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Realização
Instituto PAPAI
Núcleo de Pesquisas em Gênero e Masculinidades (Gema/UFPE)
Instituto Promundo
Núcleo de Pesquisas Modos de Vida, Família e Relações de Gênero (Margens/UFSC)
Parceria
Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO)
Associação Brasileira dos Redutores e Redutoras de Danos (ABORDA)
Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFPE
Rede Brasileira de Pesquisas sobre Violência, Saúde, Gênero e Masculinidades (VISAGEM)
Rede de Homens pela Equidade de Gênero (RHEG)
Fórum LGBT de Pernambuco
Apoio
CIDA/Canadá
Fundação FORD
CNPq
Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA)
Ministério da Saúde
Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
ChildHope
WCF-Brasil
Comissão Organizadora
Benedito Medrado
Jorge Lyra
Mariana Azevedo
Suzana Libardi
Tiago Corrêa
__________________________________________________________________________________
H765 Homens, Gênero e Políticas Públicas: livro de resumos / Instituto PAPAI, Gema/UFPE,
Promundo e Margens/UFSC. Recife: Instituto PAPAI, 2008.
58p.
Bibliografia
A grade da programação inclui 5 mesas redondas e 4 grupos de trabalho (GT), cujos resumos
submetidos foram avaliados por uma comissão científica composta por especialistas da área,
entre pesquisadores e militantes na área de saúde, gênero e sexualidade. Do total de 103
propostas submetidas, foram selecionados 88 trabalhos, assim distribuídos:
Nº de trabalhos
Eixo temático
selecionados
Homens e políticas públicas em saúde 26
Paternidade e direitos reprodutivos 21
Diversidade e direitos sexuais 15
Violência de gênero e direitos humanos 26
Total 88
A partir da relatoria gerada, pretendemos produzir uma síntese das normativas e diretrizes
discutidas, de modo a produzir posteriormente um documento de advocacy a ser
disponibilizado a pesquisadores, ativistas e gestores que tem atuado na formulação,
implementação ou controle social de políticas públicas. Trata-se, portanto, de um conceitual
ético e eminentemente político, que não pretende se exaurir apenas nas discussões suscitadas
ao longo de seus 03 dias de duração.
A comissão organizadora,
Recife, outubro de 2008
2. Programação.............................................................................................. 11
2.1. Grupos de trabalho ................................................................................. 13
2.1.1. GT Homens e políticas públicas em saúde................................................ 13
2.1.2. GT Paternidade e direitos reprodutivos................................................... 14
2.1.3. GT Diversidade e direitos sexuais .......................................................... 15
2.1.4. GT Violência e direitos humanos ........................................................... 16
3. RESUMOS................................................................................................... 18
3.1. GT Homens e políticas públicas em saúde ..................................................... 18
3.2. GT Paternidade e direitos reprodutivos ........................................................ 27
3.3. GT Diversidade e direitos sexuais................................................................ 34
3.4. GT Violência e direitos humanos ................................................................. 39
1. Sobre o Evento
Este é o quinto de uma série de encontros voltados ao debate sobre homens e masculinidades,
realizados no Brasil, desde 1998, quando o Grupo de pesquisas em Sexualidade Masculina e
Paternidade (Gesmap) vinculado à ONG ECOS-Comunicação em Sexualidade e o Programa de
Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade e Saúde do Instituto de Medicina Social (IMS) da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro promoveram o I Seminário Homens, sexualidade e
reprodução, em São Paulo. A outras edições (2003, 2005 e 2006) aconteceram em Recife, a
partir de parceria entre o Instituto PAPAI, o Núcleo de Pesquisas em Gênero e Masculinidades
(Gema) e o Núcleo de Pesquisas Família, Gênero e Sexualidade (Fages), ambos da
Universidade Federal de Pernambuco, além do Núcleo de Estudos de População (NEPO) da
Universidade Estadual de Campinas, Rede Feminista Norte-Nordeste de Estudos e Pesquisas
sobre Mulher e Relações de Gênero (Redor), entre outros.
Com base nas reflexões acima, os seminários “Homens, sexualidade e reprodução” têm sido
encontros especiais promovidos através de parceria entre Organizações não-governamentais e
Universidades que atuam na promoção dos direitos sexuais e direitos reprodutivos como
direitos humanos e defesa da cidadania. Têm sido momentos privilegiados quando se
encontram pesquisadores/as e ativistas das mais diversas origens e disciplinas, para
aprofundarem temas complexos e para apontarem outros/ novos caminhos a serem trilhados.
2002 - O Instituto Promundo, Instituto PAPAI e a ECOS realizaram uma Conferência e Oficina
Internacional Homens Jovens como Aliados na Promoção de Saúde e Equidade de
Gênero, no Rio de Janeiro. Este evento contou com a participação de cerca de 250
pessoas, representando mais de 38 países de todos os continentes, e também
representando organismos internacionais como WHO/PAHO, UNFPA, Engenderhealth,
UNICEF, UNESCO entre outros.
21 e 24 de outubro de 2003 e teve como tema “O papel dos homens e homens jovens
na promoção da equidade de gênero”.
2004 - um representante do Instituto PAPAI, Jorge Lyra, foi convidado a integrar a 48ª Sessão
da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW), como representante brasileiro, na
qualidade de conferencista, que aconteceu em Nova York, entre 1 e 5 de março.
1.2. Agradecimentos
2. Programação
GRUPOS DE TRABALHO
3. RESUMOS
Os homens têm medo de quê? Aspectos estruturais e simbólicos da prevenção do câncer de próstata
Romeu Gomes, Elaine F Nascimento, Lúcia Emilia F S Rebello
romeu@iff.fiocruz.br
Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz
O presente estudo tem por objetivo analisar os sentidos atribuídos ao toque retal, buscando refletir
acerca de questões subjacentes a falas masculinas a partir de aspectos do modelo hegemônico de
masculinidade. O método do estudo baseia-se numa abordagem de pesquisa qualitativa tendo como
ponto de partida uma investigação que procurou problematizar aspectos relacionados a este modelo que
podem impedir homens de cuidar de sua própria saúde. Foram entrevistados 18 homens que moravam ou
trabalhavam na cidade do Rio de Janeiro, agrupados em homens de baixa ou nenhuma escolaridade e
homens de nível superior. Essa organização se deu para problematizar possíveis influências do grau de
instrução no que se refere a ações preventivas do câncer de próstata. Além desses sujeitos, foram
ouvidos 10 médicos para que pudéssemos estabelecer um diálogo de suas falas com as dos outros dois
grupos. Os homens não-médicos tinham 40 anos ou mais, uma vez que na pesquisa original do estudo o
foco era prevenção de câncer de próstata, que costuma se voltar para homens a partir dessa idade.
Conclui-se que, para a compreensão e problematização das questões sobre a prevenção do câncer
prostático, em específico, e as relacionadas ao cuidar de si masculino, em geral, se faz necessário levar
em consideração os aspectos estruturais e simbólicos que perpassam tais questões.
Em tempo de Aids, prevenir ou confiar? Narrativas de homens jovens sobre relações afetivo–sexuais
Lúcia Emilia F S Rebello, Romeu Gomes, Elaine F Nascimento
rebello.lucia@gmail.com
Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz
Este trabalho apresenta os resultados parciais de uma pesquisa que tem como objetivo analisar os
sentidos atribuídos à prevenção do HIV/AIDS a partir de narrativas masculinas acerca das interações
afetivo-sexuais. Caminhando nessa direção a pesquisa tem buscado identificar os sentidos atribuídos por
homens jovens às interações afetivo-sexuais; o posicionamento dos homens frente aos cuidados a serem
adotados em prol de uma sexualidade que não lhes traga riscos de adoecer ou de morrer; os sentidos
atribuídos à prevenção; além de discutir a possível inter-relação entre enredos sexuais, modelos de
masculinidade e prevenção do HIV/Aids. Em relação ao referencial teórico-metodológico, a proposta é
de uma maior apropriação do conceito de enredo sexual para que, junto com a idéia de masculinidade
hegemônica, se possa melhor compreender as narrativas de homens acerca do exercício da sexualidade,
procurando trazer uma contribuição para a problematização das ações de saúde voltadas para do
HIV/AIDS. A pesquisa pauta-se numa abordagem qualitativa e envolve narrativas de 22 homens jovens
universitários da cidade do Rio de Janeiro. Os resultados preliminares apontam para um distanciamento
entre discurso homens jovens sobre práticas preventivas e a atitude destes frente a uma relação
afetivo-sexual onde o cuidar de si e do outro é mediado pela suposta confiança no parceiro que pode
levar a uma negação de aspectos preventivos. Neste cenário a mulher passa a ser qualificada como
confiável e não confiável segundo o papel que representa nas relações envolvendo sexo.
Envelhecimento e Gênero
Lige Mara Rauber Bortolotti e Zulmira Newlands Borges
ligemara@bol.com.br
Universidade Federal de Santa Maria
Envelhecimento e Gênero Envelhecer significa “tornar-se velho ou mais velho, idoso ou antigo; fazer
perder ou perder o viço, o frescor, o brilho ou colorido; tornar(se) desusado, fora de moda ou emprego;
desfazer-se completamente; apagar-se, obliterar-se; aproximar-se do fim, do término (HOUAISS, 2001,
p.1171). Observa-se um conjunto de atributos desvalorativos da condição de envelhecer que nos
remetem a perdas culminando com o termino de características desejáveis presentes até então. A
velhice é concebida assim, como um problema tanto econômico quanto social, estando associada a
decadência e a perda de dignidade. No Brasil, a velhice está rapidamente deixando de ser uma questão
privada de competência familiar, para se tornar alvo de políticas públicas.em virtude de estar
relacionada diretamente à aposentadoria (MINAIO, 2002). Mas além disso, o envelhecimento também é
uma questão de gênero, já que o envelhecer de homens e mulheres se dá de forma diversa (DEBERT,
1999). E estas diferenças no envelhecimento condicionadas pelo gênero, formam o objeto privilegiado
desse trabalho que pretendemos apresentar. Assim, cabe um questionamento central sobre quais as
peculiaridades que afetam homens e mulheres no processo de envelhecer? Esse questionamento se faz a
luz de uma pesquisa etnográfica nos bailes de terceira idade do município de Santa Maria-RS.
Até o apagar da velha chama: satisfação sexual entre homens idosos cadastrados no programa saúde
da família
Viviane Xavier de Lima e Silva; Ana Paula de Oliveira Marques; Jorge Lyra
doc_vivi@yahoo.com.br
UFPE
A sexualidade na velhice ainda é um tema pouco explorado, inclusive na prática clínica. Para o PSF, que
deve trabalhar com a lógica da prevenção e da promoção da saúde, essa informação é fundamental para
o cuidado integral dos cidadãos idosos. O presente trabalho busca abordar aspectos da satisfação sexual
entre homens idosos cadastrados no PSF. Mediante entrevista face a face, foram estudados 245 homens
de 60 a 95 anos, cadastrados no PSF da microrregião 4.3 do Recife. A maior parte dos entrevistados foi
composta por pardos (51,8%), católicos (67,2%), aposentados (90,6%). Grande parte (87,1%) não utiliza
nenhuma forma de proteção contra infecções transmitidas pelo sexo porque confia na parceira (29%),
não acha necessário (22%), só tem uma parceira fixa (16%) ou não gosta de preservativos (16%). Foi
observada associação significativa entre o grau de satisfação dos idosos com sua vida sexual atual e a
idade, a saúde autopercebida, a satisfação com a vida sexual antes dos 60 anos e a freqüência sexual
atual. Independente da forma, a sexualidade continua presente na vida dos homens maiores de sessenta
anos. Não se pode deixar de mencionar o papel da cultura onde estão imersos os entrevistados, sobre as
questões da masculinidade, da velhice e da sexualidade. As equipes de saúde da família parecem não
estar preparadas para lidar com esta realidade. A vivência da sexualidade e a interpretação destas
experiências por estes homens têm um caráter plural e assim devem ser encaradas pela sociedade.
Projeto Fênix: Construindo um novo paradigma para atenção a crianças e adolescentes em situação
de violência sexual.
Carmen Lúcia Luiz e Júlia Maria de Souza
redeviolenciasexual@pmf.sc.gov.br
Secretaria Municipal de Saúde- Florianópolis
O Projeto Fênix foi um projeto realizado no ano de 2006-2007, teve como público alvo vitimizadores
sexuais, suas vítimas e acompanhantes enquanto espaço terapêutico para que crianças e adolescentes.
Teve como objetivos: 1. desenvolver trabalho terapêutico com crianças e adolescentes residentes em
Florianópolis, envolvidas/os em crimes sexuais, seja na condição de autores de agressão ou de pessoas
vitimizadas, visando interrupção do ciclo de geração e reprodução da violência; 2. elaborar relatório
sobre a evolução dos grupos terapêuticos, com o propósito de construir metodologias de intervenção e
fomentar políticas públicas direcionadas a estes segmentos da população; 3. construir marcos
conceituais para o enfrentamento desta questão, a partir de pesquisas dos estudos existentes e de nossa
intervenção; 4. firmar parceria com o Juizado da Infância e da Juventude, para que crianças e
adolescentes envolvidas/os em crimes sexuais sejam encaminhadas para o grupo terapêutico e propiciar
aos adolescentes envolvidos em práticas de crimes sexuais, a responsabilização psicológica pela prática
cometida e a potencialização da vivência sexual saudável. A proposta inicial da metodologia era criar
grupos: um grupo de adolescentes autores de agressão; um grupo de crianças e adolescentes vitimizadas
por estes adolescentes e um com os acompanhantes, genitores ou cuidadores dos grupos anteriores. Não
foi possível atuar com grupos, já que o número de crianças e adolescentes encaminhados para o projeto
não foi suficientemente para tal, tendo os atendimentos acontecido de forma individual.
O lugar da atenção aos homens autores de violência contra as mulheres em Pernambuco: um olhar
sobre a integralidade e o Sistema Único de Saúde.
Edna Granja; Benedito Medrado
ednagranja@gmail.com
Universidade Federal de Pernambuco
Este trabalho se insere na discussão sobre violência de gênero, dentro da perspectiva da integralidade
em saúde, tendo como objeto de estudo o jogo discursivo de profissionais que atuam na prevenção,
assistência e enfrentamento à violência contra as mulheres sobre as possibilidades de atendimento aos
homens autores de violência, no Sistema Único de Saúde (SUS). Procurou-se identificar os serviços e
entidades que compõem a rede de prevenção, assistência e enfrentamento da violência doméstica e
familiar contra a mulher na cidade de Recife. Foram identificados 38 instituições e nestas, realizadas 55
com profissionais. A análise envolveu tanto conteúdo quanto a matriz discursiva. Assim, refletiu-se sobre
as alternativas de atendimento a esses homens, considerando a matriz de eventos, condição de sua
possibilidade e problematizando sobre o lugar desse atendimento entre as estratégias transformadoras
das práticas que dão sustentação à violência de gênero.
É Tudo Brincadeira!
Anderson Duarte Freire
andersondfreire@ig.com.br
FAVIP - Faculdade do Vale do Ipojuca
Esta pesquisa é fruto da tentativa de compreender o que levou homens do bairro de Caixa D´água a
criarem uma Associação de Cornos dentro de um cultura em que a infidelidade feminina ainda é vista
como uma ameaça a masculinidade, como desconstrução da figura do macho. O discurso daqueles que
fazem a Associação é de que tudo não passa de brincadeira. Suas atividades se resumem a colocar
"músicas de corno" nos finais de semana e fofocar sobre os novos cornos do bairro. Constatamos que a
brincadeira na verdade é um forma de redução das tensões provocadas pelas infidelidades das mulheres
do bairro. Na realidade, ela funciona como mecanismo de controle da condição sexual das mulheres e
de seus parceiros. Através do homem corno, com quem se brinca, denunciasse sua mulher, cujos homens
não deve se envolver de forma séria. Para aqueles que permanecem na relação após serem traídos,
utiliza-se a tipologia dos cornos (corno xuxa, corno 120, etc) como mecanismo de punição em apelo para
que ele a deixe e a destitua do lugar de mãe, esposa, santa, vítima, etc., pois sua permanência na
relação funciona como uma proteção a ela (o safado é ele), ameaça um território tido como masculino
(a infidelidade), inverte as posições nas relações de gênero (ela é ativa, desejante, e ele passivo
submetido ao desejo dela). Assim, a brincadeira é uma forma de estigmatização dos comportamentos
desviantes em busca da manutenção e de reforço da norma vigente.
direcionam explicitamente o alvo dessa campanha: raça/cor, classe social, nível de escolaridade,
sexo/gênero/sexualidade, tipos de crime, etc. Além disso, é importante posicionar historicamente tais
enunciados. A parentalidade passa a ser alvo de uma politização, colocando a família como espaço
privilegiado para ajuste de questões sociais. Como propõe Dagmar Meyer (2006), direcionam-se para as
mulheres mães intensos investimentos para que assumam o cuidado, a saúde e a educação dos filhos e
mesmo assim, essa campanha em nenhum momento traz a figura da mãe. Nesse sentido, podemos
pensar que há também um direcionamento para homens pais, porém chamando-os a exercer o limite, a
lei. “Pai de verdade” estabeleceria regras para os filhos, limite e respeito à lei. Tal conexão entre
criminalidade e ausência de pais, em parte, desonera o Estado, pois a culpa da criminalidade não
estaria no (des)ordenamento social, mas no mau desempenho dos pais.
Violência e Paternidade: O lugar dos filhos nas práticas discursivas de homens autores de violência
doméstica contra mulheres.
Juliana Barbosa e Benedito Medrado
jucatarine@gmail.com
Núcleo de Pesquisas em Gênero e Masculinidades
O presente estudo está inserido em um projeto mais amplo que discute a violência doméstica contra
mulher a partir do ponto de vista dos homens e dos masculinos, tendo em vista o enfoque de gênero.
Nesse contexto, tivemos como objetivo investigar como homens, pais, autores de violência contra
mulheres posicionam seus filhos em tal contexto. A abordagem teórico-metodológica empregada parte
do referencial construcionista no âmbito da psicologia social. Foram realizadas entrevistas semi-
estruturas com 8 homens, pais, indiciados pelo crime de violência doméstica contra mulher, que foram
localizados durante visitas aos seguintes serviços: 1a.Delegacia Especializada da Mulher de Santo Amaro,
Juizado Especial Criminal (JECRIM) e 2ª Delegacia Especializada da Mulher de Jaboatão dos Guararapes.
Durante a análise percebemos o quanto nos modelos de paternidade trazidos pelos entrevistados
encontram-se as noções do modelo patriarcal, mesclados a noções mais contemporâneas de conceber a
paternidade. É possível compreender que a forma como os pais percebem seus filhos neste contexto de
violência ainda também está muito vinculada à noção tradicional de paternidade, onde cabe ao homem
prover a família, estando alheio aos processos domésticos e cuidados com os filhos. Desse modo, sua
percepção dos sentimentos dos filhos sobre a situação atual da família parece pouco refletida e
aprofundada, o que pode ser percebido a partir do momento que eles relatam que seus filhos são muito
jovens para perceber a situação de violência, ou mesmo quando relatam não saberem o que os filhos
pensam sobre tal situação.
Entrando em contato com uma experiência de alto-risco: a paternidade no contexto de UTI Neonatal
Sibelle Maria Martins de Barros e Zeidi Araujo Trindade
sibellebarros@yahoo.com.br
UFES
O presente trabalho é fruto de uma investigação que teve como objetivo compreender a experiência de
casais com filhos recém-nascidos prematuros de alto-risco. Optou-se por destacar o início da experiência
paterna nesse contexto hospitalar, uma vez que pouca atenção tem sido voltada aos homens no âmbito
da saúde reprodutiva. Foram realizadas entrevistas individuais com roteiro semi-estruturado com 20 pais
cujos filhos estavam internados em UTINs de hospitais de Recife-PE. O roteiro de entrevista abarcou os
seguintes temas: diagnóstico do recém-nascido; filho; maternidade; paternidade e estratégias de
enfrentamento. Para a análise dos dados recorreu-se à proposta metodológica da Grounded Theory, a
qual permite a elaboração de uma “teoria” sobre os dados por meio da construção de estruturas sobre
fenômenos identificados ao longo do processo de análise. A análise permitiu identificar o fenômeno
“Entrando em contato com uma experiência de alto-risco”.Tal fenômeno apontou questões como a
importância do acolhimento da equipe para o enfrentamento dessa experiência particular de
paternidade, que causa medo da morte e sentimentos ambíguos em relação ao recém-nascido
prematuro. Também demonstrou que os sentimentos e as estratégias de enfrentamento dos pais, neste
período inicial da experiência, estão articuladas, sobretudo, com as representações sociais de morte, de
filho e de paternidade. Os relatos denunciaram a necessidade de suporte profissional aos pais que se
deparam com a situação de prematuridade de seus filhos, geralmente inesperada e frustrante para a
maioria deles. Apoio: CAPES
particular de cada contexto. Com isso, pretende-se delinear propostas e recomendações na forma de um
documento marco, em consonância com as atuais recomendações do Ministério da Saúde do Brasil e das
diretrizes que orientam as políticas de direitos sexuais e reprodutivos no Brasil, presentes em
Plataformas Mundiais das quais o Brasil é signatário (Cairo, 1994 e Beijin, 1995). Apoio: CNPq
motivos dessa indiferença? Por que não pensamos no pai adolescente? O que impediria o homem jovem
de cumprir esse papel?
Paternidade e redefinição das relações de poder na família: um caso atendido pelo setor de
Psicologia da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude
Márcio Bruno Barra Valente
barra_valente@yahoo.com.br
Universidade da Amazônia
Na perspectiva foucaultiana, relações de poder são maneiras pelas quais indivíduos atuam sobre o
comportamento de outros e de si mesmos. No estágio, desenvolvido desde 2007, na PJIJ, depara-se com
uma multiplicidade de maneiras dos/as adultos/as atuarem sobre o comportamento de crianças e
adolescentes. Contudo, segundo o ECA, parte dessa multiplicidade viola os direitos infanto-juvenis e
através de denúncias passa ser investigada, pois é função da PJIJ defendê-los. Tal intervenção objetiva
governá-la e fazê-la convergir para proteção integral da criança e do adolescente. Atendeu-se um
homem acusado de bater e gritar com os filhos adolescentes. Ele afirmou que sua esposa, mãe dos
mesmos, abandonou o lar e que agora precisava cuidar da educação (“conversar”) e não apenas
sustentá-los financeiramente como estava habituado. O pai confirmou a denúncia e declarou não
conseguir lidar com opiniões e gostos dos filhos, que qualifica como imaturos e ruins, sejam sobre
roupas, músicas, funcionamento da casa ou assuntos de suas conversas que, em geral, tornavam-se
brigas. Não obstante, afirmou estar triste e sofrendo, pois sabia que seus filhos não o amavam e por não
ter conseguido ser um “bom-pai” (amigo-próximo dos filhos), mas apenas um “mau-pai” (distante dos
filhos), como seu pai havia sido com ele. Considera-se que o caso atendido como um exemplo de como
se torna cada vez mais comum a demanda masculina diante da questão do cuidado infanto-juvenil e
evidente a necessidade de produção e circulação de novas maneiras de exercer a paternidade que
possam integrar-se as práticas sociais e familiares.
Exploração sexual comercial de travestis juvenis: uma questão de violação de direitos humanos
Alan de Loiola Alves
alanloiola@yahoo.com.br
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
O presente artigo tem como proposta abordar a situação das adolescentes travestis vitimizadas pela
exploração sexual comercial, enquanto violação dos direitos humanos. A exploração sexual comercial
infanto-juvenil é um crime globalizado e uma atividade lucrativa inscrita no mercado do sexo, sendo as
travestis juvenis “prezas” fáceis para a rede de exploração, uma vez que são vítimas de homofobia e
estigmatizadas pela sociedade por realizarem transformações no corpo e possuírem identidade sexual
específica, como também pelo fato das travestis serem associadas à prostituição. Desse modo, o texto
dialoga com a concepção dos Direitos Humanos e com a concepção de Cidadania, como uma das formas
para enfrentar esta problemática social.
e os vários códigos da identidade masculina. Partindo da perspectiva dos Estudos Culturais, foi possível
pensar sobre as práticas desses sujeitos que, embora sejam cobrados da correspondência aos códigos
culturais associados da masculinidade, muitas são as posições de sujeito por eles assumidas na família,
na profissão, nas suas relações com os/as outros/as.
Homossexuais masculinos vivendo com o HIV/Aids seus espaços e tempos de lazer na cidade.
Ricardo Augusto J. Sales
ricksales@ufmg.br
Universidade Federal de Minas Gerais
O presente trabalho é parte das discussões que venho sistematizando em meus estudos no mestrado em
Lazer pela UFMG. Na pesquisa analiso vivências e possibilidades de lazer dos homossexuais masculinos
que participam de Programas Educativos existentes em Belo Horizonte, no âmbito de uma ONG. Espero
que com o presente estudo tenhamos mais subsídios para ampliar as discussões dos espaços e tempos de
lazer desses homens nas diferentes cidades sejam para intervenções partilhadas ou especificas em busca
de uma vida melhor das pessoas que estão soropositivas ao HIV/AIDS. Embora tenhamos muitas
publicações sobre AIDS, constata-se, que são poucos os estudos que buscam tratar da promoção da
saúde, tendo as diferentes práticas da cultura corporal de movimento como uma dimensão da vida e um
direito social das pessoas que hoje estão na condição aqui relatada. Penso ser necessário que o lazer
seja encarado como um direito social conquistado pelos sujeitos. Todavia, o direito social, na maioria
dos casos, é transformado em favor e tutela, reforçando ainda mais as relações desiguais de
dependência e exclusão, dificultando a construção da própria liberdade. Percebemos em nossa
sociedade que nem sempre os espaços socioculturais estão disponíveis aos diferentes grupos
minoritários. A segregação social e espacial tem se afirmado cada vez mais enquanto uma realidade nas
cidades brasileiras aos diferentes grupos, ao ponto de podermos afirmar que estamos às voltas com a
constituição de uma cidade de muros. Daí mais uma preocupação das instaurações dos guetos como o
único espaço possível das suas vivencias de lazer.
Você é brasileiro, as mulheres gostam, e se é negro, gostam mais ainda... os homens...: os gays já
não sei: Um estudo sobre as relações inter-raciais.
Suely Aldir Messeder
messeder35@hotmail.com
UNEB – Universidade do estado da bahia
Neste artigo pretendo compreender os atos performativos masculinos marginalizados e subalternizados
repetidos pelos imigrantes africanos e brasileiros diante da pauta do imaginário sobre o homem negro na
Galícia. Os dados analisados é fruto da experiência etnográfica vivida no período de dois anos nas
cidades de Vigo e Santiago de Compostela. A partir da idéia da indissociabilidade entre método e teoria
foi possível adentrar no trabalho de campo, considerando que o androcentrismo, a heterossexualidade
obrigatória e o racismo são reflexos de todas as estruturas, incluindo, portanto as dos saberes, da
sociedade que o produz. Aqui, focamos as três dimensões dos estudos sobre masculinidades proposta por
Connell (1996); poder, desejo e trabalho, considerando o entrelaçamento entre gênero/sexo,
raça/etnia, classe e nacionalidade. Desta forma, será possível demonstrar como o mito do homem negro
empregado nos discursos nacionalistas ibero-americanos pode ser apreendido em suas continuidades e
descontinuidades através do ato performativo destes imigrantes no aqui – agora.
Uma reflexão crítica sobre o atendimento a homens autores de violência doméstica e familiar contra
as mulheres
Daniel Costa Lima e Fátima Büchele
costalima77@gmail.com
UFSC
Este artigo apresenta resultados de um estudo de caso com abordagem qualitativa que teve como
objetivo realizar uma reflexão crítica sobre intervenções com homens autores de violência doméstica e
familiar contra a mulher, tendo como base a análise de literatura nacional e estrangeira sobre o tema e
informações colhidas em um programa governamental de prevenção e atenção à violência doméstica e
familiar do sul do Brasil. Além do trabalho desenvolvido com mulheres em situação de violência, esse
programa passou a atuar, em 2004, com homens autores de violência, atividade pioneira nesse estado e
uma das únicas realizadas no Brasil por uma organização governamental. Os resultados obtidos a partir
desse estudo mostraram que apesar dos serviços de atendimento a HAV representarem um desafio
adicional para o complexo campo de ação voltado à prevenção, atenção e enfrentamento à violência
doméstica e familiar contra a mulher, eles podem, ao mesmo tempo, se constituírem em novas
possibilidades para esse campo, à medida em que, aliados às ações já dirigidas às mulheres, podem
contribuir para diminuir essa violência e promover a eqüidade de gênero.
Entre atos e cenas: a rede de atendimento aos homens envolvidos em situações de violência
doméstica
Maria Lúcia Chaves Lima e Ricardo Pimentel Mello
marialuciacl@gmail.com
UFPA
Mobilizada pelo atual cenário protagonizado pela Lei Maria da Penha como a principal forma de julgar os
casos de violência doméstica e familiar, este trabalho pretende apresentar as formas de atenção aos
homens autores de violência contra a mulher encontradas na cidade de Belém (PA). Objetivando seguir
as linhas que compõem a rede de concepções e de atenção aos chamados “agressores” se optou em
trabalhar em duas etapas. Primeiramente será apresentado um mapeamento dos serviços disponíveis em
Belém para o atendimento às pessoas envolvidas em situação de violência conjugal. Neste caso, o
aspecto mais interessante foi a constatação da ausência de qualquer serviço de atendimento ao homem
denunciado como autor de violência contra a mulher. A única organização destinada a esse fim é o
grupo de Alcoólicos Anônimos, enfatizando reducionista relação entre violência e bebida alcoólica. Em
um segundo momento serão apresentadas as informações obtidas por observações e conversas junto aos
profissionais da Delegacia da Mulher de Belém. Metodologicamente, trabalhar nessa perspectiva foi
descrever as cenas tecidas naquela delegacia e, assim, construir um caminho, uma narrativa sobre a
atenção oferecida e sobre os sentidos que circulam sobre os homens envolvidos em situação de violência
conjugal. As informações coletadas mostram que a Delegacia da Mulher é um lugar com pretensões de
ser acolhedor, mas acaba por se revelar um ambiente violento, seja por sua arquitetura, seja pelo
atendimento prestado.
Homens e violência contra mulheres: As noções de agressor construídas por homens denunciados
por violência conjugal contra mulheres
Jullyane Brasilino, Benedito Medrado
jullyc@terra.com.br
UFPE
A presente pesquisa se insere em um projeto mais amplo, promovido pelo Núcleo de Pesquisas em
Gênero e Masculinidades (Gema) do Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFPE. A proposta mais
ampla constitui uma investigação, de caráter psicossocial, tendo por base: 1) resultados de pesquisa
anterior (Medrado, 2008), produzida junto a profissionais que atuam na prevenção, enfrentamento e
assistência à violência contra a mulher e 2) recomendações atuais do governo brasileiro para
enfretamento da violência contra as mulheres. A presente pesquisa constitui um recorte da pesquisa
mais ampla, considerando que o levantamento de informações será construído de modo coletivo e os
procedimentos negociados constantemente em grupo. Porém, o objeto e o processo de análise aqui
proposto compreendem um recorte específico produzidos, a partir de leituras, organização e sínteses
particulares, tendo nossa pergunta de pesquisa como norteadora, resgatando-se assim o caráter autoral
deste trabalho, sem perder de vista sua produção rigorosamente dialógica. Mais particularmente,
interessa-os investigar como a marcação identitária “agresssor” (presente na legislação, a partir da Lei
Maria da Penha, e em práticas institucionais) é apropriada por homens denunciados por violência
conjugal. Para tanto, optamos por realizar uma pesquisa-ação, desenvolvida aos moldes da pesquisa no
cotidiano, de base construcionista, conforme proposto por Spink (2007). Esta análise será realizada a
partir de registros em diários de campo, durante um ano de implementação do serviço, enriquecida com
a realização de um grupo focal com homens denunciados na 1ª Delegacia da Mulher de Pernambuco.
Notas sobre um olhar de gênero a atos violentos praticados por homens usuários de serviço de
Saúde Mental contra suas companheiras
Edélvio Leandro, Benedito Medrado
edvleo@hotmail.com
Universidade Federal de Pernambuco
Violência de gênero são formas de violência cujo elemento potencializador é a imposição de uma
autoridade calcada num modelo de ser masculino legitimado socialmente. Identificada enquanto
fenômeno complexo tem demandado um esforço interdisciplinar para seu enfrentamento, seja nas
propostas de intervenções seja nos suportes teóricos que possibilitam sua compreensão. Nessa
perspectiva, busca-se discutir o relato de atos violentos cometidos por homens usuários de serviço de
Saúde Mental contra suas companheiras. De caráter exploratório, este estudo utiliza elementos do
corpus de uma dissertação ainda em fase de análise. Três encontros de um grupo reflexivo com 16
usuários (de ambos os sexos), entre 15 e 65 anos, realizados em um Centro de Atenção Psicossocial da
cidade do Recife foram transcritos e analisados. Não obstante seja corriqueira nesses espaços a idéia de
uma associação estreita entre consumo de álcool/droga e atos violentos, e reforçada pela (re)produção
de mensagens ambivalentes – responsabiliza-se o indivíduo pelo fato de se ter quebrado a abstinência,
mas se justifica certos atos do mesmo em função de se estar sob algum efeito de droga -,
posicionamentos de usuários homens nos grupos apontam estratégias pessoais para manutenção de uma
hierarquia de poderes socialmente legitimada, ora disparadas por um “direito” de posse do outro, ora
como reafirmação de pertencimento a um modelo vigente de masculinidade para o qual “naturalmente”
força é sinônimo de agressividade. Desta forma, para além de uma concepção do tipo “bebeu-bateu”,
ações violentas de homens contra mulheres são ressignificadas sob um enfoque de gênero.
Façamos um trabalho político: o papel das mulheres na coordenação de grupos de homens que
exercem violência contra mulheres.
Cláudia Natividade e Rebeca Rohlfs Barbosa Gaetani
claudianati@hotmail.com
INSTITUTO ALBAM
As intervenções com homens autores de violência de gênero suscitam muitas discussões atuais. Os
debates tencionam: 1) sobre as fontes financiadoras que, num primeiro momento deveriam ser
diferenciadas das agências das políticas para as mulheres; 2) sobre quem deveria se ocupar de tais
intervenções veiculando que, como este problema pertence aos homens, caberia a eles cuidar de tais
intervenções; 3) como as intervenções devem ser feitas, dada à diversidade de propostas de leituras
deste fenômeno, principalmente quando chamamos ao diálogo o campo psi. A partir da experiência do
Instituto Albam, em parceria com o judiciário e a Rede de Atenção à Violência Contra as Mulheres de
Minas Gerais, propomos abrir o debate sobre estes pontos localizando especificamente as contribuições
que mulheres podem fazer nas intervenções grupais com homens autores de violência. A coordenação
sempre em dupla – um homem e uma mulher – é um modelo de interação não hierárquica que facilita a
projeção do imaginário do grupo no sentido de possibilidades de relações eqüitativas entre homens e
mulheres. Este público quase nunca tem a oportunidade de escutar mulheres e nem lidar com elas em
situações de poder, pontos que aparecem nos grupos configurados de várias formas e tomam dinâmicas
interativas bastante reflexivas e construtivas. Salientamos que a presença de mulheres neste programa
contribui ainda para a diminuição da cumplicidade dos construtos tradicionais da masculinidade se
configurando como um importante ponto para a organização teórico-prática das intervenções grupais.
apresentavam frágeis, doentes, procurando igrejas pra provar mudanças: “os homens têm as mulheres
como um objeto, o de casa procurou a igreja para me reconquistar”, “eu já conheço as manhas dele,
ele fingi estar doente para voltar comigo”, “eu pensava que era só o de casa que se fingia de doente,
mas tô vendo que não era só ele”. No processo de empoderamento das participantes, por concebermos
homem/mulher binômio contraditório e não seres diferentes, diversos, complementares, eles acabam
adoecendo. Percebemos que quando as relações de poder mudam, movem-se homens e mulheres. É
necessário repensarmos feminilidades e masculinidades para construirmos relações afetivas mais
saudáveis.
Lesão corporal decorrente de violência doméstica: tratamento público para preservação do afeto
privado
Adriana Alves dos Santos Cruz e Marina Basso Lacerda
lacerdamarina@yahoo.com.br
PUC-RJ
O STJ julgou (6ª T., HC 96992/DF) tema controverso a respeito da Lei Maria da Penha: se o crime de
lesão corporal decorrente de violência doméstica, com pena de detenção estipulada entre três meses e
três anos, previsto do artigo 129, § 9o, inserido no Código Penal pelo artigo 44 da Lei 11.340, seria de
ação penal pública incondicionada (entendimento adotado pelo STJ) ou condicionada à representação
da vítima. Os argumentos pela necessidade de representação e conseqüente possibilidade de renúncia
pela vítima são a preservação do núcleo familiar, por meio do fortalecimento do poder de escolha da
mulher e de intervenção mínima do Estado nas relações familiares. O artigo apresentado compara a
pena prevista no § 9o com a de outros tipos legais e destaca que a tese adjudicada pelo STJ acolhe como
avanço a perda do caráter de menor potencial ofensivo do crime analisado, especialmente na relação
homem-mulher, assim como pressupõe que o empoderamento demanda garantia mínima da integridade
física e psicológica do sujeito, o que, em casos extremos, como a lesão corporal decorrente de violência
doméstica, reclama intervenção do Estado, quando a composição privada mostra-se ineficiente. Tal
raciocínio vai ao encontro das demandas feministas acadêmicas e militantes, no sentido de que as
relações privadas precisam ser politizadas e tuteladas publicamente – na medida em que nelas pesa o
ranço patriarcal, falocêntrico e violento de séculos – para que, só então, garantidos requisitos mínimos,
se possa considerar o ambiente doméstico efetivamente espaço de afeto.
As narrativas dos homens denunciados por violência conjugal, sobre seus relacionamentos
afetivos/sexuais
Paloma Silveira, Benedito Medrado
palyss25@yahoo.com.br
Universidade Federal de Pernambuco
A violência contra mulher se circunscreve, na maioria dos casos, no espaço doméstico dentro de
relações afetivas/sexuais. A complexidade desta questão é percebida quando analisamos as diversas
facetas que compõem o seu cenário: homens, mulheres, família, afetos, além das ações governamentais
que, ainda, se mostram ineficazes. Neste sentido, trazer a perspectiva de gênero, para análise, torna-se
fundamental. Contudo, quando focamos o nosso olhar sobre as relações afetivas/sexuais envoltas pela
violência, percebemos que a perspectiva de gênero não é suficiente para compreensão do que acontece
dentro de uma relação conjugal, marcada pela violência. Assim, a suposição de Gregori (1993) sobre a
violência como constituinte da relação, seria instigante para pensar nesta violência conjugal, bem
como, a perspectiva relacional que a mesma autora utiliza, para problematizar a dinâmica do
relacionamento conjugal envolto pela violência. Partindo deste princípio, o presente trabalho traz
resultados preliminares de uma pesquisa realizada com homens denunciados por violência conjugal,
sendo o foco da pesquisa as narrativas, destes homens, sobre os seus relacionamentos afetivos/sexuais.
Para isto, foram realizadas, na delegacia da mulher do Recife, quinze entrevistas com os homens
denunciados por violência conjugal. As entrevistas foram semi-estruturadas e iniciadas no mês de abril
de 2008, e finalizadas em meados do mês de junho. Neste sentido, como análise preliminar, podemos
perceber como as noções de gênero, amor, conjugalidade e família, compõem e complexificam o
cenário da violência conjugal, colocando-o como um desafio, cujas soluções, pelo menos em curto
prazo, parecem ainda distantes.
Violência conjugal contra a mulher: a configuração das relações violentas segundo o relato do
homem
Mirian Béccheri Cortez Lídio de Souza
mibecz@yahoo.com.br
Universidade Federal do Espírito Santo
A compreensão de que a violência conjugal é decorrente das ações e contextos criados a partir das
características da relação que se estabelece entre os casais abre espaço para uma discussão mais ampla
a respeito da configuração das ocorrências de violência na conjugalidade. Embora recentes no Brasil, os
estudos com homens autores de violência contra suas parceiras têm nos mostrado dados que relacionam
concepções tradicionais de gênero à ocorrência de violência. Este estudo buscou identificar em relatos
sobre situações de violência conjugal, conteúdo que possibilitasse identificar como homens significam a
violência presente em seus relacionamentos. Foram realizadas entrevistas com quatro maridos - que
confirmaram a ocorrência de violência física em suas relações atuais - visando coletar informações a
respeito de concepções de gênero, percepção do relacionamento atual e descrições de situações em que
houve violência física. A análise dos dados possibilitou a identificação de concepções de gênero
tradicionais que, ao serem confrontadas com novas possibilidades de ação das mulheres - decorrentes de
uma re-significação do feminino, provocam desconforto. Verificou-se que os homens interpretam os
questionamentos e novas ações das mulheres como uma ameaça a sua masculinidade. Nas descrições dos
conflitos e das brigas, observou-se o uso da violência para impor a posição de “homem da casa”,
reduzindo assim as possibilidades de perda de seu poder nas relações de gênero. Verifica-se a
necessidade de abertura e inserção dos homens nas discussões sobre as possibilidades de reorganização
dos papéis masculinos e femininos, buscando-se, com isso, maior equidade nas relações de gênero.
A Violência de Gênero e o Encontro Terapêutico com Homens que Vivem com HIV/Aids
Glaudston Lima
tony.lima@gestospe.org.br
Gestos/Faculdade ESUDA
Há alguns anos que me encontro com Homens que vivem com HIV/AIDS no setting terapêutico. O
objetivo do presente trabalho é relatar a interface da violência de gênero e DH e o trabalho
psicoterapêutico com homens, bem como a grupoterapia agregada aos princípios da psicologia feminista
(ouvir, compartilhar e esclarecer) é eficaz no desenvolvimento de novas condutas. Em cada aqui-e-agora
das sessões apareceu um sentimento que muito me afetou, as experiências negativas da violência
praticada e sofrida. Eles trouxeram para a cena terapêutica suas frustrações, desencantos, raivas e
ressentimentos que sentiam como maridos, namorados, amantes e pais. A masculinidade tomou a cena,
as queixas sobre o HIV/AIDS se transformaram no que faziam e pensavam como homens, alguns se
sentiam traídos e outros os traidores por terem transmitido a “maldição” pela “traição” do amor que se
dedicavam ou a eles era dedicado. Trouxeram a violência praticada de vários matizes: abuso sexual,
maus tratos, estupros e espancamentos. Na minha interioridade passei a repensar meu lugar de homem
no mundo, principalmente, meus relacionamentos com as mulheres. É certo que em alguns momentos
eles também apresentaram certa raiva de mim por tentar fazê-los refletir sobre sua responsabilização
(Qual a sua recompensa nessa situação?). Eu e eles representantes da violência e desigualdades de
gênero passamos a pensarmos na seqüência de eventos de nossas vidas. Agradeço a todos que me deram
o privilégio de compartilhar suas vidas.
Posicionamentos críticos em narrativas produzidas por homens denunciados por violência doméstica
e familiar contra as mulheres
Tiago Corrêa e Benedito Medrado
tiagomatheuscorrea@gmail.com
Núcleo de Pesquisas em Gênero e Masculinidades - Gema/UFPE
Os “Centros de educação e de reabilitação para os agressores”, previsto na Lei Nº 11.340/2006 (Lei
Maria da Penha), estão em vias de implementação pelo Governo Brasileiro. Contudo, há várias lacunas
sobre definições de suas propostas e modelo de atenção. Ainda são incipientes também os debates em
torno do lugar dos homens neste cenário. Assim, este trabalho faz parte de um projeto mais amplo que
visa contribuir para a definição de diretrizes que possam orientar a implementação desses serviços. Este
texto em particular focaliza a análise construcionista de narrativas produzidas por homens denunciados
por violência doméstica e familiar contra as mulheres, compreendendo as narrativas como práticas
discursivas que constituem posicionamentos de si, num jogo argumentativo. As narrativas analisadas
foram produzidas em um grupo focal, do qual participaram 09 homens denunciados no Juizado de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, em Recife. As análises produzidas enfatizam: 1) a
recusa em assumir uma posição de árbitro de conflitos conjugais, atestando a inocência ou culpabilidade
dos envolvidos; 2) a necessidade de complexificação da dicotomia homem-agressor / mulher-vítima e 3)
a transposição de um modelo identitário para os sexos, que naturalizam padrões de gênero e reforçam
práticas violentas. Estas reflexões, ainda que não tenham o objetivo de oferecer nenhuma proposta de
ação delineada, tem como finalidade apontar interpretações que podem facilitar na construção de
possibilidades de intervenção junto a homens autores de violência, como parte de uma política pública
integral de enfrentamento da violência contra as mulheres.
espaços investigados se pautam, em sua maioria, por lógicas consideradas tradicionais, baseadas em
uma herança de patriarcalismo norteada por um ideal de masculinidade hegemônica.
"De Jece Valadão à Brad Pitt: Percepção do homem carioca sobre as novas formas de organização da
vida familiar"
Victoria Romeo Tomaz
victoria.tomaz@gmail.com
UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Na sociedade contemporânea a questão relacionadas a família, a conjugalidade e a masculinidade vêm
sendo estudadas por diversos autores. Pode ser destacada como conclusão, que o processo de
individuação do mundo moderno vem reconfigurando a organização familiar e as formas de
conjugalidade, flexibilizando as representações de papéis de gênero. Podemos perceber através das
relações familiares e da organização da vida doméstica, diversas formas de construção da vida social.
Procurando analisar as questões sobre a flexibilização dos arranjos conjugais e as relações de poder
dentro das relações de gênero, o objetivo do trabalho é mostrar como essas questões são vivenciadas,
através da percepção do universo masculino nas camadas médias urbanas do Rio de Janeiro. Quais as
representações masculinas sobre o modelo ideal de união, como (e se) esse modelo tem sido aplicado as
suas vidas. Como se dá o convívio entre pais e filhos dentro dos novos arranjos familiares? Nesse
contexto, será que podemos (e como podemos) perceber a permanência da dominação masculina? Qual
o tipo de relacionamento desejado pelo homem contemporâneo e quais as diferenças de percepções
entre homens de diferentes idades acerca destas questões. Constituem-se assim como objetos de
pesquisa, as características das flexíveis relações da sociedade líquida (Bauman,2000), as percepções e
representações que os homens têm de si mesmos e da masculinidade dentro desse contexto e como vêm
sendo estabelecidas as relações de poder e gênero a partir da composição e da organização do núcleo
familiar.
realidade de desemprego e miséria que se encontram num cotidiano de relações afetivas marcadas pela
desigualdade de gênero. Na apresentação, será dada maior atenção às falas dos homens.
B H
Benedito Medrado, 22, 24, 28, 29, 30, 35, 39, Héctor Martín Frías Barrón, 14, 27
40, 42, 45 Heloisa Fernandes Câmara, 16, 39
Berta Brunet, 14, 29 Hemerson Moura, 16, 39, 46
C I
Carin Klein, 14, 33 Ingrid F. G. Nascimento, 13, 16, 22, 41
Carmen Lúcia Luiz, 13, 24 Ivison Sheldon Lopes Duarte, 15, 34
Carmen Susana Tornquist, 14, 32
Carolina Ribeiro Santana, 16, 44 J
Carolina Shimomura Spinelli, 14, 32
Celina Maria Modena, 14, 30 Jander Nogueira, 15, 35
César Leite, 13, 24 Janieiry Lima de Araújo, 14, 29
Cintia Rossi, 13, 18 João Luís da Silva, 15, 34
Clarice Pinto Brito,, 16, 41 João Ricard Pereira da Silva, 13, 22
Clarissa Ribeiro Souza de Faria Neves, 16, 45 Jorge Luiz Oliveira dos Santos, 14, 30
Cláudia Natividade, 16, 40, 41 Jorge Lyra, 2, 7, 8, 11, 13, 14, 18, 23, 29
Consuelo Helena Aires de Freitas Lopes, 13, 25 José Carlos Sturza de Moraes, 14, 28
Cristian Rubini Dutra, 14, 32 José Vaz Magalhães Neto, 15, 36
Cristiane Cavalcanti, 13, 24 Júlia Maria de Souza, 13, 24
Juliana Barbosa, 14, 28
D Juliana Coelho, 13, 25
Juliana da Silva, 14, 29
D. A. M. Brito, 14, 32 Jullyane Brasilino, 12, 16, 39, 40
Daniel Costa Lima, 16, 39 Justini Sponchiado, 16, 43
Daniele Viana Maia Torres, 14, 29
Dara Felipe, 14, 29 K
Douglas Oliveira, 14, 29
Karina Pontes Santos Lima, 13, 21
E Kely Vanessa Leite Gomes da Silva, 14, 29
Kyara Maria de Almeida Vieira, 15, 36
Edélvio Leandro, 16, 39, 40
Edna Granja, 12, 13, 16, 18, 24, 39 L
Eduardo Bezerra, 13, 20
Elaine F Nascimento, 13, 14, 18, 20, 29 Laís Rodrigues, 12, 14, 29, 30
Erico Araújo Bastos, 16, 44 Laura Costa, 13, 21
Leonardo Cavalcante, 14, 31
F Leonardo José Cavalcanti Pinheiro, 14, 28
Leta Vasconcelos., 13, 24
Fabiola Macedo, 13, 22 Lige Mara Rauber Bortolotti, 13, 23
Fátima Büchele, 16, 39 Lilia Schraiber, 13, 18
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