósforos, óleos e gorduras, foram disponibilizados na
Tabela 6.
Flotodecantador 35 35 85 60 95
S= S0 (24)
1 + K’*Xv*TDH
Em que, S0 = concentração de DBO total do afluente (mg/L); S = concentração
de DBO solúvel do efluente (mg/L); Xv = concentração de sólidos em suspensão
voláteis (mg/L); K’ = constante de remoção de DBO (mg/L); TDH = tempo de detenção
hidráulica.
Segundo Von Sperling (1996), a DBOpart do efluente pode ser estimada através
da relação com os sólidos em suspensão totais (Equação 25).
Ф = Pot/V (29)
0,75 50
1,75 175
Fonte: Adaptado de Von Sperling (1996).
4.6.9 Resultados dos coeficientes e do dimensionamento
Tabela 8. Valores dos parâmetros utilizados para o dimensionamento das lagoas aeradas
de mistura completa.
Valor
Parâmetro
1º lagoa 2º lagoa
Profundidade (m) 3 3
TDH (dias) 4 4
7. ENQUADRAMENTO DO EFLUENTE
𝑄𝑅 𝑥 𝑃𝐴𝑅𝑅 + 𝑄𝐸 𝑥 𝑃𝐴𝑅𝐸
𝑃𝑎𝑟â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑀 = (33)
𝑄𝑅 +𝑄𝐸
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
PINTO, L. A. M.; PINTO, M. M.; BOVO, J.; MATEUS, G. A. P.; TAVRES, F. O.;
BAPTISTA, A. T. A.; HIRATA, A. K. Aspectos ambientais do abate de aves: uma
revisão. Revista UNINGÁ Review. Vol.22, n.3, p.44-50, 2015.