Efeito do Distanciamento em Relacao ao Mar na Agressividade
por Cloretos
Gibson Rocha Meira (1); Ivo José Padaratz (2)
(1) Protessor CEFET-PB, Doutorando pelo Programa de Pos-graduagso em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Santa Catarina
‘oma: netvavbbs.com br
@) Professor PhD, Departamento de Engenharta Gil, Centro Tecnologico, UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina
‘emai: eovtapeecv ufscbr
Endereco pare correspondéncia:
Rua Dep. Balduino Minervino de Carvaino, 165 - Ap. 1104 - Bossa -§8,035-300 - Jodo Pessoa - PB
Palavras Chaves: Clretas, Corrosde, Drabilidade do Conereto Armado
Resumo
‘A infugncia da clstncia em relagdo ao mar 6 um importante aspeco no estudo da
Corrosdo em zone de atmosfora mata. Apecar‘de ser um tema Walado com
Se ,r—“—*r—S—C‘“ti
2zpecio também importante no ectudo da orosso em entuluras de concroto
armado, & media em que. permite vauslcer @ Teduyso da agressivdade por
Cloreos con’ distanciamento em rela;lo ao mar. Este Fabalho busca, alreves Jo
ensaio da volaumida e exposigbes em zonas stuadas a dierent dstancias en
TelagS0 Mat_avalat 0 commporiamento da egressidere por dete ne sone de
“Siiesfera marinha, tendo como ambien de pesquisa 4 repise Ge Toso Pasta
Os resutados indicam uma Toe queda Ga concen ark de cores meas Bm
Que 380 atingdas.detanciae mleres, eopesaimerte a parr dos" primevos
duzentos metros. Depois do primeira. qulometo de sola, essa concenagso
fssume valores’ minmos. Estes resultados, podem’ eer ‘conslderedas mv
Consonéncia com culos. eeiios infemacionat sobre 0 ta, embora, om
Pesetateny yl ven cougen eincheenpiny moh ttylInst rete do Cone" Conaess Basore
1 Introdugao
1.1. Degradagao de Estruturas pela Agao de Cloretos
‘A degradacao de obras em concreto armado submetidas ao ambiente marinho &
algo que preocupa 0 meio cientifico hé bastante tempo. Nesse sentido, pode-se
destacar os estudos de Hadley (1948), que mostra estruturas de 20 a 30 anos na
costa do pacifico, nos EUA, com elevado grau de deterioragao, Chandra ef al
(1994), que apresentam varios casos de deterioracao de pontes na Suiga
destacando a ponte de Oland que teve 112 dos 184 pilares reparados; Gj _1v
(1994), que faz um historico das obras da Noruega e mostra diversos casos de
deterioragao prematura das mesmas.
No Brasil, alguns estudos caracterizam bem a degradagao de estruturas em
‘concreto armado, destacando-se trabalhos como os de Carmona & Merenga
(1988) em S40 Paulo, Dal Molin (1988) no Rio Grande do Sul, Aranha (1994) na
regido Norte, Nince (1996) na regido Centro-ceste @ Andrade (1997) na regio
Nordeste. Nesses trabalhos, a corrosfio de armaduras ocupa posigao de destaque
fe, em especial, nas regides de costa, a ago dos cloretos como agente de
degradacdo se sobressai
No ambito da corrosao em estruturas de concreto armado em ambiente marinho,
08 cloretos assumem papel preponderante, acentuado pela sua ago pontual
penetrante, que acelera a perda de sego do ago. Treadaway (1988) explica esse
‘comportamento a partir do fato de que, uma vez iniciado 0 proceso corrosivo, os
cloretos que se combinam inicialmente com os fons Fe", formando FeClz, $0
reciclados através da hidrélise desses produtos, liberando os fons CI’ para novas
reagbes, mas também liberando ions H’. A liberagdo de H" faz com que a rea
anédica tenha a sua acide aumentada e 0 potencial dessa area se tome mais,
negative. Por outro lado, a formag3o de OH em funcdo das reagdes catédicas,
eleva o pH dessas dreas. Assim, a corrosdo por pites & auto-sustentada,
diminuindo 0 pH nas reas anédicas e aumentando o pH nas areas catédicas
adjacentes, reduzindo as chances de futuro ataque nessas areas.
Nesse sentido, mesmo as obras inseridas fora do mar, mas situadas na chamada
zona de atmosfera marinha, continuam a receber a acdo deste agente, o que é
‘mais importante ao longo das primeiras centenas de metros além da costa. Todo
esse proceso agressivo tem origem na formago do aerosol marinho, conforme
se comenta no item seguinte,
No Brasil, pais de extensa costa e com cidades de ocupacdo urbana significativa
20 longo da mesma, este efeito assume um papel importante na degradacao de
estruturas por ago da corrosao.
1.2 Formagao e Comportamento do Aerosol Marinho
Os cloretos presentes nas regibes de atmosfera marina provém da agua do mar,
(8 quais podem estar na forma de ion ou combinado na forma de cloreio de sécio.
‘A forma como esse agente ¢ transportado tem origem na formacao do aerosolInstn Basin do Conca 4 Conamsso Basie
marinho. A partir do movimento das ondas ha a formagSo de bolhas que
explodem, formando 0 aerosol. Esse mecanismo importante na liberago de
particulas de sal e, a partir de velocidades de vento superiores a 10 mis,
‘desempenha importante papel na produgao dessas particulas (FELIU of al, 1999).
Uma vez formado 0 aerosol marinho, o mesmo caminha na dirego do continente
@ tem a sua relacdo com a salinidade almosférica fortemente influenciada por
variaveis como diregdo e velocidade dos ventos predominantes, distancia da
costa, topografia da zona, altitude, etc. (MORCILLO, 1998). Todas essa varidveis,
definem uma taxa de deposic4o, que faz com que os cloretos cheguem em maior
‘ou menor quantidade a uma determinada distancia do mar.
‘A deposicao das particulas salinas & medida em que hé um distanciamento da
costa ocorre de modo acentuado nas primeiras centenas de metros a partir da
interface com 0 mar. Este comportamento se deve a um processo de deposigao
ue ocorre, principalmente, pelo efeito gravitacional e pelo choque das particulas
‘com 0 solo e 08 obstaculos sobre o mesmo (FELIU, 1999). Assim, como pode-se
observer, este comportamento é caracteristico de cada regido, com flutuagdes 20
longo do tempo.
Jaegerman (1990) observou que nos primeiros 400 metros de solo a partir da
costa, ha uma reducao acentuada da concentrag3o de cloretos no aerosol
marinho, na regis do mediterraneo. Este comportamento pode ser bastante
variavel em fungo das variaveis ja apontadas e 6 0 que demonstra a figura 1
Sereno tenet)
Os ato sine aes ates a at aia a
Figura 1 - Comportamento da salinidade em fungSo da distinc (MORCILLO et a, 1998)