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22] A filosofia classica e o helenismo: ' Aristoteles espitito ocidental, a idealista, que baseia sua superioridade na razdo, com Aristételes (384-322 a.C.) se Se com Plato chega a maturidade uma constante do | afirma outra orientagao de igual importancia: a que se haseia fundamentalmente na experiéncia, pata construit a partir dela um sistema rigoroso. 0 génio de Aristteles 6, acima de tudo, ordenador, légico, enciclopédico, Uma de suas grandes idéias é a de classificagao, que permite agrupar os seres de acordo com ‘suas semelhangas ou diferencas. Também se deve a ele a criagdo da I6gica como disciplina prépria. A filosofia, que | no periodo jOnica era uma teflexdo global sobre a natureza, diferencia-se com Aristételes em uma série de disciplinas agrupadas por seu caréter teorético (teologia, matemdticas, fisica), prético (ética, politica) ou produtivo (tetérica, poética).. st de stele Patind da apna, ‘isles conpioue eu ‘rma auna rare uanide enoagtes, A metafisica aristotélica ma diferenga de grande importancia é a que Aris toteles introduz entre aflasosa primer, ou teologia — visto que trata de Deus edosseresimutavels, que ‘estao acima das coisas censiveis —€ aflosofa se €afsica — visto que se ocupa da real ‘Quando no século 1 de nessa era Andréinico de Ro: des classiicou a obra de Aristotees, colocou os I ‘ros da losofa primeira depois dos de fisica ese re ferivaeles coma os que estdoatras da sca” (med 1a physi, Desde entao, a mewafsica é aquela parte 4a dlosofia que se acupa do que esta mais além do ser isco enguanto tl © conceito de substancia ‘ponto de partca da metaisca arstotetica ¢ cons. tituido pela diferenga platnica entre o mundo das ioeiase 0 mundo das coisas sensives.Arsttcles, no ‘entanto, se distancia em seguida de seu mestre la a0 20 nao admitiraexistencia de uma separacao.en tre 0s dois mundos, ‘Como bom empirisa,inclina-se a ressaltar o valor docancreto, quer dizer, éas coisas sensivels,e com (0 objetivo de superar © dualismo platdnico entre mundo sensivel e mundo intligivelintroduz a no- ‘so de substincia. Embora atras dela Aristételes ‘do consiga superar aquele dualism, pelo menos reforga a Idéia de que 0 que realmente existe 540 as colsas de que temos conhecimento a partirda ex: penneia © conceito de substincia, que Aristételes define como aqullo que existe por si mesmo, aplica-se om total propriedade aos individuos concretos: fesse lapis, aquele homem...Nisso ee dere de Pla to, para quem s00 que existe por si mesmo sto as. ‘las, enquanto os objetos sensve's, ao sere me- ras cdpias das idéias, ndo existem por si mesmos texistem por els. A substincia se distingue dos aidentes: por exer. plo, acor branca do lapis, seu comprimento,ou0 fa to de que esieja em cimada mesa. Os acidentes no enxislem por st mesmos so tém existencla na subs tancia, que Ihes serve de substrato ou Suporte. A suibstancia épermanentee constituia essEncia doin dividuo; osacidentes so mutaveis es6 the acrescen tam sua pecullaridade: podem mudar sem que o in dividuo dete de ser 0 que € ‘Concepgao hilemérfica do ser Por serem os individuos concretos as verdadeiras substancia, Arstoteles faz do movimento um pro- blema central em sua fiosoia, As substincia sio se res em movimento, ¢ Arstteles propde uma sér ge concettos para explic-to. Em primero lugar 05 {de matena e forma, ‘A substancia & um composto de dois elementos matéria (yc) e forma (morph), dos quais deriva Otero hilemorismo, para designar essa concep- (ga0, A materia € aguilo de que uma coisa ¢ fei, Ea forma € 0 que faz com que algo seja 0 que &. for exemplo, a materia de uma mesa € a madeira, fa forma, a de mesa, Esses elementos no podem fexistrseparados. a materia sempre esta informa: {da por uma forma, e a forma informando a mate tha. importante aqui ¢ destacar que a nogao de forma nao é equivalente & de dla platdnica — & ranelea de um protatipo exstente em um mundo 3 margem das coisas sensiveis, embora conecta- do necessariamente com elas, Aristoteles ressalta Sobretudo a unidade indissoluve! dos objetos co no substéncia e, em consequéncia, rechaca OmUn- 60 das idéias coma mundo auténomo e separado das coisas, Poténcia € ato ‘Semelhante & distingdo entre materia e forma é a de potenciae aa, que Aristotees utiliza para exph ‘Cara estrututa do movimento. potencia é a pos Sbilidade de chegat a ser algo diferente, 0 ato é 0 {que esse objeto éno presente. Omovimerto¢a pas ‘Zegem da potencla a0 alo; € a atualizacao de uma forma que se encontrava em poténcia. Ha uma es: trea relacdo entre a materia e a forma ea poten dae o ato. a matéra € potencia, pois nelaestao.as Giferentes possibilidades do ser;a forma €0.ato. Ou feja, a materia possul em poténcia a forma que de pois possuirs em ato Por meio desses complexos conceitas metafsicos iarstoweles procura conciia 0 grande problema do pensamento grego, ou sca, o carter Incompatvel ue a permanencia ea imutabiidade do ser exit apela azio,¢ a experiéncia de uma realidade que @devir que, em consequéncia esta suelta a mu: tanga e a0 desaparecimento, ‘O encaixe metallsico arstotelicotraz um novo ca tninho de soluglo para esse dualismo, mediante tuma explicagdo essencialmente dindmica. O mo- timento € sempre o movimento de uma substan ‘Gae, portanta, hd algo que permanece na mudan- (G2 propria substancla, que € a que experimenta Finudanga. O movimento era impossivel desde Parménides, porgue era entendido como uma pas- ‘Sagem do nao-set ao Ser ou vice-versa, © que im plicava contradigao, Com Aristteles, evita-se a Foniradigao ao se conceher que uma substancia ex perimenia a mudanca na atualiza¢ao de certas (dualidades que tna em potenciae que, ponanto, jaexistiam, ‘Anogao de causa ste um dos concetes cunhados po Arisoteles que tiveram maior predicamento na historia do pensa- mento. Zm geal. entende-Se por usa um aconte- ‘mento que provoca a existéncia de outro — estan {do esse outro implicado na existencia do primelto, ‘com a nogao de causa, Arstoeles aborda outra di ‘mensac da explicagdo do movimento. Sto quatro as causas que determinam o movimen Tode um objeto. a causa material, a cause formal, Aristoteles | 23 Ametafisica aristotélica “0 ser poe ser ented de muitas manera ..] Ser significa, com eft, ‘a esencia ea forma determinada de cada coisa, e também a qualidade, & ‘quantidadee cada um dos demaisatributos que se pregam dessa manera Mas ao admit sentids tdo miitiplos,¢ evidente que entre eles umn sentido primogénite © esse 60 de que o ser a forma distint das coisas, @ substancia ou a esséncia Pis quando atrbuimos @ um ser uma ou outra ‘qualidade, dizemos que ¢ bom ou mau, mas no dizemos que mede trés clvados ou que ¢ um homem. Enquanto que, quando pretendemos expressar sua natureza provi, nBo dizemos que ¢ branco ou quent, ou que medetrés ctvados de altura, mas ¢ que homer ov que & Deus. Eos demais sores 86 se ‘chamam seres porque séo quantidades, qualidades, moificagoes ou algo andlago de um ser propriamente dito... Nenhum desses modos pode ter or si mesmo ums existénci propria, nem exist separado da substanci. ‘Se eles so seres com mais razo0 sero que anda, o que esta sentado eo ‘que esté sad. Essas coisas parecem mais carregadas da nogdo de sr, poraue sob elas se ooulta um sueito determinado. Esse sueto ¢ 2 substéncia, o ser particular que aparece debabo dos atribues.” ristteles. Meatisica. APIZTOTEAOLE » TON META TA OTZIKA ‘AAGA TO MHZON. Prine pina etc, theo onpatri a s stles qe trtavan Dass cas cosas imate, omc, tea ia Drinea. Arcola feta pr Abo m2 su «a causa cficiente e a causa final A causa material @ a materia, a causa formal éa forma, a causa ef Ciente ¢ 0 agente do movimento e, por ukimo, 3 Causa final € afinaidade do movimento — o para (qué. Numa estatua, por exemplo, vemios que a pri- mheira é a matéria de que ela é formada (bronze, mmarmore ete) enquanto a segunda é 2 que gerou {forma conereta da estatua (um soldado, um mag fata, uin monarca etc). No exemplo anterior, 2 Causa eficiente € 0 cinzel com que o escultor es Culptu a estétua, enquanto a causa final constitut objetivo que o artista buscou no momento de rea- lizar sua obra

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