Copyright © dos organizadores: Joao Fragoso € Maria de Fatima Gouvéa, 2014 CIP-BRASIL. CATALOGACAO NA PUBLICACAO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Fragoxo, Jodo F874b © Brasil colonial: volume 1 (ca, 1443 —ca.1580) / Jodo Luis Ribeiro Fragoso; organizagio Joo Luis Ribeiro Fragoso; Maria de Férima Gouvéa — Ped. ~ Rio de Janeiro: Civilizagio Brasileira, 2014, 23 cm. (0 Brasil Colonial ;v. 1) Inclui bibliografia e indice ISBN 978-85-200-0944-4 1. Brasil ~ Hist6ria ~ Periodo Colonial, 1500-1822. 2. Brasil - Condigdes eeondmicas. I, Fragoso, Jodo Luis Ribeizo. I Gouvéa, ‘Maria de Patima. Il, Titulo, 1V. Série, DD: 981 14-08500 DU: 94(81) ‘Todos os direitos reservados. Proibida a reprodugio, armazenamento ou transmissao de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorizagdo por escrito. Texto revisado segundo 0 novo Acordo Ortogeafico da Lingua Portuguesa Direitos desta edigio adquiridos pela EDITORA CIVILIZAGAO BRASILEIRA um selo EDITORA JOSE OLYMPIO LTDA. Rua Argentina, 171 - 2092-380 — Rio de Janeiro, RJ ~Tel.: 2585-2000 Seja um leitor preferencial Record, Cadastre-se e receba informagGes sobre nossos Jancamentos e nossas promocdes. Atendimento e venda direta ao leitor: indireto@record.com.br ou (21) 2585-2002 Impresso no Brasil 2014carituto4 Os indfgenas na fundagao da colénia: uma abordagem critica Joio Pacheco de Oliveira* Introdugéo metodolégica Muitas vezes e até num passado recente as investigacgdes sobre as relagdes entre os europeus e as populagGes autéctones na América portuguesa assumiram 0 aspecto de uma confrontagao abstrata entre uma populacdo primitiva e homogénea e colonizadores europeus do inicio do renasci- mento. Ou seja, entre pessoas portadoras de culturas localizadas em etapas muito distantes da histéria da hamanidade. Um encontro portanto altamente improvavel e ildgico, no qual o estudioso vem a adotar (sem disso ter qualquer consciéncia) uma perspectiva unilateral e etnocéntri- ca, como herdeiro (natural e feliz) de uma das partes. Esta instaurado o cenario ideal para um exercicio ltidico de produgdo de sentido, que se respalda no senso comum e nas suas reelaboragOes eruditas. E essa tomada de partido (implicita, nao consciente) da narrativa que ira determinar as perguntas, os temas e problemas que passam a dirigir a *Professor de Antropologia no Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro,