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ot PMNS) O HuGo Mart Iba LUCIA MacHADO RENATO DE MELLO Orgs: ANALISE DO DISCURSO Fundamentos ¢ Praticas FACULDADE DE LETRAS DA UFMG Niicleo de Anilise do Discurso BELO HORIZONTE. 2001 ‘UMA TEORIA DOS SUIEITOS DA LINGUAGEM™> PATRICK CHARAUDEAU Paris XUL foram coloc: linge acima citadas: como compreendet objeto de linguagem que se apresenta desprovido de sua dimensiio 17-0 que so essas descrigdes de sistema que nio nos dar da comunicagio da linguagem. E por isso 4 Ruwet (1983) quando ele diz estou mi realizadas sabre: lo, conseqiientemente, para © progresso do espirito humano. Partindo da em conta teoria do do ato de li ‘mostrar que wait indir de uma definigto dos sujeitos O piscurso Para comegar, consideremos algumas rso. Nao & nosso objetivo, aqui, defi ices sobre © termo ir 0 conceito de a oterritério no qh mas confusbes, visto que 0 termo em questo é empregado em diversas acepgées. 0 discurso niio deve ser as A linguagem, mesmo sendo d linguageiras, correspond a um certo eédigo to €, a um, Conjunto estruturado de signos formais, do mesmo modo, por exemplo, que 0 cédigo gestual (linguagem do gesto) ou 0 cédigo Nesse sentido, convém distinguir 9 él ico verbal oral do 24 como o objeto que representa a materializagao da encenagiio do ato de ngulae de um proceso que depende eum suijeito © de circuns de produgio particulares.’ Cada texto é, assim, atravessado por vitios i igados a géneros owt a situagées diferentes, Por exemplo, © género politico’ pode ser entrecruzado por um discurse diddtico ou por um discurso de humor ow seja, come a unidade que ultrapassa a frase, A relagio entre diversas frases no consti riamente, a unidade-discurso. E. que uma seqtiéncia de frases circunstincias bem determinadas. Mas frase, uma palavra, um gesto podem ser portado: que Satisfagam & condigao acim. que uma ‘curso, desde Enfim, 0 d 5 consideraclo no sentido de Benveniste (1966: 238), com sua oposigio entre disciw'so e histéria, ou seja “dois planos diferentes de enunciagzo.” Uma vez mais, 0 dliscurso diz respeita no conjunto da encenagao da significagio do qual € um outro objeto, construtdo pola reuniso de diversos texios (textos estes que sezvem certos cuja je € a de dar 30 corpus um principio de hhomogencidade). 5-Tal posigdo € questionsvel. Prefer de "Le diseaurs propa Hachette, n, 182, jan. 1984), um dos componentes & enunciative (discurso) € © outro enuncivo (historia). Essas distingdes no nos dao, ainda, uma definigao precisa do conceito de disewrrso, mas elas t&m 0 mérito de colocar em evidéncia, por contrasie, algumas de suas caracteristicas. O termo discurse pode ser, assim, util Em um primeiro sentido, discurso esti relacionado a0 fendmeno da encenagao do ato de linguagem. Esta encenagio depende de um dispositive que compreende dois circuits: um circuito externo, que representa 0 lugar do fazer psicossocial (0 situacional) € um circuito interno que representa o lugar da organizagéo do dizer. Reservaremos 0 termo discurso a0 dominio do dizer. Sera feita, conseqiientem entre encenagaia va e encenagito ti na medida em que a segunda, incliindo 0 aspecto si do ato de linguagem, engloba a primeira, Note-se que, mesmo possuindo sitive préprio va niio. xe. con ado A situagio escolar — que ritual ~ © pode ser encontrado em outros (politica, cientifica, das midias®, etc.); 108 de situagao Em um segundo sentido, discurso pode ser relacionado a um conjunto de saberes partilhados, construfdo, na maior parte das vezes, de modo inconsciente, pelos individuas pertencentes a um dado grupo social. Os sas sociais (ou imagi sociais) mostram a maneira pela qui racionalizadas em termos de valor: sério/descontraido, po} aristocritico, polido/impolido, ete. © 0 termo Midia, aqui, est sendo utilizado no sentido de veiculo de {imprensa escrit 2 26 (Os SUIEITOS DA LINGUAGEM Colocar os sujeitos da lingtagem no c uma precupagio recente © ainda ndo generalizaga. De fato, d muito tempo ~ até o surgimento da Teoria da Enunciagao — a lingua cera considerada como um objeto abstralo, e era necessirio descrever seus sistemas internos. Além disso, 0 termo sujeito sé tinha uma realidade gramatical, , ainda que na ret6rica antiga a atividnde da linguagem fosse considerada como arte da persuasio, esse sujeito nia estava presente como ser da enunciagdo. Com as teorias estruturalistas ¢ sua orientagio para a atividade da comunicagio — reduzida e simplificada a0 extremo pela teoria matemiticn da informagao — assim como a teoria gerativa de Chomsky, 0 ato de finguagem € 0 feito de um “locutor-ouvinte ideal” ce de um processo simétrico entre aquele que o produz e aquele que o recebe © 0 decodifica. Nao hd, portant sujeitos, uma vez que estes desaparecen modelo de competéncia supostament @ conativa que (1966) que se produz a primeira mudanca te 6a capacidade do locutor de se colocar como sujeito”. Ao dizer que ibjetivo & 0 ordenador da organizagio da linguagem, Benveniste dé primazia & enunciagio sobre 0 enunciado © abre caminho para os novos estuidos fundados sobre a oposigiio “Ew/Tw A Pragmética vai ainda mais longe, uma vez que, sem se basear em uma verdadeira teoria dos sujeitos, leva em conta o estatuto ling ar os performativas: entre as condigées que definem a ps sessio est aberta”, esto a de se ter 0 estatuto de p reconhecer 0 papel inovador desempenhado pela pragmética em relagdo as outras teorias da fingua,

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