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SUPERIOR RHEMA
Esta apostila faz parte dos Cursos de Teologia ministrados por essa
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acadêmicos.
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Harmatologia
Doutrina do Pecado
2008
Doutrina do Pecado - 2
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Índice
Índice..........................................................................................................................................................................2
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................3
O FATO DO PECADO...............................................................................................................................................3
Capítulo 1........................................................................................................................................................................5
A ORIGEM DO PECADO.................................................................................................................................6
A tentação: sua possibilidade, origem e sutileza.........................................................................................................6
A culpa....................................................................................................................................................................7
O juízo.....................................................................................................................................................................7
A redenção..............................................................................................................................................................9
Capítulo 2........................................................................................................................................................................9
A NATUREZA DO PECADO............................................................................................................................9
O ensino do Novo Testamento..................................................................................................................................11
O pecado descrito como........................................................................................................................................11
CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO.........................................................................................................................13
Fraqueza espiritual................................................................................................................................................13
Castigo positivo....................................................................................................................................................14
Como a Bíblia examina o pecado.........................................................................................................................15
Pecado Imperdoável..................................................................................................................................................17
A Perspectiva do pecado segundo algumas crenças.............................................................................................18
Perspectiva Judaica de Pecado..............................................................................................................................18
Tipos de Pecado e sua Gravidade.........................................................................................................................19
Capítulo 3......................................................................................................................................................................20
PERSPECTIVA CATÓLICA............................................................................................................................20
Os Sete Pecados Capitais..........................................................................................................................................21
Capítulo 5......................................................................................................................................................................23
PERSPECTIVA PROTESTANTE....................................................................................................................23
Descrevendo o pecado..............................................................................................................................................24
O QUE É PECADO?............................................................................................................................................24
O QUE É PECADO ORIGINAL?........................................................................................................................24
E FILHOS DO DIABO, FILHOS DA IRA, FILHOS DA DESOBEDIÊNCIA,.................................................24
DEUS CRIOU O PECADO?....................................................................................................................................25
O QUE É REMISSÃO DE PECADOS?..............................................................................................................25
O QUE É CONCUPISCÊNCIA...........................................................................................................................25
MASTURBAÇÃO É PECADO?..........................................................................................................................25
O QUE SIGNIFICA “COMER E BEBER PARA SUA PRÓPRIA CONDENAÇÃO”?.....................................27
HOMOSSEXUALISMO É PECADO?................................................................................................................27
Capítulo 6......................................................................................................................................................................29
OS FILHOS PAGAM PELA MALDADE DOS PAIS?...................................................................................29
RESPOSTA:..........................................................................................................................................................30
Questões sobre o pecado.......................................................................................................................................30
A doença da alma......................................................................................................................................................35
O QUE É PECADO?............................................................................................................................................35
São Tomás de Aquino assim explica.....................................................................................................................36
Conceito de Sto. Agostinho para o pecado...........................................................................................................36
REFLEXÃO..........................................................................................................................................................38
Atividade...................................................................................................................................................................39
Bibliografia...............................................................................................................................................................40
Doutrina do Pecado - 3
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INTRODUÇÃO
Está escrito que Deus, ao completar a obra da criação, declarou que tudo era
“muito bom”. Observando, mesmo ligeiramente, chegamos ~i convicção de que muitas
coisas que agora existem não são boas — o mal, a impiedade, a opressão, a luta, a
guerra, a morte, e o sofrimento. E naturalmente surge a pergunta: Como entrou o mal
no mundo? — pergunta que tem deixado perplexos muitos pensadores. A Bíblia ofe-
rece a resposta de Deus; ainda mais, informa-nos o que o pecado realmente é; melhor
ainda, apresenta-nos o remédio para o pecado.
O FATO DO PECADO
Não há necessidade de discutir a questão da realidade do pecado; a história e o
próprio conhecimento íntimo do homem oferecem abundante testemunho do fato.
Muitas teorias, porém, apareceram para negar, desculpar, ou diminuir a natureza do
pecado.
2. O determinismo é a teoria que afirma ser o livre arbítrio uma ilusão e não uma
realidade. Nós imaginamos que somos livres para fazer nossa escolha, porém
realmente nossas opções são ditadas por impulsos internos e circunstâncias que
escaparam ao nosso domínio. A fumaça que sai pela chaminé parece estar livre, porém
se esvai por leis inexoráveis. Sendo assim — continua essa teoria, — uma pessoa não
pode deixar de atuar da maneira como o faz, e estritamente falando, não deve ser
louvada por ser boa nem culpada por ser má. O homem é simplesmente um escravo
das circunstâncias.
3. O hedonísmo (da palavra grega que significa “prazer”) é a teoria que sustenta
que o melhor ou o mais proveitoso que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga à
dor, de modo que a primeira pergunta que se faz não é: “Isto é correto?”, mas: ‘Trará
prazer?” Nem todos os hedonistas têm uma vida de vícios, mas a tendência geral do
hedonista é desculpar o pecado e disfarçá-lo, qual pílula açucarada, com designações
tais como estas: “é uma fraqueza inofensiva”; “é pequeno desvio”; “é mania do prazer”;
“é fogo da juventude”. Eles desculpam o pecado com expressões como estas: “Errar é
humano”; “o que e natural é belo e o que é belo é direito.”
4. Ciência Cristã. Esta seita nega a realidade do pecado. Declara que o pecado
não é algo positivo, mas simplesmente a ausência do bem. Nega que o pecado tenha
existência real e afirmam que é apenas um “erro da mente moral”. O homem pensa que
o pecado é real, por conseguinte, seu pensamento necessita de correção. Mas, depois
de examinar o pecado e a ruína que são mais do que reais no mundo, parece que esse
Doutrina do Pecado - 5
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tal “erro da mente mortal” é tão terrível como aquilo que toda gente conhece por
“pecado”! As Escrituras denunciam o pecado como uma violação positiva da lei de
Deus, como uma verdadeira ofensa que merece castigo real num inferno real.
Capítulo 1
Doutrina do Pecado - 6
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A ORIGEM DO PECADO
Notemos a árvore proibida. Por que foi colocada ali? Para prover um teste pelo
qual o homem pudesse, amorosa e livremente, escolher servir a Deus e dessa maneira
desenvolver seu caráter. Sem vontade livre o homem teria sido meramente uma
máquina.
(b) A origem da tentação. “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias
do campo que o Senhor Deus tinha feito.” E razoável deduzir que a serpente, que
naquele tempo deveria ter sido uma criatura formosa, foi o agente empregado por
Satanás, o qual já tinha sido lançado fora do céu antes da criação do homem. (Ezeq.
23:13-17; Isa. 14:12-15.) Por essa razão, Satanás é descrito como “essa antiga
serpente, chamada o diabo” (Apoc. 12:~I)). Geralmente Satanás trabalha por meio de
agentes. Quando Pedro (embora sem má intenção) procurou dissuadir seu Mestre da
senda do dever, Jesus olhou além de Pedro, e disse, “Para trás de mim, Satanás” (Mat.
16:22,23). Neste caso Satanás trabalhou por meio de um dos amigos de Jesus; no
Eden empregou a serpente, uma criatura da qual Eva não desconfiava.
A culpa
O juízo.
(a) Sobre a serpente. “Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a
besta, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó
Doutrina do Pecado - 8
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comeras todos os dias da tua vida.” Essas palavras implicam que a serpente outrora foi
uma criatura formosa e honrada. Depois, porque veio a ser o instrumento para a queda
do homem, tomou-se maldita e degradada na escala da criação animal. Uma vez que a
serpente foi simplesmente o instrumento de Satanás, por que deve ser punida? Porque
é a vontade de Deus fazer da maldição da serpente um tipo e profecia da maldição
sobre o diabo e sobre todos os poderes do mal. O homem deve reconhecer, pelo
castigo da serpente, como a maldição de Deus para todo pecado e maldade;
arrastando-se rio pó recordaria ao homem o dia em que Deus derribará até ao pó, o
poder do diabo. Isso é um estimulo para o homem: ele, o tentado, está em pé, erguido,
enquanto a serpente está sob a maldição. Pela graça de Deus o homem pode ferir-lhe
a cabeça — pode vencer o mal. (Vide Luc, 10:18; Rom. 16:20; Apoc. 12:9; 20:1-2, 10.)
(b) Sobre a mulher. “E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e atua
concepção; com dor terás filhos; e o teu desejo será para teu marido, e ele te dominará”
(Gên. 3:16). Assim disse certo escritor: A presença do pecado tem sido a a causa de
muito sofrimento, precisamente do modo indicado acima. Não há dúvida que dará luz
filhos constitui um momento crítico e penoso mi rida da mulher, O sentimento de faltas
passadas pesa de uma maneira partícula sobre ela, e também a crueldade e loucura do
homem contribuíram para fazer o processo mais doloroso e perigoso para a mulher do
que para os animais.
(c) Sobre o homem. (Versos 17-19.) O trabalho para o homem já tinha sido
designado (2:15). O castigo consiste no afã, nas decepções e aflições que muitas vezes
acompanham o trabalho. A agricultura é especificada em particular, porque sempre tem
sido um dos empregos humanos mais necessários. De alguma maneira misteriosa, a
terra e a criação em geral têm participado da maldição e da queda do seu senhor (o
homem) porém estão destinadas a participar da sua redenção. Este é o pensamento de
Rom. 8:19-28. Em Isaías 11:1-9 e 65:17-25, temos exemplos de versículos que
predizem a remoção da maldição da terra durante o Milênio. Além da maldição física
que se apossou da terra, também é certo que o capricho e o pecado humanos têm
dificultado de muitas maneiras o labore provocado as condições de trabalho mais
difíceis e mais duras para o homem.
A redenção.
(a) Prometida. (Vide Gên. 3:15.) (1) A serpente procurou fazer aliança com Eva
contra Deus, mas Deus porá fim a essa aliança. “E porei inimizade entre ti e a mulher, e
entre a tua semente (descendentes) e a sua semente.” Em outras palavras, haverá uma
luta constante entre o homem e o poder maligno que causou a sua queda. (2) Qual será
o resultado desse conflito? Primeiro, vitória para a humanidade, por meio do
Representante do homem, a Semente da mulher. “Ela (a semente da mulher) te ferirá a
cabeça.” Cristo, a Semente da mulher, veio ao mundo para esmagar o poder do diabo.
(Mat. 1:23, 25; Luc. 1:31-35, 76; Isa. 7:14; Gál. 4:4; Rom. 16:20; Col. 2:15; Heb. 2:14,
15; l João3:8; 5:5; Apoc. 12:7, 8,17; 20:1-3, 10.) (3) Porém a vitória não será sem
sofrimento. “E tu (a serpente) lhe ferirás o calcanhar.” No Calvário a Serpente feriu o
calcanhar da Semente da mulher; mas este ferimento trouxe a cura para a humanidade.
(Vide Isa. 53:3,4,12; Dan. 9:26; Mat. 4:1-10; Luc.22:39-44. 53; João 12:31-33; 14:30,31;
Heb. 2:18; 5:7; Apoc. 2:10.)
(6) Prefigurada. (Verso 21.) Deus matou um animal, uma criatura inocente, para
poder vestir aqueles que se sentiam nus ante a sua vista por causa do pecado. Do
mesmo modo, o Pai deu seu Filho, o Inocente, à morte, a fim de prover uma cobertura
expiatória para as almas dos homens.
Capítulo 2
Doutrina do Pecado - 10
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A NATUREZA DO PECADO
Que é pecado? A Bíblia usa uma variedade de termos para expressar o mal de
ordem moral, os quais nos explicam algo de sua natureza. Um estudo desses termos,
nos originais hebraico e grego, proporcionará a definição bíblica do pecado.
Se prosseguia neste último caminho, era julgado como criminoso, e tais eram os
publicanos, na opinião dos contemporâneos do nosso Senhor Jesus.
(d) Na esfera da verdade. As palavras que descrevem o pecado nesta esfera dão
ênfase ao inútil e fraudulento elemento do pecado. Os pecadores falam e tratam
falsamente (Sal. 58:3; Isa. 28:15), representam falsa-mente e dão falso testemunho
(Exo. 20:16; Sal. 119:128; Prov. 19:5, 9).
Tal atividade é “vaidade” (Sal. 12:2; 24:4; 41:6), isto é, vazia e sem valor.
1. Muitas exortações são dirigidas aos “simples” (Prov. 1:4, 22; 8:5). Essa palavra
descreve o homem natural, que não se desenvolveu, quer na direção do bem, quer do
mal; sem princípios fixos, mas com uma inclinação natural para o mal, a qual pode ser
usada a fim de seduzi-lo. Falta-lhe firmeza e fundamento moral; ele ouve mas esquece;
portanto, é facilmente conduzido ao pecado. (Vide Mat. 7:26.)
2. Muitas vezes lemos acerca desses “faltos de entendimento” (Prov. 7:7; 9:4),
isto é, aqueles que por falta de entendimento, mais do que por propensão pecaminosa,
são vítimas do pecado. Faltos de sabedoria, são conduzidos a expressar precipitados
juízos acerca da providência divina e das coisas além da sua compreensão. Desse
modo precipitam-se na impiedade. Tanto essa classe, como os “simples”, são
indesculpáveis porque as Escrituras apresentam o Senhor oferecendo gratuitamente —
sim, rogando-lhes que aceitem (Prov. 8:1-10) — aquilo que os fará sábios para a
salvação.
4. O “escarnecedor” (Sal. 1:1; Prov. 14:6) é o homem ímpio que justifica sua
impiedade com argumentos racionais contra a existência ou realidade de Deus, e contra
as coisas espirituais em geral. Assim, escarnecedor” é a palavra do Antigo Testamento
equivalente à nossa moderna palavra “infiel”, e a expressão “roda dos escarnecedores”
provavelmente se refere à sociedade local dos infiéis.
Doutrina do Pecado - 12
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O ensino do Novo Testamento.
(a) Errar o alvo, que expressa a mesma idéia que a conhecida palavra do Antigo
Testamento.
(li) Dívida. (Mat. 6:12.) O homem deve (a palavra “deve” vem de dívida) a Deus a
guarda dos seus mandamentos; todo pecado cometido é contração de uma dívida.
Incapaz de pagá-la, a única esperança do homem é ser perdoado, ou obter remissão da
dívida.
(d) Desobediência, literalmente, “ouvir mal”; ouvir com falta de atenção. (Heb.
2:2.) “Vede pois como ouvis” (Luc. 8:18.)
(f) Queda, ou falta, ou cair para um lado (Efés. 1:7) no grego, donde a conhecida
expressao, cair no pecado. Pecar é cair de um padrão de conduta.
(í) O erro (Heb. 9:7) Descreve aqueles pecados cometidos como fruto da
ignorância, e dessa maneira se diferenciam daqueles pecados cometidos
presunçosamente, apesar da luz esclarecedora. O homem que desafiadoramente
decide fazer o mal, incorre em maior grau de culpa do que aquele que é apanhado em
falta, a que foi levado por sua debilidade.
CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO
O pecado é tanto um ato como um estado. Como rebelião contra a lei de Deus, é
um ato da vontade do homem; como separação de Deus, vem a ser um estado
pecaminoso. Segue-se uma dupla conseqüência: o pecador traz o mal sobre si mesmo
por suas más ações, e incorre em culpa aos olhos de Deus. Duas coisas portanto,
devem distinguir-se; as más conseqüências que seguem os atos do pecado, e o castigo
que virá no juízo. Isto pode ser ilustrado da seguinte maneira:
Um pai proíbe ao filho pequeno o fumar cigarros, e fá-lo ver uma dupla
conseqüência: primeira, o fumar fá-lo-á sentir-se doente; segunda, será castigado pela
sua desobediência. O menino desobedece e afirma pela primeira vez. As náuseas que
lhe sobrevêm representam as más conseqüências do seu pecado, e o castigo corporal
subseqüente representa o castigo positivo pela culpa.
Fraqueza espiritual.
(c) Discórdia interna. No princípio Deus fez o corpo do homem do pó, dotando-o,
desse modo, de uma natureza física ou inferior; depois soprou em seu nariz o fôlego da
vida, comunicando-lhe assim uma natureza mais elevada, unindo-o a Deus. Era o
propósito de Deus a harmonia do ser humano, ter o corpo subordinado à alma. Mas o
pecado interrompeu a relação de tal maneira que o homem se encontrou dividido em si
mesmo;o “eu” oposto ao “eu” em uma guerra entre a natureza superior e a inferior. Sua
natureza inferior, frágil em si mesma,
Castigo positivo
“No dia em que dela comeres certamente morrerás” (Gên. 2:17) “O salário do
pecado é a morte” (Rom. 6:23).
Vemos, então, que a morte física veio ao mundo como castigo, e, nas Escrituras,
sempre que o homem é ameaçado com a morte como castigo pelo pecado, significa
primeiramente a perda do favor de Deus. Assim, o pecador já está “morto em ofensas e
pecados” e no momento da morte física ele entra no mundo invisível na mesma
condição. Então no grande Julgamento o Juiz pronunciará a sentença da segunda
morte, que envolve “indignação e ira, tribulação e angústia” (Rom. 2:7-12). De maneira
que “a morte”, como castigo, não é a extinção da personalidade, e, sim, o meio de
separação de Deus. Há três fases desta morte: morte espiritual, enquanto o homem
vive (Efés. 2:1; 1 Tim. 5:6); morte física (Heb. 9:27); e a segunda ou morte eterna (Apoc.
21:8; João 5:28, 29; 2 Tess. 1:9; Mat. 25:41).
Por outro lado, quando as Escrituras falam da vida como recompensa pela
justiça, isso significa mais do que existência, pois os ímpios existem no inferno. Vida
significa viver em comunhão com Deus e no seu favor — comunhão que a morte não
pode interromper ou destruir. (João 11:25, 26.) E uma vida que proporciona união
consciente com Deus, a Fonte da vida. “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti só
(em experiência e comunhão) por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste” (João 17:3). A vida eterna é uma existência peifeito; a morte eterna é uma
existência mui, miserável e degradada.
Notemos que a palavra “destruição”, usada quanto à sorte dos ímpios (Mat. 7:13;
João 17:12; 2 Tess. 2:3), não significa extinção. De acordo com o grego, pereceu ser
destruído, não significa extinção e sim ruína. Por exemplo: que os odres “estragam-se”
(Mat. 9:17) significa que já não servem como odres, e não que tenham deixado de
existir. Da mesma maneira, o pecador que perece, ou que é destruído, não é reduzido
ao nada, mas experimenta a ruína no que concerne a desfrutar comunhão com Deus e
a vida eterna. O mesmo uso ainda existe hoje; quando dizemos: “sua vida está
arruinada”, não queremos dizer que o homem está morto, e, sim, que perdeu o
verdadeiro alvo ou objetivo da vida.
E se não tenho a certeza quais são os meus pecados? A Bíblia diz em Salmos
139:23-24 “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os
meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo
caminho eterno.”
Confesse os seus pecados a Deus e será perdoado. A Bíblia diz em 1 João 1:9
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e
nos purificar de toda injustiça.”
Segundo, pedir que o seu pecado seja perdoado. Deus diz que pode começar
uma vida nova. A Bíblia diz em Salmos 51:7-12 “Purifica-me com hissopo, e ficarei
limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para
que se regozijem os ossos que esmagaste. Esconde o teu rosto dos meus pecados, e
apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova
em mim um espírito estável. Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o
teu santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito
voluntário.”
Terceiro, acreditar que Deus o perdoou e parar de se sentir culpado. A Bíblia diz
em Salmos 32:1-6 “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo
pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniqüidade,
e em cujo espírito não há dolo. Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus
ossos pelo meu bramido durante o dia todo. Porque de dia e de noite a tua mão pesava
sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado,
e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas
transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Pelo que todo aquele é piedoso
Doutrina do Pecado - 18
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ore a ti, a tempo de te poder achar; no trasbordar de muitas águas, estas e ele não
chegarão.”
Pecado Imperdoável
Existem três fatores principais que levam o homem a perder a salvação:
Rebelião - Se levanta contra a obra ou contra a Igreja Universal (Jd 12; Gn 4.9).
O exemplo é Caim. Deus não aceitou o seu sacrifício, pelo conteúdo do sacrifício, mas
por causa da rebelião do seu coração.
Chama-se pecado mortal o pecado que faz perder a graça Divina e que leva à
condenação do crente; se não for objecto de confissão (admissão da culpa), genuíno
arrependimento e penitência (retratação perante Deus). Chama-se pecado venial aos
pecados que são menos graves e que não fazem perder a graça Divina. Para os
Cristãos Católicos, a tríade que define o pecado mortal é:
Capítulo 3
PERSPECTIVA CATÓLICA
Doutrina do Pecado - 21
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A doutrina católica distingue entre o pecado venial, que justifica somente uma
punição temporária no Purgatório, e pecado mortal, que justifica uma punicão eterna
no Inferno, se não confessado e não demonstrar genuíno arrependimento. Segundo a
Igreja Católica, o pecado original só é purgado no indivíduo pelo baptismo.
Percebi que a maioria dos fatos que aconteciam e freavam o crescimento das
pessoas na empresa eram os 7 Pecados Capitais.A idéia de pecado não tem conotação
religiosa. Pecar vem de "pecare"que significa "errar de alvo ". Sempre que "pecamos",
erramos de alvo.
Basicamente a atitude mental que está por trás da ira é "quero destruir’ ou "eu
quero e você deve". Como ficaria esta atitude em termos de gestão ? Como será o
processo de tomada de decisão sob o impacto da ira ? Certamente o mais destrutível
possível, com ranço de autoritarismo, desrespeito e baixo clima de confiança mútua
entre o gestor e sua equipe.. Uma maneira de detectarmos a manifestação da ira é
observar a destruição do patrimônio da empresa bem como a expressão facial das
pessoas. Por baixo de toda ira quase sempre detectamos medo: de errar, de expressar-
se de outra maneira,de perder espaço,etc. Ao invés de tremer as pessoas atacam para
defender-se de seus fantasmas.
A classificação actual é obra de São Tomás de Aquino, ainda que não tenha feito
mais do trabalhar em cima do já realizado por Gregorio I, o Magno, no ano 600.
Capítulo 5
Doutrina do Pecado - 24
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PERSPECTIVA PROTESTANTE
Descrevendo o pecado
O QUE É PECADO?
O QUE É CONCUPISCÊNCIA
É desejo carnal incontrolável. Diz respeito não apenas aos apetites sexuais, mas
a bens e gozos materiais. É o desejo, sem domínio, de saciar a qualquer custo à
vontade do corpo, da carne. Concupiscência dos olhos: desejo de ver ou presenciar
cenas de violência, tumultos, pornografias, filmes eróticos, obscenidades, etc.
Concupiscência dos ouvidos: desejo de ouvir piadas imorais; de ouvir músicas
profanas; de dar ouvidos a boatos que agridem a privacidade das pessoas.
Concupiscência dos lábios: desejo de dizer "palavrão", palavras imorais, chulas,
Doutrina do Pecado - 26
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indecentes; desejo de comentar e conversar sobre a intimidade das pessoas, das
famílias, das autoridades. Concupiscência do estômago: apego excessivo a boas
iguarias, ao bom prato, ou a determinada espécie de comida. (Gálatas 5.16-21).
Concupiscência é sinônimo de avidez, cobiça e ganância. "Não ameis o mundo, nem o
que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o
que há no mundo, a CONCUPISCÊNCIA da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo". (1 João 2.15-16).
MASTURBAÇÃO É PECADO?
2) "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes
em suas concupiscências [desejo incontrolado]" (Romanos 6.12).
Não se pode negar a existência do impulso sexual nos seres humanos, impulso
criado por Deus para um fim proveitoso - o da multiplicação da espécie humana, ou
seja, o sexo entre homem e mulher, casados. (Gênesis 1.28). Todavia, homens e
mulheres têm de várias formas pervertido esse desejo. O homossexualismo é uma
dessas impurezas e desvio sexual. A masturbação é uma variante da impureza sexual:
vicia, escraviza e causa morte espiritual. O nosso corpo não é para ser usado da
maneira como bem entendemos: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as
Doutrina do Pecado - 27
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coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por
nenhuma" (1 Coríntios 6.12).
HOMOSSEXUALISMO É PECADO?
“Sabendo que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos... para os
fornicadores, para os SODOMITAS... (o realce é meu). (1 Timóteo 1.10)”.
"Pelo que Deus os entregou aos desejos de seus corações, à imundícia, para
desonrarem seus corpos entre si...pelo que Deus os abandonou às paixões infames.
Até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
Semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, inflamaram-
se em sua sensualidade uns para com os outros, HOMEM COM HOMEM, cometendo
torpeza, e recebendo em si mesmos a penalidade devida ao seu erro... estão cheios de
toda iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade, inveja, homicídio, contenda,
engano e malignidade. Embora tenham conhecimento da justiça de Deus (que SÃO
DIGNOS DE MORTE OS QUE TAIS COISAS PRATICAM), não somente as fazem, mas
também aprovam os que as praticam" (Romanos 1.24-32).
“O corpo não é para prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo”
(1 Coríntios 6.13b)
Capítulo 6
Doutrina do Pecado - 30
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OS FILHOS PAGAM PELA MALDADE DOS PAIS?
Os filhos devem pagar pelos pecados dos pais? (Isaias 14:21) "Preparai a
matança para os filhos por causa da maldade de seus pais, para que não se levantem
e possuam a terra... (Êxodo 20:5) Pois eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que
visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração. (Êxodo 34:7) Ao
culpado não tem por inocente; castiga a iniqüidade dos pais sobre os filhos dos filhos
até a terceira e quarta geração. (1Crônicas 15:22) Pois assim como todos morreram
em Adão... (Deuteronômio 5:9) Pois eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito
a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração".
Os filhos não pagam pelos pecados dos pais? (Ezequiel 18:20) "O filho não
levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho. (Deuteronômio 24:16) Os
pais não serão mortos pela culpa dos filhos, nem os filhos pela culpa dos pais; cada
qual morrerá pelo seu pecado".
RESPOSTA:
A resposta está na própria Bíblia, como acima: CADA UM PAGARÁ PELO QUE
DEVE. Um não paga pelo outro. O único que pagou por nós foi Jesus. Não existe
contradição. A Bíblia complementa e explica o enunciado de Êxodo 20.5, em Ezequiel
18.20 e Deuteronômio 24.16. Moisés fala da CONSEQÜÊNCIA dos pecados dos pais
nos filhos (Êxodo 20.5). Dada a possibilidade real de os filhos seguirem os passos dos
pais, serão eles também punidos. Deus não castiga o inocente. Os filhos serão
castigados se de alguma forma, induzidos ou não, pecarem junto com seus pais.
Todavia, a culpa destes não é transferida àqueles. Quanto ao julgamento de Deus,
devemos ficar tranqüilos porque o Justo Juiz julgará com justiça. Com relação a 1
Coríntios 15.22 e Romanos 5.12 todos os homens pecaram em Adão devemos
entender que semente gera semente da mesma espécie . Somos da espécie de Adão,
da semente de Adão, originários do primeiro ato sexual do primeiro casal. Adão é o
cabeça da raça humana. Logo, herdamos a sua natureza pecaminosa, assim como um
filho herda traços físicos e até morais de seus pais. Não somos, portanto,
completamente distintos de Adão e Eva. E quem é mais sábio do que Deus? Se Ele diz
que pecamos em Adão é porque pecamos. Mas Deus oferece a condição de sairmos
desse laço: ao aceitarmos a Jesus como nosso Senhor e Salvador, somos capacitados
a vencermos a inclinação para o mal. O livre-arbítrio do homem dá-lhe condições de
optar por continuar com sua moral abalada, ligada umbilicalmente a Adão, ou por cortar
os laços do velho homem e receber Novo Nascimento em Cristo Jesus.
Com base nas perguntas freqüentes feitas pelos leitores, parece que a doutrina
bíblica do pecado não é bem compreendida por muitas pessoas atualmente. Alguns
cristãos vivem aterrorizados com a possibilidade de perderem a salvação se caírem no
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pecado. Ao mesmo tempo, no outro extremo, alguns pensam que têm uma boa
compreensão do assunto, mas mostram sua ignorância ao insistirem que é possível
chegar ao ponto da "perfeição sem pecar" nesta vida. Ambos os extremos estão
totalmente errados, conforme esperamos demonstrar com base na Palavra de Deus.
"Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há
verdade em nós." [1 João 1:8]
O resto, como se diz, é história. Eva foi enganada por Satanás e comeu do "fruto
proibido", destarte colocando-se imediatamente em morte espiritual e iniciando o
processo de morrer fisicamente. Ela cometeu o primeiro pecado praticado por um ser
humano, e Adão logo seguiu o mesmo caminho (Satanás, não o homem, foi o
originador do pecado por causa de sua rebelião contra Deus - veja Ezequiel 28:15). É
interessante que a Bíblia nos diz que Adão não foi enganado e pecou de forma
deliberada, por que quis [1 Timóteo 2:14]. Acredito que ele amava Eva e a seguiu na
desobediência para evitar a separação. No entanto, independente das razões
específicas para o pecado deles, imediatamente descobriram que eram criaturas caídas
- mortais e nus com uma perpectiva de vida totalmente diferente dali para frente. Da
perfeição, desceram à total depravação em que todos os aspectos de seu ser foram
manchados pelo pecado. Essa mudança monumental é evidenciada pela tentativa deles
de cobrirem sua nudez com folhas de figueira e se esconderem de Deus [Gênesis 3:7-
8]. Desde então, o homem pecador tenta se esconder de Deus!
Doutrina do Pecado - 32
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O fato da depravação humana é resumido pelo apóstolo Paulo nos seguintes
versos:
"Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que
entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se
fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só." [Romanos 3:10-12]
Para aqueles que desejam saber o que a Palavra de Deus diz sobre o assunto
da depravação humana, eis uma relação de versos:
"Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente
permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus." [1 João 3:9]
Entretanto, isso não significa que um cristão nunca peca! Para reforçar isso,
chamo sua atenção para o que João diz no verso 8 do capítulo 1 (referido
anteriormente) - "Se dissermos que não temos pecado, enganamos-nos a nós
mesmos." Alguns podem tentar argumentar que João estava escrevendo para
incrédulos, mas isso não cola pois toda a epístola de 1 João foi escrita para os crentes,
"os filhinhos". - como vemos no verso 1 do capítulo 2. O verso 4 do capítulo 1 diz "estas
coisas vos escrevo para que não pequeis..." - referindo-se aos crentes, ou "filhinhos",
como João afeiçoadamente refere-se a eles depois. Essa posição é explicada por W. E.
Wine em seu Expository Dictionary of New Testament Words, pg 211, sob o título de
"Commit, Commission", #2 Poieo, "Nota: Em 1 João 3:4,8,9, a Versão Autorizada
errôneamente traz "comete" (um significado impossível no verso 8); a Versão Revisada
corretamente tem "pratica", isto é, um hábito contínuo, equivalente a prasso. O que está
em vista aqui é uma ação contínua, não uma ação eventual."
"Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o
pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que
aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De
maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.
Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito
o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que
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quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não
faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando
quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer
na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu
entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a
Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à
lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado." [Romanos 7:14-25; ênfase adicionada]
Esse lamento do apóstolo Paulo não é verdadeiro na sua própria vida, leitor?
Certamente é na minha! Sou um cristão nascido de novo, lavado no sangue do Cordeiro
de Deus e o Espírito Santo me assegura que sou um filho de Deus - mas ainda
experimento a realidade do pecado diariamente! Quando nasci de novo, recebi uma
nova natureza, uma natureza espiritual, mas minha carne, a natureza pecaminosa
depravada que herdei de Adão, não foi destruída. Muito pelo contrário, ela está bem
viva e levanta sua horrenda cabeça continuamente! Por meio da oração e com a ajuda
do Espírito Santo, posso agora (e espero continuar a) pecar muito menos do que
pecava antes de receber a Cristo. No entanto, isso ainda está longe da perfeição. Para
aqueles que ainda insistem que a perfeição seja possível, quero lembrar que não
existem apenas os pecados que cometemos, mas pecados de omissão - coisas que
deveríamos fazer, mas não fazemos. O padrão de Deus de perfeição e sua vontade
para nossas vidas inclui muitos aspectos sobre os quais precisamos orar e pedir
orientação. É somente remotamente concebível para você que devemos discernir todos
e executá-los ao pé da letra? Deixar de perceber e cumprir com as obrigações é pecado
- o pecado da omissão. Ó, meus amigos, não podem ver que somos pecadores, tanto
por natureza quanto por prática? O Espírito Santo, falando por meio de profeta Isaías
deixa isso bem claro com a seguinte declaração:
"Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da
imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um
vento nos arrebatam." [Isaías 64:6]
Devemos encarar o pecado com leviandade já que está perdoado? Não, nunca!
Tenha em mente que o pecado somente está perdoado com relação ao nosso destino
eterno. Cada pecado que cometemos como filhos de Deus é inescapável pois ele
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conhece cada detalhe de nossas vidas e, sem falha alguma, nos punirá da forma
apropriada. Quando éramos crianças, conseguíamos evitar a punição dos nossos pais
por que eles não tomavam conhecimento de todas as nossas infrações, mas tal nunca é
o caso com Deus! Pode ter certeza que ele vai disciplinar apropriadamente aqueles a
quem ama [Números 32:23 e Hebreus 12:6]. Portanto, se você é um autêntico filho de
Deus, não precisa mais ficar aterrorizado com a possibilidade de perder a salvação.
Transfira esse pavor à possibilidade de ser corrigido pelo seu amoroso Pai Celestial! Os
esforços para ser bom não comprarão para você absolutamente nada com relação à
salvação, mas ajudarão a evitar a mão corretiva de Deus. Anos atrás, as pessoas
referiam-se aos cristãos como "homens e mulheres que temem a Deus" e todos nós
compreendíamos a base para essa expressão. Eu temia meu pai, porque se minha mãe
contasse para ele minhas travessuras, meu traseiro ficava definitivamente em risco!
Esse tipo de temor é necessário e benéfico, pois tende a nos manter no "caminho
estreito e apertado". [Mateus 7:14]
A doença da alma
O pecado é o motivo da tua tristeza. Deixa a santidade ser o motivo da tua
alegria. São Tomás de Aquino, na Exposição do Credo, diz que há duas mortes: a
primeira é a do corpo, física, quando a alma se separa dele; a segunda, é a da alma,
espiritual, quando esta se separa de Deus. A pior é a segunda, e tem como causa o
pecado.
O QUE É PECADO?
O grande Agostinho de Hipona dizia que "o mal consiste em abusar do bem", e
ainda: "O pecado é o motivo da tua tristeza. Deixa a santidade ser o motivo da tua
alegria." O Catecismo começa dizendo que: "O pecado é uma falta contra a razão, a
consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o
próximo, por causa de um apego perverso a certos bens".
(Ainda para Santo Agostinho ele é fruto do "amor de si mesmo até o desprezo de
Deus". (Civita Dei 14,21) Jesus ensina que a raiz do pecado está no coração do
homem:
O Catecismo ainda ensina que "o pecado mortal destrói a caridade no coração
do homem por uma infração grave da lei de Deus, desvia o homem de Deus, que é seu
fim último e bem aventurança, preferindo um bem inferior."
Quando a vontade se volta para uma coisa de persi contrária à caridade pela
qual estamos ordenados ao fim último, há no pecado, pelo seu próprio objeto, matéria
para ser mortal... quer seja contra o amor a Deus, como a blasfêmia, o perjúrio, etc., ou
contra o amor ao próximo, como o homicídio, o adultério, etc. Por outro lado, quando a
vontade do pecador se dirige às vezes a um objeto que contém em si uma desordem,
mas não é contrário ao amor a Deus, e ao próximo, como por exemplo palavra ociosa...
tais pecados são veniais".
É bom notar que para haver o pecado mortal é preciso que a pessoa queira
deliberadamente, isto é, sabendo e querendo, uma coisa gravemente contrária à lei de
Deus e ao fim último do homem.
Portanto, para que haja pecado mortal deve haver pleno conhecimento e
consentimento; e quem peca deve saber e deve ter consciência do caráter pecaminoso
do ato a praticar, e de sua ofensa à Lei de Deus.
A ignorância involuntária, isto é, aquela que a pessoa não tem culpa, pode
diminuir ou até eliminar a culpa diante de uma falta mesmo grave, mas é bom lembrar
que Deus imprimiu nas consciências dos homens, a Lei natural, isto é, os princípios da
moral.
"O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave".
Acontece a malícia quando há uma intenção maldosa, uma "exploração do mal", por
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sagacidade, sátira, comércio, etc. É diferente o pecado daquele que sucumbiu por
fraqueza, daquele que explorou o pecado. Por exemplo, é muito mais grave explorar a
prostituição do que cair nela, eventualmente, por fraqueza, embora ambas as quedas
sejam graves.
"É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é
cometido com plena consciência e deliberadamente".
Portanto, a gravidade dos pecados pode ser maior ou menor conforme o dano
provocado pelo mesmo. Também a qualidade da pessoa ofendida entra em
consideração. Ofender ao pai é mais grave que ofender um estranho. Santo Afonso de
Ligório, doutor da Moral, diz que o "pecado mortal é um monstro tão horrível, que não
pode entrar numa alma que por longo tempo o destestou, sem se fazer claramente
conhecido."
Dizia ainda o santo doutor que o pecado mortal é aquele que se comete de
"olhos abertos"; isto é, sem dúvidas do mal que se está praticando.
O pecado venial acontece quando não se observa a lei moral em matéria leve,
ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, sem perfeito
conhecimento ou consentimento.
Não nos torna contrários à vontade de Deus e à sua amizade; não quebra a
comunhão com Ele, e portanto, não priva da graça de Deus e do céu.
Contudo, não se deve descuidar dos pecados veniais, pois, eles enfraquecem a
caridade, impede a alma de crescer na virtude, e, quando é aceito deliberadamente e
fica sem arrependimento, leva a pessoa, pouco a pouco, ao pecado mortal.
Santo Agostinho lembra que "o acúmulo dos pequenos vícios traz consigo a
desesperança da conversão".
"O homem não pode enquanto está na carne, evitar todos os pecados, pelo
menos os pecados leves. Mas esses pecados que chamamos leves, não os consideres
insignificantes: se os consideras insignificantes ao pesá-los, treme ao contá-los. Um
grande número de objetos leves faz uma grande massa; um grande número de gotas
enche um rio; um grande número de grãos faz um montão. Qual é então a nossa
esperança? Antes de tudo a confissão..."
Muitos perguntam o que é o pecado contra o Espírito Santo. A Igreja ensina que
é o daquele que rejeita livremente acolher, pelo arrependimento, a misericórdia de
Deus, "rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo". É
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o endurecimento do coração, a tal ponto, que leva a pessoa a rejeitar até a penitência
final. Se morrer neste triste estado, experimentará a perdição eterna.
O pecado gera na pessoa uma tendência ao próprio pecado. Podemos dizer que
quanto mais se peca, mais se está predisposto ao pecado. A repetição torna-se vício. E
assim, nasce na pessoa a inclinação à perversão, obscurece-se a consciência, e vai se
perdendo o discernimento entre o bem e o mal. Não foi sem razão que o Papa Paulo VI
disse certa vez que, o pior pecado deste mundo é achar que o pecado não existe. A
prática do pecado, continuamente, faz com que a pessoa perca a noção da sua
gravidade. No entanto, por pior que seja, o pecado não consegue, de todo, "destruir o
senso moral até a raiz".
Até mesmo os nossos pecados, aceitos com humildade, podem nos ajudar a
crescer espiritualmente. Santo Afonso de Ligório dizia:
REFLEXÃO
O Senhor nos pede : "Sede Santos como Eu Sou Santo." Portanto procuremos a
Santidade e sempre o perdão para a Reconciliação.
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Atividade
1- Elabore um comentário com detalhes sobre o fato do pecado. P3
4- Exemplifique a redenção. P9
Bibliografia