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INVENTÁRIO: DE INSTRUMENTO DE PESQUISA A

DOCUMENTO DE GESTÃO.
PRATA, Maria Catharina Reis Queiroz 1

NOBREGA, Claudia Carvalho Leme 2

RESUMO

Os vestígios temporais acumulados desde a formação das cidades podem, por vezes,
sobreviver nos usos, no traçado urbano ou nos elementos arquitetônicos. Utilizando a
fotografia como ferramenta metodológica para a realização de um inventário de
identificação, objetivamos a caracterização de áreas urbanas de interesse patrimonial em
Campos dos Goytacazes – RJ. A fotografia possui a habilidade, diante da história, de
expor as lembranças dos indivíduos. Ela é um registro da materialidade de uma cidade
em certa periodização do tempo, podendo trazer importantes informações ao estudo da
historiografia das urbes. Utilizada como método para conhecer o patrimônio
arquitetônico de determinado local, as imagens poderão fornecer elementos para realizar
uma análise urbana da região, exatamente por recuperar informações a respeito da área
pesquisada. Documentar a fisionomia das edificações e da paisagem urbana é uma das
práticas mais antigas de registro visual das urbes, permitindo a obtenção de informações
importantes para gestores e planejadores do espaço urbano. Associada à prática do
inventário pode se constituir em um instrumento de preservação urbana, pois permite o
acesso e a produção de conhecimento sobre aquilo que se cadastra, fornecendo dados
para interpretação e diagnósticos interdisciplinares, contribuindo, portanto, para o
debate e posterior ação sobre os processos de planejamento e gestão das cidades.
Entendendo que a cidade resulta das particularidades do lugar e de variadas decisões de
agentes modeladores, dotados de distintos objetivos e recursos, tomadas num
determinado período de tempo, a intenção deste artigo é refletir sobre as práticas de
preservação adotadas no centro histórico da maior cidade do interior fluminense, situada
ao norte do estado do Rio de Janeiro, a Zona de Comércio do Centro Histórico (ZCH).

1
Arquiteta pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES/ES - 1988), Mestra em Artes (UFES/ES - 2010), Doutoranda em Arquitetura (PROARQ / UFRJ)
e docente no Instituto Federal Fluminense (Campos dos Goytacazes / RJ).
2
Arquiteta pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(FAU/UFRJ -1986), Mestra em História e Crítica da Arte pela Escola de Belas Artes (EBA/UFRJ - 1996),
Doutora em Planejamento Urbano e Regional pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e
Regional (IPPUR/UFRJ-2003).
A referida zona foi delimitada por seu Plano Diretor Urbano, datado de 2008, sendo o
objeto de estudo de uma pesquisa de doutorado em andamento no PROARQ (UFRJ) e a
área definida para composição das reflexões desta comunicação. São discutidos ainda os
aspectos conceituais referentes à conservação e valores dos bens patrimoniais,
destacando os conceitos de significância e autenticidade, e as diretrizes formuladas em
1975 para o planejamento urbano dos centros históricos europeus, resultando na
“Declaração de Amsterdã” que formulou princípios de ação, especialmente para o poder
público municipal, principal responsável pela conservação de conjuntos urbanos que
apresentem interesse histórico ou cultural. É nessa perspectiva que o estudo das
experiências locais ou municipais de preservação torna-se campo privilegiado de
reflexão sobre as práticas e representações que marcam os processos históricos de
formação e transformação de um centro histórico.

PALAVRAS CHAVES: Inventário; Fotografia; Preservação urbana.

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