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Economia

A crise de A a Z

Veja um detalhamento dos principais fatos relacionados à crise econômica


mundial.
Nesta terça-feira€(15/09) completa-se um ano da crise mundial. Há exatamente um ano, o mundo todo foi tomado pelo pânico de que
uma crise sem precedentes assolaria as economias globais e traria prejuízos sociais tão grandes como nos anos 30, quando filas de
desempregados e famintos povoaram Nova Iorque.

Um dos marcos do vendaval do ano passado foi a quebra do banco Lehman Brothers, que anunciou sua concordata no dia 15 de
setembro, e marcou a crise sistêmica no sistema financeiro. Outras instituições importantes, como a seguradora AIG e grandes bancos
europeus, também quebraram. Em pouco tempo, o mundo todo aprendia o que eram subprimes, o fortalecimento do termo Bric,
“marola” e quem é Bernard Madoff. Veja aqui a crise de 2008 de A a Z.€

AIG

A seguradora AIG quebrou no mês de setembro, motivada em grande parte pelos seguros de créditos concedidos no mercado
imobiliário norte-americano.

BRIC

Outro termo que ganhou força na crise mundial. O chamado “Bric”, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China, aparentemente
conseguiu atravessar o grave momento sem grandes turbulências – com exceção da Rússia, cuja economia é mais dependente de
exportações. Pode-se dizer que nesses países os efeitos foram minimizados, mas que eles também existiram. No caso brasileiro, o setor
industrial foi mais afetado. Com a economia mundial em total recessão, era certo que isso seria mais sentido pelas empresas que
dependiam das exportações.

Comparação com crises anteriores

Ao contrário do que ocorreu em crises anteriores, o Brasil está mais preparado para enfrentar os problemas oriundos do exterior. Vale
lembrar situações vividas em 1995, no México, ou em 1997, com os “Tigres Asiáticos” e também com a desvalorização cambial em
1999. Nesses períodos, as reservas brasileiras não eram superiores a US$ 50 bilhões, sendo utilizadas para sustentar a taxa cambial
fixa. A dívida pública era superior a 60% do PIB, tínhamos saldo comercial deficitário e o risco país registrava mais de 2.000 pontos.

Hoje o Brasil tem câmbio flutuante, reservas superiores a US$ 200 bilhões, a dívida pública brasileira representa 40% do PIB e está em
queda. Hoje o país é superavitário na Balança Comercial e o risco país está entre 250 e 300 pontos. Essas diferenças explicam por que
uma crise mundial de proporções tão grandes afetou menos o país do que em outros momentos.€

Derivativos

As empresas que apostaram exageradamente em ativos financeiros chamados derivativos tiveram prejuízos em suas atividades, caso da
Sadia e Aracruz, no Brasil. A crise chegou ao País pelo canal financeiro e não pelo lado real da economia.

Exportação X Mercado interno

Diante da queda na demanda internacional, a indústria exportadora do Brasil foi a que mais sentiu os efeitos da crise. O Governo
brasileiro atenuou o quadro ao apostar, acertadamente, no mercado interno, considerando o fato de que não conseguiria resolver os
fatores externos. Reduziu os juros e principalmente aumentou os gastos públicos. Também concedeu incentivos fiscais para o setor de
automóveis, linha branca e materiais de construção. Os efeitos dessas medidas são positivos, sendo sentidos principalmente por causa
da manutenção do nível de emprego.€€

Fusão

Enquanto os bancos no mundo quebravam, no Brasil, dois grandes bancos, Itaú e Unibanco, anunciavam sua fusão, no dia 3 de
novembro.

GM

A maior indústria automobilística foi à lona no dia primeiro de junho. Foi a terceira maior quebra dos EUA, depois da Enron e
WorldCom.

Hipotecas

O excesso de hipotecas no mercado imobiliário foi a gota d´água numa crise que estava em gestação há alguns anos pela
insustentabilidade dos ativos financeiros.€

Intervenção do governo

A crise tirou de cena a idéia de que o mercado se autorregula. Nunca o governo norte-americano trabalhou tanto em socorros a
empresas para preservar suas instituições financeiras.€

Juros
O Banco Central reduziu a taxa básica de juros para garantir melhores condições de produção e consumo.€

Lehman Brothers

A quebra do banco Lehman Brothers no dia 15 de setembro foi o marco de uma crise sistêmica no sistema financeiro que afetou
principalmente os países ricos.€

Marola?

Outro termo que ficou conhecido este ano foi a “marola”, citada pelo presidente Lula. “Lá (no exterior), a crise é um tsunami. Aqui,
se chegar, vai ser uma marolinha, que não dá nem para esquiar”.

Neoliberalismo

A ideia de um Estado alheio ao mercado, que se autorregularia, ficou na berlinda. Os princípios do neoliberalismo passaram a ser
questionados.

Obama

A eleição do primeiro presidente negro da história dos EUA, Barack Obama, trouxe a esperança de resgatar a auto-estima do norte-
americanos na pior crise vivida por eles desde a década de 30.€

Pirâmide de Madoff

Nesse ambiente Panglossiano, onde nada poderia dar errado, esquemas tão antigos como as pirâmides de investidores (criado por
Bernie Madoff) arrebataram desde cineastas até mesmo a fundos operados por instituições e gestores bastante experientes.€

Queda vertiginosa das bolsas

Não houve um só mercado acionário no mundo que não tenha sucumbido na crise, após anos de ganhos exagerados e sem correlação
com a realidade.€

Retomada

Os números de produção industrial, sejam os nacionais como também os norte-americanos, dão sinais de sutil reação. Em
contrapartida, o nível de alavancagem financeira do período pré-crise não deve ser retomado por muitos anos. Foi justamente esse
desenvolvimento excessivo que permitiu o crescimento de consumo e de produção exagerado tornando-se insustentável a longo prazo.

Subprimes

Os créditos subprimes englobam empréstimos feitos aos clientes abaixo do preferencial - créditos hipotecários, cartões de crédito e
também aluguel de carros, sendo concedidos a clientes sem comprovação de renda, com histórico ruim de crédito ou até mesmo sem
nenhum registro.€€ O mercado norte-americano vinha no ritmo da “exuberância irracional” – termo cunhado pelo ex-presidente do
Banco Central, Alan Greenspan – desde a década de 90, com baixo critério para oferta de crédito. A exuberância começou nas bolsas,
nos anos 90, acentuou-se com as pontocom no ano 2000, e tomou todo o sistema financeiro até 2008.€€

Termos de Troca

O preço das commodities despencaram fazendo com que empresas extremamente lucrativas como a Vale tivessem que rever sua
estratégia ao menos no curto e médio prazo.€

Os economistas se revezaram nas opiniões de como seria a retomada da economia. Alguns apostaram na curva em “U”, de que depois
de uma queda e estagnação, haveria a retomada. Outros apostaram na retomada em “V” e outros ainda, na retomada em “W”.

Varejo

No caso do varejo, as políticas anticíclicas adotadas pelo governo brasileiro têm funcionado. Segundo dados da Fecomercio, de maneira
geral, o setor apresentou um quadro com leve crescimento no primeiro semestre de 2009.€

É o tempo que o mundo levará para se recuperar da ressaca que essa crise certamente deixará, principalmente no sistema de crédito
global.€

Zelar pelo sistema financeiro

O nível de perdas financeiras foi tão grande que obrigou os bancos centrais a saírem de suas posições mais conservadoras e a adotarem
medidas de salvamento de bancos para que o sistema financeiro permanecesse minimamente sólido.

Perspectivas segundo o Fecomercio:

Ainda é difícil apontar quando a economia mundial conseguirá voltar a crescer aos níveis pré-crise. Aparentemente o pior já ficou para
trás e essa tendência de retomada do avanço surge ainda timidamente.

Fonte: Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e
serviços
HSM Online
14/09/2009

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