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a. Ou não o tiver exercido contra o devedor ou contra o fiador, enquanto não estiverem solventes.
Não havendo repetição, o autor da prestação fica sub-rogado nos direitos do credor, i.e., passa, ele
próprio, a credo da obrigação que indevidamente cumpriu e que deverá ser satisfeita pelo verdadeiro
credor.
Na hipótese de o solvens cumprir uma obrigação alheia, na convicção de estar obrigado a cumpri-la, o
solvens ficará empobrecido, já que foi cumprir uma obrigação que era sua e que não estava obrigado a
cumpri-la, embora, disso, estivesse convencido. Potencialmente enriquecidos ficam:
i. Ou o credor, que surgirá satisfeito, independentemente das áleas que possam atingir o
verdadeiro devedor;
ii. Ou o verdadeiro devedor, que verá, sem esforço, efectivado aquilo que a ele competia.
A prestação efectuada por terceiro é, potencialmente, liberatória (art.º 767.º, n.º 1, CC). Em defesa de
uma relação de confiança que se estabelece entre o solvens e o legítimo accipiens – que pode e deve,
nos termos expostos, receber a prestação de um terceiro – a lei opta por consolidar o cumprimento,
submetendo ao enriquecimento o devedor e isso desde que o credor desconhecesse o erro, ao receber a
prestação (art.º 478.º, in fine, CC), quedando ao solvens exigir do devedor exonerado aquilo com que
injustamente se locupletou.