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2014
© UniSEB © Editora Universidade Estácio de Sá
Todos os direitos desta edição reservados à UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá.
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou
qualquer outro, sem a permissão expressa do UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá. A violação dos direitos autorais é
punível como crime (Código Penal art. 184 e §§; Lei 6.895/80), com busca, apreensão e indenizações diversas (Lei 9.610/98 – Lei
dos Direitos Autorais – arts. 122, 123, 124 e 126).
Fundamentos da Economia
Capítulo 1: A Ciência Econômica e seus
Principais Conceitos........................................ 7
vados?
– por que viajar para o exterior pode ficar mais barato do que
Ap
Você se lembra?
Você se lembra da última escolha que fez? Lembra-se da renúncia que
essa escolha implicou? Ao tomar uma decisão, você sempre renuncia algo
e assim também acontece na economia. Ao optar por comprar determina-
do produto, você deixa de poupar e de consumir outros tipos de produ-
tos. Isso acontece todos os dias em nossas vidas.
Fundamentos da Economia
co. Eles são os responsáveis pela atividade econômica e supõe-se que são
coerentes quando tomam decisões. A empresa é a unidade de produção
básica. Contrata trabalho e compra fatores de produção com a finalidade
de produzir e vender bens e serviços. Nas sociedades modernas, somen-
10
A Ciência Econômica e seus Principais Conceitos – Unidade 1
11
Fundamentos da Economia
A B C D E F
Manteiga 0 3 6 8 9 10
Canhões 15 14 12 10 7 0
Tabela 1.1 – Alternativas de produção
Manteiga
(mil ton)
10 Z
E
8 D
6 C
4
W
2 B
14
A Ciência Econômica e seus Principais Conceitos – Unidade 1
A B C D E F
Manteiga 0 3 6 8 9 10
Canhões 15 14 12 10 7 0
10
pelas empresas.
Observamos que os agentes econômicos interagem em dois mo-
mentos: no mercado de bens e serviços, em que as empresas vendem e as
famílias compram bens e serviços, e no mercado de fatores de produção,
16
A Ciência Econômica e seus Principais Conceitos – Unidade 1
17
Fundamentos da Economia
Empresas Famílias
Produzem e vendem Compram e consomem
bens, serviços bens e serviços
Contratam e São proprietárias
utilizam fatores de fatores de
de produção produção e os vendem
18
A Ciência Econômica e seus Principais Conceitos – Unidade 1
Q = F (K, L)
20
A Ciência Econômica e seus Principais Conceitos – Unidade 1
23
Fundamentos da Economia
24
A Ciência Econômica e seus Principais Conceitos – Unidade 1
28
A Ciência Econômica e seus Principais Conceitos – Unidade 1
29
Fundamentos da Economia
Atividades
30
A Ciência Econômica e seus Principais Conceitos – Unidade 1
08. Quem foi o mais destacado dos economistas clássicos? Quais suas
principais ideias?
Reflexão
Este capítulo introdutório nos mostrou alguns conceitos econômicos
importantes tais como a escassez que a economia enfrenta e que as socie-
EAD-14-Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
dades devem administrar, tendo que decidir o que e quanto, como e para
quem produzir. A necessidade de escolha e as respectivas renúncias que
fazemos foram ilustradas a partir da Curva ou Fronteira de possibilidades
de produção (CPP).
Os fatores de produção tais como o capital, a terra, o trabalho e a
matéria prima são os recursos disponíveis que podem ser transformados
em bens e serviços finais de acordo com a necessidade da economia.
O diagrama do fluxo circular da renda mostrou que existem dois
agentes econômicos interagindo na economia. De um lado temos as fa-
31
Fundamentos da Economia
Leituras recomendadas
Os alunos que desejarem ler textos complementares a esse assunto inicial
devem recorrer ao capítulo 1 do livro Introdução à economia, de Gremaud
et al (2007), da editora Atlas. Lá o aluno encontrará nas páginas 7 e 8 o
box “Deu na imprensa 1.1” e, na página 9, o box “Deu na imprensa 1.2”.
Quem deseja aprofundar seus conhecimentos em custo de oportunidade
e vantagens comparativas deve procurar o capítulo 3 (parte 1) do livro
Introdução à economia, de Mankiw, N. G. (2001), que trata da interdepen-
dência e dos ganhos de comércio.
Referências bibliográficas
FEIJÓ, R. História do pensamento econômico. São Paulo: Atlas,
2001.
32
A Ciência Econômica e seus Principais Conceitos – Unidade 1
No próximo capítulo
Países como o Brasil e os EUA têm o consumo como o elemento
de maior participação na formação do PIB, ou seja, é o elemento que
atualmente mais contribui para o crescimento econômico. Dessa forma,
é imprescindível entender como os indivíduos tomam suas decisões de
compra, utilizando a renda disponível e como acontecem as interações
entre demandantes e ofertantes no mercado.
O consumidor procura distribuir seu orçamento entre os diversos
EAD-14-Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
34
Fundamentos Básicos
da Microeconomia
Neste capítulo, serão apresentados im-
Você se lembra?
Quando ocorreu o último aumento no preço do álcool combustível?
Por que ocorrem oscilações de preço?
Fundamentos da Economia
36
Fundamentos Básicos da Microeconomia – Capítulo 2
1,8
1,6
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4 5 6
Q
Proibida a reprodução – © UniSEB
As preferências dos
indivíduos influenciam a
demanda por um bem
39
Fundamentos da Economia
Sendo:
Qdx = quantidade demandada do bem x
f = função ou depende
Px = preço do bem x
R = renda
Ps = preço dos bens substitutos
Pc = preço dos bens complementares
2
P (R$)
1,8
1,6
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4 5 6
Q
2 Neste caso, estamos assumindo uma hipótese bastante comum em economia, a hipótese de coeteris paribus
que significa “tudo o mais constante”, ou seja, estamos alterando apenas uma variável, no caso, o preço do
próprio bem, para verificar o impacto desta mudança sobre o consumo. As demais variáveis: renda, preço dos
bens substitutos, complementares etc, não se alteram. Isso é feito porque caso alterássemos todas as variáveis
ao mesmo tempo, seria difícil identificar qual delas está impactando sobre o consumo.
40
Fundamentos Básicos da Microeconomia – Capítulo 2
1,8
1,6
1,4
1,2
1
D inicial D final
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Q
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
41
Fundamentos da Economia
Neste caso, dizemos que existe uma relação direta entre preço e quantida-
de ofertada, conforme podemos verificar analisando a tabela.
42
Fundamentos Básicos da Microeconomia – Capítulo 2
2
P (R$)
1,8
1,6
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4 5 6
Q
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Fundamentos da Economia
P (R$)
1,8
1,6
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4 5 6
Q
Sendo:
Qox = quantidade ofertada do bem x
Px = preço do bem x
Ps = preço dos bens substitutos na produção
Pi = preço dos insumos
T = tecnologia
Cr = condições de crédito
Cl = condições climáticas
1,6
1,4
1,2
1
O inicial O final
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Q
0 1 2 3 4 5 6 7 8
EAD-14-Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
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Fundamentos Básicos da Microeconomia – Capítulo 2
1,6
1,4
1,2
1
D
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4 5 6
Q
É possível verificar que, para qualquer outro preço que não R$ 1,40,
ocorrerão desequilíbrios. Por exemplo, se o cafezinho estiver custando R$
1,00, os consumidores estarão dispostos a consumir 5 unidades; porém,
os produtores estarão dispostos a produzir apenas 1 unidade, ocorrendo,
então, escassez de café. Por outro lado, se o café estiver custando R$ 1,60,
os consumidores estarão dispostos a consumir 2 unidades, enquanto que
os produtores estarão dispostos a oferecer 4 unidades. Tem-se, neste caso,
um excesso de oferta do produto.
Então, no caso em que há excesso de demanda ou excesso de oferta,
o fato é que os preços tendem a se ajustar para manter o equilíbrio. No pri-
meiro caso (excesso de demanda), tende a haver um aumento no preço do
bem, assim, as pessoas passam a consumir menos enquanto que os produ-
tores passam a produzir mais, eliminando a escassez do produto. No caso
onde há excesso de oferta, há uma tendência à queda no preço do bem, o
que faz com que os consumidores passem a consumir
mais e os produtores, a produzir menos.
EAD-14-Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
quilo era inferior a R$ 5,00, passou a custar cerca de R$ 8,00. Como é que
ocorrem esses aumentos ou reduções de preços? Ou perguntando de outra
forma, quais são os fatores que causam alterações no preço de equilíbrio
como ocorreu no exemplo do feijão?
Vamos voltar ao mercado de cafezinho para responder a essa ques-
tão. Imagine que o preço inicial de equilíbrio era de R$ 1,40. Suponha que
as condições climáticas em um determinado período tenham favorecido as
plantações de café; ocorreu, então, um aumento na oferta deste bem, o que
pode ser graficamente representado por um deslocamento desta curva para
a direita. Verifica-se que com uma oferta maior, mantendo-se o mesmo
nível de demanda, tem-se uma redução no preço de equilíbrio, que passa a
ser R$ 1,20 (figura 10).
2
P (R$)
O inicial
1,8
O final
1,6
1,4
1,2
1 D
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Q
48
Fundamentos Básicos da Microeconomia – Capítulo 2
Atividades
01. No que consiste a ciência econômica? Comente sobre a divisão da
economia em microeconomia e macroeconomia.
na demanda?
49
Fundamentos da Economia
Reflexão
O surgimento e a evolução da ciência econômica estão associados à
necessidade que as sociedades têm de realizar escolhas. Estas , por sua vez,
estão relacionadas à escassez de recursos com a qual os agentes se deparam,
podendo ser eles consumidores individuais, famílias, empresas ou países.
Um empresário, por exemplo, tem sempre que optar pela produção
Proibida a reprodução – © UniSEB
Leituras recomendadas
PYNDICK, Robert S., RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 5.
ed. Tradução Eleutério Prado. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
Referências
GREMAUD, Amaury Patrick et al. Organizadores Diva Benevides Pi-
nho, Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos. Manual de economia.
5. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
SOUZA, Nali Jesus de. Curso de Economia. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2003.
No próximo capítulo
Neste capítulo, procuramos apresentar o funcionamento básico
do mercado para que o aluno possa entender o mecanismo de formação
de preços. Neste contexto, a análise da demanda e da oferta, que repre-
sentam, respectivamente, consumidores e produtores, é de fundamental
importância. No entanto, a teoria de formação de preços somente ficará
completa quando os alunos entenderam a organização do mercado: quan-
tos são os consumidores de um bem ou serviço, quantos são os ofertantes,
como esses agentes interagem e se eles têm capacidade para determinar
preço. Essas e outras questões serão abordadas na próxima unidade, quan-
do falaremos de estruturas de mercado.
Proibida a reprodução – © UniSEB
52
Análise das Estruturas de
Mercado
3 Neste capítulo, serão apresentadas as di-
ferentes formas de organização do mercado e
lo
como essas diferentes estruturas interferem na de-
terminação do preço de um bem. Também será abor-
ít u
Você se lembra?
Você já ouviu falar em cartel? Qual é a relação que existe entre cartel e
primeiro e segundo choques do petróleo? Como eles afetaram a econo-
mia mundial?
Fundamentos da Economia
P O
Preço de mercado
opera em concorrência perfeita consiga obter lucros extras por algum pe-
ríodo. Como o mercado é transparente, empresas de outros segmentos têm
condições de detectar o setor que está oferecendo lucros maiores e, então,
migram para este setor, visto que não há barreiras à entrada de novas fir-
mas. Com a migração destas empresas, o setor que, inicialmente, oferecia
lucros maiores passa a ter uma oferta maior do seu produto, o que faz com
55
Fundamentos da Economia
que preço do bem ou serviço ofertado sofra redução, assim como o lucro
do segmento como um todo. Neste momento, cessa a migração de empre-
sas para este setor.
3.1.2 Monopólio
Quando falamos de concorrência perfeita, estamos abordando um
tipo de estrutura de mercado situada no extremo da concorrência. Passan-
do para o outro extremo, encontraremos o chamado monopólio, um tipo
de estrutura de mercado onde não existe concorrência. Ainda que pareça
um caso pouco provável, os monopólios não são tão incomuns na práti-
ca: na cidade onde vivemos, por exemplo, não é possível escolher quem
será o fornecedor de água ou energia elétrica para a nossa residência; isso
ocorre porque há apenas um único produtor de cada um destes bens ou
serviços. É um exemplo típico de monopólio. Outro exemplo de monopó-
lio é o caso da Petrobras, que possui exclusividade na exploração e extra-
ção de petróleo no Brasil.
58
Análise das Estruturas de Mercado
mercado – Capítulo
Unidade 32
3.1.4 Oligopólios
Os oligopólios, assim como os casos de concorrência monopolís-
tica, constituem exemplos comuns de estruturas de mercado e, também,
situam-se entre os extremos de total e nenhuma concorrência. Podem ser
caracterizados da seguinte forma:
––pequeno número de empresa em um determinado setor ou
um grande número de empresas; porém, poucas dominam o
mercado;
––produtos idênticos ou diferenciados: existem casos de oli-
gopólios em que os bens são idênticos, assim como algumas
empresas fornecedoras de matérias-primas minerais; porém,
existem também casos de oligopólios em que os produtos
são diferenciados, como é o caso do setor automobilístico no
Brasil;
––existência de barreiras à entrada de novas firmas: esta hipó-
tese permite que as empresas oligopolistas alcancem, assim
como no oligopólio, lucros extraordinários.
No Brasil, existe uma predominância deste tipo de estrutura de
mercado: bebidas, indústria automobilística, química, farmacêutica, trans-
porte aéreo, entre outros, são bons exemplos de oligopólios. No caso de
transporte aéreo, as rotas nacionais são, em sua grande maioria, realizadas
Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
59
Fundamentos da Economia
2 União de firmas oligopolistas com o objetivo de firmar um acordo comercial para fixação de
preços ou divisão de mercado.
60
Análise das Estruturas de Mercado
mercado – Capítulo
Unidade 32
3.1.6 O Cade
No Brasil, O Cade (Conselho Adminis-
Conexão:
trativo de Defesa Econômica), criado nos No Brasil, O Cade é um dos
Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
anos 1960, tem como função prevenir, re- órgãos responsáveis pela defesa
preender e educar, buscando evitar abusos da concorrência. No seu site (cade.
gov.br), existe um local para a realização
econômicos decorrentes da concentração de denúncias de comportamento que vão
de mercado. Sua atuação se inicia após contra a concorrência.
3.2 Elasticidade
3.2.1 Elasticidade-preço da demanda
O conceito de elasticidade é bastante utilizado na ciência econômica
e, definido de uma maneira geral, mensura a sensibilidade de uma variável
perante a mudança em outra variável, sempre em termos percentuais. Por
exemplo, suponha que você seja um administrador e, muito atento aos
noticiários de economia, consegue prever que, no próximo ano, a renda
na região onde sua empresa vende os seus produtos sofrerá um aumento
de 10%. Como este aumento na renda vai influenciar no consumo do bem
vendido por este empresário? Haverá um aumento? Se sim, de quanto
será este aumento? É possível, ainda, que um aumento na renda reduza o
consumo de algum bem? Um outro exemplo pode ajudá-lo a compreender
a importância do conceito de elasticidade: suponha que você produza um
biscoito da marca “X” e tem um concorrente, o biscoito da marca “Y”.
Caso a empresa concorrente reduza o preço do biscoito “Y” em 15%, qual
será o impacto no consumo do biscoito “X”? Essas e outras questões po-
dem ser abordadas a partir do conceito de elasticidade.
Embora existam vários conceitos de elasticidade3 , nesta unidade
será abordado o conceito de elasticidade-preço da demanda (Epd), defi-
nido como sendo a variação percentual na quantidade demandada de um
bem em função da variação, também em percentual, no seu preço.
Proibida a reprodução – © UniSEB
3 O 1º exemplo citado acima é conhecido como elasticidade-renda da demanda, que mede a variação percentual
com consumo de um bem em função da variação, também percentual, na renda do consumidor. O 2º exemplo
é conhecido como elasticidade-preço cruzada da demanda, a qual mede a variação (%) na quantidade
demandada de um bem em função de uma variação (%) no preço de outro bem, que pode ser substituto ou
complementar.
62
Análise das Estruturas de Mercado
mercado – Capítulo
Unidade 32
epd
q1 − q0 / q0
p1 − p0 / p0
Rearranjando:
∆q
q0
epd =
∆p
p0
E, finalmente4 :
p0 ∆ q
epd = ×
q0 ∆ p
10 90 − 100
Epd ·
100 12 − 10
Epd = − 0, 5
4 Existem outros métodos para se calcular a elasticidade-preço da demanda, como o método do ponto médio e
o método da derivada. Porém, para uma apresentação inicial deste conceito, esta forma de cálculo é suficiente.
63
Fundamentos da Economia
64
Análise das Estruturas de Mercado – Capítulo 3
65
Fundamentos da Economia
RT = P X Q
Tabela 3.3
10% causa, sim, uma redução no consumo, porém, inferior a 10%, elevan-
do a receita total.
Conclui-se, então, que, para um monopolista, o seu poder de de-
terminar preço está inversamente relacionado à elasticidade-preço da
66
Análise das Estruturas de Mercado – Capítulo 3
demanda do bem que vende, de forma que, quanto mais elástica for a de-
manda, menor será a margem que terá para determinar preço.
Atividades
01. O que são estruturas de mercado?
67
Fundamentos da Economia
Reflexão
O estudo das estruturas de mercado nos permite identificar uma
série de características presentes nos mais diversos setores da economia:
o número de participantes, o tipo de produto que está sendo oferecido, a
existência ou não de barreiras à entrada de empresas em um determinado
segmento, a transparência nas informações etc. De posse destas informa-
ções, aumentam a compreensão sobre a quantidade produzida de um bem
em um determinado setor e, consequentemente, o preço a ser cobrado.
Sobre a capacidade de precificação, verificamos que, com exceção da con-
corrência perfeita, as demais estruturas de mercado permitem, em maior
ou menor grau, que o ofertante determine preço. No entanto, essa capa-
cidade de determinação de preço está diretamente relacionada ao campo
extrapreço, que inclui propagandas, serviços de entrega especiais, facili-
dade nas condições de pagamento, manutenção etc. Além disso, a elasti-
cidade-preço da demandaé de fundamental importância na determinação
da margem de formação de preços, pois, mesmo para o monopolista, este
pode ter sua receita reduzida caso eleve o preço do bem cuja demanda é
elástica. Mais uma vez, surge a necessidade de diferenciação do produto a
fim de se reduzir a elasticidade-preço da demanda.
Leituras recomendadas
PYNDICK, Robert S., RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 5.
ed. Tradução Eleutério Prado. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
Referências
CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA
(Cade). Disponível em http://www.cade.gov.br/.
68
Análise das Estruturas de Mercado – Capítulo 3
SOUZA, Nali Jesus de. Curso de economia. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2003.
No próximo capítulo
Até agora, os assuntos abordados se concentraram no universo
microeconômico: o surgimento e evolução da economia, sua divisão nas
esferas micro e macroeconômicas, oferta, demanda, formação de preços
e estruturas de mercado. A partir da próxima unidade, o aluno passará a
analisar o universo econômico sob a ótica do agregado, iniciando o seu
estudo pela compreensão dos objetivos e instrumentos macroeconômicos.
Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
69
Fundamentos da Economia
Minhas anotações:
Proibida a reprodução – © UniSEB
70
Os Objetivos da
Política Macroeconômica
e o Papel do Estado na
Economia.
4 Neste capítulo, o aluno vai conhecer o desem-
lo
penho uma série de variáveis macroeconômicas
representativas da economia brasileira, como taxa de
ít u
Você se lembra
Do anúncio de confisco de ativos dos depósitos à vista ou em caderneta
de poupança durante o Plano Collor, em 1990? Essa foi uma medida de
política econômica cujo objetivo era o de reduzir a inflação no período.
Fundamentos da Economia
Introdução
A todo momento, depararmo-nos com questões econômicas e, por
elas serem tão comuns, acabamos deixando de pensar na sua complexida-
de. Por exemplo, se vamos ao supermercado e constatamos que um produ-
to teve seu preço aumentado, sabemos intuitivamente que o nosso poder
de compra foi reduzido. Se vamos comprar uma geladeira nova e a taxa de
juros que o vendedor informa está alta, não a compramos; esperamos que
essa taxa seja reduzida. Se vamos procurar por um emprego e notamos
que está difícil ingressar no mercado de trabalho, logo percebemos que
a economia do país (ou da região) está em crise. Como esses exemplos,
podemos encontrar muitos outros que na verdade fazem parte de uma área
específica da economia que se chama macroeconomia.
72
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
Tabela 4.1 – Taxas de desemprego em países da OCDE por períodos selecionados Dixon
(1998), Mattoso (1995), UNDP, HDR (2005) apud Feijó 2008
Pelos dados da tabela, podemos perceber que os números represen-
tativos do desemprego aumentaram em todos os países selecionados à me-
dida que avançamos no tempo. No Brasil, a despeito dos números mais re-
centes se mostrarem menores (figura 12), ainda assim, podemos verificar
que a taxa de desemprego é elevada. Em algumas regiões, e, dependendo
do período considerado, chega a superar a marca dos 20%, como ocorreu
na região metropolitana de São Paulo, em abril de 2004, quando a taxa
alcançou 20,70% (SEADE/PED apud IPEA).
Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
1 O 1º e 2º choques do petróleo ocorreram nos anos 70 em virtude de aumento no preço mundial do petróleo,
aumento este decorrente de combinação de preços entre os países produtores da OPEP, que formam um cartel.
73
Fundamentos da Economia
10,00 9,72
9,50 9,22
8,92
9,00
8,50
8,00
2003 2004 2005 2006 2007
Crescimento econômico
Quando falamos de crescimento econômico, estamos nos referindo
ao crescimento do PIB, ou seja, ao crescimento da produção física de bens
e serviços. E, conforme já mencionado na unidade anterior, a despeito da
sua ineficiência em fornecer uma análise qualitativa da economia, esta
variável permite uma aferição da capacidade de geração de renda. Desta
forma, durante todo o desenvolvimento da ciência econômica, os teóricos
Proibida a reprodução – © UniSEB
2 Taxa de desemprego (%) – Percentual das pessoas que procuraram, mas não encontraram ocupação
profissional remunerada entre todas aquelas consideradas “ativas” no mercado de trabalho, grupo que inclui
todas as pessoas com 10 anos ou mais de idade que estavam procurando ocupação ou trabalhando na semana
de referência da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Elaboração: Disoc/Ipea.
74
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
buscaram identificar os fatores que fazem com que uma sociedade apre-
sente expansão da sua produção.
A acumulação de capital, o progresso tecnológico e o próprio cres-
cimento da população foram identificados, ao longo dos séculos, como
determinantes desta expansão. A expansão de capital corresponde ao au-
mento de máquinas, equipamentos, investimento em recursos humanos,
construção de infraestutura etc. que permitem que o aumento do produto.
A inovação tecnológica, por sua vez, permite que se extraia uma quantida-
de maior de produto de uma mesma dotação de recursos, ou seja, permite
que se obtenha o aumento do produto sem a necessidade de se ter maior
disponibilidade de fatores de produção. Já o crescimento da população
está relacionado ao crescimento econômico visto que implica aumento da
oferta de mão de obra e, também, de mercado consumidor.
Os números abaixo mostram dados sobre a economia brasileira
(figura 13). Nota-se que mesmo em anos em que o PIB apresenta taxas
positivas de crescimento, em termos per capita, ocorreram quedas, como
pode ser verificado nos anos de 2001 e 2003. Isso significa que, nestes
períodos, o aumento da população foi superior ao aumento da produção,
o que mostra que o conceito de PIB per capita parece ser, também, mais
apropriado quando se fala de crescimento; não basta apenas haver cresci-
mento da produção, mas esta deve superar o aumento populacional para
fazer frente às necessidades da sociedade.
5,7 5,7
6,0
5,1
5,0 4,3 4,3 4,5
4,0 4,0
4,0
3,2
2,8 2,7 2,7
3,0
1,9
2,0 1,3 1,2 1,1
Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
1,0
0,0
–0,2 –0,2
–1,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Figura 13 – Taxa de crescimento real do PIB e PIB per capita no Brasil (%)
Fonte: IBGE
75
Fundamentos da Economia
Estabilidade de preços
Países com históricos de episódios inflacionários mais graves são,
geralmente, os que mais atribuem valor a este objetivo de política eco-
nômica. Os alemães, por exemplo, que durante a década de 20 passa-
ram por um aumento de preços sem precedentes na história econômica,
mostram-se extremamente conservadores quando o assunto é estabilidade
de preços3. Neste sentido, o Brasil também não deixa a desejar: chegou a
ter uma taxa anual de inflação de 2.490%, em 1993 e, desde 1994, quan-
do conseguiu romper com a hiperinflação após a adoção do Plano Real,
tornou-se bastante persistente na busca pela disciplina dos preços.
Você deve estar se perguntando quais são os problemas que a infla-
ção elevada pode causar; apesar de este assunto ser abordado na próxima
unidade, podemos adiantar que a inflação acarreta uma série de distorções
que, geralmente, comprometem o bom desempenho da economia de um
país. Devemos destacar que não defendemos aqui a existência de uma “in-
flação zero”, até porque uma certa taxa de inflação pode estar associada a
um desempenho econômico saudável.
Atualmente, podemos observar que o país possui um nível inflacio-
nário bastante aceitável e comparável ao de economias bastante estáveis e
desenvolvidas (figura 14). No ano de 2008, por exemplo, o país teve uma
taxa anual de inflação igual a 5,9%.
Inflação em países selecionados (%) - 2008
19,5
20
15
15
10 7,3 7,2
5,9
4,2 3
5 2,5 2,4 2,2 1,6
Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
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77
Fundamentos da Economia
5 O índice ou coeficiente de Gini mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a
renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos
tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da
sociedade, e a renda de todos os outros indivíduos é nula) (IPEA).
78
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
Podemos verificar que, nos últimos anos, o índice de Gini para a eco-
nomia brasileira vem sofrendo redução a cada período, o que mostra uma
melhora no quadro de distribuição de renda (figura 15). No entanto, uma
comparação internacional vai colocar o Brasil em um triste quadro: em 2007,
o Brasil era o 11o colocado em termos de pior distribuição de renda, perdendo
apenas para Namíbia, Lesoto, Serra Leoa, República Centro-africana, Botsua-
na, Bolívia, Haiti, Colômbia, Paraguai e África do Sul (tabela 4.3).
79
Fundamentos da Economia
Política fiscal
A atuação do governo via política fiscal costuma ser uma das formas
mais facilmente percebidas de política econômica: quando pagamos impostos
ou, ainda, quando falamos sobre os gastos do governo com a construção de
uma praça, quando discutimos a magnitude da folha de pagamento ou fala-
mos sobre a lei de responsabilidade fiscal, estamos nos referindo a esse tipo
de política. Podemos, então, definir a política fiscal como o conjunto de me-
didas que envolvem a arrecadação de impostos e os gastos públicos. Seu uso
deve objetivar a promoção do bem-estar da população através de gastos em
áreas de interesse social e do financiamento desses gastos assentado em um
sistema de arrecadação tributária eficiente.
A política fiscal pode ser expansionista ou restritiva. A política fiscal é
expansionista quando visa expandir o nível de atividade econômica e, conse-
quentemente, o nível de emprego. Exemplos recentes podem ser utilizados
para ilustrar esse caso: o governo brasileiro, após o surgimento da crise eco-
nômica mundial em 2008, elaborou um pacote de benefícios fiscais visando
estimular a atividade econômica. Um dos exemplos mais marcantes foi a
redução da cobrança de IPI (imposto sobre produtos industrializados) sobre
alguns tipos de automóveis novos e, também, sobre a chamada “linha branca”
de eletrodomésticos, que inclui, dentre outros, a produção de geladeiras.
18,5
20
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81
Fundamentos da Economia
Política monetária
A política monetária refere-se ao conjunto de ações do governo que
visa controlar a quantidade de moeda e de títulos7 em circulação e a taxa
de juros. Em outras palavras, diz-se que política monetária corresponde à
atuação das autoridades monetárias para regular a liquidez8 do sistema. A
primeira questão a ser esclarecida diz respeito ao porquê da necessidade
da autoridade monetária de atuar sobre variáveis, como quantidade de
moeda e taxa de juros: imagine que você está disposto a trocar a sua ge-
ladeira. A taxa de juros cobrada no financiamento será decisiva para que
você opte por fazer a aquisição do bem ou não. Supondo que você faça
a aquisição, estará contribuindo para uma redução dos estoques das em-
presas, o que sinaliza uma necessidade de aumento da produção, e você
poderá estar, inclusive, contribuindo para o aumento do nível de emprego
da economia. Por outro lado, caso os juros estivessem elevados, você po-
deria optar por não trocar o seu eletrodoméstico, e o nível de atividade e
de emprego desta economia poderia ser menor.
Esse é apenas um dos exemplos de como uma variável controlada
via política monetária, a taxa de juros, pode influenciar no nível de ativi-
dade, de emprego e, também, no nível de inflação de uma economia, já
6 Propensão marginal a consumir: parcela da renda que as pessoas estão dispostas a gastar com
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bens de consumo.
7 Um título corresponde a um documento que garante a propriedade de um bem ou valor. Pode ser uma
duplicata, uma nota promissória, títulos de dívida pública etc. Em se tratando de política monetária, estamos
nos referindo aos títulos públicos, que são papéis colocados no mercado pelo governo quando da necessidade
de financiamento.
8 Liquidez: disponibilidade de moeda corrente ou meios de pagamento facilmente conversíveis
em moeda
82
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
84
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
1999 8 6 – 10 8,94
2000 6 4–8 5,97
2001 4 2–6 7,67
2002 3,5 1,5 – 5,5 12,53
3,25 1,25 – 5,25 9,30
2003
4 1,5 – 6,5
3,75 1,25 – 6,5 7,60
2004
5,5 3–8
2005 4,5 2–7 5,69
2006 4,5 2,5 – 6,5 3,14
2007 4,5 2,5 – 6,5 4,46
2008 4,5 2,5 – 6,5 5,90
2009 4,5 2,5 – 6,5 4,31
2010 4,5 2,5 – 6,5
2011 4,5 2,5 – 6,5
mar/09 11,25
abr/09 10,25
jun/09 9,25
jul/09 8,75
85
Fundamentos da Economia
4.2 Inflação
Quando falamos em inflação, nós, brasileiros, de alguma forma,
sentimo-nos familiarizados com este fenômeno. Apesar de convivermos
com a estabilidade de preços desde 1994, a partir da implementação do
Plano Real, a hiperinflação verificada no Brasil nas décadas de 1980 e
1990 deixou-nos uma memória inflacionária bastante presente. No entan-
to, ainda que este fenômeno nos seja familiar, a interpretação dos números
referentes à inflação costuma ocorrer de forma equivocada, seja por estu-
dantes das mais diversas áreas, seja por profissionais da imprensa e, prin-
cipalmente, por donas de casa que costumam pensar que tais números não
passam de manipulações de profissionais da mídia e economistas.
Não é de se estranhar que as pessoas vejam com ressalva esses
números, e a explicação para essa desconfiança é bastante simples: um
índice de inflação mede a variação média do preço de uma “cesta”, defini-
da como um conjunto de bens e serviços. Nessa cesta, estão incluídos os
mais diversos itens pertencentes a grupos como alimentação, vestuário,
educação, habitação, saúde, dentre outros. Alguns índices chegam a in-
cluir em seu cálculo itens de construção civil e preços no atacado. Vamos
imaginar que um índice de inflação qualquer registrou uma deflação de
1%. Isso significa que, em média, o preço dos itens que compõem a cesta
caiu 1% no período considerado. Como se trata de uma média, é muito
provável que vários itens tenham tido redução nos seus preços, enquanto
Proibida a reprodução – © UniSEB
9 Peso ou ponderação: corresponde ao gasto com cada item relativamente à renda da família. Por
exemplo, caso uma família ganhe R$ 1.000,00 e tenha uma conta de energia elétrica igual a R$
100,00, então o peso da energia elétrica para esta família é 10%.
87
Fundamentos da Economia
Ano de 2009
Janeiro –0,44
Fevereiro 0,26
Março –0,74
Abril –0,15
Maio –0,07
Junho –0,1
Julho –0,43
Ano de 2009
Agosto –0,36
Setembro 0,42
Outubro 0,05
Novembro 0,1
Dezembro –0,26
88
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
Custos da inflação
Apesar de relativamente complexo, o assunto inflação acaba sendo
de interesse geral por afetar a todos, da dona de casa ao diretor executivo
de uma grande empresa multinacional. Mas como é que este fenômeno
nos afeta? Veremos, a seguir, alguns custos relacionados à ocorrência do
processo inflacionário:
––Redistribuição de riqueza e renda: a inflação opera como
um mecanismo de transferência de ri-
queza daquele agente que não
possui formas de proteção
para seus rendimentos,
ou seja, daquele que Oferta inelástica de alimentos: significa
não tem acesso ao que a produção de alimentos de uma eco-
sistema financeiro. nomia não é capaz de responder a estímulos
como um aumento de preços. Isso pode ocorrer
Normalmente, a
por vários motivos, como a falta de infraestrutura
transferência é da necessária ao aumento da produção, entre
classe de mais baixa outros.
renda para a classe de
mais alta renda, já que
os primeiros são os que
tendem a ficar marginaliza-
dos da esfera bancária e de seus re-
cursos de proteção. Além disso, a inflação também transfere
renda daqueles que aplicaram em renda fixa para aqueles que
aplicaram em renda variável.
––Distorção dos preços relativos (destruição da informação):
em cenários com inflação muito elevada, o mecanismo de
preços perde sua função como bom sinalizador das decisões
de consumo e produção, tamanha é a velocidade com a qual
os preços se alteram.
––Desestímulo ao investimento produtivo: a inflação insere in-
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90
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
91
Fundamentos da Economia
Bens públicos
Bens públicos são aqueles cujo consumo/uso é indivisível, ou seja,
os bens são não rivais. Podemos dizer que o consumo por parte de um
indivíduo ou de um grupo não prejudica o consumo do mesmo bem pelos
92
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
Monopólios naturais
Estudamos em microeconomia que a formação dos monopólios e
oligopólios são situações que prejudicam os consumidores, pois as empre-
sas conseguem estabelecer o preço do mercado. Vimos também que o go-
verno intercede nesses casos com a finalidade de proteger o consumidor.
Contudo, existem algumas situações de monopólio que são permitidas
pela sua funcionalidade e redução do custo de produção para a empresa.
Essas empresas são chamadas de monopólios naturais e têm por finalidade
oferecer ao consumidor final um produto com o preço menor do que seria
praticado caso existisse outra empresa concorrente.
Vamos imaginar o caso de uma empresa que fornece energia elétri-
ca. Como já existe todo o cabeamento pronto para a distribuição de ener-
gia, uma empresa concorrente deveria fazer outro sistema de distribuição
de energia. Os custos de produção aumentariam e teriam de ser repassa-
dos para o consumidor final. Neste caso, é melhor e mais barato para o
consumidor que uma empresa sozinha no mercado forneça o bem.
Externalidades
O Estado é chamado a intervir nos casos de externalidades que po-
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Falhas de informação
O governo é chamado a intervir na economia quando o consumidor
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94
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
Ocorrência de distorções
Como dito na introdução deste capítulo, a economia muitas vezes
não se comporta de uma maneira eficiente e essa situação pode trazer
diversas distorções para a sociedade. Dessa forma, ao longo da história
recente, a participação do Estado na economia vem crescendo pelas se-
guintes razões (Pinho e Vasconcelos, 2004):
Desemprego: os elevados níveis de desemprego, no início dos anos
1930, conduziram o governo à realização de obras de
infraestrutura que absorvessem contingentes elevados de mão
de obra;
–– Crescimento da renda per capita: o aumento da renda per capita
gera aumento da demanda por bens e serviços públicos (lazer, edu-
cação superior, medicina, entre outros);
–– Mudanças tecnológicas: a invenção do motor de combustão
significou maior demanda por rodovias e infraestrutura, que passou
a ser ofertada pelo Estado, de um lado, porque a iniciativa privada
não dispunha de capitais suficientes e, de outro, como forma de
proteger e encorajar o crescimento de diversos setores econômicos;
–– Mudanças populacionais: alterações na taxa de crescimento po-
pulacional conduzem a aumentos nos gastos do Estado, em virtude
do crescimento de suas despesas com educação, saúde e outros;
–– Efeitos da guerra: durante períodos de guerra, a participação do
Estado na economia aumenta (portanto, aumenta o gasto público).
Mas o interessante é que, quando o conflito bélico termina, o gasto
público se reduz, mas não a ponto de alcançar o nível existente an-
tes da guerra.
–– Fatores políticos e sociais: novos grupos sociais passaram a
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96
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
Os tipos de impostos
Existem dois tipos de tributação, a direta e a indireta. Os impostos
indiretos incidem sobre os indivíduos e, em função disso, estão associados
à capacidade de pagamento do contribuinte. Os impostos indiretos inci-
dem sobre as atividades ou objetos, sejam eles o consumo, a venda ou a
propriedade. Pode-se dizer que os tributos incidem sobre a renda, sobre o
patrimônio e sobre o consumo.
Imposto de renda
Este é um imposto direto que incide sobre todas as remunerações
geradas no sistema econômico, sejam eles os salários, sejam eles os lu-
cros, os juros, os dividendos e os aluguéis. Pode incidir sobre a pessoa
física ou sobre a pessoa jurídica.
O imposto de renda tem uma característica progressiva, ou seja, o
indivíduo ou a empresa pagam uma alíquota proporcional ao seu ganho e,
à medida que aumentam o salário ou o lucro, paga-se mais.
Proibida a reprodução – © UniSEB
98
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
99
Fundamentos da Economia
A função alocativa
Sabemos que o mercado por si só não é capaz de prover determi-
nados bens e serviços de modo que se torna importante a participação
do Estado. O fato de os benefícios gerados pelos bens públicos estarem
disponíveis para todos os consumidores faz com que não haja pagamentos
voluntários aos fornecedores desses bens. Assim sendo, perde-se o víncu-
lo entre produtores e consumidores, levando à necessidade de intervenção
do governo para garantir o fornecimento dos bens públicos.
Portanto, o governo deve determinar o tipo e a quantidade de bens
públicos a serem ofertados e calcular o nível se contribuição de cada con-
sumidor. Por não haver uma disponibilidade voluntária das pessoas em
pagar um valor justo pela quantidade do bem público e por haver outras
que se beneficiariam da situação sem pagar nada, há a necessidade de
tributar compulsoriamente a sociedade a fim de levantar recursos para o
provimento dos bens e serviços.
A função estabilizadora
No início deste capítulo, falamos da participação mais atuante do
governo na economia no sentido de interferir nas situações de monopólio
e oligopólio. É claro que a participação deste agente é muito mais ampla
do que essa.
Podemos dizer que a função estabilizadora está relacionada à inter-
venção do Estado na economia para alterar o comportamento dos níveis
de preços e emprego, dado que o pleno emprego e a estabilidade dos pre-
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ços não ocorrem de maneira automática. Tais intervenções são feitas por
meio de políticas fiscais, monetárias, cambiais, comerciais e de renda.
100
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
Atividades
01. Elabore um pequeno texto no qual seja possível identificar a maior ou
menor participação do Estado na economia ao longo dos séculos.
Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
101
Fundamentos da Economia
Reflexão
Os instrumentos de política econômica correspondem a ferramen-
tas que as autoridades de um país dispõem para a obtenção de objetivos
como o controle da inflação, o crescimento do PIB,a elevação do nível de
emprego, a melhor distribuição de renda, entre outros. Dentre estes instru-
mentos, a política fiscal e a política monetária se destacam pela frequência
em que são utilizadas, além da abrangência de seus resultados. Ainda que
as autoridades, ao fazerem usos dessas ferramentas, estejam objetivando
alterar variáveis macroeconômicas, inevitavelmente afetarão consumi-
dores individuais, famílias e empresas em suas decisões de consumo e
produção. Por exemplo, supondo que o governo deseje reduzir a taxa de
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inflação verificada para um determinado período, ele pode optar por ele-
var a taxa básica de juros da economia. No entanto, a partir do momento
em que eleva a taxa de juros, ele faz com que consumidores reduzam ou
deixem de realizar suas compras; quanto aos produtores, estes tendem
102
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
Leituras recomendadas
MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia. Tradução Allan Vidi-
gal Hastings. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
SOUZA, Nali Jesus de. Curso de economia. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2003.
Referências
APARECIDA FEIJÓ, Carmem (et al.). Para entender a conjuntura
econômica.Barueri: Minha Editora: Manole, 2008.
103
Fundamentos da Economia
noticia_visualiza.php?id_noticia=1330&id_pagina=1>. Acesso em
11/1/2010.
104
Os Objetivos da Política Macroeconômica e o Papel do Estado na Economia. – Capítulo 4
No próximo capítulo
Os ofertantes e demandantes interagem no mercado, comercializan-
do bens e serviços, a fim de satisfazer suas necessidades. Essas interações
evoluíram e ultrapassaram fronteiras, tornando-se o comércio internacio-
nal. Todos os dias, em nossas vidas, consumimos produtos importados,
ou que possuem algum e seus componentes importado. Isso reflete a
interdependência que marca as relações comerciais entre os países atual-
mente. No próximo capítulo, veremos os motivos que levam os países a
comercializarem uns com os outros e a ideia que envolve a formação dos
blocos econômicos.
Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
105
Fundamentos da Economia
Minhas anotações:
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106
O Desenvolvimento
Econômico e a Integração
Internacional
5 Serão apresentadas algumas das principais teo-
lo
rias de comércio internacional e como estas teorias
influenciaram a política comercial ao longo dos sécu-
ít u
Você se lembra?
Por que, atualmente, é praticamente impossível para um país viver em
autarquia, ou seja, fechado ao comércio internacional? Você sabe qual
a importância das exportações e importações para uma economia? Por
que os países se unem para formar blocos comerciais?
5.1 Comércio e desenvolvimento
5.1.1 Protecionismo e liberalismo comercial
Embora grande parte dos autores aponte o século XVIII como sendo
o mais provável para o surgimento da Economia moderna, com a publica-
ção de a Riqueza das Nações1, de Adam Smith, é durante o período mer-
cantilista que foram levantadas muitas questões relevantes no âmbito da
teoria e política econômica, como, por exemplo, a compreensão sobre a
origem da riqueza e, principalmente, sobre as formas de incrementá-la. É
importante, então, que se compreenda o conceito de riqueza vigente neste
período para, posteriormente, passar à compreensão das maneiras preco-
nizadas pelos teóricos para obtê-la, relacionando-as ao comércio entre os
países.
No que diz respeito ao conceito de riqueza, os mercantilistas estabe-
leciam uma associação direta entre a posse de metais preciosos e o enri-
quecimento de um país, já que viam na moeda um fator de produção que
deveria circular na economia2 . Além disso, a inexistência de teorias soli-
damente fundamentadas faz com que durante este período, o conceito de
riqueza esteja atrelado, principalmente, à capacidade de poder do Estado:
“O poder só podia ser exercido com o apoio de exércitos bem armados,
sustentados à custa de abundantes recursos” (CARVALHO e SILVA, p. 4,
2004). Segundo esses autores, um país que não possuísse metais preciosos
em quantidade significativa, estaria condenado a vender seus produtos
baratos outros pagando mais caro. Partindo dessa visão, procuram definir
estratégias para a obtenção de metais preciosos caso o país não os tivesse
em seu próprio território. Segundo Locke apud GONÇALVES (1998),
importante autor do período, para se obter dinheiro do estrangeiro há ape-
nas três caminhos: a força, o empréstimo ou o comércio, já que o dinheiro
não era algo que pudesse ser produzido pelo Estado, mas, sim, uma dádi-
va da natureza.
É neste ponto que devemos destacar a importância do comércio
internacional como uma ferramenta para a obtenção de riqueza: dado
que o enriquecimento de um país está, na visão mercantilista, relacio-
1 “Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações” foi publicado em 1776 e é considerado
pela maioria dos autores como o marco da ciência econômica moderna.
2 Ao contrário da visão medieval, segundo a qual os metais preciosos deveriam ser entesourados (acumulados
e guardados) para serem utilizados em momentos de especial necessidade, como uma guerra, por exemplo,
para os mercantilistas, a importância da moeda estava na sua capacidade em atender à crescente necessidade
de moeda que se configurava em decorrência do aumento da atividade comercial.
O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
109
Fundamentos da Economia
Tabela 5.1 – Número de horas necessárias à produção de cada bem em cada país
4 Segundo Adam Smith, um dos teóricos do valor trabalho, o valor de um bem está baseado no valor do trabalho
incorporado à sua produção, de forma que menos horas de trabalho resultam em um bem mais competitivo.
110
O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
David Ricardo: importante pensador inglês autor da Teoria das Vantagens Comparativas
Tabela 5.2 – Número de horas necessárias à produção de cada bem em cada país
* O custo de oportunidade do bem A em termos do bem B é calculado da seguinte forma: tempo necessário à produção de
1 unidade do bem A / tempo necessário à produção de 1 unidade do bem B. No exemplo, o custo de oportunidade da torta em
termos de bolo = 2/1 = 2.
112
O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
113
Fundamentos da Economia
115
Fundamentos da Economia
117
Fundamentos da Economia
118
O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
119
Fundamentos da Economia
6 Além do Brasil, assinaram o tratado de Montevidéu: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México,
Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
120
O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
Economia de escala: produção de bens em larga escala, com vistas a uma consi-
derável redução nos custos. Também chamadas de economias internas, as economias
de escala resultam da racionalização intensiva da atividade produtiva [...]. Representada
fisicamente por gigantescas unidades de produção, as empresas de economia de escala
possibilitam o emprego de amplo contingente de mão de obra altamente qualificada,
grande capacidade de estocagem de produção e de matérias-primas. Seu elevado grau
de especialização garante melhores processos e métodos de controle de qualidade da
produção e maior uniformidade na padronização dos produtos. Além disso, os recursos
colocados à sua disposição possibilitam maiores investimentos na pesquisa e na criação
de novos produtos, além da elaboração de eficientes campanhas publicitárias e sólidas
estratégias de marketing (SANDRONI, 1999, p. 190).
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Esta divisão foi estabelecida uma vez que se entende que o referido
grupo de países possui significativas diferenças
entre seus membros, de forma que os mais avan- Conexão:
çados devem conceder maior redução tarifária Quem quiser conhecer
mais sobre a ALADI, bem
relativamente aos menos avançados. Além
como comércio entre países-
disso, A ALADI, ao contrário da ALALC, -membros, história, políticas
também permite a realização de acordos de de comércio etc. visite<http://
www.aladi.org/>.
alcance regional. A exemplo do que ocorre
com o estabelecimento do Mercosul (Mercado
Comum do Sul).
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7 Além dos já citados países que compunham a ALALC, a ALADI incluiu também Cuba. Posteriormente, Panamá
(2012) passou a fazer parte da ALADI e, atualmente, a Nicaraguá procura cumprir as condições para se tornar
um país-mebro.
122
O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
5.2.2.2 O Mercosul
8 Posteriormente, outros países aderiram ao Mercosul, não como países-membros mas como países associados,
o que os permite integrar a área de livre comércio, porém, não são obrigados a adotarem a tarifa externa comum
(TEC) ao mesmo tempo em que não tem direito a voto. São eles: Chile, Bolívia, Peru, Venezuela e CAN
(Comunidade das Nações Andinas), que, além de Chile, Bolívia, Peru e Venezuela, já associados ao Mercosul,
é formada também por Equador e Colômbia.
123
Fundamentos da Economia
Conexão:
Leia a entrevista de Roberto Azevedo, diretor-geral da OMC, e entenda que estra-
tégias faltam para o Brasil aumentar seus parceiros comerciais.
<http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/03/broberto-azevedob-o-brasil-nao-
pode-se-confinar-america-do-sul.html>
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9 Nas discussões a respeito da TEC, o problema central residia no diferente nível de industrialização de cada
país-membro: por exemplo, para o Brasil, que tem um parque industrial mais consolidado, essa tarifa deveria
ser mais elevada frente à importação de uma máquina, a fim de proteger a indústria local; porém, países
com parques menos desenvolvidos, deveriam ter alíquotas menores. Diante das inúmeras objeções ao
estabelecimento da TEC, criou-se uma “lista de exceções”.
125
Fundamentos da Economia
126
O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
127
Fundamentos da Economia
Fim do Mercosul?
Dentro do Brasil, uma das maiores críticas ao avanço das nego-
ciações com a UE veio do ex-alto representante-geral do Mercosul, o
embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que vaticinou em artigo pu-
blicado em abril que um acordo entre a UE e o Mercosul seria o “início
do fim” do bloco do cone sul. Entre vários pontos, ele indica que como
a tarifa média de 4% para produtos industriais na UE é muito mais
baixa do que a tarifa média aplicada no Mercosul, de cerca de 12%, a
União Europeia teria, no caso de uma eliminação recíproca de 90% das
tarifas, uma vantagem muito maior do que o Brasil. “E o atual déficit
brasileiro no comércio de produtos industriais com a Europa, que já é
significativo e crônico, se agravaria ainda mais, mesmo com o período
de desgravação de quinze anos”, opinou.
Disponível em: <http://www.jb.com.br/economia/noticias/2014/05/17/
ue-e-mercosul-correm-com-acordo-para-liberar-90-do-comercio/>
Atividades
01. Explique porque os mercantilistas defendiam o protecionismo comercial.
128
O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
Reflexão
O comércio internacional sempre foi objeto de discussão entre os
teóricos sendo, quase sempre, apontado como um determinante direto ou
indireto da riqueza dos países. Por essa razão, à medida que a teoria eco-
nômica evoluía, muitos foram os autores que passaram a defender o livre
comércio, como é o caso de Adam Smith e David Ricardo. Desta forma,
a redução de barreiras aduaneiras, tarifárias ou não, passaram a ser per-
cebidas como a melhor opção por boa parte das economias, balizando a
política econômica ao longo de quase dois séculos.
Diante da impossibilidade da redução multilateral das barreiras
mencionadas, muitos autores passaram a defender o livre comércio entre
um grupo de países, via formação de blocos, de forma que este instrumen-
to passava a servir como uma segunda melhor opção. No entanto, outro
Fundamentos da Economia – Proibida a reprodução – © UniSEB
129
Fundamentos da Economia
Leituras recomendadas
Acordos do Mercosul com terceiros países. Disponível em:<http://
www.eclac.org/cgi-bin/getprod.asp?xml=/publicaciones/sinsigla/
xml/3/42513/P42513.xml&xsl=/brasil/tpl/p10f.xsl&base=/brasil/tpl/top-
bottom.xsl>
Referências bibliográficas
CARVALHO, Maria Auxiliadora de; SILVA, Cesar Roberto Leite da.
Economia internacional. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
130
O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
131
Fundamentos da Economia
Minhas anotações:
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O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
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Fundamentos da Economia
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O Desenvolvimento Econômico e a Integração Internacional – Capítulo 5
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Fundamentos da Economia
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