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APOTEGMATA

(conselhos para viver bem com o mundo)


ESCLARECIMENTOS

Apotegmata – do grego ἀποφθέγματα (= apophthegmata) – é o plural grego da palavra


apotegma – ou apoftegma – cujo tradução mais adequada é “opinião dita sem rodeios”,
podendo designar também conselho ou advertência.
O texto que aqui se apresenta sob o título de APOTEGMATA é uma compilação de
cinqventa e dois conselhos.
Não há nessa compilação indício sobre sua autoria. Parece coletânea elaborada no
decurso de muitos anos por vários compiladores, sem nenhuma preocupação em ordenar
esses conselhos de acordo com algum critério.
APOTEGMATA se inicia com o que pode ser visto como manual de instruções para
uso do corpo principal. Pelo estilo esse manual de instruções deve ter sido escrito em
tempos posteriores à consolidação dos apotegmas em número e seqvência.
Apresentam-se a seguir esclarecimentos desse manual de instruções.
O primeiro parágrafo informa a finalidade dos apotegmas:
Aqui te deixo as lições que te ajudarão a viver tranqvilamente tua vida junto a teus
semelhantes e que, aprendidas por teus semelhantes, farão com que eles também
vivam tranqvilamente uns com os outros e contigo.
Nota-se nesse parágrafo que as lições – como o livro denomina os apotegmas – devem
ser aprendidas por todos e contribuir para uma tranqvila vida em sociedade.
O parágrafo seguinte ordena que os apotegmas não sejam lidos todos de um só
fôlego:
Não deves te apressar no ler as lições, pois importa refletir sobre o pouco lido
mais do que muito ler sem refletir sobre o que se leu.
O tempo dedicado à leitura não deve ser demasiado:
Há um tempo para ler, e não deve ser demasiado.
Mais do que ler, importa dedicar tempo a meditar e a trocar ideias com outras
pessoas sobre o que foi lido:
Tempo maior deves dedicar a refletir, a ouvir o que te dizem teus semelhantes e a
aprender o que puderes de bom, de útil, agradável e inteligente.”
Os parágrafos posteriores são instruções detalhadas de como levar a termo as
instruções dos quatro parágrafos anteriores.
Primeiramente a leitura deve ser ativa, isto é, feita com a intenção de compreender e
interpretar o que se lê:
Lê com os olhos de tua alma e reflete com teu coração sobre o que leres.
Isso implica que os apotegmas não devem ser lidos para entretenimento.
O parágrafo seguinte ordena que se compartilhem as ideias e pensamentos que a
leitura levou a desenvolver e elaborar. Esse compartilhamento é possível somente pelo
intercâmbio de ideias e pelo diálogo:
Não guardes para ti o que aprenderes em tuas reflexões. Dize a teu próximo o que
pensaste e ouve atentamente o que ele te disser que pensou, pois assim
aprendereis uns com os outros a harmonizar vossas vozes, refinar vossas
habilidades de pensar e de argumentar, dissipar dúvidas e encontrar a senda da
reta razão.
Essa recomendação implica que o propósito dos apotegmas não é o de simplesmente
levar os indivíduos a viver em harmonia uns com os outros numa espécie de comunidade
tribal idílica, mas colaborar na constituição de uma sociedade complexa real, em que as
ações individuais se harmonizem com as ações dos demais membros da comunidade de
acordo com princípios gerais válidos para todos no presente e para um número
indeterminado de situações futuras.
O último parágrafo estabelece uma freqvência para a leitura dos apotegmas. Ele se
inicia com uma informação de natureza astronômica:
Embora ocupem em cada amanhecer posição diferente no horizonte, as auroras
retornam ao mesmo lugar no céu e em cada aurora a suprema fonte da luz da vida
tem a precedê-la uma estrela.
A expressão ”a suprema fonte da luz da vida” se refere ao Sol. Todas as culturas
antigas tiveram o Sol como divindade ou como símbolo de alguma divindade, cada
divindade com vários atributos e poderes. Importante é, contudo, a informação de que as
auroras ocupam diferentes posições no horizonte e que retornam a essas posições. De
fato, duas vezes por ano ocorrem os equinócios (um entre os dias 20 e 21 de março e
outro entre os dias 22 e 23 de setembro). A partir do equinócio de março as posições do
nascer do Sol se deslocam para o norte até atingir uma posição extrema – o solstício de
junho – momento em que o sentido se inverte: as auroras se deslocam para o sul, chegam
ao equinócio de setembro e continuam se deslocando para o sul, até o solstício de
dezembro e daí retornando para o norte.1 Além de fazer referência a essa “viagem” das

1
No Hemisfério Norte o deslocamento do nascer do Sol rumo ao norte leva ao solstício que se
costumava denominar solstício de verão, no sentido oposto leva ao solstício antes
denominado solstício de inverno. Como no Hemisfério Sul ocorre o oposto (ao sul do
Equador o solstício de junho marca o início do inverno, o solstício de dezembro marca o
início do verão) está se tornando mais disseminado o costume de fazer referência aos meses
de ocorrência dos solstícios – solstício de junho, solstício de dezembro – e com isso a
tendência é abandonar a referência às estações do ano.
auroras, a frase informa que em cada aurora o nascer do Sol é precedido por uma
estrela. Essa estrela é denominada estrela heliacal; é uma estrela que se torna visível no
horizonte leste pouco antes do nascer do Sol e na posição em que ele vai se elevar no
horizonte, mas suficientemente distante dele para não ser ofuscada pelo brilho da aurora.
Nem todas as estrelas heliacais são facilmente visíveis, pois variam em brilho e o
intervalo de tempo entre sua ascensão no horizonte leste e o aparecimento do Sol não é o
mesmo em todos os dias em que dada estrela é estrela heliacal.
Algumas estrelas heliacais mereceram mais atenção que outras porque foi possível
ligar sua ascensão heliacal a outros eventos.2
A segunda frase do último parágrafo determina que o tempo dedicado à leitura dos
apotegmas e à reflexão sobre a lição que transmitem deve ser regulado pelas estrelas
heliacais:
Aprende com as auroras a dividir teu tempo de ler e de refletir de tal modo que
sempre a mesma estrela te encontre em novo início de reflexão sobre o que já
leste no passado e tornas a ler agora.
A estrela heliacal de determinado dia retorna á mesma posição de estrela heliacal em
intervalos de aproximadamente trezentos e sessenta a cinco dias (um ano). Se o tempo de
ler e de refletir deve ser dividido de tal modo que a mesma estrela marque um novo início
de leitura e reflexão, então dado apotegma deve ser motivo de leitura e reflexão uma vez
por ano. Vai daí que, sendo cinquenta e dois os apotegmas, deve-se entender que a leitura
dos apotegmas deve se fazer em intervalos de sete dias, ou seja, uma semana.
Os apotegmas 8, 23 e 28 levam a supor que a interpretação do que se pode denominar
“apotegma da semana” deva ser conduzida por um mestre.
Mas, quem deve ser esse mestre?
De acordo com o 28º. apotegma, deve ser alguém que estimule as pessoas a aprender,
aguçar a inteligência e afiar a perspicácia para que possam agir com prudência. Os
mestres não devem ser eruditos que nada mais fazem do que asfixiar as mentes das
pessoas sob uma montanha de conhecimentos que não servem para nada mais do que ser
exibidos em conversas vazias.

2
No antigo Egito, por exemplo, o nascimento heliacal da estrela Sírius estava associado ao
início das cheias do rio Nilo. Foi a partir dessa observação e sua associação a outros eventos
astronômicos que os antigos egípcios conseguiram desenvolver um calendário com um ano de
365 dias, que serviu de referência para a criação do calendário juliano. Muitas etnias
indígenas no Brasil utilizavam a ascensão heliacal das Plêiades para definir o início do
inverno (aproximadamente 5 de junho) e também o início de um novo ano (essas etnias
tinham, portanto, um calendário sideral).
Vale registrar que existe uma coletânea de apotegmas denominada Apophthegmata
Patrum, que alguns estudiosos brasileiros divulgam sob o título de Lições dos Padres do
Deserto (a denominação mais adequada deveria ser Lições dos Pais do Deserto, mas aqui
não é foro adequado para polêmicas semânticas). Essa coletânea é constituída por
histórias e ditos atribuídos a monges e monjas que viveram como eremitas no deserto do
Egito a partir do quinto século da Era Cristã. A coletânea que se apresenta a seguir nada
tem em comum com a Apophthegmata Patrum, ainda que se possa atribuir a ambas
idêntico propósito, ajudar as pessoas no esforço de viver uma vida de virtudes.
.
APOTEGMATA
Aqui te deixo as lições que te ajudarão a viver tranquilamente tua vida
junto a teus semelhantes e que, aprendidas por teus semelhantes, farão com
que eles também vivam tranquilamente uns com os outros e contigo.

Não deves te apressar no ler as lições, pois importa refletir sobre o pouco
lido mais do que muito ler sem refletir sobre o que se leu.

Há um tempo para ler, e não deve ser demasiado. Tempo maior deves
dedicar a refletir, a ouvir o que te dizem teus semelhantes e a aprender o que
puderes de bom, de útil, agradável e inteligente.

Lê com os olhos de tua alma e reflete com teu coração sobre o que leres.

Não guardes para ti o que aprenderes em tuas reflexões. Dize a teu


próximo o que pensaste e ouve atentamente o que ele te disser que pensou,
pois assim aprendereis uns com os outros a harmonizar vossas vozes, refinar
vossas habilidades de pensar e de argumentar, dissipar dúvidas e encontrar a
senda da reta razão.

Embora ocupem em cada amanhecer posição diferente no horizonte, as


auroras retornam ao mesmo lugar no céu e em cada aurora a suprema fonte da
luz da vida tem a precedê-la uma estrela. Aprende com as auroras a dividir teu
tempo de ler e de refletir de tal modo que sempre a mesma estrela te encontre
em novo início de reflexão sobre o que já leste no passado e tornas a ler agora.
1. Não busques saber o que não é importante. Nesse caso a ignorância é
um bem divino.

2. Se alguém te pedisse teu corpo para dispor dele como lhe aprouvesse,
tu certamente te negarias a atender tal pedido. Por que, então, alguns
semelhantes teus não sentem vergonha ao entregar suas mentes a
charlatães e demagogos para que as manipulem em proveito somente
deles próprios?

3. O que se fala se desvanece, até quem falou esquece. Mas o que se


grava na pedra ou no couro permanece.

4. Como o outro te trata é algo que importa somente a ele. A ti deve


importar a maneira como reages ao tratamento que te é dado.

5. Sábio é o governante que sabe impor freios à ganância dos


comerciantes e banqueiros e colocá-la a serviço do bem da
comunidade. Insensato é o governante que, por sufocar a ganância
dos comerciantes e banqueiros, pensa estar favorecendo o bem da
comunidade. Maldito é o governante que favorece a ganância dos
comerciantes e banqueiros ao custo do bem da comunidade.

6. Seja qual for a decisão que tomares, dela te arrependerás.

7. O preparo da coalhada requer que o leite seja aquecido, mas ela se


mostra saborosa somente quando consumida fria. Por isso nunca dês
solução a um problema quando estiveres irritado, ansioso ou
necessitado de prolongado repouso.
8. Acautela-te contra aqueles que estimulam debates apenas para
exibirem conhecimentos, não para esclarecer ideias. São filhos da
vaidade, que buscam o aplauso fácil e nada têm de mestre com quem
se aprenda algo.
9. A desigualdade nos diversos campos de cultura de trigo se deve a
diferenças de solo, nutrição desigual de chuva e orvalho, à diferença
no trato que lhes deram os agricultores. Assim todas as coisas iguais
em espécie são semelhantes entre si. Por que haveríamos de duvidar
disso em relação ao homem, como se ele fosse a única exceção a essa
regra?

10. Mesmo que o artesão faça sandálias de juta sem saber o tamanho dos
pés dos compradores, ainda assim sabemos que ele não as fará em
forma de cestos.

11. De que te vale querer saber se tens uma alma imortal que viverá
eternamente depois que o vento da morte dispersar as cinzas do teu
corpo na amplidão do deserto? Quem se lembra dos rios quando
navega pelos mares? Deverias te ocupar com tua contribuição para os
que viverem após ti, mais do que com questões sobre uma duvidosa
vida eterna.

12. A linha da vida tem seus limites. A natureza admite que ela seja
percorrida somente uma vez e num único sentido. Para cada etapa de
tua vida há algo que lhe é especialmente adequado.

13. Desdenhas a crença religiosa de teu vizinho porque pensas que a


verdade está nas ciências? Ocorre que a crença religiosa de teu
vizinho ajuda-o a ter uma visão de mundo tranquila e imutável,
enquanto as ciências te ajudam a ter uma visão de mundo que te
move adiante na senda do conhecimento e te mostra sempre novas
paisagens.

14. Procura compreender a visão de mundo de teu vizinho, pois talvez


ambos tenhais muitos pontos de vista em comum, de tal modo que
acabareis por compartilhar uma visão de mundo adequada a ambos.
15. Quando teu antagonista não tem outra resposta senão o insulto para
expressar discordância em relação a tuas ideias, é porque não tem
argumentos para rebater o que pensa que deve rejeitar. Lembra-te de
que isso vale também para ti.

16. Muitos tapam o nariz com lenços perfumados para não sentir o
miasma do lixo, raros se dispõem a removê-lo.

17. Dizem que caridade é dar de comer a quem tem fome. Mas a
verdadeira caridade é antecipar-se à fome, é fazer com que ninguém
passe fome.

18. Tua conduta e tuas palavras são a comida e a bebida que serves à
convivência com teus semelhantes. Podes escolher servir-lhes fino
manjar acompanhado de excelente vinho ou pão mofado embebido
em vinagre.

19. Vão é teu desejo de estabelecer princípios válidos para todas as


circunstâncias da vida. O tempo nos mostra que regras, teorias e
princípios adequados para um domínio de fatos e dentro de certos
limites nesse domínio mostram-se inadequados quando extrapolam
esses limites e mais inadequados ainda quando aplicados a outros
domínios.

20. Lembra-te de que, embora um dia devas morrer, não nasceste para
morrer, mas para contribuir para a vida, mesmo que essa contribuição
nada mais seja do que constituíres uma família e sustentá-la
decentemente.

21. Os homens de espírito nobre são modestos quanto às virtudes que


possuem e não sentem vergonha de admitir que podem errar. Os
medíocres simulam virtudes que não possuem e dissimulam como
podem os erros que cometem.
22. Não cometes pecado algum ao acalentares um sonho, mas serás
escravo de uma ilusão se esperas que ele se torne real sem agires de
acordo.

23. Os melhores mestres nunca querem te impor o que sabem, mas


cooperar contigo para que aprendas a pensar criticamente e a
escolher sobre o que pensar.

24. Os sábios te ensinam a ter o espírito alerta e a te precaver daqueles


que, a pretexto de ajudar as pessoas a percorrer a senda da reta
razão, na verdade querem apenas explorar em proveito próprio a
credulidade dos incautos.

25. Muitos se iludem com a erudição, confundindo-a com sabedoria.


Ocorre que é possível ser erudito sem ter sabedoria e ser sábio sem
ter erudição alguma. Mas nunca se deixará abater aquele que
consegue combinar harmoniosamente sabedoria e erudição.

26. É importante que tenhas consciência de tuas fraquezas, mas não


deves dedicar demasiado esforço para te livrares delas; isto é fazer
mau uso de teu tempo. A menos que essas fraquezas sejam grandes
obstáculos para teu viver, o melhor que fazes é estruturar tua
conduta sobre os alicerces de teus pontos fortes.

27. Não há vantagem em corrigir deficiências que não estejam te


atrapalhando, nem em melhorar qualidades de que não faças uso. Se
és hábil em manejar a pena e o pincel e as ferramentas com a mão
direita, de que te vale dedicar tempo para desenvolveres a mesma
habilidade com a mão esquerda?
28. Os mestres e sábios buscam te estimular a aprender, aguçar a
inteligência e afiar a perspicácia para que possas agir com prudência.
Os eruditos nada mais fazem do que asfixiar tua mente sob uma
montanha de conhecimentos que não servem para nada mais do que
ser exibidos em conversas vazias.

29. Todos nós um dia vamos morrer deixando no mundo um oculto resto
de algo inacabado. Nós mortais não podemos realizar tudo;
podemos, contudo, dar parcela de contribuição à vida do mundo que
continuará existindo mesmo depois que morrermos.

30. Os sentidos de teu corpo são os meios por que tua mente apreende o
mundo e aprende com o mundo. Por isso deves tratar teu corpo com
o mesmo zelo e cuidado com que o guerreiro mantém prontas sua
armadura e suas armas.

31. Aquele, cujos conhecimentos não passam de ornamentos de uma


erudição estéril e vazia, presta a ti valioso serviço ao te mostrar como
é fácil desperdiçar tempo e talento debatendo com ar solene questões
pueris que soariam ridículas até mesmo nas rodas de conversa dos
pastores de ovelhas quando à noite se reúnem ao redor do fogo.

32. Tudo em tua vida é tua responsabilidade. Tudo o que te acontece de


ruim é ruim em decorrência da maneira como encaras o que te
acontece, não porque te acontece a ti.

33. Faze o bem sem esperar retribuição, pois assim nunca serás
decepcionado.

34. O insulto do inimigo por vezes te dá lição mais valiosa do que o


elogio vazio de quem busca te seduzir.

35. Teu filho será o que a mãe dele determinar pela educação que ela lhe
der. Por isso faze com que desde meninas as mulheres tenham as
mesmas oportunidades de educação dadas aos meninos e aos
adultos, homens e mulheres.

36. Não te irrites se te tratarem rudemente, simplesmente não admitas


que outros determinem como deves te conduzir na vida.

37. Deves ter o espírito pronto para aceitar o que não podes controlar e
para suportar as frustrações e as dores que a vida te impuser.

38. Lembra-te que para desfrutar os favores do rei os cortesãos são


capazes de ações ignóbeis e de alianças traiçoeiras.

39. Cuida o que dizes para as pessoas, mas dedica mais cuidado à
maneira como o dizes. Pois as pessoas podem esquecer o que
disseste, mas nunca se esquecem de como se sentiram quando
disseste o que lhes disseste.

40. Executa muito bem a tarefa que te cabe executar, pois o que dela
resultar pode ser a fonte da última recompensa que terás por toda
uma vida de trabalho árduo.

41. Pais têm dos filhos o respeito e admiração e afeição que fizeram por
merecer.

42. A nós nos agrada a nossa maneira de ver, sentir, pensar e julgar, por
isso de bom grado nos inclinamos para quem pensa e julga como nós.

43. Teus conhecimentos têm valor somente quando deles fazes uso em
benefício de tua comunidade, pois foi ela que te deu oportunidade de
adquiri-los.

44. Deves saber dar atenção àqueles que pensam e julgam diferentemente
de ti, pois isso te ajuda a refinar tua maneira de pensar, sentir e
julgar.
45. Quando fores dizer algo sobre o caráter e a conduta das mulheres,
reflete se o que vais dizer vale para tua mãe e demais mulheres de tua
família, inclusive esposas e filhas de teus irmãos.

46. Muitos se empenharão em te dar conselhos e orientação. Ouve o que


te dizem, mas observa se a conduta deles está em acordo com o que
te aconselham.

47. Se tens dúvidas sobre como tratar com alguém que te causou
desgosto, pede conselho a tua mãe.

48. Se recusaste uma boa oportunidade, mais tarde não a tragas à


lembrança arrependido da decisão que tomaste, pois a vida que
imaginas que terias vivido se não a tivesses recusado faz com que a
vida que ora vives seja contaminada pelo sabor azedo da frustração
de uma vida não vivida.

49. Qual o propósito de tua existência? Pelo estudo e reflexão prepara-te


para tu mesmo dares resposta a essa pergunta. Não aceites que
adoradores de ídolos e quiromantes e lançadores de dados te digam
qual o propósito que deves dar à tua vida, pois isso lhes interessa
somente a eles como forma de explorar a credulidade e tirar
vantagem dos medos de pessoas de espírito débil.

50. Que a tua conduta seja determinada por ti mesmo, nunca pelo modo
como os outros te tratam. Afirmarás tua nobreza moral ao aceitares
com moderação os elogios e revidares os insultos com firmeza e
serenidade.

51. Não cometes nenhum pecado quando resolves te divertir com as


sandices de algum erudito que se arroga a prerrogativa de conhecer a
verdade. Apenas não o humilhes, nem o trates com ofensas.

52. Lembra-te de que és livre para fazer escolhas, mas escravo das
consequências das escolhas que fizeres.

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