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Politica MP pede que ONG de futura ministra que comandara Funai indenize indios Damares Aves (@ deta), futura ministra dos Diritos Humanoe Eduardo Miitso Do VOL, em Brasilia (07/122018 17h00 Atualizada em 07/12/2018 19h36 Uma ONG fundada por Damares Alves, futura ministra dos Direitos Humanos - pasta & qual estar subordinada a Funai (Fundacao Nacional do Indio)-. foi denunciada por "graves violagdes a imagem, honra, cultura e costumes" de uma comunidade indigena de Rondénia. ‘A Procuradoria da Republica de Rondénia argumenta que 0 filme *Hakani: Voz pela Vida’, que foi rodado para denunciar © assassinato de criancas indigenas nas aldeias, cometeu um equivoco ao usar imagens da tribo Karitiana, que nao tem esta tradigdo. Duas ONGs devem pagar indenizacao de RS 3 milhes. Em outra acao semelhante, o Ministério Publico em Brasilia cobra mais RS 1 milhao pela divulgacdo da obra nas telas “Apesar de nao ser pratica adotada pelo povo Karitiana, os requeridos se utilizaram de indios desta etnia como atores de uma espécie de campanha contra 0 infanticidio de indigenas, sendo que os Karitiana nem sequer possuem tal pratica entre seus habitos culturais’, diz a acusagao da Procuradoria em Rondénia contra as ONGs Atini — fundada por Damares Alves ~ e Jocum (Jovens Com uma Misséo). As duas entidades sao cobradas a pagar as indenizacdes mencionadas pelo procurador Leonardo Sampaio na dentincia. Veja também + Assessora de Malta sera ministra de Direitos Humanos; pasta abrigar Funai * Deputado considera escolha de Damares uma ‘afronta’ a Magno Malta * Em cultos para 6 mil pessoas, futura ministra faz pregagao contra 0 aborto * Alvo da Lei Maria da Penha posa ao lado da futura ministra da Mulher Damares Alves OUOL pedi uma entrevista com a futura ministra por email e por meio do gabinete do senador Magno Malta, onde ela trabalha. A reportagem também procurou, por email, as ONGs Atini e Jocum. Esta reportagem sera atualizada com esclarecimentos dos citados assim que eles forem prestados. Damares vai chefiar 0 Ministério de Direitos Humanos, 6rga0 ao qual a Funai vai ser subordinada no governo de Jair Bolsonaro (PSL). A acao foi aberta em 2015, mas nao foi julgada até hoje pela 1° Vara Federal de Porto Velho. Segundo a Procuradoria da Republica, nao haveria “raz” pela participacao dos indios no filme. A ampla divulgagao da obra cinematografica teria se transformado em “ato ilicito violador & imagem, honra e cultura do povo indigena Karitiana, justificando sua compensagao a titulo de dano moral coletivo". © pove karitiano nao pratica infanticidio, afirmou 0 procurador da Republica em Rondénia Danie! Lobo, em entrevista ao UOL. Em 2012 e 2013, 135 criangas indigenas de até seis anos de idade foram assassinadas nos municipios de Caracarai (RR), Alto Alegre (RR) e Barcelos (AM). Foram registradas morte entre os ianomami. Daniel L6bo afirma que a Atini e a Jocum fizeram uma simulagaio de um infanticidio usando uma menina da aldeia, filha de um lider local, mas sem a autorizagao do pai da crianga, Segundo ele, o filme indica os karitianos como um dos povos indigenas que cometem esse tipo de crime. Em resposta 4 acusacdo, a defesa da Jocum destacou na Justi¢a que 0 MPF nao quis discutir o infant maior em debate. "Mostra-se omisso e cruel’, afirmam os advogados da ONG. "Em contraposigao ao entendimento do parquet [Procuradoria, autora da dentincia], a ré [Jocum] acredita que a vida de cada crianca indigena tem valor. Na verdade, a ré preza pela vida de todas as criangas, diferentemente da autora, para quem a vida de uma crianga indigena pode ser dizimada em nome da cultura.” A assessoria da ONG afirmou que prestaria esclarecimentos a0 UOL, mas nao a fez até o fechamento deste texto O procurador Daniel Lobo afirma que a defesa da Jocum est equivocada. Ele afirmou ao UOL que "sem diivida’, o MPF e a ONG militam na mesma causa, contra 0 infanticidio, mas que, no caso especifico, nao poderia permitir que um filme atribuisse esse crime a uma comunidade que nao 0 pratica. "Sem divida. O MPF sempre atua em conformidade com a lei, Ha previsao legal em relacao ao infanticidio, naturalmente o MPF vai agir conforme a lei. Nao existe nenhuma posic¢ao... O laudo pericial [produzido por antropéloga do MPF] mostra 0 descompasso entre 0 documentatio e a realidade dos social’ [@ comunicar ero

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