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Bom, acho que o próximo passo na minha jornada de descobrir quem eu sou é tentar entender

os “meus problemas com as mulheres” como na história suja do R. Crumb.

Atualmente o número que relacionamentos amorosos que tive é exatamente zero e pensar
negativamente sobre isso gerou grande parte da minha atual insegurança, ansiedade e
principalmente minha maldita timidez com mulheres. De onde isso veio? Como eu reajo a
essas situações? Que histórias me marcaram? Há perspectivas para o futuro do menino Pedro
ou ele está condenado a solitária vida celibatária?

Vou tentar escrever direto do que está passando na minhas lembranças a minha memória mais
antiga de derrota amorosa: Jardim de infância na creche da igreja IBCA, tinha essa garota
chamda Sara que eu tinha sentimentos muito forte por ela mas tinha medo de falar isso para
ela, a aparência dela era a seguinte, branca, lábios pequenos e verlmelhos, cabelos curtos
escorridso até os ombros, um rosto arredonda e fofo, tenho uma vaga lembrança dela vestida
com uma camiseta vermelha com macacão jeans. Nunca pode falar pra que eu gostava porque
ela foi embora para algum lugar distante e desconhecido. Depois eu descobri que meu primo
Gabriel também gostava dela e que ficou com ela na mesmo época que eu tinha sentimentos,
fiquei sabendo disso ´so mais tarde essa não foi a primeira vez que já fui iludido dessa maneira,
essa histporia ainda vai se repetir com outros personagens.

Depois de Sara vamos para a primeira série onde tem essa Ana, alta, bem mais alta que eu,
morena com cabelos castanhos, sentava nas primeiras cadeiras da classe enquanto era das
últimas, minha única lembrança dela foi quando um amigo meu João que sentava ao lado de
Ana, me pediu uma borracha emprestada e quando eu sai do meu lugar e andava até João eu
morri de vergonha de passar ao lado da Ana. Futuramente no Fundamental II Ana me
reconheceu no recreio desse outro colégio e conversou comigo sobre a classe a primeira série,
ela virou uma mulher de malandro na época, não queria mais nada com a garota.

Na terceira e quarta série tinha a Gionava, essa foi a paixão mais intensa da época. Era asiática
e bem magra, eu fiquei amigo do grupo de amigas dela mas a Giovana não me dava atenção
nem para conversas e nem nas brincadeiras com esse grupo. Na festa junina da quarta série fiz
par com ela para a dança da quadrilha (porque eu não tinha par e o par dela saiu do colégio eu
acho). Fiquei muito feliz de dançar com a minha amante, mas eu não lembro direito se no dia
da festa junina ela não veio ou veio mas me odiou o tempo inteiro, não sei. Naquele mesmo
ano eu resolvi me declarar para ela, fui até o Orkut dela e escrevi um poema de tudo o que eu
achava que ela me lembrava, a comparei com as estrelas e o universo, coloquei tudo de mim
naquela declaração, mas ela me respondeu dizendo que não entendeu aquilo e que não
gostava de mim. Aquilo me despedaçou completamente, um aperto no coração gigantesco e a
vergonha infinita tomou meu corpo por alguns dias.

A partir da quinta-série tinha a Letícia, essa já era de outra turma, a turma da sala ao lado.
Letícia era muito bonita, um largo sorriso branco e fazia cvinhas nas bochechas, era da minha
altura, não era muito branca mas tinha a cor da pele mais clara do que a minha, longas
madeixas escuras e corridas nos ombros até a altura dos seios, um rosto muito redondo com
um fino nariz. Essa eu via de longe o tempo inteiro e foi um crush que durou dois ou três anos.
Lembro de bombeiros ensinando no pátio do colégio inteiro procedimentos de primeiros
socorros e eu me prontifiquei a ir até o meio de todo mundo para ser cobaia daquele
“experimento”, tinha que deitar no chão enquanto eles me colocavam na maca, o tempo
inteiro eu olhava para ela no fundo e achei que ela podia estar me olhando de volta. Um ano
depois, na época de Festa Junina eu consegui ter algum contato com a guria, um amigo em
comum da minha sala e a dela fez a ponte e da primeira conversa em diante eu quis
impressioná-la de algum jeito. Depois da festa junina não consigui falar mais com ela porque
ele havia se mudado. Futuramente eu fiz um amigo no curso do CIEE que era da mesma sala da
Leticia, eu não conhecia ele na época, mas ele me contou que namorava com a Leticia durante
todo o tempo que eu gostava dela, história que já se repetiu comigo no jardim de infância.

Nessa mesma época eu comecei a frequentar a igreja para a Escola Bíblica Dominical, um local
que fez parte da minha vida e minha formação por muito tempo, amigos que hoje fazem parte
do meu grupo social eu conheci lá. Ali eu tive duas paixões, a primeira foi a Larissa e a outra foi
a Jéssica. Larissa eu conheci primeiro, temos a mesma idade e nossas família são amigas desde
antes de nascermos, então eu conhecia Larissa desde sempre. Fui conversar com ela mesmo
na igreja. Seu perfil era parecido com Letícia, me chamava a atenção também a Larissa ser bem
inteligente, mais inteligente que eu, conhecia bem mais da bíblia e das músicas de igreja,
sempre admirei ela por isso. Quando tinha 13 anos Larissa também gostava de mim, a
oportunidade veio num acampamento dentro da igreja chamado “AcampaDentro”. Lá estava
eu no banco do refeitório jantando com todo mundo e meu amigo ao lado, Daniel, pergunta
para Larissa se ela gostava de alguém da mesa. Ela responde que sim, e ele pergunta como ele
é, “ele usa boné?”, “sim, tá usando boné”, “ele é inteligente”, “sim, um dos mais inteligentes
da sala”, “O nome dele começa com ‘P’?”, “Sim, começa com ‘P’”, “Tu gosta do Pedro?”, “É”.
Todo mundo olha pra mim, minha irmã mais nova, Rebeca, estava junto na mesa e me olhou
com muita atenção para ouvir minha resposta. Eu estava tão nervoso na hora, que eu travei e
neguei tudo dizendo que não gostava dela. Perdi uma oportunidade que me atormenta até
hoje. Burro do caralho.

Naquela idade dos 12 anos até o ano seguinte eu fiquei no mesmo colégio podre da primeira
série e sai no meio do ano, já com 13. No colégio novo eu conheci a Nicoly, a “Magnum opus”
das minhas derrotas amorosas. Nesse colégio novo ela foi a primeira pessoa que veio falar
comigo, mas eu era tão tímido que gaguejei para responder e não conseguia nem olhar nos
olhos dela. Nicoly é mais baixa que eu, na época tinha cabelos longos e negros, um rosto mais
fino e grandes olhos castanhos e ela foi a pessoa, talvez a única pessoa, que eu realmente amei
por um tempo, pelo menos foi a única que eu confiei e criei intimidade sendo fora da minha
família e alguns poucos amigos que eu confio abrir meus sentimentos.

No ano que eu entrei no colégio Lygia e no ano seguinte, 2012 e 2013 respectivamente, eu
simplesmente não conseguia falar com ela, não conseguia falar uma única palavra e nem
conseguia olhar nos olhos dela, mas meu olhos na classe sempre iam em direção a ela, eu
estava muito atraído pela beleza dela. Até que em 2013 um grupo de amigos se formou, é uma
amizade que cresceu e que se mantém até depois do colégio. Nesse grupo há dois amigos que
se aproximaram de Nicoly e aos poucos foram trazendo ela para o nosso mundo de nerdices e
esquisitices em geral. Ali eu finalmente consegui conversar com ela mas não era nada
comparado a amizade que viríamos a ter. Ela percebia toda minha timidez e quis se aproximar
mais de mim por curiosidade sendo um pessoa totalmente extrovertida. Aos poucos essa
aproximação se tornou uma amizade forte e eu fui me soltando com ela. Curiosidade, eu
nunca tive uma amiga até então, Nicoly foi a primeira menina com amizade no nível do resto
dos amigos e uma paixão platônica crescendo incrivelmente. Em 2015 nossas conversas
ficaram mais íntimas e ela já me contava mais da vida pessoal dela, pensamentos, dúvidas, e
eu tinha liberdade de fazer o mesmo. Ela já fazia carinhos em mim, abraços, sentar próximo,
foi uma intimidade que eu nunca mais tive com ninguém. Mas no final do ano foi bem
estranho. O professor amigo da gente me viu olhando pra Nicoly e percebeu que eu gostava,
ele me perguntou sobre e eu confirmei. Depois da aula do professor me conta que abordou a
Nicoly e disse “Tem um amigo seu gostando de você”. Naquela semana a menina ficou muito
carinhosa comigo, começou uma brincadeira de falar que era minha namorada, falava eu te
amo e todas essas coisas, andava de mão dadas comigo (A última vez que isso aconteceu
comigo) e eu acreditando naquela palhaça. Durou duas semanas para tirar uma conclusão.

(Tá muito longo isso aqui e vou resumir a história)

Me declarei pra Nicoly por mensagens porque não consegui falar pessoalmente e ela disse
que só gostava de mim como um amigo. Isso me destruiu e aquele dia eu repeti nos meus
pensamentos todos os dias durante uns dois anos.

Depois da Nicoly, já na Igreja, tinha a Jéssica. Que veio falar comigo e que eu achava ela muito
interessante, mas ela tinha namorado e era mais velha, mas eu e ela conversávamos as vezes
depois do culto, essa foi a pessoa que eu mais fiquei nervoso na minha vida de conversar.

Enfim. Essas foram minhas decepções principais e essa foi também a minha relação com as
mulheres, amigas ou decepções amorosas. Tomei foras outras vezes mas foram com pessoas
que eu não pude conhecer direito, foi rejeitado rapidamente.

Acho que todas as experiência acumuladas foram importantes para a minha insegurança, falta
de confiança e timidez. Hoje eu sinceramente acho que sou incapaz de ser atraente para
alguém que me conheça, pode ser que a pessoa goste da minha aparência ou queira ser minha
amiga, mas eu não consigo imaginar alguém que tenha sentimentos por mim e queira me
conhecer ser íntima de mim, eu procuro nos fundos do meu coração uma faísca de esperança
não perdida mas não a encontro em lugar nenhum, talvez esteja escondida em tanta escuridão
formada de pensamentos negativos e lembranças ruins de tempos passados.

São 00:42 do dia 02/01/2018, título: Meus Problemas Com as Mulheres. Palavras: 1768 de lixo
mal escrito.

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