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1. A biosfera
Uma característica do mundo vivo é um elevado nível de organização. A organização
biológica assenta numa hierarquia dos níveis estruturais de complexidade crescente. A
biosfera é o nível mais inclusivo da hierarquia da organização biológica, que se encontra
resumida no esquema seguinte:
A biosfera é a parte da Terra habitada pelos seres vivos. Pode ser entendida como um
ecossistema composto por todos os ecossistemas da Terra.
2. A célula
Teoria celular
A célula é a unidade básica de estrutura e função de todos os seres vivos.
Todas as células provêm de outras células.
A célula é a unidade de reprodução, de desenvolvimento e de hereditariedade de
todos os seres vivos.
Organização celular
O cálcio, sódio, potássio, magnésio, fosforo e ferro, entre outros, estão presentes nos
seres vivos, principalmente na forma iónica. Desempenham funções importantes
SAIS
relacionadas com o transporte de substâncias, movimentos através da membrana
MINERAIS citoplasmática e coo intervenientes em reações químicas do metabolismo celular.
ORGÂNICOS
Os constituintes orgânicos dos seres vivos formam moléculas de grandes dimensões, designadas macromoléculas. A
maior parte das macromoléculas orgânicas dos seres vivos são polímeros. Os polímeros formam-se pela ligação, em
cadeia, de moléculas mais simples, os monómeros. As reações de condensação permitem a ligação de diferentes
monómeros para formar polímeros. Por cada ligação estabelecida é removida uma molécula de água. As reações de
hidrólise separam os monómeros que constituem um polímero. Por cada ligação que se desfaz é necessária a adição de
uma molécula de agua. As proteínas ácidos nucleicos, hidratos de carbono e alguns lípidos são polímeros.
É a membrana celular que mantém a integridade da célula. Ela atua como uma barreira,
separando dois meios distintos, o meio intracelular e o meio extracelular, e como uma
superfície de troca de substancias, de energia e de informação entre dois meios. Como a
membrana celular apenas permite a entrada e a saída de determinadas substancias, ela
constitui uma barreira seletiva. O modelo de estrutura da membrana atualmente mais
aceite, conhecido como o modelo de mosaico fluido, é unitário, uma vez que se aplica a
todas as membranas existentes nas células. De acordo com esse modelo, a membrana é
constituída por:
Difusão Simples
-As moléculas de um soluto (ex:O2, CO2, ureia)
deslocam-se do meio de maior concentração para o
meio de menor concentração (a favor do gradiente
de concentração).
-A velocidade de movimentação do soluto é
diretamente proporcional à diferença de
concentração entre os dois meios.
-Não há gasto de energia- transporte passivo.
Na endocitose, a célula inclui no seu citoplasma materiais do meio exterior. Este processo
inicia-se com a formação de uma invaginação da membrana plasmática que vai,
progressivamente, englobando o material extracelular. Esta invaginação acaba por se
destacar da membrana, formando uma vesicula endocítica. De acordo com o tamanho e
natureza do material englobado, classifica-se a endocitose em:
A digestão intracelular ocorre no interior das células, através da ação das enzimas
contidas em vacúolos digestivos. Neste processo associado à obtenção de matéria, típico
de alguns animais muito simples (hidra e planária) e de protistas heterotróficos (ameba e
paramécia), intervêm vários sistemas membranares da célula, como o reticulo
endoplasmático, o complexo de Golgi e os lisossomas, organelos presentes no citoplasma
de células eucarióticas.
O ser humano, como os outros vertebrados, tem cada uma das áreas especializada numa
etapa particular do processo digestivo.
Na boca, por ação dos dentes e da saliva, inicia-se a digestão mecânica e química. No
estômago são produzidas enzimas especificas, ocorrendo
também aqui a digestão mecânica e química. No intestino
delgado são também produzidas enzimas especificas que,
juntamente com as enzimas do suco pancreático, realizam
a digestão química. A digestão das gorduras é facilitada
pela ação emulsionante da bílis, produzida no fígado. No
intestino delgado, após terminar a digestão, inicia-se a
absorção, facilitada pela existência de vilosidades intestinais
(projeções ricamente vascularizadas da superfície intestinal
que aumentam significativamente a área de superfície de
absorção). Por difusão ou por transporte ativo, os diferentes
nutrientes atravessam as membranas das células da
parede intestinal e dos capilares sanguíneos ou linfáticos
para o meio interno. O material não absorvido passa para o
intestino grosso, onde ocorre absorção de água, antes da
sua eliminação pelo ânus.
2.1. FOTOSSINTESE
A fotossíntese é um processo complexo que envolve a utilização da energia luminosa na
produção de substâncias orgânicas a partir de dióxido de carbono (CO) e água (HO), com
libertação de oxigénio (O2). Este processo ocorre exclusivamente nos seres vivos que
possuem pigmentos fotossintéticos capazes de captar a energia luminosa.
É importante porque:
-produz substâncias orgânicas a partir de substâncias inorgânicas
-transforma a energia luminosa em energia química, que fica armazenada nos compostos
orgânicos sintetizados.
-produz o oxigénio, gás essencial para a sobrevivência da maioria dos seres vivos.
Os pigmentos fotossintéticos, entre os quais se destacam as clorofilas, estão presentes
nas plantas e nas algas, no interior dos cloroplastos. Nas bactérias fotossintéticas, os
pigmentos encontram-se ligados a estruturas membranares internas.
A energia celular é constituída por radiações de diferentes comprimentos de diferentes
comprimento de onda. Os seres vivos fotossintéticos utilizam a fotossíntese apenas parte
das radiações de espetro da luz visível. Cada faixa de comprimentos de onda corresponde
uma determinada cor, assim a luz visível pode decompor-se em seis cores, às quais
correspondem diferentes comprimentos de onda.
Verifica-se que nem todos os comprimentos de onda são utilizados pelos seres
fotossintéticos, isto é, têm preferências de cor. No caso da clorofila, o pigmento das
plantas, os comprimentos de onda preferências, ou seja, que são absorvidos são os entre
os 380 e os 450 nm (Violeta) e os 650 e os 750 nm (Vermelho), refletindo as radiações
entre os 500 e os 600 nm (Verde), razão pela qual a clorofila é verde.
Na realidade existem dois tipos de clorofila, a clorofila a e a clorofila b, que operam em
comprimentos de onda ligeiramente diferentes. A energia radiante, luz, é formada por
partículas, os fotões, que se propagam sobre a forma de ondas com diferentes
comprimentos (comprimentos de onda). Os fotões são partículas energéticas e quando
atingem um átomo, um dos átomos salta para um nível de energia superior, diz-se que
esse eletrões se encontra excitado. Quando a clorofila absorve luz, os seus eletrões
passam para níveis de energia superiores, e ao voltarem posteriormente ao nível de
energia inicial – estado fundamental – libertam energia sobre a forma de calor ou luz
(fluorescência).
Em alternativa os eletrões excitados podem ser cedidos a outras moléculas vizinhas
denominadas de acetores, conduzindo uma reação fotoquímica em que a molécula que
perdeu o electro ficou oxidada e a que recebeu ficou reduzida. Ocorrendo então uma
reação de oxidação redução.
Admite-se hoje que a clorofila se encontra dispersa na bicamada fosfolipídica da
membrana interna dos cloroplastos.
Outros dos intervenientes da fotossíntese, além da luz é a água, esta vai duar H + para
reações que mais a frente se vai falar, libertando O2 para a atmosfera, assim o oxigénio
que as plantas libertam para a atmosfera é proveniente da degradação da molécula de
água durante a fotossíntese.
O CO2 usado pelos seres fotossintéticos é capturado da atmosfera, e vai ser incorporado
nos compostos orgânicos sintetizados pelos seres fotossintéticos. Sabe-se hoje em dia que
embora a luz seja necessária para iniciar o processo de fotossíntese, a incorporação de
CO2 não é diretamente dependente da luz pois este processo prolonga-se na escuridão.
Processo fotossintético
De uma forma geral a reação de fotossíntese pode resumir-se a:
𝐿𝑢𝑧
6CO2 + 12H2O → C6H12O6 + 6O2 + 6H2O
A água e o dióxido de carbono são obtidos a partir do meio exterior ao nível das
raízes e das folhas respetivamente. Luz, ou seja, a energia, é capturada pela clorofila, um
pigmento de cor verde sintetizado pelas células dos seres fotossintéticos.
Fase Fotoquímica
Quando a clorofila é atingida pela luz, origina-se uma corrente de eletrões que se
prolonga ao longo de uma série de proteínas (acetores) que se dispõem ao longo da
membrana interna do cloroplasto, formando uma cadeia transportadora de eletrões.
A passagem dos eletrões pelas proteínas transportadoras liberta energia que vai ser
utilizada para formar ATP a partir de moléculas de ADP e de uma grupo fosfato livre (Pi).
Diz-se então que há transformação da energia luminosa em química, pois a energia dos
fotões que fez os eletrões da clorofila ficarem excitados, e que se vai perdendo à medida
que esse eletrão vai circulando na cadeia transportadora, vai ser armazenada na ligação
química que se estabelece entre o ADP e o Pi para formar ATP.
O referido fluxo de eletrões vai ainda ser utilizado para formar NADPH (a partir de NADP+
+ H+) que é essencial na formação de compostos orgânicos.
Os eletrões excitados que a clorofila perde são repostos pela molécula de água que sofre
fotólise, isto é, o desdobramento da água por ação da luz.
𝐿𝑢𝑧
Fotólise da água: H20 → 2H+ + ½ O2 + 2e-
Repare-se que por cada molécula de água forma-se meia molécula de oxigénio, pelo
que são necessárias duas moléculas de água para originar uma de oxigénio. Os H + vão ser
utilizados na formação do NADPH e os eletrões são usados para repor os eletrões perdidos
pela clorofila.
O ciclo de Calvin inicia-se com o RuDP, e a sua regeneração na ultima fase permite
que este nunca se esgote e como tal iniciando um novo processo, pelo que se trata de um
verdadeiro ciclo.