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EXTENSIVO OAB SEMANAL

Disciplina: Ética Profissional


Prof.: Arthur Trigueiros
Aula: 04
Monitor: Adrian

MATERIAL DE APOIO - MONITORIA

Índice

I. Anotações da aula
II. Lousas
III. Simulados

I. ANOTAÇÕES DA AULA

Honorários com cláusula / pacto “quota litis” (art. 50, CED)

- São os honorários baseados no resultado obtido pelo cliente.


- Contrato vinculado ao êxito na demanda.

- Parâmetros para a fixação da cláusula “quota litis”


a. estipulação dos honorários em pecúnia ($)
Obs.: tolera-se excepcionalmente a participação do advogado em bens particulares do cliente, desde que
este comprovante não disponha de recursos financeiros para pagar em dinheiro.

b. Equilíbrio de ganhos: os ganhos do advogado já computados os honorários de sucumbência, não


podem superar os ganhos do cliente.

Se o objeto da causa incluir prestações vencidas e vincendas, os honorários poderão ter como base de
cálculo ambas, desde que respeitada a moderação e razoabilidade (art. 50, CED).

Considerações finais sobre os honorários

1) Crédito privilegiado: art. 24, caput, EAOAB – em caso de concurso de credores, os honorários
advocatícios serão considerados crédito privilegiado (ex: falência, insolvência, liquidação...)

- Obs.: STJ (falência): crédito de honorários goza do mesmo status do crédito trabalhista

2) Natureza alimentar: o crédito de honorários tem natureza alimentar.


- Súmula Vinculante 47
- NCPC (art. 85): goza dos mesmos privilégios dos créditos trabalhistas.

3) Cobrança judicial de honorários de cliente inadimplente (art. 54, CED)


- Será necessária a prévia renúncia ao mandato
- Novo CED não mais se exige que o advogado credor de honorários seja representado por outro
advogado na cobrança judicial dos honorários.

CED antigo (art. 43) – causa própria – não

CED novo (art. 54) – causa própria - sim

4) Emissão de títulos de crédito e protesto (art. 52, CED)

- É vedado ao advogado sacar duplicatas ou outros títulos de crédito para pagamento dos
1honorários (o CED não admite a mercantilização da advocacia)
- E o cliente pode emitir título de crédito para o pagamento de honorários.

- Emissão de fatura para pagamento dos honorários

- É possível, desde que o cliente assim pretenda.


- Porém, é vedada a tiragem de protesto, caso a fatura não seja paga.

- Cheque/ promissória emitidos pelo cliente = o advogado poderá protestar, desde que frustrada de
recebimento amigável.

5) Possibilidade de pagamento de honorários por sistema de cartão (art. 53, CED)

- Admite-se o pagamento por sistema de cartão de crédito

- Eventual recebimento antecipado das parcelas pelo advogado, por acordo com a operadora, não pode
prejudicar o cliente, em caso de rescisão de contrato com o advogado.

6) Honorários advocatícios e assistência a pessoas hipossuficientes

- Caso o juiz nomeie o advogado para patrocinar de pessoa hipossuficiente, em razão de impossibilidade
da Defensoria Pública, os honorários serão pagos pelo Estado, fixados conforme Tabela dos CSecc.

Prescrição da cobrança judicial de honorários (art. 25, EAOAB)

- Prazo: 5 anos – contados:

I – Vencimento do contrato, se houver


II – Trânsito em julgado da decisão que tiver fixado os honorários
III – Ultimação do serviço extrajudicial
IV – Desistência judicial ou transação
V – Renúncia ou revogação do mandato

Prescrição da ação de prestação de contas (art. 25-A, EAOAB)

Cliente: mover ação de prestação de contas contra o advogado por quantias que ele tenha recebido e
deixado de repassar.

Prazo: 5 anos.

INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS (ARTS. 27 A 30, EAOAB)

- Incompatibilidades / impedimentos = cargos, funções ou atividades geradores de proibição para


advogar.
- Parcial: impedimentos
- Total: incompatibilidades

- IncomPaTibilidades
- P= Proibição total

- Classificação:
a. Prévias (anteriores à inscrição): indeferimento do pedido de inscrição (art. 8º, V, EAOAB = requisito
para a inscrição – não exercer atividade incompatível).

b. Supervenientes (posteriores à inscrição na OAB): 2 consequências

1º) Cancelamento da inscrição (art. 11, IV, EAOAB) – atividade incompatível em caráter
DEFINITIVO.

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2º) Licenciamento (art. 12, II, EAOAB) – atividade incompatível em caráter TEMPORÁRIO.

Rol das incompatibilidades (art. 28, EAOAB)

I – Chefe do Poder Executivo e Membros das Mesas do Poder Legislativo e seus substitutos legais

(1) Presidente da República / Governadores / Prefeitos (vices)


(2) Parlamentares ocupantes da MESA (órgão diretor) das Casas Legislativas e substitutos

II – Membros do Poder Judiciário, do MP, dos Tribunais e Conselhos de Contas, dos Juizados Especiais, da
Justiça, juízes classistas e aqueles que exercem função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva
da Administração Pública.

a) Membros do poder judiciário

São os juízes, abrangendo todas as instâncias

Obs. Exceção, STF – ADI 1127-8, não são incompatíveis os juízes eleitorais e suplentes não
remunerados no TSE e TER’s, oriundos não remunerados no TSE’s, oriundos da classe dos
advogados.

b) Membros dos juizados especiais

III – Ocupantes de cargos ou funções de Direção na Administração Pública direta ou indireta, bem como
em suas fundações e empresas controlas ou concessionárias de serviço público.

Poder de comando: ex: secretários de Estado; Ministros de Estados / dirigentes de autarquias


etc...

Art. 28, §2º, EAOAB: exceções:

a) Direção acadêmica de Direito


b) Não tenha poder de decisão relevante

IV – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente ao Poder Judiciário e os que


exercem serviços notariais e de registro

a) Ex: Serventuários da justiça (escreventes, técnicos e analistas, oficiais de justiça, assessoria).

Obs. a OAB e a jurisprudência entendem a incompatibilidade aos servidores do MP.

V – Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer


natureza.

Atividade policial: segurança pública, (policiais civis, federais, militares, rodoviários, guardas,
municipais...), agentes penitenciários. Administrativa (poder de polícia) – ex: fiscal da vigilância sanitária.

VI – militares na ativa

VII – ocupantes de cargos ou funções com competência para fiscalização, arrecadação e lançamento de
tributos.

VIII – ocupantes de cargos ou funções de Direção ou Gerência em instituições financeiras, públicas ou


privadas

Duração das incompatibilidades

a) A incompatibilidade somente cessa com o desligamento da pessoa do cargo / função


incompatível

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Ex. Juiz de Direito (exonera / aposenta).

b) Art. 28, §1º, EAOAB: não cessa a incompatibilidade o afastamento temporário do cargo ou função.

Consequência de pessoa incompatível praticar atos privativos de advocacia

Exercício ilegal da profissão (art. 47, LCP)

Atos nulos

Extensão das incompatibilidades (geral proibição total para advogar).

Impedimentos (art. 30, EAOAB)

Decorrem do exercício de certos cargos / atividade geradora de proibição parcial para advogar (pessoa
impedida Pode advogar, mas com algumas restrições).

Se os impedimentos forem anterior à inscrição, está será deferida, porém, haverá anotação do
impedimento (assentamentos + identidade profissional); se forem posteriores á inscrição, está não
sofrerá qualquer abalo (cancelamento / licenciamento). Haverá anotações do impedimento.

Rol dos impedimentos (art. 30)

São impedimentos de advogar.

I. Servidores públicos: apenas contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja
vinculada a entidade empregadora.

Obs.1: Servidores públicos que ocuparem cargo / função de diretor são incompatíveis (art.
28, III, EAOAB).

Obs.2: Art. 30, parágrafo único, EAOAB: não são alcançados pelo impedimento do art. 30,
I, os docentes de cursos jurídicos (professores de faculdade públicas de Direito).

Podem advogar mesmo contra a fazenda pública a que se vincula a faculdade.

II. Membros do Poder legislativo

Deputados (Estaduais / federais), senadores e vereadores só não podem advogar contra ou


a favor do poder público, em todos os níveis.

Obs. parlamentar “comum” (não ocupante da Mesa) = impedimento – proibição parcial para
advogar.

Obs. parlamentar ocupante de mesa = incompatibilidade (proibição total para advogar).

Consequências da violação aos impedimentos

Ocorre em infração ética

Atos privativos de advocacia praticado por pessoa impedida são nulos (nos limites do
impedimento)

Exercício limitado da Advocacia (art. 29, EAOAB)

Tem haver com a advocacia pública. Os advogados gerais. Procuradores gerais; defensores gerais,
dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública: são exclusivamente legitimados ao exercício da
advocacia vinculadas às funções que exercem, durante a investidura.

II. Lousas
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III. Simulados

01. (FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação
Salvador/BA)) Renata, devidamente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, exerce, há muitos
anos, atividades privativas da advocacia. Ocorre que Renata concorre a deputada estadual, encontrando-
se em curso diversos processos em que ela atua como advogada.
Caso Renata seja eleita, é correto afirmar que
a) ela ficará impedida de exercer a advocacia apenas contra ou a favor de pessoas jurídicas de
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direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades
paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público.
b) ela ficará sujeita à proibição total ao exercício da advocacia, pois este é incompatível, mesmo em causa
própria, com as atividades dos membros do Poder Legislativo.
c) ela ficará impedida de exercer a advocacia apenas contra ou a favor de pessoas jurídicas de direito
público.
d) ela ficará sujeita à proibição total ao exercício da advocacia, pois este é incompatível, mesmo em causa
própria, com as atividades dos membros do Poder Legislativo, mas poderá atuar, excepcionalmente, nos
feitos que já estavam em curso antes do exercício de seu mandato parlamentar.

02. (FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIX - Primeira Fase) Formaram-se em uma
Faculdade de Direito, na mesma turma, Luana, Leonardo e Bruno. Luana, 35 anos, já exercia função de
gerência em um banco quando se graduou. Leonardo, 30 anos, é prefeito do município de Pontal. Bruno,
28 anos, é policial militar no mesmo município. Os três pretendem praticar atividades privativas de
advocacia.
Considerando as incompatibilidades e impedimentos ao exercício da advocacia, assinale a opção correta.
a) Luana não está proibida de exercer a advocacia, pois é empregada de instituição privada, inexistindo
impedimentos ou incompatibilidades.
b) Bruno, como os servidores públicos, apenas é impedido de exercer a advocacia contra a Fazenda
Pública que o remunera.
c) Os três graduados, Luana, Leonardo e Bruno, exercem funções incompatíveis com a advocacia, sendo
determinada a proibição total de exercício das atividades privativas de advogado.
d) Leonardo é impedido de exercer a advocacia apenas contra ou em favor de pessoas jurídicas de direito
público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou
empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público.

03. (FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIX - Primeira Fase) Carlos integrou a chapa
de candidatos ao Conselho Seccional que obteve a maioria dos votos válidos e tomou posse em 1º de
janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. Um ano após o início do mandato, Carlos passou a ocupar um
cargo de direção no Conselho de Administração de uma empresa, controlada pela Administração Pública,
sediada em outro estado da Federação.
Nesse caso, de acordo com o Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta.
a) Não se extingue o mandato de Carlos, pois a ocupação de cargo de direção em empresa controlada
pela Administração Pública, em estado da Federação distinto do abrangido pelo Conselho Seccional, não
configura incompatibilidade a ensejar o cancelamento de sua inscrição.
b) Extingue-se automaticamente o mandato de Carlos, pois a ocupação de cargo de direção em empresa
controlada pela Administração Pública, em qualquer circunstância, configura incompatibilidade a ensejar o
cancelamento de sua inscrição.
c) Extingue-se o mandato de Carlos mediante deliberação de dois terços dos membros do Conselho
Seccional, pois a ocupação de cargo de direção em empresa controlada pela Administração Pública pode
configurar incompatibilidade a ensejar o cancelamento de sua inscrição.
d) Não se extingue o mandato de Carlos, pois a ocupação de cargo de direção em empresa controlada
pela Administração Pública, em qualquer circunstância, não configura incompatibilidade a ensejar o
cancelamento de sua inscrição.

Gabarito:

01. A;
02. C;
03. B.

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