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Maowa n. 6, p: 123-124, 1999 LITERATURA COMPARADA Historia, TEORIA E CritIcA* EROMAR BOMFIM ROCHA Uma das motivagées bdsicas deste livro € 0 sentimento de que, para a compreensio do “objeto escorregadio” que é a literatura comparada, é necess4- rio que se revisite sempre sua historia, tanto no plano internacional quanto no local. E o que faz Sandra Nitrini em Literatura Comparada: Histéria, Teoria e Critica, obra que a autora apresenta como pertencente a famflia dos estudos introdutérios. Nele, retoma-se o fio hist6rico das principais discussdes sobre 0 objeto e métodos da literatura comparada, sobre alguns dos seus conceitos fun- damentais, para chegar, enfim, & producZo comparatista académica no Brasil. E por considerar que a hist6ria da literatura comparada sempre tendeu a definir-se om relagdo aos métodos criticos dos estudos literdrios que a autora nos apresenta as principais teorias que contribuftam para a literatura compara- da, A luz dessas correntes, o livro trata de conceitos fundamentais como: influ- Encia, imitagao e originalidade. ‘Também sob o olhar comparatista, so examinadas as teorias da estética da recepcio e da intertextualidade, No dmbito da literatura comparada no Brasil, Sandra Nitrini tem dois objetivos: desvelar os pressupostos das teorias comparativas universais “que esto na retaguarda de trabalhos académicos realizados no Brasil” e “estabele- cer relagdes entre as reflexdes e discussdes de alguns intelectuais brasileiros no que concerne ao dislogo da literatura brasileira com a literatura estrangeira”. ©} Sandra Nitvini, Literatura Comparada. Histria, Teoria e Critica, S40 Paulo: Edusp, 1997, 300 p. Reprodugio da oretha do liv. RESENHA 123 RESENHA No primeiro caso, percorre um repertério de dissertagbes ¢ teses representativo da produgao comparatista académica das décadas de 1960¢ 1970. No segundo, analisa alguns ensaios mais significativos de Antonio Candido, Silviano San- tiago, Haroldo de Campos e Roberto Schwarz, cujo tema central 6 a questi dag fontes ¢ influéncias. Para a autora, Antonio Candido soube instrumentali- zar 0 conceito de influéncia, em proveito da literatura latino-americana, pot meio daquilo que ele chama “afinamento dos instrumentos recebidos”. Ap6s retomar 0 fio da institucionalizagdo da literatura comparada no Brasil e dos seus instrumentos para se fazer presente hoje, entre nés, Literatura Compara- da: Histéria, Teoria e Critica chama a atengo para o entrechoque constante, em diferentes tempos e espagos, das teorias da literatura comparada, o que faz reconduzir sempre ao debate e nunca envelhecer a pergunta: O que é literatura comparada? Macata 1.6, p, 123-124, 1999

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