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Comum. Banal. Cotidiana. Estas palavras são raramente usadas para louvar a
arquitetura, mas na verdade eles representam o interesse de um número cada
vez maior de arquitetos que procuram todos os dias para escapar dos ciclos cada
vez mais rápido de consumo e moda que reduziram a arquitetura para uma série
de modas estilísticas. Arquitetura de o cotidiano faz um apelo para uma
arquitetura que é enfaticamente un-monumental, anti-heróico, e despreocupado
com a extravagância formal.
O termo cotidiano em uma de suas definições no dicionário significa aquilo que
é habitual ao ser humano, ou seja, está presente na vivência do dia a dia. Logo,
ao considerar que a sociedade passa por constantes transformações, e elas irão
refletir no cotidiano das pessoas, e ainda que algumas mudanças sejam mais
graduais do que as outras, a arquitetura ao refletir os desejos/necessidades da
sociedade, acaba também por estar sempre em constante transformação.
Deborah Berke, nos apresenta um panorama da sociedade atual e faz uma
crítica a produção arquitetônica que ela chama de “produtos de celebridades”.
Ela defende que os arquitetos deveriam “reconhecer as necessidades da
maioria, e não da minoria; atender a diversidade de classe, raça, cultura e sexo;
projetar sem se prender a estilos ou formulas arquitetônicas, a priori, preocupar-
se com o programa e a construção”. O resultado dessas ações, ela chama de
“Arquitetura do Cotidiano”, e define então pontos que são associados a essa
definição:
GENÉRICA E ANÔNIMA
“O produto genérico não enaltece o fabricante”
BANAL OU COMUM
“Em sua muda recusa a dizer “Olhe para Mim”, ela não dita o que devemos
pensar. Permite que formulemos o próprio significado
TOTALMENTE ORDINÁRIA
“Ela é rude direta e despretensiosa. Pode ser influenciada pelas tendências de
mercado, mas resiste a ser definida ou consumida por ela. ”
CRUA
“Há um frescor nas coisas cruas, ou não refinadas. ”
SENSUAL
“O mundo cotidiano é sensual
VULGAR E VISCERAL
“O vulgar rejeita o bom gosto e a obediência impensada que ele exige. ”
“As fotos de arquitetura raramente mostram pessoas, o verdadeiro usuário é
muitas vezes ignorado pelo arquiteto. O resultado é a esterilidade. A presença
visceral não pode ser negada. ”