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INVERNO 2019

HOMENS QUE INSPIRAM


Yuval Harari, o pensador
mais popular do planeta

LIFESTYLE
Na estrada com Izan Petterle,
fotógrafo da National Geographic

DESIGN
Com o premiadíssimo
Guto Requena

MODA
DRESS CODE 2019

ATITUDE DOCTHOS
As ações sociais e ambientais
da marca

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38

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39

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THE CONFUSIONS OF YOUNG TÖRLESS (2018),
21 x 29,7 cm, colagem sobre papel. Parte de uma série
de colagens inspiradas em clássicos da literatura, aqui
tomando como ponto de partida o livro de Robert Musil

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Atitude é transcender
Nasce a segunda edição do nosso projeto editorial! Ele se confirma como uma proposta
de conteúdo que busca levar para vocês mais do que entretenimento, trazendo muita
informação de moda e experiência de vida de personagens superdescolados que são a
cara da Docthos.

Nos primeiros blocos, vamos transcender nossos desejos de vestir moda com atitude,
conhecendo a nossa coleção de inverno 2019. A inspiração desta temporada está na
confirmação da existência de uma realidade diferente do mundo natural, mas que provoca
sua consciência à abertura de volta ao mundo exterior.

Nos conteúdos, cada matéria foi pensada para ser informativa, real e servir para enriquecer
seu conhecimento com reflexões sobre o ser humano e suas habilidades artísticas e criativas,
seus sonhos realizados, com o registro do comportamento e lifestyle de povos da América
Latina e suas cidades pitorescas.

Também abordamos a importância da tecnologia na construção de uma arquitetura interativa


e mais humana, refletindo o sonho, às vezes lúdico, às vezes funcional, do artista.

Já que o ser humano é tão importante para nós, por que não falar sobre seu passado,
presente e futuro? Ou por que não entender como alguns podem viver felizes no simples?

E, para finalizar, nada melhor que conhecer a história da empresa que está por trás de
cada detalhe Docthos. Mais do que produtos, uma história feita de ações que prezam uma
consciência sustentável e foco no coletivismo.

Be ready for Transcendence!


“Esteja pronto para a Transcendência!”

EQUIPE DOCTHOS

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SUMÁRIO

10
MODA
Dress Code
Inverno 2019
EXPEDIENTE

EQUIPE DOCTHOS

Comunicação e Branding
GLOW Assessoria em Marketing e Publicidade

Conteúdo e Projeto Gráfico


Jussara Romão Agência

Direção de Arte e Projeto Gráfico


Iza Cabette

Design e Arte-Final
Pedro Ishikawa

Revisão de Texto
Paulo França

26
DOCTHOS.COM.BR

comercial@docthos.com.br
Rua Arthur Krindges,150 Ampére - PR Tel. (46) 3547- 8000
DENIM

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74
64/96
ARTE
HOMENS
QUE INSPIRAM
YUVAL HARARI
ROMEU SILVEIRA

34
Jovem
Executivo

66 78
Moda e LIFESTYLE
Comportamento CAÇADOR DE SONHOS
#FELIZNOSIMPLES

44 86
Trending DESIGN
Topics 72 GUTO REQUENA
TECH NOW

54
THINK OUTSIDE
THE BOX
92
ATITUDE DOCTHOS
Mala CONSCIÊNCIA
de Viagem SUSTENTÁVEL

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COLABORADORES

Romeu
Silveira
BOY/SLICES (2018), 21 x 29,7 cm,
colagem sobre papel A rtista visual e designer gráfico. Já colaborou
com marcas como Sandro Paris, Versace,
Nike, Printemps, Modem e revistas como Dazed,
Elle, Marie Claire Italia e Flair, além de ser
criador e editor da Under Pressure, um misto de
revista e fanzine em atividade desde 2015.

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Victor Daguano

MARCIO SIMNCH
M udou para São Paulo em 1998, após se formar em
design gráfico, para trabalhar como fotógrafo da
revista Trip. Após sua experiência com retrato e fotojornalis-
mo, passou a desenvolver seu trabalho em moda. Marcio

F
colabora com diferentes publicações especializadas em ormado em design digital, Victor começou
fotografia de moda e arte, assim como uma variedade de a fotografar como assistente do fotógrafo
campanhas publicitárias. Nesta edição, ele fotografou nos- Gustavo Zylbersztajn. A parceria deu tão
sa coleção de Inverno 2019 e o editorial Jovem Executivo. certo que hoje eles trabalham juntos em muitas
campanhas de moda. No lugar de investir tudo
na fotografia, esse paulistano da gema, como
ele diz, acabou escolhendo o mundo do fashion
film. Coca-Cola, Malwee, C&A, Ellus, Dafiti,
Marie Claire, John John e Hope, são alguns dos
clientes para quem ele dirigiu seu talento. Em
seu primeiro trabalho para a revista Docthos,
ele assina as imagens do editorial Denim.

PAULA BRAZÃO
I nteriorana que vive em São Paulo há mais de uma
década, realizando o sonho de viver das palavras. Já
trabalhou na revista Lola, da editora Abril. Foi para a TV
tentar aparecer na telinha, mas se viu apaixonada pela
edição de textos. Exerceu essa função no programa Au-
toEsporte, da TV Globo, e seguiu para a TV Record, onde
editou textos de hard news e entretenimento. Atualmente
trabalha na mesma área na TV Gazeta, mas não abre
mão de sua paixão por escrever para veículos impressos,
como a revista Docthos. Nesta edição, ela foi conhecer
as ações sustentáveis que a empresa Krindges pratica nos
âmbitos social e ambiental.

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BLAZER: 609.326.122
CASACO: 658.326.157
CAMISETA: 623.336.517
CALÇA DO COSTUME: 608.326.170
10

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A ATITUDE DOCTHOS
NESTA TEMPORADA
INVERNO 2019
PREZA PELO CONFORTO,
PRATICIDADE E MUITO
ESTILO. A ELEGÂNCIA DA
ALFAIATARIA SE
ENCONTRA COM NOVAS
BASES, CORES E
TEXTURAS, E A PALAVRA
DA VEZ É MOVIMENTO.
COSTUMES CLÁSSICOS
GANHAM ELASTANO EM
SUAS COMPOSIÇÕES E
UM CHOQUE DE ATITUDE
EM CORES COMO O
VIOLETA, FLORESTA E

inverno 2019
ROYAL.
A PRATICIDIDADE DA
MALHA INVADE A
COLEÇÃO EM BLAZERS E
CALÇAS QUE REVISITAM
O TAILORING, TRAZENDO
PARA O GUARDA-
ROUPA MASCULINO A
FACILIDADE AO PASSAR E
O CONFORTO
DO POWER STRETCH,
IDEAIS PARA VIAGENS E
DIAS AGITADOS

FOTOS MARCIO SIMNCH


STYLIST THIAGO FERRAZ
MODELO BRUNO ENDLER/JOY MODELS

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CAMISA: 605.329.865
GRAVATA: 650.330.934
COLETE: 651.326.154
BLAZER: 609.326.140
CALÇA: 601.320.285

12

Campanha_final.indd 12 9/28/18 4:13 PM


CAMISA: 605.329.821
BLAZER: 609.326.156
CALÇA: 601.110.014

13

Campanha_final.indd 13 9/28/18 4:13 PM


CAMISA: 605.329.863
COSTUME: 608.326.150

14

Campanha_final.indd 14 9/28/18 4:13 PM


CAMISA: 605.329.863
CALÇA DO COSTUME: 608.326.150

15

Campanha_final.indd 15 9/28/18 4:13 PM


CAMISA: 605.329.801
JAQUETA: 610.326.145
CALÇA DO COSTUME: 608.326.151

16

Campanha_final.indd 16 9/28/18 4:14 PM


CAMISETA ML: 624.336.571
COSTUME: 608.326.151

17

Campanha_final.indd 17 9/28/18 4:14 PM


CAMISA: 605.329.800
GRAVATA: 650.119.024
COLETE: 651.326.159
COSTUME: 608.326.150

18

Campanha_final.indd 18 9/28/18 4:14 PM


CAMISETA: 623.336.565
CASACO: 658.326.134
CALÇA: 601.320.289

19

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POLO: 640.336.686
CALÇA DO COSTUME: 608.326.170

Campanha_final.indd 20 9/28/18 4:14 PM


CAMISA: 605.329.831
CASACO:658.326.132
CALÇA: 601.320.296
CINTO: 650.330.926

21

Campanha_final.indd 21 9/28/18 4:14 PM


CAMISA: 605.329.884
CALÇA: 601.110.014

22

Campanha_final.indd 22 9/28/18 4:14 PM


CAMISA: 604.329.859
CALÇA: 601.320.236

23

Campanha_final.indd 23 9/28/18 4:15 PM


JAQUETA: 610.326.107
CAMISA: 605.329.756
CALÇA: 601.320.251

24

Campanha_final.indd 24 9/28/18 4:15 PM


CAMISA: 605.329.871
BERMUDA: 602.330.611

25

Campanha_final.indd 25 9/28/18 4:15 PM


MODA

CAMISA: 605.329.759
CAMISETA: 623.336.995

26

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PELAS LENTES DO
FOTÓGRAFO VICTOR
DAGUANO, TODA A
ATITUDE DOCTHOS É
TRADUZIDA EM NOSSA
LINHA DE PRODUTOS
CASUAIS E ATEMPORAIS QUE
LEVA O NOME DE DENIM. O
JEANS TEM UMA
LINGUAGEM UNIVERSAL DE
CONFORTO, PRATICIDADE,
RESISTÊNCIA E ATITUDE.
NESTE EDITORIAL, O
JEANS BRILHA ABSOLUTO,
TRAZENDO A TRADUÇÃO
DO NOSSO LIFESTYLE

FOTOS VICTOR DAGUANO


STYLIST THIAGO FERRAZ
MODELO FILIPE HILLMANN

Estilo_denim.indd 27 9/28/18 4:11 PM


CAMISETA: 623.336.559
COLETE: 651.326.159
CALÇA: 601.320.252
MAEL PAVAGEAU

28

Estilo_denim.indd 28 9/28/18 4:12 PM


CAMISA: 605.329.819
MOLETOM: 618.336.567
CASACO: 658.326.131

JAQUETA: 610.326.107
CAMISA: 605.329.871
BERMUDA: 602.330.600

MOLETOM: 618.336.581
CASACO:658.326.132
CALÇA: 601.320.236

29

Estilo_denim.indd 29 9/28/18 4:12 PM


CHRISTOPHER JULIO HERNANDEZ

CAMISETA: 623.336.603
CAMISA: 605.329.889
CALÇA: 601.320.233

CAMISETA: 623.336.524
CAMISA: 605.329.888
JAQUETA: 610.326.144
CALÇA: 601.320.245

Estilo_denim.indd 30 9/28/18 4:12 PM


CAMISA: 605.329.838
CASACO: 658.326.157
CALÇA: 601.320.234
CHRISTOPHER JULIO HERNANDEZ

31

Estilo_denim.indd 31 9/28/18 4:12 PM


CAMISA: 605.329.759
CALÇA: 601.320.253

BLAZER: 609.326.161
JAQUETA: 610.326.158
CAMISA: 605.329.756
CALÇA: 601.320.251

CAROLINA PIMENTA

32

Estilo_denim.indd 32 10/2/18 1:16 PM


CAMISETA: 623.336.560
CAMISA: 605.329.827
JAQUETA: 610.326.105
CALÇA: 601.320.290
CAROLINA PIMENTA

33

Estilo_denim.indd 33 9/28/18 4:12 PM


MODA

CAMISA: 605.329.806
GRAVATA: 650.119.024
TRICÔ: 638.336.554
COSTUME: 608.326.170

34

Estilo_jovem_executivo_iza.indd 34 9/28/18 4:10 PM


PREPARAMOS PARA
VOCÊ 10 LOOKS ATUAIS
COMO SUGESTÃO DE
USO PARA O SEU DIA A
DIA DE TRABALHO.
NESSES 10 LOOKS,
TRADUZIMOS A
ESSÊNCIA DA
ALFAIATARIA
CONTEMPORÂNEA
QUE A DOCTHOS LHE
PERMITE EXPLORAR.
DE LOOKS FORMAIS A
LOOKS MODERNOS,
NOSSA PROPOSTA
É DEIXÁ-LO SEMPRE
ELEGANTE COM
DOCTHOS

JOVEM
EXECUTIVO
FOTOS MARCIO SIMNCH
MODELO ED SALDANHA/WAY MODELS

CAMISA: 605.329.879
GRAVATA: 650.119.023
COSTUME: 608.326.170

35

Estilo_jovem_executivo_iza.indd 35 10/3/18 1:45 PM


CAMISA: 605.329.811
BLAZER: 609.326.130
CALÇA: 601.110.014

36

Estilo_jovem_executivo_iza.indd 36 9/28/18 4:10 PM


CAMISA: 605.329.878
BLAZER: 609.326.119
CALÇA: 601.320.289

Estilo_jovem_executivo_iza.indd 37 9/28/18 4:10 PM


CAMISETA: 623.336.621
BLAZER: 609.326.122
CALÇA: 601.320.244

38

Estilo_jovem_executivo_iza.indd 38 9/28/18 4:10 PM


CAMISA: 605.329.899
COSTUME: 608.326.151

39

Estilo_jovem_executivo_iza.indd 39 9/28/18 4:10 PM


CAMISA: 605.329.830
BLAZER: 609.326.163
CALÇA: 601.320.296

40

Estilo_jovem_executivo_iza.indd 40 9/28/18 4:11 PM


CAMISA: 605.329.820
JAQUETA: 610.326.112
CALÇA: 601.110.014
CINTO: 650.330.926

41

Estilo_jovem_executivo_iza.indd 41 9/28/18 4:11 PM


CAMISETA: 623.336.633
JAQUETA: 610.326.111
CALÇA: 601.320.284

42

Estilo_jovem_executivo_iza.indd 42 9/28/18 4:11 PM


CAMISA : 605.329.891
CALÇA DO COSTUME: 608.326.150
CINTO : 650.330.924

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TRENDING TOPICS

EXCLUSIVOS
BLOCOS E LISTRAS
JACQUARD
DOUBLE FACE
NATURAL COLOR
WASHED
MALHA
ATHLEISURE
FOTOS MARCIO SIMNCH
MODELOS ED SALDANHA/WAY MODELS,
RENATO NICOLI/WAY MODELS, FILIPE
HILLMANN/WAY MODELS

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CAMISA MC: 604.329.859
CALÇA: 601.320.250
CAMISA MC: 604.329.886
BERMUDA: 602.330.610
CALÇA: 601.320.233
POLO: 640.336.679

EXCLUSIVOS
A exclusividade faz parte
da nossa atitude Docthos.
Aqui você confere um pouco
das criações autorais do
nosso time de designers.
A criação das estampas é
handmade (feita à mão)

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BLOCOS
E LISTRAS
Esses padrões estarão presentes no
guarda-roupa masculino e vale a
pena ficar de olho neles! A nossa
aposta para os blocos de cores é no
linho, material superversátil.
Os listrados aparecem em peças
mais clássicas, como nossas camisas
highlight, e na versão fresh, em
camisas de linho e polos lavadas.
As listras ficam com a nossa must-
MOLETOM: 618.336.619
have cropped jeans e nos suéteres. CALÇA DO COSTUME:
608.326.170
Confira! CAMISA: 605.329.838
CALÇA: 601.320.234
CALÇA: 601.320.253

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CAMISA: 605.329.820
CINTO: 650.330.926
CAMISA: 605.329.894

JACQUARD
O caimento perfeito e o acabamento
primoroso da alfaiataria Docthos se uniram
ao conforto e toque macio das malhas.
Em bases estruturadas, com texturas,
ponto roma, jacquards, estampados ou
pontos diferenciados, ela acompanha o
movimento do seu dia a dia.

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CAMISETA: 623.336.560 JAQUETA: 610.326.105
CALÇA: 601.320.290

DOUBLE
FACE
Praticidade é sinômino desses
produtos. Peças double face garantem
2 peças em 1. Na tee, você tem a
opção de uma estampa marcante de
um lado e uma discreta no outro. Já
na jaqueta, uma face xadrez e a outra
lisa, que te permitem compor variados
looks. Experimente!

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BERMUDA: 602.330.608 CASACO: 658.326.132 MOLETOM: 618.336.582 CAMISA: 605.329.830 BLAZER: 609.326.163 CALÇA: 601.320.296

NATURAL COLOR
A sofisticação dos looks monocromáticos, de forma prática e
atemporal. Nesta temporada, a Docthos te apresenta o natural,
cor versátil para todos os tipos de pele, que lhe garante desde
looks clássicos aos mais despojados. Confira!

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look_book.indd 49 BONÉ 650.920.996 CAMISA 605.929.584 COLETE 651.916.489 CALÇA 601.920.209 BONÉ 650.920.996 CAMISA 605.929.584 COLETE 651.916.489 CALÇA 601.920.209 9/28/18 4:11 PM
WASHED
Para compor os looks, nada melhor que uma ótima
tee shirt. Nesta coleção, trazemos novas opções de
malhas lavadas, composição 100% algodão que veste
confortável, com visual moderno e em uma paleta
assertiva de cores.

CAMISETA: 623.336.603
CALÇA: 601.320.233
CAMISETA: 623.336.992
CALÇA: 601.320.233

50

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BLAZER: 609.326.123
CAMISETA ML: 624.336.515
COSTUME: 608.326.151
CAMISA: 605.329.883 CALÇA: 601.110.014

MALHA
A praticididade da malha invade a coleção em
blazers e calças que revisitam o tailoring,
trazendo para o guarda-roupa masculino a
facilidade ao passar e o conforto do power
stretch, ideais para viagens e dias agitados.

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ATHLEISURE
A releitura das roupas esportivas
que garante conforto e estilo no
mesmo look. A palavra deriva
da junção de “athletic” (atlético)
e “leisure” (lazer). Um look com
pegada esportiva para usar no
JAQUETA: 610.326.158
dia a dia. Na Docthos, você CAMISETA: 623.336.661
CALÇA: 601.320.290
encontra jaquetas, coletes, blusões, BLAZER: 609.326.161
moletons, calças e muita atitude CAMISETA: 623.336.557
CALÇA: 601.320.290
pra inserir essa tendência no seu BLAZER: 609.326.161
JAQUETA: 610.326.158
guarda-roupa. CALÇA: 601.320.290

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JAQUETA: 610.326.158

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MODA

MALA
DE
VIAGEM
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A MALA DE VIAGEM
PERFEITA E FÁCIL DE
FAZER SAI DAS ROUPAS
QUE VOCÊ USA
NO SEU DIA A DIA.
SIMPLES ASSIM. NÓS
FACILITAMOS AINDA
MAIS, MOSTRANDO O
QUE VALE A PENA LEVAR
NA HORA DE VIAJAR A
TRABALHO OU A LAZER
FOTOS GUSTAVO MENDES
DIREÇÃO E STYLING EDINHO VASQUES

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WORK

segunda
Segunda CALÇA: 601.110.014 CAMISA: 605.329.860 BLAZER: 609.326.117 GRAVATA: 650.119.024
Terça CAMISA: 605.329.788 COSTUME: 608.326.170 GRAVATA:650.119.024
Quarta CALÇA: 601.320.289 GRAVATA: 650.119.024 CAMISA:605.329.878 BLAZER: 609.326.119

56

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terça

quarta
RAFAEL DE NADAI

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quinta

Quinta GRAVATA: 650.119.021


BLAZER: 609.326.122
CALÇA: 601.320.257
sexta
CAMISA: 605.329.806
Sexta CASACO: 658.326.134
CALÇA: 601.110.014
BLAZER: 609.326.123
CAMISA: 605.329.791

Pronto para Ir GRAVATA: 650.119.024


COSTUME: 608.326.170
CALÇA JEANS: 601.320.257
CAMISA: 605.329.860
CAMISA: 605.329.791
CAMISA: 605.329.806

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PRONTO PARA IR
AQUI O TERNO É SEU BÁSICO DA VEZ. O PALETÓ PODE
SER USADO COM O JEANS PARA MOMENTOS INFORMAIS,
E A CALÇA, MESMO USADA SÓ COM A CAMISA E SEM
GRAVATA, ENTRA EM REUNIÕES DE TRABALHO
ANTHONY DELANOIX

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segunda

RELAX
Estilo_VIAGEM4.indd 60 9/21/18 4:21 PM
terça
Segunda CAMISA: 605.329.756
BLAZER: 609.326.161
MOLETOM: 618.336.508
CALÇA: 601.320.236
Terça: JAQUETA: 610.326.109
BERMUDA: 602.320.893
CAMISA: 605.329.888
MOLETOM: 618.336.619
Quarta: JAQUETA: 610.326.144
CAMISA: 605.329.883
POLO: 640.336.678
CALÇA: 601.320.285
CAMISETA ML: 624.336.566

quarta
LASZLO KISS

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Quinta: JAQUETA: 610.326.160
CALÇA DO COSTUME: 608.326.170
CAMISA: 604.329.859
MOLETOM: 618.336.509
Sexta: CAMISA: 605.329.822
POLO: 640.336. 587
CALÇA: 601.320.239
MOLETOM: 618.336.514

quinta
sexta

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PRONTO PARA IR AQUI SEU CURINGA SÃO AS ESTAMPAS. ELAS OFERECEM
LEVEZA E MODERNIDADE A QUALQUER PRODUÇÃO COM
AS PEÇAS CLÁSSICAS DO GUARDA-ROUPA MASCULINO

CALÇA: 601.320.239 CAMISA: 604.329.859 JAQUETA: 610.326.160


CAMISA: 605.329.756 CALÇA: 601.320.285 POLO: 640.336.678
MOLETOM:618.336.619
ANDY WRIGHT

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ARTE POR ROMEU SILVEIRA

SÉRIE ABSTRATA (2017-2018),15 x 21cm, colagem sobre papel


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DORIAN GRAY (2017),15 x 21 cm, colagem sobre papel. Parte de uma série de colagens inspiradas em
clássicos da literatura, aqui tomando como ponto de partida o livro de Oscar Wilde 65

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MODA E COMPORTAMENTO

#FELIZ
NO
SIMPLES! O EMPRESÁRIO RICARDO LOMBARDI DEIXOU PARA TRÁS UMA
CARREIRA BEM-SUCEDIDA NO JORNALISMO E O CARGO
DE DIRETOR DE CONTEÚDO DO YAHOO PARA APOSTAR
NA CRIAÇÃO DO SEBO DESCULPE A POEIRA. A SEGUIR,
ELE CONTA SOBRE ESSA TRANSIÇÃO DE CARREIRA, QUE
TROUXE MAIS FELICIDADE, MAS EXIGIU UM ESTILO DE VIDA
DESPOJADO E COM MENOS CONSUMO
POR DANIEL TAVARES
FOTOS JONAS TUCCI

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H
á cinco anos, o jornalista paulistano Ricardo Lombardi fez uma viagem “Abra o negócio quando você ainda
para San Isidro, uma cidadezinha ao lado de Buenos Aires, na Argentina,
para visitar parentes. Mal sabia ele que ali teria o insight que o faria mu-
tiver energia e disposição para
dar o curso de sua história profissional. “Me hospedei em um hotel que ficava em empreender. Mudar de carreira não é
cima de um sebo minúsculo, que pertencia a uma senhora idosa. Essa possibili- fácil e exige muita dedicação. Eu fiz
dade de viver de um pequeno negócio, que não exigia uma equipe, me deixou
essa escolha em um momento em que
encantado”, conta o paulistano de 48 anos.
Assim que voltou ao Brasil, começou a fomentar a ideia de ter ele mesmo uma ainda estava disposto a começar algo
loja de livros usados. “Mas não poderia fazer isso de maneira repentina, por isso novo, totalmente do zero.”
comecei devagar e de maneira despretensiosa”, diz Ricardo, que nessa época
ocupava o cargo de diretor de redação da revista VIP, publicação do Grupo
Abril voltada para o público masculino.

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Seu primeiro passo? Montou nesse mesmo Durante alguns meses, conciliou o trabalho na
ano (2013) uma loja virtual e colocou à revista com a livraria virtual. Até que, em 2014,
disposição parte do acervo de obras que recebeu um convite tentador para ser executivo
guardou ao longo de sua vida. “Em 25 anos do Portal Yahoo e ocupar o cargo de diretor de
como jornalista focado principalmente na conteúdo. “Mas, na prática, o dia a dia tinha
área cultural, comprei e ganhei muitos livros. pouco a ver com jornalismo e muito com gestão.

“HÁ UMA
Reuni mais de 5 mil títulos, ou seja, já tinha Eram milhares de reuniões, viagens profissionais,
um bom capital para dar start na atividade”, planilhas. Estava ganhando muito bem, mas sen-
explica ele, que iniciou sua carreira aos 17
anos no Grupo Estado, como arquivista. Ali,
tia que aquele caminho não iria me deixar feliz
e realizado”, diz ele, que começou a preparar
RACHADURA EM
ele adquiriu o gosto pela profissão e trocou logo nos primeiros meses desse emprego na TUDO. É ASSIM
a faculdade de Direito pela de Jornalismo.
Foram 9 anos de trabalho lá, divididos entre
empresa de tecnologia a fase 2 do Desculpe a
Poeira: a loja física. QUE A LUZ
o jornal O Estado de São Paulo e o extinto
Jornal da Tarde.
O lugar que abrigaria o negócio já tinha sido
escolhido desde a gestação da ideia: a gara-
ENTRA.”
LEONARD COHEN
Mas, voltando ao sebo, ele começou a existir gem para carro que pertence ao apartamento
primeiro no mundo virtual e já com o divertido do charmoso edifício de três andares onde mora
nome: Desculpe a Poeira, que Lombardi já sua mãe, no bairro de Pinheiros, na capital
usava desde 2006 em seu blog, no qual dava paulista. O espaço de 18 m2, bem no meio de
dicas culturais. O endereço existiu até 2016 e uma rua residencial e tranquila, já era usado por
ficou hospedado uma época no portal IG, e, já Ricardo para guardar boa parte de seu acervo.
mais próximo de seu fim, fazia parte da versão “Ali era realmente o ponto ideal: pequeno, não
online do jornal O Estado de São Paulo. precisaria pagar um aluguel alto, na região
“Quando criei a loja na internet, achei totalmen- da cidade que sempre gostei e fui criado, e
te pertinente usá-lo com o nicho de mercado em ainda com a vantagem de ter minha mãe Lucia
que estava entrando”, comenta. Lombardi, que é aposentada, por perto.”

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“SE A ÚNICA PRECE QUE DISSER
NA VIDA INTEIRA FOR ‘OBRIGADO’,
JÁ É O BASTANTE.”
MESTRE ECKHART
Com um investimento de aproximadamente 5 mil reais, ele mesmo foi preparando a área para
virar um sebo. Sim, as estantes e prateleiras foram feitas pelo empresário! A única exceção são os
carrinhos de livros, que encomendou para uma amiga, a arquiteta Lua Nitsche, do escritório Nitsche
Arquitetos. “Com o espaço pronto, pedi demissão em setembro e, a partir daí, fui abrindo a loja
esporadicamente até inaugurá-la oficialmente em novembro.”
Segundo ele, o grande diferencial do Desculpe a Poeira em relação aos demais sebos da cidade
é seu trabalho de curadoria. Lá, só entra o que o dono gosta. Há obras dos mais variados temas
e assuntos, mas não são vendidos, por exemplo, livros didáticos nem de autoajuda. Como ele faz
essa seleção e conhece o acervo, quando os clientes pedem ajuda e indicações, Lombardi consegue
ajudá-los de uma maneira mais personalizada.
Quanto à decisão de deixar o salário mensal e os benefícios por um negócio que não sabia se da-
ria certo, o empresário diz que fez uma escolha com bastante consciência e se preparou para abrir
mão de muita coisa e adotar um estilo de vida mais simples. O que não quer dizer que seu negócio
não tenha se tornado sustentável ao longo desses últimos quatro anos. “Pago minhas contas no final
do mês, sim, só não consigo mais esbanjar nem me dar ao luxo de não ver o preço de algo antes de
comprar”, explica o ex-jornalista que saiu totalmente da área.
E a maior parte da sua renda vem da loja física ou da virtual? “No começo, mais da internet, hoje
as fontes se equilibraram”, revela ele, que tem livros no sebo, em Pinheiros, de 5 a 1.590 reais. Já
em seu endereço na internet tem uma obra de 3.900 reais. É O Grande Sertão Veredas, autogra-
fado por seu autor, Guimarães Rosa. Como há pouquíssimas obras assinadas por ele, o valor no
mercado vai às alturas.

“Dê uma atenção especial às


redes sociais. Elas ajudam
muito a alavancar as minhas
vendas. Mas não vale ser
óbvio, colocando somente
fotos de produtos. No meu
caso, escrevo curiosidades
sobre as obras e autores,
posto frases que acho
interessantes, mostro algo
especial que achei dentro do
livro e assim por diante.”
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TOP 3
O seu cotidiano também mudou. Atualmente, ele diz
que chega a trabalhar mais horas do que na redação,
Ricardo indica cinco bons livros que estão à venda no sebo
pois, além de tomar conta da loja praticamente sozinho
(ou estavam, já que nesse tipo de negócio não há muitas
(só tem uma assistente 5 horas por dia), está sempre indo
unidades de um mesmo título):
buscar livros (com uma Kombi antiga) e pesquisando
acervos para comprar. ”Às vezes, o trabalho braçal é
O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mae
gigante, pois preciso carregar várias malas pesadas com
Neste romance, o escritor português narra com rara delicade-
mercadoria. Mas mesmo assim o prazer é imenso, por-
za a construção de uma família através da história de um pes-
que escolhi e adoro o que faço hoje. E como sou dono
cador, que chega aos 40 anos triste por não ter tido um filho,
do meu negócio e do meu tempo, me dou ao direito de
e do órfão Camilo, que um dia aparece em sua traineira.
não abrir a loja alguns dias para, por exemplo, passar
o meu aniversário com a minha filha Petra, que está com
Zuckerman Acorrentado, de Philip Roth
cinco anos.” A menina é fruto de seu segundo casamento
O volume reúne os três romances e a novela que serve de
com a designer de joias Camila Sarpi. De sua primeira
epílogo à trilogia em que o norte-americano dá vida a uma
união, com a jornalista Lia Bock, nasceu Ernesto, que
de suas criações mais geniais: o escritor Nathan Zuckerman,
está com 9 anos.
considerado o alter ego do escritor.
No final de 2017, ele se casou mais uma vez. Sua
eleita é a maquiadora Vanessa Rozan, que participa do
A Condição Humana, de Hanna Arendt
programa Esquadrão da Moda, no SBT, há dez anos.
Alemã, de origem judaica, a autora conhecida como a Pen-
A expert faz a transformação dos participantes por meio
sadora da Liberdade, falecida em 1975, interpreta a moder-
do make-up. O casal assinou toda a papelada formal,
nidade como a era que colocou em perigo a condição mais
mas mora em casas separadas. Vanessa vive com a
básica da vida humana: a pluralidade.
filha Pina, 6, em um apartamento em Higienópolis, Zona
Oeste da cidade, e Lombardi mora sozinho em um apê
na Praça Roosevelt, na região central. “Nós dois já
dividimos o teto com outras pessoas e justamente por isso
preferimos adotar outra fórmula de casamento. Cada um os meus filhos com a dela”, diz. Além desses momentos
tem o seu espaço, e ela vem um pouco para a minha em família, quando não está trabalhando, Lombardi
casa e eu vou para a dela. E com frequência reunimos gosta de ler em casa e em cafés, frequenta livrarias e
mantém a forma correndo na rua.

“QUERER SER DO SEU


E já se acostumou com as oscilações de vendas
no comércio? “No início, nos dias mais vazios,
TEMPO É JÁ ESTAR ficava angustiado. Hoje aprendi a lidar com isso.

ULTRAPASSADO.”
Só não gosto muito quando chove, pois tenho que
recolher os livros que estão à venda na calçada e
EUGÈNE IONESCO, NOTAS E CONTRANOTAS fico bem apertado junto com eles dentro do sebo.”
Uma curiosidade sobre essa sua atividade de

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“NEM TODOS OS VAI UMA DICA AÍ?
CAMINHOS SÃO A partir de suas experiências com o Desculpe a Poeira, o
PARA TODOS OS empresário dá alguns conselhos para quem pensa em se arriscar
em um negócio próprio.
CAMINHANTES.”
JOHANN WOLFGANG VON GOETHE (1749-1832) “Escolha um nicho de mercado com que você tenha alguma
proximidade ou relação. Isso não é uma norma, mas facilita
muito. Eu tive uma carreira de 25 anos como jornalista e escrevi
principalmente sobre a área cultural. Além disso, já tinha uma
coleção enorme de livros. Com essa experiência na bagagem e
produtos em mãos, tudo fluiu melhor.”
“O diferencial é muito importante. No meu sebo, por exemplo,
não entra qualquer tipo de livro. Eu faço uma curadoria do que
vender livros usados é que ele vive encontrando bilhetes, é vendido aqui e escolho as obras que acho mais interessantes.
tickets antigos, passagens áreas dentro das obras. “Eu Por isso, consigo dar uma orientação consistente para os clientes
guardo tudo. Penso em escrever um livro infantil que tenha quando eles precisam da minha ajuda.”
esses itens inseridos na narrativa, assim como quero fazer “Se você vende produtos como eu, aconselho que tenha uma
uma exposição com eles.” Sobre os planos futuros para o embalagem bacana. A maior parte dos sebos entrega os livros
Desculpe a Poeira, ele diz que não tem um pensamento para os clientes dentro de qualquer sacolinha de plástico.
expansionista de ter filiais e montar redes, mas a ideia, Como eu valorizo o que vendo, mostro o meu cuidado com
claro, é sempre poder ter mais clientes e vender mais. as obras. Faço um pacote com papel Kraft, coloco o carimbo
“Mas isso tudo no ritmo que for possível e dentro das personalizado da loja e ainda amarro um barbante bicolor que
minhas possibilidades, já que não cogito investir, por tem uma pegada retrô. É simples, mas sinto que faz diferença
exemplo, em mais funcionários”, completa. para os consumidores.”

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TECH NOW

NIKITA KASHANOVSKY

POR MEIO DO DESIGN THINKING,


A LIVEWORK BRASIL AJUDA EMPRESAS
DE TODOS OS TAMANHOS A CRIAR SERVIÇOS
QUE COLOCAM AS PESSOAS EM PRIMEIRO LUGAR
POR CAMILLA GINESI

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cabeleireiro mais próximo do usuário através da
geolocalização. “Estamos ajudando a empresa

E
ntre 2016 e 2017, a consultoria de a criar outros serviços”, conta Alt.
design de serviços Livework Brasil desen- Segundo Marcelo Pimenta, professor de
volveu um novo site para a corretora de Design Thinking da ESPM (assim como Alt),
valores online Rico. O trabalho durou sete me- cada vez mais companhias brasileiras estão
ses e foi mais complexo do que seria o de um diagnóstico de experiências de consumidores e procurando consultorias de design thinking com
webdesigner – antes de desenhar a plataforma, criação de culturas de inovação. Entre os seus o objetivo de se diferenciar das concorrentes.
por exemplo, a consultoria realizou entrevistas clientes, estão grandes marcas como o banco “Até o início dos anos 2000, não havia muita
com funcionários, clientes e possíveis clientes da Itaú, a fabricante de cosméticos Natura, a com- competição no país. Não existiam tantas opções
empresa para entender as suas necessidades. panhia aérea Emirates, a produtora de bebidas de carros nem de refrigerantes, por exemplo.
Quando contratou a Livework Brasil, a Rico Ambev e a concessionária de telefonia Vivo. Quando aumentou a concorrência, as empresas
buscava atrair por meio do seu site clien- Antes da fundar a Livework Brasil, Alt era precisaram mostrar que não eram todas iguais e
tes mais jovens e menos conhecedores do dono de outra consultoria de design de servi- recorrer a novos modos de pensar”, explica ele.
mercado financeiro – sem perder os clientes ços, a Push Service Design. “Porém, eu achava Pimenta conta que, entre os seus alunos, há
antigos, em grande parte investidores em renda que, por ser uma consultoria de renome, a muitos empreendedores, além de professores,
variável. O principal desafio da consultoria, Livework deveria ter uma sede no Brasil. Decidi médicos, dentistas e outros profissionais. “Os
portanto, foi atender dois tipos de pessoas convencer os sócios europeus a confiarem o donos de negócios estão percebendo que ter
diferentes ao mesmo tempo. O resultado, trabalho a mim”, diz ele. Deu certo. “O país um bom produto ou serviço não é o bastante.
depois de vários testes, foi uma plataforma que estava na moda, tinha sido capa de revistas Também é necessário manter relacionamentos
adapta o seu conteúdo de acordo com o perfil internacionais por conta da sua ascensão com as pessoas”, afirma ele.
do usuário – entre outras melhorias. econômica. Eles toparam logo de cara”, conta Hoje, a Livework possui seis sedes em seis pa-
A história do novo site da Rico serve para Alt. O investimento inicial foi feito por ele e pelo íses diferentes – Noruega, Holanda, Finlândia
mostrar que é assimilando as necessidades seu sócio na época, o empreendedor carioca e Líbano, além dos já mencionados Inglaterra
dos clientes, definindo o problema a ser resol- Tenny Pinheiro. e Brasil. Entre os funcionários da empresa,
vido, levantando soluções, criando protótipos Também em 2010, Alt ajudou a criar o primei- estão designers, profissionais de tecnologia da
(primeiros exemplares de produtos ou serviços) ro curso de Design Thinking da América Latina, informação (TI), administradores e publicitários.
e fazendo testes que funciona o design na Escola Superior de Propaganda e Marketing “Formamos um time diverso, o que nos ajuda a
thinking – metodologia e modo de pensar (ESPM), em São Paulo. Ele, ainda hoje, ministra compreender diferentes necessidades”, diz Alt.
emprestados pela área de design a todos os um programa de educação continuada na No futuro próximo, do ponto de vista global,
tipos de negócios. instituição. Entre os temas das aulas, estão a a consultoria deve aumentar a integração e o
Quem digita “design thinking” na ferramenta empatia, a colaboração e a experimentação compartilhamento de conhecimento entre os
de busca Google encontra diferentes defini- – os três pilares do design thinking. “O curso escritórios. No Brasil, um dos planos é investir
ções. Uma delas é do blog da Ideo, acla- ajuda a disseminar o conhecimento e divulgar o na equipe. “Estamos estudando a possibilidade
mada empresa de design com sede em Palo nosso trabalho”, diz Alt. de transformar em sócios alguns dos funcioná-
Alto, nos Estados Unidos: “o design thinking Há três anos, a Livework Brasil passou por rios mais antigos”, conta Alt.
estimula as organizações a se concentrarem uma mudança decisiva no seu quadro societário O design thinking deve continuar crescendo
nas pessoas para as quais estão criando e – saiu Tenny Pinheiro e entrou o engenheiro no Brasil e no mundo. Uma prova disso são os
leva a produtos, serviços e processos internos carioca Rafael Vasconcellos, antigo superinten- lançamentos, nos últimos anos, de cursos sobre
focados nos seres humanos.” dente de inovação do Itaú. Alt e Vasconcellos o assunto por instituições conceituadas no país
O engenheiro gaúcho Luis Alt, de 36 anos, se conheceram quando a consultoria executou – como o Insper e o Istituto Europeo di Design
sócio-fundador da Livework Brasil, explica o um projeto para o banco. “Fomos de fornece- (IED). Outra é que a metodologia já está sendo
termo de forma parecida: “o design thinking dor e cliente para sócios”, diz Alt. De lá para ensinada por escolas de ensino médio em paí-
é a abordagem que utiliza a empatia, a cola- cá, a empresa quase triplicou as suas receitas ses como os Estados Unidos. “Nos negócios, o
boração e a experimentação para encontrar (os sócios não revelam números absolutos) e interesse pelas pessoas deve permanecer como
caminhos para as pessoas e gerar resultados cresceu de nove para 30 funcionários. tendência”, afirma Alt.
para as organizações.” No caso, empatia De acordo com Alt, somente as companhias www.liveworkstudio.com.br
significa entender as necessidades dos outros, mais visionárias (e maiores) procuravam a
colaboração quer dizer gerar soluções em Livework Brasil nos seus primeiros anos de
grupo, e experimentação nada mais é do que atuação. “O design thinking ainda era uma
fazer testes. aposta”, afirma ele. Com o passar do tempo,
A Livework foi a primeira consultoria no mundo a demanda cresceu. “Hoje, temos clientes de
a aplicar o design thinking especificamente nos todos os tamanhos, de startups a grandes em-
serviços. A empresa foi fundada em Londres, presas. A metodologia se popularizou, já que
na Inglaterra, em 2001 – e possui um escritório todos os negócios podem se beneficiar dela”,
em São Paulo desde 2010. Hoje, ela oferece afirma ele.
serviços de inovação e design de serviços, Uma startup que, atualmente, é cliente da
consultoria é a paulistana Avec – que cria apli-
cativos personalizados para salões de beleza,
além de manter uma plataforma que encontra o

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Y U
HOMENS QUE INSPIRAM

N
“OS SAPIENS
SÃO UMA
FORMA DE VIDA
SUPERIOR OU
APENAS OS
VALENTÕES
LOCAIS?”
(NO LIVRO HOMO DEUS)

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UVA
Noah Harari
O AUTOR DOS BEST-SELLERS
SAPIENS E HOMO DEUS
CONDUZ UM PROJETO
AMBICIOSO – NARRAR O
PASSADO, O PRESENTE E O
FUTURO DOS HUMANOS
POR CAMILLA GINESI
N
a animação da Pixar O Bom Dinossau-
ro, de 2015, o menino humano Spot
não se destaca dos outros animais.
Durante o longa, ele demonstra saber amar,
brincar, fazer amizade e competir – mas mamí-
feros como chimpanzés e elefantes também têm
essas habilidades. Além disso, a posição de
Spot na cadeia alimentar é intermediária – ao
mesmo tempo que ele caça criaturas menores,
como insetos, e coleta o que pode, como
milho e cogumelos, é caçado por predadores
maiores, como dinossauros.
Com exceção dos répteis gigantes, que não
L
outros animais) também fossem capazes de se
comunicar, foram os sapiens que passaram por
uma revolução cognitiva – que possibilitou que
eles fizessem mais do que avisar uns aos outros
sobre o paradeiro da comida ou do predador.
Mas por que essa revolução aconteceu com
os sapiens e não com outra espécie humana,
como os neandertais? “Foi uma questão de

A
coexistiram com os humanos no mundo real, puro acaso”, escreve Harari.
O Bom Dinossauro pode ser um bom retrato Entre as habilidades linguísticas adquiridas
de como era ser humano há 2 milhões de pelos sapiens, estão as capacidades de
anos – nada de especial. Mas como, então, a transmitir mais informações sobre o entorno
humanidade conseguiu chegar à Lua, dividir o (conseguir especificar onde está o predador
átomo, mapear o código genético e escrever e quais são os possíveis caminhos para fugir
livros de história? O primeiro best-seller do his- dele, por exemplo, contribuiu para que os
toriador israelense Yuval Noah Harari, Sapiens: sapiens planejassem e executassem ações mais
Uma Breve História da Humanidade, de 2011, complexas), fofocar (conjecturar sobre quem
se propõe a contar essa história. é digno de confiança permitiu aos grupos se
De acordo com o autor, é possível que a ex- tornarem maiores) e criar mitos compartilhados
plicação para o sucesso dos sapiens (a única (inventar religiões, nações e empresas, por
espécie humana remanescente) seja a sua lin- exemplo, possibilitou a cooperação entre diver-
guagem singular. Entre 70.000 e 30.000 anos sas pessoas estranhas umas às outras, além da
atrás, ainda que outras espécies humanas (e inovação constante do comportamento social).

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Ao longo de Sapiens, que está sendo adap-
tado para as telonas pelos cineastas ingleses
“A COISA MAIS IMPORTANTE A
SABER ACERCA DOS HUMANOS
Ridley Scott (indicado ao Oscar por Thelma &
Louise, Gladiador e Falcão Negro em Perigo)
e Asif Kapadia (ganhador do Oscar pelo
documentário Amy), Harari percorre 70.000
anos até os dias atuais. A visão global (temporal
PRÉ-HISTÓRICOS É QUE ELES ERAM
e espacial) e interdisciplinar do autor pode ser
responsável tanto pela popularidade do livro ANIMAIS INSIGNIFICANTES, CUJO
IMPACTO SOBRE O AMBIENTE NÃO
– que já vendeu mais de 8 milhões de cópias,
segundo a revista americana The Hollywood
Reporter – quanto pelas críticas a ele.
Para Ivan Vieira Neto, coordenador do curso
de História da PUC Goiás, apesar de a obra
ERA MAIOR QUE O DE GORILAS,
VAGA-LUMES OU ÁGUAS-VIVAS.”
ser desaprovada por alguns historiadores por
causa do seu recorte contextual extenso (as
pesquisas na área costumam se restringir de (NO LIVRO SAPIENS)
uma década a um século), ela tem o mérito de
difundir o interesse pela História entre os não
acadêmicos. “Uma das possíveis justificativas
para o livro ter atraído tantos leitores é o zeit-
geist, a inquietação provocada pelo presente,
já que ele apresenta uma síntese dos sucessos
e fracassos da humanidade”, diz.
Além disso, segundo Vieira Neto, a interdiscipli-
naridade (no caso, a mistura da História com as
Ciências Exatas e Tecnológicas) adotada por Ha-
rari merece destaque – inclusive porque constitui
uma abordagem incomum. “Ele coloca a História
no centro da revolução técnico-científica, além
de fazer com que campos tão diferentes quanto
a História e a Física dialoguem”, conta.

“ NOSSA LINGUAGEM
EVOLUIU COMO UMA
FORMA DE FOFOCA.”
(NO LIVRO SAPIENS)

Assim como Sapiens, o segundo êxito de


vendas de Harari, Homo Deus: Uma Breve
História do Amanhã, de 2015, aborda a
jornada da humanidade – mas aponta para
o futuro. Nas palavras do professor Ismael
Al-Amoudi, da universidade galesa de Cardiff,
numa resenha, Homo Deus “olha para o pas-
sado como uma tela em que nosso futuro está
atualmente sendo desenhado”.
Logo nas primeiras páginas do livro, Harari
estabelece que, durante milênios, foram três os
principais problemas da humanidade: a fome,
a doença e a guerra. Ele escreve que, hoje,
“essas adversidades não foram completamente
superadas, mas foram transformadas de forças
da natureza incompreensíveis e incontroláveis
em desafios administráveis”. No TED2018, Yuval discursa aparecendo como holograma, ao vivo, de Tel Aviv
DIVULGAÇÃO

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Segundo o autor, quando ultrapassados, esses
“NO INÍCIO DO SÉCULO 21,
É MUITO MAIS PROVÁVEL
obstáculos devem dar lugar a outros – entre
eles, a perda da liberdade e da autoridade. Ele
afirma que “os humanos continuarão a compor
música, ensinar Física e investir dinheiro, mas o
sistema entenderá melhor esses humanos do que
eles mesmos e tomará a maior parte das deci-
QUE O HUMANO MÉDIO
sões importantes por eles”. O sistema, no caso,
é a tecnologia – que já é capaz, por exemplo, MORRA DE COMER
COMPULSIVAMENTE NO
de escolher uma música para um usuário do
serviço de streaming Spotify de acordo com o
seu gosto, sem ele precisar pensar.

McDONALD’S DO QUE DE
A previsão chega a lembrar um dos futuros
imaginados pelo escritor inglês H. G. Wells no
livro A Máquina do Tempo, de 1895. Na fic-
ção, que se passa no ano de 802.701, apesar
de viver com saúde, prosperidade e harmonia, SECA, EBOLA OU ATAQUE
DA AL-QAEDA.”
a humanidade enfrenta um novo problema:

(NO LIVRO MISBEHAVING)

tornou-se frágil e ignorante devido ao fim da


luta pela sobrevivência.
Recentemente, numa palestra no evento de
cultura e ciência TED2018, Harari abordou um
tópico relacionado à perda da soberania por
parte dos humanos – a concentração de dados
nas mãos dos governos. Segundo ele, isso
pode viabilizar que as ditaduras se tornem mais
eficazes do que as democracias – e é dever
da humanidade se defender dessa ameaça.
Seu mais novo livro, 21 Lições Para o Século
21, publicado no Brasil em 2018 pela Com-
panhia das Letras, não é sobre o passado nem
sobre o futuro. A obra trata das grandes ques-
tões da atualidade. “Haverá uma nova guerra
mundial? O que a ascensão do presidente
Donald Trump significa? O que podemos fazer
sobre a epidemia de notícias falsas?”, pergunta
o autor em seu site para promover a novidade.

“OS INIMIGOS DA DEMOCRACIA HACKEIAM


OS NOSSOS SENTIMENTOS E OS USAM PARA POLARIZAR
E DESTRUIR A DEMOCRACIA POR DENTRO. ”
(NO TED2018)

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LIFESTYLE

CAÇADOR
DE
HÁ 20 ANOS, O GAÚCHO
sonhos
IZAN PETTERLE FAZ EXPEDIÇÕES
FOTOGRÁFICAS PARA REGISTRAR
A CULTURA LATINA E IMPRIME SEU
OLHAR PECULIAR A CADA IMAGEM
POR PATRICIA OYAMA

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Lagoa Gaíva, aldeia Guató, 1998

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O
fotógrafo Izan Petterle está mais leve do que nunca. Há cerca de um ano, vendeu sua Vaqueiros no Pantanal de Poconé
última câmera profissional e deixou para trás a época em que viajava carregando uma
mochila com 25 kg de equipamento. Agora, faz seus registros apenas com dois iPhones,
que leva nos bolsos. E não foi só o peso da bagagem que diminuiu. “Até os 55 anos, eu sempre
ficava fazendo planos para o futuro”, conta. Um certo dia, entretanto, vendo o amanhecer na
Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, ele teve um estalo: “Pensei: cara, já estou no futuro da
minha vida. Que plano vou fazer? Tenho que viver o presente!” A revelação veio acompanhada
de outro pensamento: ele não precisava provar mais nada para ninguém. “Foi libertador”, resume.
Aos 61 anos, Izan é um dos mais importantes nomes brasileiros da fotografia documental. Co-
laborador da National Geographic desde que a revista passou a ser publicada no país, no ano
2000, o fotógrafo gaúcho acumula prêmios pelas imagens que retratam comunidades e a cultura
do Brasil e da América Latina. Autor dos livros Caubóis do Pantanal e Cuba de Che – 50 anos
depois de Revolução, Izan mergulha fundo nas projetos. Para o primeiro livro, fez dez viagens ao
Pantanal ao longo de cinco anos, a fim de acompanhar a rotina dos cavaleiros do Mato Grosso.

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Mulher no Parque Nacional
Amboró, Bolívia

“Para mim, o grande


barato é fotografar
histórias escondidas sob a
representação formal da
imagem que vemos.”
CINCO LUGARES
IMPERDÍVEIS NA
AMÉRICA LATINA

› Cuba: “Além da viagem geográfica,


é uma viagem no tempo. Você viaja 50
Em Cuba de Che, ele refez, junto com o jornalista holandês Frans Glissenaar, todo o caminho que
o guerrilheiro percorreu na ilha durante a Revolução Cubana.
Em julho, Izan voltou de mais uma expedição fotográfica. Foram 28 dias na região de Ancash,
anos no passado.”

no norte do Peru, aos pés da Cordilheira Branca. Na paisagem rodeada de picos nevados, além
Peru: “Você tem uma diversidade de cenas do dia a dia, ele registrou as corridas de toro, tradição de cinco séculos nos vilarejos
enorme: mar, montanha, selva, glaciares.” andinos. “Rendeu um material espetacular”, comemora.
› Bolívia: “É o Butão da América do Sul,
com muitos atrativos, como o salar.”
A viagem ao Peru foi a primeira em que ele levou exclusivamente os celulares para fotografar.
Parte do material foi postada de lá mesmo, em seu Instagram (@izanpetterle), algo igualmente novo

› Pantanal matogrossense: “Um lugar


único no planeta.”
em seus projetos documentais. “As pessoas reagem na hora e isso cria uma disruptura na narrativa
tradicional. Está sendo fantástico, é uma nova era”, avalia. A aventura peruana teve outra particu-

› Patagônia: “É um dos lugares mais


bonitos do mundo.”
laridade: foi motivada por um sonho. “Sonhei com uma mulher – e eu sabia que ela era uma xamã
– que dizia: vem para os Andes, teu futuro fotográfico está aqui. Venha para cá.” Izan acordou
impressionado com a vivacidade do episódio onírico. Cinco dias depois, embarcou para Lima.

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“Um encontro de duas civilizações.
O Peru é um território guardião de
tradições milenares.”

Essa não foi a primeira vez que esse gaúcho agiu movido a sonho. Apesar de ter a fotografia
como hobby desde bem jovem, a produção rural foi seu ganha-pão até o fim dos anos 90 – pri-
meiro, numa fazenda em Alegrete (RS); depois, na Chapada dos Guimarães, para onde se mudou
com a mulher, Marta, e o casal de filhos, aos 25 anos. Pois, às vésperas de virar um quarentão,
resolveu dar uma guinada na vida e reavivou o sonho de ser fotógrafo (aqui, vale um flashback:
quando passou no vestibular de Veterinária, aos 17 anos, Izan ganhou do avô o dinheiro para
comprar um Fusca zero quilômetro. Gastou quase tudo com equipamento fotográfico profissional e
usou o restante para fazer um mochilão em Machu Picchu).
Em 1998, Izan e a família deixaram o Mato Grosso, voltaram para o Sudeste, e ele passou a se
dividir entre Rio e São Paulo, para alavancar a nova carreira. Ao longo dos anos, o fotógrafo foi
aprimorando seu talento de documentarista e desenvolvendo uma linguagem muito própria.
As fotos de Izan são intimistas, muitas vezes tiradas dentro da casa das pessoas. Para conseguir
esse tipo de imagem, ele toma certos cuidados. “Nunca chego fotografando. Tem que ter aquele
famoso dedinho de prosa antes. Você pede licença, explica o que quer fazer. Precisa haver uma
cumplicidade”, conta ele. Quase sempre, as investidas são bem-sucedidas. Nas raras recusas,
não insiste. “Jamais fotografo alguém que não queira ser fotografado.” Situações simuladas, nem
pensar. Exceção feita aos portraits, ele detesta foto posada. Prefere deixar a vida acontecer. Outro
ponto importante em seus registros: ele nunca faz julgamentos. “Se você fala: ‘eu não concordo

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Visões marítimas

com isso e aquilo’, então, você é um péssimo documentarista. Você tem que deixar as pessoas CINCO COMIDAS
tirarem suas próprias conclusões.” LATINAS MEMORÁVEIS
Izan também realiza workshops fotográficos – na verdade, expedições em que faz o papel
de tutor para pessoas interessadas em aprender ou aprimorar habilidades com a câmera.
Mas é para gente com espírito aventureiro, avisa. “Tem que estar disposto a ficar onde eu › Mojica de pintado (ensopado de
peixe), do Mato Grosso

fico, comer onde eu como.”
Em suas viagens, feitas com recursos próprios, Izan procura hotéis e restaurantes simples. Na Matrinxã (tipo de peixe) assado,
temporada peruana, calcula ter gasto cerca de 50 dólares por dia, incluindo hospedagem, do Amazonas
alimentação e transporte: “E passando bem, em lugares seguros, com um bom banho quente e
bem alimentado”. Nada contra hotéis e restaurantes de luxo, diz ele. “Mas se você está atrás de
› Bife ancho com batata assada
recheada com queijo, do Rio Grande
uma visão autêntica, se está em busca da originalidade de uma cultura, não vai encontrar nesses do Sul
lugares”, acredita. “Eu fico junto do povão mesmo.”
Até quando não está viajando para tocar algum projeto, Izan continua em trânsito – não fica
› Ceviche imperial (ceviche com
polvo), do Peru
mais de três semanas no mesmo lugar. Divide-se entre Porto Alegre, cidade da filha e das netinhas,
de 1 e 4 anos; Rio de Janeiro, onde moram o filho e Marta, e a Chapada dos Guimarães, que › Chupe de langostinos (camarões-
-rosa), do Peru
ele considera sua base.
Há cerca de três anos, o fotógrafo comprou uma propriedade na beira de um dos paredões
da Chapada e construiu uma casa toda de madeira e vidro. “Construiu” não é modo de dizer:

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FOTO: LÍVIA TIMM

Refúgio de um guerreiro

Izan foi o projetista, mestre de obras e botou a mão na massa, junto com pedreiros e marcenei- TRÊS FOTÓGRAFOS
ros. “Não fiz Arquitetura, mas tenho um conhecimento empírico de construções rurais”. O lar de
DE REFERÊNCIA:
recém-casado, em Alegrete, e a outra casa em que morou quando a família se mudou para a
Chapada, nos anos 1980, também foram construídos por ele. Para essa última empreitada, ele
não partiu de uma planta convencional, mas de um conceito: quis fazer “um refúgio selvagem para - Manuel Álvarez Bravo
um velho caubói”. O resultado foi uma casa com estrutura de galpão com mezanino. Grandes - Walker Evans
painéis de vidro exibem a paisagem de tirar o fôlego lá fora e deixam entrar a luz do amanhecer, - Bill Brandt
do entardecer e do luar. Izan acorda antes do sol nascer e acompanha todas as nuances: “A casa
fica rosa, laranja...”, descreve. “São fotógrafos dos anos 1920
Em breve, o fotógrafo deve cair na estrada para continuar o registro das touradas. Desta vez,
e 1930, que têm em comum uma
pretende ir dirigindo, com Marta. “Quero passar uns dois meses viajando pelo Peru e pela Bolívia.
abordagem surrealista.”
Sou louco por expedições overland. Vamos dormir em barracas, acampar”, diz ele. O velho
caubói garante: está na melhor fase de sua vida.

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“Sou inspirado pelo realismo fantástico
da literatura latino-americana, onde
encontro os signos para traduzir meus
sentimentos quando faço esse tipo de
expedição fotográfica, circulando entre
o real e o imaginário.”

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DESIGN

ANDRÉ KLOTZ

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GUTO

RE
QUE
NA
USAR A
TECNOLOGIA
PARA CONSTRUIR
UMA ARQUITETURA
MAIS INTERATIVA E
MAIS HUMANA É A
GRANDE OBSESSÃO
DESTE PAULISTA POR MARIANA PAYNO

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E
le se formou em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo, participou de
grupos de pesquisa e fez mestrado na mesma instituição. Apresentou a série Nos Trinques,
do Canal GNT, além de roteirizar outras produções audiovisuais. Projetou o escritório do
Google em São Paulo, a famosa balada paulistana Hot Hot e criou instalações para eventos e
exposições em mais de 20 países. Já escreveu para grandes jornais, deu palestras para diversos
públicos e angariou um bocado de prêmios. A lista de feitos de Guto Requena é longa, e toda
essa versatilidade reflete uma era de mudanças rápidas e radicais que dá o tom de suas obras.
Nascido na cidade paulista de Sorocaba em 1979, Guto é de uma geração que viveu ano a
ano a transição dos meios analógicos para os digitais — e aos poucos constatou que, hoje, a
tecnologia perpassa todas as esferas da vida. O interesse em entender como as transformações
dessa nova cultura se manifestam na arquitetura despontou nos anos universitários, deu substân-
cia à pesquisa de mestrado e norteia os trabalhos do Estúdio Guto Requena, criado em 2008.
Estudos e processos criativos do arquiteto são guiados pelas novas possibilidades de modelagem
e fabricação e pela aplicação disso tudo nos espaços públicos.
Em projetos que unem o concreto ao virtual, como a fachada do WZ Hotel Jardins (2015) ou o
Pavilhão Dançante (2016), ele investe na interação das construções com os estímulos do ambien-
te: os ruídos, as pessoas e até a poluição do ar. Já para esculturas e objetos, a aposta é em mol-
des paramétricos, ou seja, formas geradas pelo computador. O resultado, como no Le Terminal 7
de Paris (2018) e na instalação Empatias Mapeadas (2018), são efeitos visuais impressionantes
e convites calorosos ao público — bases de sua queridinha arte pública interativa.
Não à toa, Guto acompanha de perto o trabalho de outras personalidades fortes da área,
como os holandeses Lars Spuybroek e Kas Oosterhuis, o japonês Tokujin Yoshioka, o belga Arne
Quinze e seu conterrâneo Rodrigo Almeida. Apesar de diferentes estilos, todos esses nomes
compartilham uma visão pouco convencional sobre o design e o fazer arquitetônico. Do mesmo
modo, com um olhar refreshed e pouco engessado, Guto acredita em espaços mais flexíveis, nas
tecnologias multifuncionais e sustentáveis e em uma abordagem mais sensível do que pretensiosa.
É por isso que a cultura viva, as narrativas poéticas dos espaços e a memória são protagonistas
de suas obras. O dom de Guto, afinal, é usar as novas tecnologias como suporte criativo para o
que se deve preservar do passado. Foi assim que ele compôs, por exemplo, a coleção Era Uma
Vez, quatro vasos desenhados a partir da representação gráfica da voz de sua avó contando
histórias. Mais do que edifícios cimentados em frieza ou peças inacessíveis na vitrine de uma
feira de design, Guto quer projetar relações humanas e usar todos os recursos disponíveis para
resgatar um afeto que parecia perdido.

CONHEÇA ALGUNS DOS PROJETOS QUE SAÍRAM


DO ESTÚDIO PARA OCUPAR CIDADES COMO
SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO E PARIS

Criatura de Luz (2015) |


A fachada do WZ Hotel Jardins, em São Paulo, serviu de
plataforma para Guto colocar em prática a pesquisa Cidade
Hackeada, que investiga como transformar positivamente os
espaços a partir de estímulos em tempo real. Um retrofit da
arquitetura original dos anos 1970 revestiu o prédio com
chapas metálicas, cujos padrões gráficos foram gerados
por um software a partir dos sons do entorno. À noite, essa
“pele metálica” do edifício também responde aos estímulos
do ambiente: sensores detectam ruídos e diferentes graus de
poluição para criar movimentos luminosos.

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Vem Pra Rua (2018) |
A ocupação dos espaços públicos das
grandes cidades, movimento que ganhou
força na América Latina na última década,
foi inspiração para a coleção de talheres
Vem Pra Rua, lançada neste ano e apresen-
tada no Salão Internacional do Móvel de
Milão, em abril. Impressos em 3D, a colher,
o garfo e a faca foram modelados por um
software a partir do mapa de três avenidas
de São Paulo que são abertas para pedes-
tres aos domingos. Os objetos são portáteis
e encaixáveis em bicicletas — afinal, existe
maneira melhor de chegar a um piquenique?

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O Pavilhão Dançante (2016) |
Colorido por fora e todo espelhado
por dentro, o prédio temporário —
projetado para abrigar as festas
Le Terminal 7 (2018) |
de uma marca de cerveja durante
Mais um fruto das pesquisas de Guto com arquitetura
as Olimpíadas de 2016, no Rio
interativa e tecnológica, o espaço para eventos em Paris
de Janeiro — capta a música e o
(antes conhecido por Pavillon 7) se assemelha a um termi-
movimento das pessoas na pista, re-
nal de aeroporto, com grandes janelas que dão vista para
verberando a agitação na fachada.
a cidade. Do lado de dentro, uma estrutura projetada
Ali, enquanto a balada acontece,
por computador simula uma “árvore invertida”, com as
cerca de 500 espelhos giram, abrem
raízes crescendo para o alto, perpassando todo o salão e
e fecham, criando efeitos óticos para
emitindo luzes de diferentes cores. O resultado são efeitos
chamar atenção de longe. O projeto
ópticos impressionantes e uma sensação lúdica e onírica.
é um dos resultados dos estudos de
Guto sobre arquiteturas híbridas (ou
seja, que mesclam o concreto e o
virtual) e interativas.

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Empatias Mapeadas (2018) |
A reabertura do Sesc da Avenida Paulista, em
São Paulo, causou alvoroço entre os moradores
da cidade. Foi ali que Guto expôs durante
duas semanas, entre abril e maio deste ano, a
instalação interativa Empatias Mapeadas: uma
escultura composta por chapas de madeira,
produção digital e impressão 3D, que capta os
batimentos cardíacos do público e os transforma
em sons e luzes. “Queremos criar uma imersão
que convide as pessoas a se desconectarem de
seu cotidiano e se conectarem com diferentes
pessoas e, por fim, com elas mesmas”, escreve o
arquiteto sobre o projeto.

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ATITUDE

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CONSCIÊNCIA
sustentável QUANDO A QUALIDADE DA EMPRESA NÃO ESTÁ
APENAS NOS PRODUTOS, MAS NA HISTÓRIA POR TRÁS
DE SUAS AÇÕES
POR PAULA BRAZÃO

A Docthos faz parte do Grupo Krindges, que foi fundado em 1977 e nasceu do
sonho de Ilária Krindges, que usou o dom da costura para abrir um pequeno
negócio em Guaraciaba, Santa Catarina. Era tudo bem artesanal, confeccionando
roupas de alfaiataria sob medida. A qualidade fez sucesso, e alguns anos depois
foi aberta uma confecção de calças, que produzia três mil peças por mês. Pouco
mais de uma década depois, e muito trabalho, houve um salto nas produções e
a pequena empresa local cresceu e passou a ter distribuição para todo o Brasil.
Hoje a empresa, com 40 anos, tem duas unidades, em Ampére e São Miguel do
Iguaçu, que produzem cerca de 80 mil peças por mês, entre calças, camisas, ber-
mudas, ternos, blazers e uma gama de produtos masculinos. São mais de 3.000
pontos de venda multimarcas, além do e-commerce Docthos.
De toda essa história, seria fácil dizer que a pequena empresa, que se tornou
grande, é um exemplo de sucesso no mercado fashion. Sim, é mesmo. Mas não só
de números vive uma marca bem-sucedida. No DNA de um bom negócio existem
mil outros motivos para o êxito. No caso da Krindges, a preocupação com outros
setores, que vão muito além dos números, fez e faz toda diferença. O investimento
em maquinário moderno faz com que o resultado possa ser visto na qualidade dos
produtos. Mas não é só a produção que ganha, mas os trabalhadores também,
por estarem em um ambiente pensado para eles, com segurança e conforto.

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“SERÁ QUE A EMPRESA
Com mais de oitocentos colaboradores dire- Não há nada mais gratificante do que traba-
TEM NOÇÃO DA PROPORÇÃO
tos, é importante lembrar o quanto o seu papel lhar com uma coisa que amamos fazer. Amo
DE QUANTAS ALEGRIAS ELES é significativo na vida de cada uma dessas minha profissão!”
pessoas. Participando não só da economia (Texto retirado da carta de Fatima Aparecida
TROUXERAM AOS LARES? local, mas também das histórias de vida de Manante da Silva, vencedora do concurso Cos-
cada um dos colaboradores e parceiros. turando Histórias, São Miguel do Iguaçu - PR.)
DE QUANTA FOME SACIARAM?
Entre uma e outra ação, acontecem momen- “(...) Vai, você consegue! Meta, produ-
DE QUANTOS SORRISOS tos emocionantes, como em maio, no Dia da ção, pessoas difíceis, pessoas sensíveis que
Costureira, quando foi realizado o concurso precisavam de atenção, de uma palavra
TROUXERAM AOS ROSTOS Costurando Histórias, em que os funcionários de carinho, nossa (...) quanta coisa pra
ENTRISTECIDOS?” escreveram cartas sobre como eles se sentem aprender, o quanto aprendi com tudo isso, a
trabalhando na empresa. Alguns sensibilizaram Krindges na minha vida foi e é uma grande
(TEXTO RETIRADO DA CARTA DE JOSIANE
a todos, quando descreveram: escola, onde hoje me orgulho muito da
MARCHINHAKI, DO CONCURSO COSTURANDO
”Costurar pra mim é viver, meu mundo mulher e da profissional que me tornei. Foi
HISTÓRIAS, AMPÉRE - PR).
gira em torno disso (...) meu emprego, além aqui que cresci, amadureci e me tornei uma
do significado financeiro, me trouxe muitas pessoa que me orgulho, conquistei meus
outras coisas, como autoestima, valorização sonhos (...) Hoje sou encarregada no setor
e respeito (...) Desempenho minhas funções de calça, a cada entrevista com funcionário
com muito amor, pois cada peça que faço novo, conto um pouquinho da minha história,
vai com ela um pouco da minha competên- como comecei e onde cheguei, sou feliz por
cia. Quando uma camisa sai perfeita é o ter costurado meus sonhos e minha história
nome da marca que aparece, não o meu, se passa aqui...”
mas sinto tanto orgulho quando entro em (Texto retirado da carta de Fabiane Loticci, do
uma loja e reconheço uma peça feita por concurso Costurando Histórias, São Miguel do
nós. Não importa se as pessoas não saibam Iguaçu - PR.)
que eu ajudei na sua confecção, mas eu sei Além de atendimento médico, ambulatorial e
e isso me basta (...) A costura na minha vida ginástica laboral, uma das ações da Krindges é
não é uma obrigação, e sim uma satisfação. o cuidado com as futuras mamães, que recebem

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educação gestacional, com aulas, palestras e atividades culturais, esportivas, sociais, conscien- menor quantidade de lixo possível. Para isso, a
acompanhamento durante os nove meses, além tização ambiental, disciplinar e exercícios de Krindges trabalha na redução de resíduos dos
de parceria com creches públicas para o de- autoconfiança. Os jovens receberam máquina de encaixes no sistema de corte. E, através do
senvolvimento das crianças. Através do Projeto costura, tecidos e aviamentos para realizar seus Projeto Reutilize a Sua Moda, faz reutilização
É do Coração, que tem como slogan “Faça artesanatos e ajudar na manutenção da entidade. de retalhos e aviamentos que seriam jogados
sua doação e ganhe nosso coração”, foram Outro bom exemplo, o Projeto Laço Solidá- fora para confeccionar sacolas, capas de
arrecadados 500 brinquedos, livros, roupas, rio, ajudou uma família que vivia em uma casa agendas, estojos, lixeiras para carros, enfeites
calçados novos e usados, que foram doados a que estava se desfazendo. Foram analisadas de natal, aventais e artesanatos. Esses mesmos
creches que cuidam dos filhos de colaboradores todas as necessidades básicas deles, checada restos de tecidos também são destinados
da empresa. A Docthos também é parceira de a estrutura da casa, refeito tudo com as a escolas, creches, entidades, ONGS e
outros projetos com colaboradores participantes próprias mãos, desde o assoalho até o teto, APAES para produção de edredons, tapetes
de cursos no Dale Carnegie. retirando até as goteiras. Depois da reforma, e artesanatos de projetos pedagógicos. Já os
No Projeto Faz Ação, realizado em escolas a residência foi toda mobiliada e itens básicos resíduos de papéis e plásticos são vendidos
do Ensino Fundamental, com crianças entre como roupas e comida foram doados. para empresas de reciclagem certificadas pelo
quatro e doze anos, foi feito um canto de lei- Há dois anos a Docthos também realiza Instituto Ambiental do Paraná.
tura, todo decorado, para estimular os jovens ações para arrecadar fundos para o combate Por se preocupar com responsabilidade
a criarem o hábito de ler. Foi feita também a ao câncer de próstata, em parceria com o social, relações de trabalho, sustentabilidade e
pintura e revitalização do pátio, e um sache Hospital do Amor de Barretos. No ano passa- ações dentro do que acredita para um mundo
“é do coração” customizado pelas crianças do, o artista Julian Gallasch criou uma tela que melhor, hoje a Krindges é certificada com o
para presentear suas mães. O objetivo é que foi leiloada e o dinheiro encaminhado para a selo nacional Great Place To Work - status
as crianças aprendam a pensar, desenvolver instituição. A partir dessa tela, foram criadas dado a empresas avaliadas como “ótimo
desde cedo suas opiniões e, com isso, se estampas para uma coleção cápsula para lugar para se trabalhar”.
tornem cidadãos ativos na sociedade. Docthos e 30% do valor das vendas também Viu só quanta coisa pode ser feita? Às vezes
O mesmo cuidado acontece no Projeto Unidos foi doado para o hospital. um pequeno passo de reunir um grupo já faz
Pela Diferença, em parceria com a ONG Consciente também sobre os problemas toda diferença, já ajuda de alguma forma.
Associação Amigos de Santo Agostinho; cerca ambientais que a indústria da moda causa Basta ter vontade de fazer, ir atrás, e a coisa
de 250 crianças e adolescentes participaram de no planeta, a empresa está sempre atenta a toda acontece.
um dia de lazer. Nessa ação, foram realizadas todas as etapas de produção para gerar a www.krindges.com.br

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ARTE POR ROMEU SILVEIRA

O HOMEM SEM QUALIDADES (2018), 15 x 21 cm, colagem sobre papel. Parte de uma série de colagens
96 inspiradas em clássicos da literatura, aqui tomando como ponto de partida o livro de Robert Musil

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SÉRIE ABSTRATA (2017-2018), 15 x 21cm, colagem sobre papel
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