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PSICANÁLISE
SUBJECT BEFORE THE TROUBLE OF NEUROSIS THE LOOK OF PSYCHOANALYSIS
denial of Oedipus, through repression, to understand senta uma disfunção de objeto, uma ausência
how the subject is constituted before the fault. The do Outro, em especial da mãe, que faz com que
projection of distress to an external object is a defen- o sujeito busque outros objetos para focar o seu
se system that, at the same time limits and constitutes medo, os quais se transformam em objetos fóbi-
the subject. Phobias are common in childhood and
cos (LOPES, 2008).
may occur from infancy to adulthood, affecting rela-
tionships later the subject. In psychoanalytic analysis,
A fobia pode ser fruto de uma deforma-
the significant phobic has a relevant role, and phobia ção, um deslocamento do medo de ser castrado,
presents as symptomatic consequence that prevents como demonstram os estudos do desenvolvi-
the subject from realizing their repressed desire and mento e resolução da fobia de Hans, um menino
brakes the anguish. The analyst must understand analisado por Freud. Segundo ele, a fobia ad-
and embrace the unconscious manifestations making vém da intensa ansiedade provocada pelo temor
them meaningful to the speaking subject, so that he de castração que é deslocado para um objeto
can understand and overcome the fears, achieving externo que desencadeia o desenvolvimento da
successful treatment. fobia (FREUD, 1996).
Keywords: Subject; Constitution; Structure; Neuro-
Este estudo tem o objetivo de analisar o
sis; Phobia.
processo de constituição do sujeito em Freud e
Lacan. Assim, tendo como base as análises de
INTRODUÇÃO
Freud e de Lacan a respeito da constituição do
sujeito e da estruturação psíquica, pretende-se
O medo e suas derivações têm sido ana-
analisar o surgimento das neuroses e, nestas,
lisados pela Psicanálise pela importância de sua
as fobias. Utilizando-se da revisão bibliográfica,
representação na constituição do sujeito e es-
busca-se respaldar a importância do tratamento
truturação da subjetividade. A Psicanálise, como
psicanalítico da criança para que a mesma não
ciência, possibilita o resgate da criança como
desenvolva patologias decorrentes dos medos
sujeito em constituição e facilita a compreensão
infantis.
dos eventos que contribuem para a formação de
quadros fóbicos (BERNARDINO, 2006).
A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO
Os estudos de Freud acerca das neu-
roses conduziram-no a perceber uma instância
A constituição subjetiva foi estudada por
psíquica infantil no adulto, fato que chamou-lhe
Freud, inicialmente, o qual procurou esclarecer
a atenção para explicar a estruturação psíquica
como o ser humano se constituía como sujeito.
do adulto a partir das vivências da infância, to-
Para Freud, o inconsciente é atemporal, mas o
mando como base a análise da fobia de Hans,
aparelho psíquico funciona de molde a fazer sur-
que o levou a compreender que a escolha primi-
gir o sujeito. Assim, compreender como se dá
tiva do objeto pela criança permanece no adulto.
o funcionamento psíquico no processo evolutivo
Assim é que Freud (1996, p. 53) afirma que, na
possibilita reconhecer quando ocorre o surgi-
constituição do sujeito, “[...] os fatos da infância
mento do sujeito, como ele se constitui (MEDEI-
explicam a sensibilidade aos traumatismos futu-
ROS; MARIOTTO, 2006).
ros”.
O termo sujeito não está presente nos
A criança, concebida inicialmente como
textos de Freud, mas foi introduzido na psica-
uma miniatura do adulto, “um ser sem importân-
nálise por Lacan. Está, no entanto, implícito nas
cia, imaturo e assexuado”, passou a ser anali-
obras de Freud. Contudo, deve-se entender que
sado por Freud e, posteriormente, por Lacan,
há diferenças entre o “eu” proposto por Freud
como um sujeito real, com uma realidade psí-
e o “sujeito” em Lacan. O Eu entendido como
quica constituída por desejos inconscientes e
das Ich (Imago) “é uma instância intrapsíquica
fantasias vinculadas a essa realidade (COSTA,
mergulhada no sistema percepção-consciência,
2007, p. 14).
servidor de numerosos mestres (o isso, o supe-
Na estruturação subjetiva, ou constitui-
reu, a realidade exterior); não há nenhuma supo-
ção do sujeito, o simbólico tem grande impor-
sição de um sujeito” (BRUDER; BRAUER, 2007,
tância para compreensão das angústias e fobias
p. 516).
que, segundo Freud, têm sua origem no medo
Já o sujeito do inconsciente, proposto por
da castração, no decorrer do processo de es-
Lacan, é o sujeito do desejo, do gozo e é sobre
truturação do sujeito, e que, para Lacan, repre-
esse sujeito do inconsciente que o tratamento
ça que adquire a linguagem, mas é a linguagem cai num banho de significantes”, ou seja, desde
que adquire a criança. Enquanto a criança não o início a criança está imersa numa cadeia de
encontra seu próprio sentido, ela ocupa um lugar significantes formada, inicialmente pelos pais,
que lhe dão, e que serve de referência para ele. e posteriormente pela cultura e sociedade, e a
Para se constituir como sujeito, a criança se alie- criança surge como objeto de desejo dos pais,
na no desejo e nas palavras do outro para exis- se constituindo a partir de seus desejos, sonhos
tir, simbolicamente. A linguagem do outro marca e necessidades.
a criança e, só mais tarde, ela irá separar-se e
se tornar um sujeito único. A alienação primá- Falar na primazia do significante remete a
ria é estrutural e marca o sujeito. Assim, mesmo uma contingência especificamente huma-
quando adulto, o sujeito manifestará a influência na: trata-se do homem como um ser falante,
desse primeiro contato com o significante, já que mergulhado em uma cultura antes mesmo
de seu nascimento; ele sofre determinações
a memória de sua constituição representa seu
desse sistema simbólico que é a linguagem,
próprio inconsciente (BERNARDINO, 2006). e ingressará nessa ordem simbólica a partir
Conforme Lacan (1998, apud BRUDER; da relação com o Outro – num primeiro mo-
BRAUER, 2007, p. 515), “a alienação é própria mento, presentificado pela mãe – que vai fa-
do sujeito; ele nasce por ação da linguagem. O lar com ele, oferecendo-lhe significantes que
lugar de Outro, que a mãe ocupa neste momen- o constituirão. (BRUDER; BRAUER, 2007, p.
to, oferece significantes, através da fala; o sujei- 516).
to se submete a um dentre os vários significan-
tes que lhe são oferecidos pela mãe”. O papel do Outro na constituição do su-
A escolha entre o ser e o sentido alie- jeito é essencial, mas é preciso que ocorra, além
na o sujeito, que deve escolher, forçadamente, da alienação, a separação, para que o sujeito
entre ter um ou outro e, nesse processo, acaba exista separadamente do Outro. O significante
não tendo nem um nem outro. Na constituição permite que o ser humano se consagre como
do sujeito, a alienação consiste nessa escolha um ser pensante, consciente, porém, ao mesmo
forçada. O sentido emerge no campo do Outro tempo, o subverte, viola, profana, escapando o
e ocorre o desaparecimento do ser pela própria verdadeiro significado do primeiro significante.
função do significante. Assim, o sujeito não fala, A alienação do Outro chega ao fim, dando lu-
não acede à palavra, pois a fala requer a articu- gar a outros significantes e ao mundo simbólico,
lação de pelo menos dois significantes. O sujeito fazendo, que surja o sujeito de sua significação
aparece primeiro no Outro, e se identifica com o pela falta do Outro. Assim, a operação se dá no
traço significante do Outro materno. Dessa ma- “tempo marcado pela falta do Outro, e o seu se-
neira, na alienação, o sujeito é capturado pelo gundo tempo é o tempo em que o sujeito tenta
significante, e surpreende o sujeito ao provocar construir, no fantasma, uma resposta à falta do
uma divisão entre o sujeito e ele mesmo. Nesse Outro” (LACAN, 1981, apud FERREIRA, 2000,
processo, a linguagem tem um papel importante p. 40).
para transformar a criança, em si, num ser falan- Para Lacan (2008), o sujeito procura sa-
te (BRUDER; BRAUER, 2007). tisfazer a falta da sua relação com a mãe, que é
Para Elia (2004), é o representante ma- o primeiro objeto de prazer da criança, e busca
terno quem transmite uma estrutura significante outro objeto que marque de igual forma a libido
e inconsciente ao bebê. Esses significantes sus- da criança. Inicialmente, a criança procura suprir
citam uma resposta que se chama sujeito que, a falta da mãe com a sua própria falta. Nessa
embora não seja determinado completamente relação imaginária, ela mesma se introduz no
com o Outro, adquire significado a partir dele, mundo dos significantes e, embora a falta da
mas já se encontra constituído pela cultura, so- mãe cause uma angústia pela separação, lidar
ciedade, família e linguagem. com a falta do Outro dá certa liberdade, ainda
Nesse campo simbólico, constituído por que limitada, para que o sujeito se constitua por
leis e por um código de comunicação específi- si mesmo.
co sustentado pela linguagem e por representa- A articulação com o real ocorre com a
ções, o sujeito consegue significar-se a si mes- entrada do pai na relação, instituindo a marca
mo, aos outros a ao mundo que o rodeia. Sauret da falta. A função paterna, entrando em lugar da
(1998, p. 63), afirma que “o bebê, ao nascer, função materna, surge para a criança como um
significante que substitui a mãe em sua ausên- tação favorece a constituição do sujeito na crian-
cia. A entrada paterna introduz na criança a re- ça, que passa a se estruturar separadamente da
alidade de que a mãe também busca o que lhe mãe. A relação mãe-filho é quebrada pela inter-
falta no Outro, no caso, o pai, e por isso a mãe dição do pai, e a criança sente-se castrada pelo
falta para a criança. Nesse processo, chamado Outro, pela função paterna. É onde entra o com-
por Freud de Complexo de Édipo, e por Lacan, plexo de Édipo, quando o pai, o Outro, castra a
de metáfora paterna, um significante substitui criança de sua relação com a mãe e oferece um
outro significante, para que o sujeito se construa caminho para a sua estruturação (PAIVA, 2011).
na criança (NASIO, 2007). Dessa forma, para que a criança se
Conforme Freud (1996, p. 205), o com- constitua como sujeito, deve viver uma relação
plexo de Édipo é a “experiência central dos anos com um Outro que dele cuide em todos os sen-
da infância, o maior problema do início da vida e tidos. A função materna deve estar ancorada na
a fonte mais intensa de inadequação posterior”. função paterna, para que a criança receba o su-
Dependendo da influência que a criança sofra porte necessário para não se perder como sujei-
no período edipiano, define-se o papel sexual da to. A mãe deve suportar perder a criança, deixar
criança bem como as particularidades psíquicas ela crescer, e a criança deve compreender que o
para com o objeto de desejo. Embora se reali- desejo da mãe está além dela e buscar seu pró-
ze na infância e fique restrito ao inconsciente, prio caminho. Esse processo ocorre mediante a
o complexo de Édipo é revivido pelo sujeito na operação edípica, que propicia a constituição do
adolescência e vida adulta, sendo, muitas vezes, sujeito na criança (BERNARDINO, 2006).
o originador dos sentimentos de culpa que emer- A constituição do sujeito, portanto, é mar-
gem no período da adolescência e fase adulta. cada por vivências que culminam na castração,
Ao substituir um significante por outro, dando acesso ao simbólico. Isso possibilita a es-
nesse processo, o pai afasta a mãe da criança, truturação do sujeito, mediante a articulação do
que ao mesmo tempo deseja e odeia o pai por organismo, dotado de um aparelho biológico e
se colocar no lugar da mãe e de se tornar um do sistema nervoso central, e das funções ma-
objeto de desejo, um novo significante. Freud terna e paterna que correspondam às acepções
(1924, apud ARAÚJO; AMARI; OLIVEIRA, simbólicas de introdução da linguagem e da atri-
2011), mostra que o complexo de Édipo dá à buição de um lugar para a criança, que possibi-
criança duas possibilidades de satisfação, uma litem à mesma as condições para se constituir
ativa, colocando-se no lugar do pai, e outra pas- num sujeito pensante (BERNARDINO, 2006).
siva, sendo amada por ele tal como a mãe. Mas,
como a satisfação do amor é a perda do falo, o ESTRUTURAÇÃO DO SUJEITO
ego narcísico escolhe abrir mão do amor paren-
tal, substituindo o desejo pelos pais e assimilan- A partir da visão psicanalítica da cons-
do a lei autoritária do pai que proíbe o incesto. tituição do sujeito, Lacan elaborou uma teoria
Esse simbolismo também é descrito por acerca da estruturação subjetiva, afirmando que
Nasio (2007), para o qual o pai representa uma o processo de se tornar sujeito de desejo está
metáfora ideal de substituição da mãe e de au- sustentado na aquisição da linguagem. A cons-
toridade. trução da estrutura psíquica do sujeito sustenta
e determina o funcionamento de cada sujeito ao
No complexo de Édipo, o status do pai é o de longo da vida. Segundo Magalhães (2012), a es-
uma metáfora: ele é o significante que vem trutura tem início na infância e a criança se cons-
no lugar de outro significante. O significan- titui sujeito em um corpo que se desenvolve e
te “pai” vem no lugar do significante “dese- forma o aspecto imaginário dessa estrutura, re-
jo da mãe”. O pai significa o desejo da mãe.
alizando seu desenvolvimento mediante ligação
Em outras palavras, para a criança seu pai
é também um homem, o homem que a mãe do sujeito com seu funcionamento imaginário. A
deseja. (NASIO, 2007, p. 139). imagem do corpo é estruturada e inscreve as vi-
vências relacionais no inconsciente no decorrer
Nesse processo de entrada da função do percurso da libido.
paterna, a criança percebe que o significante Afirma ainda Magalhães (2012), que não
paterno é símbolo de poder, sendo reconhecido existe uma cronologia evolutiva na constituição
pela mãe como um ser desejante. Essa consta- das estruturas do sujeito. Os estudos de Lacan
indicam que o sujeito já possui uma estrutura e como elemento fundamental e que se desdo-
começa a fazer uso dela no início de sua vida. bra na relação que o sujeito irá ter com res-
Essa estrutura está concebida a partir da lin- peito ao sexo, desejo, lei, angústia e morte.
guística, sendo a linguagem considerada por ele
uma instituição coletiva cujas regras são impos- A estrutura psíquica do sujeito possui
tas aos indivíduos pela cultura. Essa estrutura uma dinâmica de funcionamento que obedece
da linguagem, porém não é tão rígida quanto a ao princípio do prazer e as formações do incons-
linguística, já que permite a inclusão do sujeito ciente transmitem uma mensagem passível de
falante. A fala do sujeito, no entanto, comporta interpretação. Dessa forma, “os chistes, atos
uma falha, e assim a estrutura da linguagem não falhos, sonhos e sintomas possuem um senti-
consegue dizer tudo o que se passa com o ho- do”, referem-se ao contexto da estruturação do
mem, tal como ocorre com o inconsciente, que psiquismo que está recalcada e é desconheci-
resguarda conteúdos que não podemos aceitar. da da pessoa, mas que “revelam uma verdade
A linguagem é uma capacidade, um ins- subjetiva, singular, peculiar e de fundamental
trumento pelo qual o homem consegue se co- importância para a cura de diversos estados de
municar, e onde as ideias emergem. Mas para sofrimento que acometem a pessoa [...]” (FARI-
a abordagem psicanalítica, a linguagem é uma NHA, 2011, p. 57).
estrutura pela qual o ser humano se torna um A compreensão da constituição do sujei-
sujeito falante e desejante. A estrutura de lingua- to na visão psicanalítica possibilita empreender
gem é uma experiência elementar da cultura, um processo de análise da estrutura psíquica,
que revela uma ordenação das trocas que, mes- buscando no registro simbólico a articulação en-
mo inconsciente, não pode ser concebida fora tre as questões fundamentais do sujeito quando
das permutações que a linguagem possibilita. A este atravessa o complexo de Édipo. Mediante
constituição do sujeito está ancorada no campo o simbólico, é possível fazer o diagnóstico por
simbólico e resulta do encontro entre a natureza, meio dos três modos de negação do Édipo, ou
a cultura e a sociedade (BERNARDINO, 2006). seja, a negação da castração do Outro. Nesse
Nesse sentido, pode-se afirmar que a es- processo, é possível perceber como cada sujeito
trutura da linguagem está presente no processo se constitui diante da falta, qual o destino que
de constituição do sujeito, como já explanado dá à energia pulsional determinando o modo de
acima, pois é a partir da linguagem que o su- estruturação psíquica: neurose, psicose e per-
jeito passa a se constituir. E isso não depende versão (LAURINDO; FARINHA, 2011).
dos estágios de desenvolvimento próprios da A perversão é um conceito estudado por
evolução humana, mas da apreensão do simbó- Sigmund Freud a partir de 1896, quando este
lico da linguagem. Lacan afirma que a criança estudava também a neurose e a psicose. A per-
apreende o simbólico da linguagem muito antes versão, porém, é mais ampla que as estruturas
de poder falar, e que a constituição do sujeito da neurose e da psicose, pois abrange a análise
não depende das fases do desenvolvimento. A do comportamento, das práticas e fantasias cor-
esse respeito, Jerusalinsky (1999, apud MAGA- relacionadas à norma social, variando conforme
LHÃES, 2012) afirma que a estruturação psíqui- as épocas, culturas, costumes, e outros. Para
ca depende não do corpo, mas da simbolização Freud inicialmente, a perversão (homossexuali-
nele operada. dade) apresentava uma ambivalência, um des-
Para Lacan, o conceito de estrutura é vio da sexualidade normal. Em sua obra “Três
concebido a partir da organização psíquica que Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade”, Freud
se dá em torno de um furo (falha), e esse furo usa o termo “perversões sexuais” indicando o
tem uma razão estrutural para existir. Conside- caráter selvagem, polimorfo e pulsional da sexu-
rando que o homem é um ser faltante por natu- alidade. Freud também caracterizava a neurose
reza, Laurindo e Farinha (2011, p. 69), explicam como sendo o negativo da perversão, pois ao
que: contrário da sexualidade neurótica, a perversa
não conhece o recalque, o incesto e a sublima-
A estruturação subjetiva consiste justamente ção, não se detendo em limites. Essa falta de
no processo por meio do qual o humano se limites se deve ao desvio em relação a uma pul-
constitui na sua relação ao Outro do discur- são, um órgão, objeto e alvo. Assim, Freud con-
so e do desejo, constituição que tem a falta siderou que, “ao lado da psicose, definida como
FARINHA, 2011, p. 71). (grifos do autor) sessivos ou fóbicos. Para Freud, essas fobias,
obsessões e histerias estão diretamente rela-
Nessa perspectiva, o diagnóstico diferen- cionadas a idéias sexuais recalcadas. A fantasia
cial em psicanálise é realizado através da fala tem papel importante no desencadeamento das
do paciente, ou seja, do que o paciente diz. Ao neuroses, sendo um dos fatores etiológicos que
permitir que o sujeito fale, percebe-se a posição influenciam para que esta se torne patológica. A
do sujeito frente à castração e ao complexo de origem das neuroses vinculada a alguma pertur-
Édipo, reconhecendo qual a função do sintoma bação sexual contemporânea ou a fatos impor-
para o sujeito (LAURINDO; FARINHA, 2011). tantes do passado foi defendida por Freud, que
As estruturas clínicas propostas por La- reconheceu a existência de uma relação direta
can são analisadas considerando as relações entre a vida sexual (ou a libido) e o surgimento
que o sujeito tem com a linguagem. Desse modo, das patologias neuróticas (OLIVEIRA, 2008).
possibilita-se o tratamento psicanalítico: Freud considerava que os neuróticos
tinham uma boa saúde mental mas, em deter-
Dando primazia ao discurso do paciente, minado momento, ocorreu uma incompatibilida-
Freud descobre que o inconsciente tem leis de na sua constituição, de modo que seu eu foi
próprias, e que estas estão referidas a uma confrontado com uma experiência, ideia ou sen-
maneira própria a cada pessoa de dar conta timento que gerou aflição, angústia. No texto “As
do sexual. Ele passa do trauma para as fan-
neuroses de defesa”, Freud observa que “[...]
tasias, apontando para o seu núcleo: a cas-
tração. O Édipo é a sustentação simbólica do nas histerias, fobias e obsessões, o processo
temor à castração. É a entrada do sujeito na inicial de um conflito entre uma ideia incompa-
cultura pela via da interdição operada pelo tível e o posicionamento do ego é semelhante e
pai enquanto no lugar de lei. (MACHADO, as divergências dar-se-ão nas etapas seguintes”
2000, apud OLIVEIRA, 2008, p. 117). (OLIVEIRA, 2008, p. 119).
A estrutura neurótica apresenta alguns
No estudo psicanalítico, portanto, o que tipos clínicos, caracterizados como: neurose
importa é a realidade psíquica constituída pelos histérica, neurose obsessiva e neurose fóbica.
desejos inconscientes e fantasias a eles vincula- Conforme Laurindo e Farinha (2011), tanto o ob-
das. O sujeito se constitui e ordena na dialética sessivo como o histérico e o fóbico defendem-
da demanda do amor e da experiência do dese- -se da angústia de castração e o mecanismo é o
jo. As estruturas clínicas fazem uma divisão do recalque. O obsessivo sofre conscientemente no
sujeito entre o significante e o real do gozo po- pensamento; o histérico sofre conscientemente
dendo, conforme o sujeito for afetado no proces- no corpo; o fóbico projeta a angústia para o mun-
so de constituição, manifestar sintomas de uma do exterior, transformando-a em um objeto ame-
ou de outra estrutura (CIRINO, 2001). açador ao qual deve temer.
Para fins de análise nesse trabalho cen- Essas escolhas foram analisadas por
traliza-se na neurose, que se funda a partir do Freud em “A Disposição à Neurose Obsessiva –
recalque e tem como manifestação da angústia Escolha da Neurose”, o qual concluiu que:
frente a castração a histeria, obsessão e a fobia,
sendo esta o enfoque que será desenvolvido [...] a origem da escolha por um tipo de neu-
nos próximos capítulos. rose específica, em que funções psíquicas
(sexual) e funções do ego podem, no seu
processo de desenvolvimento para a vida
A NEUROSE E OS SIGNIFICANTES FÓBICOS
adulta normal, sofrer modificações, ocorren-
do pontos de fixação nos diferentes estádios
A neurose é considerada por Freud como do desenvolvimento sexual (fase oral, anal,
uma divisão entre o afeto e a idéia. Enquanto fálica, latência e genital) e o indivíduo pode,
o afeto permanece na esfera psíquica, a ideia ao longo da vida, apresentar comportamen-
é enfraquecida e permanece separada de qual- tos regredidos de fixação nos estádios ante-
quer associação, na consciência. O afeto, as- riores, ocasionando o surgimento da neuro-
sim, possui um destino diferenciado. Se o afeto se. (OLIVEIRA, 2008, p. 120).
for deixado livre, liga-se a idéias com ele com-
patíveis e essa falsa conexão gera ideias obses- A investigação analítica das neuroses se-
sivas, podendo se manifestar em sintomas ob- gundo os estudos de Freud mostra que as neu-
roses são constituídas na tenra infância, mesmo ando uma fobia. O caso de Hans exemplifica a
que os sintomas somente venham a aparecer evolução natural da sexualidade infantil e o que
muito mais tarde. As experiências sexuais infan- diferencia os neuróticos que, para superar seus
tis podem deixar fixações na libido e, devido à complexos, fazem uso de substituições excessi-
imaturidade, as exigências pulsionais operam vas (COSTA, 2010).
como traumas e o ego, desamparado, defende- Ainda destaca este autor, comentando a
-se dessas exigências mediante tentativas de respeito do caso Hans, que:
fuga (recalques), que, no entanto, se mostram
ineficazes e restritivas. O sintoma surge como A fobia de Hans era produto de uma defor-
um retorno dessas representações recalcadas mação, um deslocamento do medo de ser
que se unem às representações atuais para vir castrado. Na fobia a angústia vai fazendo
à tona. Funciona como uma forma de satisfação deslocamentos e quando encontra um objeto
que tenha uma representação psíquica ele
distorcida, formando um compromisso entre o
foca o medo para esse objeto, fantasiando
consciente e o inconsciente, fornecendo, assim, assim que controla o medo. O medo de cava-
acesso à organização simbólica que representa los impunha uma restrição da liberdade, im-
o sujeito (LAURINDO; FARINHA, 2011). pediu de sair à rua, mas obtinha com isso o
O sintoma psíquico da neurose é uma lucro secundário da doença ficava mais perto
forma de defesa, um meio que o neurótico usa da mãe. (COSTA, 2010, p. 1).
para obter respostas a questões que ele desco-
nhece, que estão recalcadas. Embora o neuró- O medo de Hans foi considerado por
tico não recorde do que ocorreu na infância a Freud como um distúrbio característico do sujei-
estrutura edipiana se faz presente no sintoma e to neurótico, cuja fobia se concentra num obje-
ele mostra uma dúvida característica que revela to e causa muita ansiedade. Ao caso de Hans
uma divisão do sujeito, onde há um “sim” e um Freud denominou o medo do cavalo de “histeria
“não” (LAURINDO; FARINHA, 2011). de angústia”, em cuja classificação colocou al-
Dentre essas formas de defesa do sujeito guns estados de ansiedade neuróticos, condi-
de defesa do sujeito, os quadros fóbicos situam- cionando esse tipo de fobia e a histeria como
-se na estrutura da neurose como sintomas que semelhantes na estrutura subjetiva. Na histeria
se desenvolvem a partir da infância e podem se da angústia, a libido não é convertida (desviada
manifestar, ou emergir, desde a infância até a da esfera mental para uma inervação somática)
fase adulta, já que o complexo de Édipo e da mas colocada em liberdade na forma de ansie-
ameaça de castração afetam as relações pos- dade, podendo aparecer como fobia, como no
teriores do sujeito, determinando a angústia. A caso de Hans (FREUD [1909], 1996).
angústia, que representa o temor da separação, Freud destaca a fobia como um sintoma
surge como uma reação a uma perda, à separa- da estrutura neurótica que aflora frente à an-
ção de um objeto extremamente valioso para o gústia de castração, tanto no caso Hans quanto
sujeito. A angústia exerce um papel fundamental em outros pacientes, adultos ou crianças. Para
na formação dos sintomas à medida que esses Freud, o neurótico apresenta formações psíqui-
são criados como forma de defesa do sujeito, se cas com componentes da sexualidade infantil
fazendo presente em diversas situações (ZA- que se mostram em sintomas neuróticos da vida
NOTTI, 2012). posterior. É nesses primeiros elementos consti-
Um estudo clínico de Freud, o caso do tuintes da criança que ocorrem algumas vivên-
menino Hans, se destaca na análise da fobia. Os cias que determinam a estrutura e se tornam ob-
estudos de Freud baseados nos relatos descritos serváveis posteriormente, de forma exagerada
pelo pai do pequeno Hans proporcionam uma ri- ou distorcida, no caso dos neuróticos (FREUD
queza de detalhes com relação à sexualidade in- [1909], 1996).
fantil, deixando claro o narcisismo primário e sua Para Freud, o distúrbio neurótico fóbico,
evolução para a relação de objeto, caracterizan- relacionada à histeria de angústia, é o mais fa-
do um quadro fóbico bastante relevante para o cilmente adquirido em qualquer época da vida.
reconhecimento da neurose fóbica e a compre- O sujeito poderá se libertar de sua ansiedade
ensão de algumas doenças psíquicas. O temor sujeitando-se às inibições e restrições, cortando
de castração e a intensa ansiedade de Hans foi todo o acesso ao motivo que levou ao desen-
deslocada para um objeto externo, desencade- volvimento da ansiedade, ou seja, levantando
barreiras, estruturas protetoras contra suas inibi- articulado ao Nome-do-Pai. O sintoma fóbico não
ções ou proibições, e são essas estruturas pro- representa apenas a solução da falha na função
tetoras que surgem como fobias que constituem paterna. Considerando a placa giratória, a fobia
a essência da doença. pode ser entendida como um sintoma presente
O sujeito responde com a histeria da em diversos quadros. Na placa giratória, entre
conversão, quando o sintoma se produz no cor- a histeria e a neurose obsessiva, o sujeito usa
po sob a forma de recalque secundário, ou com seu significante trunfo contra a angústia, que o
a neurose obsessiva, se o conteúdo mnêmico se protege ao delimitar o espaço. O significante fó-
transformar em representações e afetos deslo- bico é uma sentinela avançada frente à angústia
cados. Na fobia, a angústia surge não em decor- podendo velar a escolha da neurose ou deixá-la
rência de uma lembrança, mas enquanto dura, em suspenso, como ocorre na fobia infantil (LO-
transforma o afeto em medo e termina quando PES, 2008).
se revela a castração, dando-se a saída por uma Bruni, Barbosa e Gondim (1999), co-
das neuroses (BRUNI; BARBOSA; GONDIM, mentam que as fobias derivadas da histeria da
1999). angústia, como é do caso Hans, são as mais
Conforme Laurindo e Farinha (2011), a comuns. Nesse tipo de fobia, a libido, libertada
fobia é a neurose infantil por excelência, ocor- do material patogênico pelo recalque, não é con-
rendo já na primeira infância, quando a estrutura vertida, mas colocada em liberdade na forma de
psíquica está vivenciando o complexo de Édipo. ansiedade. O sintoma fóbico permanece durante
A fobia é um sintoma relacionado com a angús- um tempo, até que algo seja elucidado, dando
tia de castração, a qual pode desencadear uma saída para a neurose de histeria ou para a neu-
forma de defesa por meio do deslocamento da rose obsessiva. A fobia, assim, é um tempo de
angústia para um objeto fóbico que, ao mesmo vacilação antes da saída para a neurose. Nes-
tempo, vela a falta e a revela. Dessa maneira, na se intervalo, o sujeito lança mão do significante
neurose fóbica para escapar da angústia, mediante o medo, ga-
nhando tempo, assim, para se posicionar.
O que primeiro surge é uma crise de angús- A travessia do complexo de Édipo e do
tia difusa, o sujeito não consegue localizar do complexo de castração são momentos importan-
que tem medo especificamente. Em seguida, tes no surgimento da fobia. Lacan situou a fobia
ocorre o deslocamento para um objeto que na fronteira entre o imaginário e o simbólico, o
passa a ser temido, causando inibição. Há
momento em que o falo imaginário passa ao falo
uma distorção em jogo, pois a angústia si-
naliza o perigo da castração, que é substituí- simbólico, o que corresponde à passagem do
do por um objeto diferente. Esse mecanismo “ser” ao “ter” o falo. Na operação dessa passa-
defensivo possibilita [...] evitar um conflito [...] gem é que surgiu a fobia de Hans, quando o ca-
a angústia só surge na presença do objeto, valo, que havia lhe dado antes satisfação, agora
portanto, basta evitá-lo. A “ameaça” repre- o aterrorizava. O medo do cavalo foi a tentativa
sentada pela pulsão é substituída por um pe- de Hans de circunscrever e nomear a angústia
rigo externo. (LAURINDO; FARINHA, 2011, pela perda da mãe fálica. O medo do cavalo,
p. 79). objeto fóbico, foi denominado por Lacan “como
significante pivô da fobia em função do qual as
Ao tratar da inserção da fobia na estrutu- significações vão sofrer permutações múltiplas,
ra clínica da neurose, Lacan introduziu o concei- ordenando a realidade de Hans a fim de que ele
to de “placa giratória” a partir da qual o sujeito se encontre uma solução para os impasses com os
posiciona na estrutura, seja do lado da neurose quais se confronta” (TEIXEIRA, 1999, p. 224).
histérica ou a obsessiva. Para Lacan (2008, p. Ou seja, o cavalo representa um signifi-
298), “a fobia não deve ser vista, de modo al- cante que, embora surja de maneira patológica,
gum, como uma entidade clínica, mas sim como tem um papel polarizador, constituindo limites ao
uma placa giratória. [...] Ela gira mais do que co- mundo exterior. A função do objeto fóbico, por-
mumente para duas grandes ordens de neurose, tanto, é a de circunscrever, delimitar o abismo
a histeria e a neurose obsessiva, e também rea- angustiante vivenciado pelo sujeito e, ao mesmo
liza a junção com a estrutura da perversão [...]”. tempo, serve de artifício para a constituição do
Dessa forma, a escolha pela neurose é sujeito (PRADO, 1999).
determinada pela forma como o desejo da mãe é Na obra Inibição, Sintoma e Angústia, de
Freud, este afirma que o medo de Hans é um los até os veículos [wagen]. Jamais se pode
sintoma e sua incapacidade de sair à rua é uma esquecer que as crianças tratam as palavras
restrição, um fenômeno de inibição dos movi- muito mais objetivamente que os adultos e
mentos do menino, que este se impôs para evi- que as homofonias são assim muito mais sig-
nificativas para eles. (FREUD, apud PRADO,
tar a angústia. A fobia surge como a conjugação
1999, p. 245).
de um sintoma com uma inibição, impondo res-
trições ao sujeito. Lacan por sua vez, no semi-
Mediante esse parecer de Freud, Lacan
nário A Transferência, afirma que a angústia se
traça possibilidades de aproximação do obje-
produz no sujeito na medida em que este se re-
to fóbico com o intenso prazer. O significante
laciona com um objeto de desejo e quando este
“cavalo”, no caso de Hans, aponta tanto para o
perturba a imagem especular criada pelo sujeito.
significante presente na fobia quanto para a ori-
A função da fobia, para Lacan, coloca em relevo
gem prazerosa do objeto fóbico. O objeto fóbico,
a importância da constituição da imagem real,
embora temido, é um substituto para a angústia,
especular, juntamente com o momento constitu-
embora não inteiramente, mas necessário para
tivo do desejo. Ao articular angústia, objeto e de-
a organização do sujeito em torno dele mesmo.
sejo em relação à fobia, Lacan acrescenta que
Como demonstra Lacan, em seu trabalho A Re-
serve para sustentar a relação com o desejo sob
lação de Objeto, a fobia de Hans permite que ele
a forma de angústia. Nesse sentido, a fobia é um
se confronte com elementos que necessitam de
recurso que o sujeito utiliza para lidar, tempora-
uma revisão no primeiro esboço simbólico, que
riamente, com a angústia (PRADO, 1999).
estruturavam sua relação com a mãe. É nesse
A fobia, assim, é um recurso que o su-
momento que Hans se defronta com seu com-
jeito usa para alternar ou coexistir com traços
plexo de Édipo, que a fobia se produz, se de-
perversos ou reações perversas, mas também
senvolve como uma patologia que revela o nor-
pode ser entendida como sendo anterior à con-
mal, pela dificuldade e complexidade da criança
solidação da estrutura neurótica, um recurso ad-
integrar o real de sua genitalidade sublinhando
vindo na travessia do complexo de castração e
o caráter simbólico do momento da passagem.
do complexo de Édipo, surgindo como um recur-
Ainda segundo este autor, as palavras de Lacan,
so em suspensão. A fobia é situada por Lacan
“normal”, “real da genitalidade” e “momento de
como estando na fronteira entre o imaginário e
passagem”, “vão delineando a fobia como uma
o simbólico, na passagem do falo imaginário ao
possível resposta frente à crise inevitável que se
falo simbólico, ou seja, no limite entre o “ser” e o
atravessa, necessária para a constituição do su-
“ter” o falo. Essa passagem se realiza na traves-
jeito” (PRADO, 1999, p. 246).
sia do complexo de Édipo e do complexo de cas-
Os limites construídos pelo sujeito ser-
tração. Na tentativa de operar essa passagem,
vem como obstáculo que inibe e mantém o
surge a fobia, pelo medo de nomear a angústia
sujeito aquém desse limite, aprisionando-o ao
(TEIXEIRA, 1999).
objeto temido, impedindo-o de avançar. Freud
Conforme Prado (1999), o objeto fóbico
destacou que a intenção e o conteúdo da fobia
possui uma função de significante para o sujeito,
promovem uma ampla limitação da liberdade do
sendo essa função considerada por Lacan como
sujeito (PRADO, 1999).
um artifício do sujeito, que possui certa eficácia,
O significante fóbico é um recurso ima-
de articular o que está em jogo na fobia, na es-
ginário que o sujeito faz uso para tentar resol-
colha da neurose. A função, tanto da fobia quan-
ver a angústia intolerável, delimitando o espa-
to do objeto fóbico, pode ser percebida no texto
ço, mas este não é suficiente para dar conta de
do pequeno Hans, estudado por Freud, quando
toda a angústia. O significante fóbico traz à tona
este escolhe o cavalo como objeto temido:
todas as transferências e transformações que
Devo explicar que Hans não afirmava que ha- se tornam problemáticas na relação entre mãe,
via ficado como a “bobagem” naquela época falo e filho. Hans faz da sua fobia um apelo ao
mas sim em relação à brincadeira do cavalo significante Nome-do-Pai na tentativa de organi-
[por causa do cavalo]. A teoria exige que o zar sua subjetividade no campo do desejo e do
objeto atual da fobia tenha sido antes assun- gozo. Esse apelo, essa busca pelo significante
to de elevado prazer. Ao mesmo tempo, ..., que deve funcionar como agente da castração é
a palavra “wegen”[por causa de] abre o ca- que estabelece o limite (LOPES, 2008).
minho para a extensão da fobia desde cava-
MEDEIROS, M. S.; MARIOTTO, R. M. O tempo Resumen: Este estudio ha buscado analizar el pro-
ceso de constitución del sujeto y de la estructuración
da constituição do sujeito. In: BERNARDINO,
psíquica, basándose en el análisis de Freud y Lacan
L. M. F. (Org.). O que a psicanálise para comprender el surgimiento de neurosis y de fo-
pode ensinar sobre criança, sujeito em bia. Se ha utilizado el método de revisión bibliográfica
constituição. São Paulo: Escuta, 2006. p. 43- vuelta al estudio psicoanalítico del sujeto, en especial
56. de niños, en desarrollo de cuadros fóbicos. La litera-
tura resalta la importancia del Otro y del simbólico en
NASIO, J. D. Édipo: o complexo do qual la estructuración subjetiva, siendo la estructura neu-
nenhuma criança escapa. Rio de Janeiro: J. rótica decurrente del proceso constituyente que tiene
Zahar, 2007. origen en el agobio de castración, que para Lacan,
es una disfunción de objeto, una ausencia del Otro,
OLIVEIRA, M. S. B. O conceito das estruturas sobretodo la madre, que lleva el sujeto a desplazar
clínicas neurose e psicose para a psicanálise. el foco del objeto anhelado para otros objetos, que
Revista Científica do HCE, a. 3, n. 2, 2008. se transforman en objetos fóbicos. La fobia de Hans,
estudiada por Freud, es considerada un ejemplo de
Disponível em: <http://www.hce.eb.mil.br/rev/
neurosis fóbica, decurrente del miedo de castración
rev2008/conceitodasestrururas.pdf>. Acesso que surge en el momento en que el sujeto atraviesa
em: 02 jul. 2013. el complejo de Edipo. Delante el simbólico, la visión
psicoanalítica posibilita el análisis de la estructura
PAIVA, A. F. Do ódio ao pai. In: A ética psíquica para diagnosticar los modos de defensa, o
analisante. Congresso da Escola da Coisa negación del Edipo, mediante el recalque para enten-
Freudiana, a. 2, 2011. Curitiba: Escola da Coisa der como el sujeto se constituye delante de la falta.
Freudiana, 2011. La proyección del agobio para con un objeto externo
es una forma de defensa que, al mismo tiempo, limi-
PRADO, I. B. B. do. A função da fobia: Hans e a ta y constituye el sujeto. Las fobias son comunes en
fobia. Escola Letra Freudiana, Rio de Janeiro, la infancia y pueden manifestarse desde la infancia
a. 17, n. 24, p. 245-249, 1999. hasta la fase adulta, pudiendo afectar las relaciones
posteriores del sujeto. En el análisis psicoanalítico,
QUEIROZ, E. F. A clínica da perversão. São el significante fóbico tiene un papel de relevancia, y
la fobia se presenta como consecuencia sintomática
Paulo: Escuta, 2004.
que impide el sujeto de realizar su anhelo recalcado
y frena el agobio. El analista debe entender y aco-
QUINET, A. As 4 + 1 condições da análise.
ger las manifestaciones inconscientes, haciéndolas
10. ed. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2005. significativas para el sujeto que habla, de forma que
él pueda entender y vencer sus miedos, alcanzando
ROUDINESCO, E.; PLON, M. Dicionário de éxito en el tratamiento.
psicanálise. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1998. Palabras clave: Sujeto; Constitución; Estructura;
Neurosis; Fobia.
SAURET, M. J. Lá onde era a criança, deu eu
advir. Revista Estilo, Curitiba, n. 1, p. 63-70,
1998.