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Tese de Doutorado
Rio de Janeiro
Dezembro de 2012
Arthur Medeiros
Arthur Medeiros
Graduou-se em Engenharia Civil, pela Universidade
Federal do Paraná em 2002. Em fevereiro de 2007
defendeu sua Dissertação de Mestrado no programa
de pós-graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Santa Catarina com o
trabalho intitulado Aplicação do ultra-som na
estimativa da profundidade de fendas superficiais e na
avaliação da eficácia de injeções em elementos de
concreto armado.
Ficha Catalográfica
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CC
Medeiros, Arthur
CDD: 624
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CC
Rui e Suely
Aos meus amados pais,
Agradecimentos
Inicialmente peço desculpas aos leitores deste trabalho pela extensão dos
agradecimentos. Desejo agradecer a um número muito grande de pessoas que
de forma direta ou indireta foram importantes para a minha formação e para a
conclusão do curso de doutorado. Nos longos anos que se passaram até o final
deste trabalho tive o prazer de conhecer centenas de pessoas, em diversas
cidades, que de alguma forma contribuíram para o êxito e a conclusão desta
tese. Seja participando da minha vida acadêmica ou fazendo parte da minha
vida longe de casa, que não seria a mesma sem a companhia das pessoas a
quem agradeço a seguir.
Primeiramente aos meus pais Rui e Suely pelo apoio e confiança incondicionais,
sem eles seria impossível chegar até aqui. É impossível descrever em palavras
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como meu coração sofreu de saudades por viver tanto tempo longe dos
senhores, mas o sorriso que eu recebia a cada vez que voltava para casa me
enchia de alegria e motivação para seguir em frente.
Aos meus orientadores Marta de Souza Lima Velasco pela PUC-Rio e Gonzalo
Ruiz pela Universidad de Castilla-La Mancha UCLM que além de todas as
discussões e colaborações científicas sempre me ajudaram muito em questões
burocráticas dentro e fora das universidades.
E também tenho que agradecer aos brasileiros que eu já conhecia e tive o prazer
de encontrar na Espanha, e me fizeram me sentir um pouco mais perto de casa:
Tonho; Felipe, Fernanda e Nina; André Caliman; meu primo Neto e sua esposa
Mariana; e outra vez meus pais.
Na primeira metade deste curso de doutorado morei por 3 anos na cidade do Rio
de Janeiro onde tive o prazer de conhecer muitas pessoas especiais e com
algumas dessas também compartilhei moradia e agradeço a todos pelos bons
momentos que passamos juntos: Johan e Leo, Antonio Pelissari e Márcia,
Antonio Geraldo, Jorge Wissmann, a família do professor Eloy e aos avós do
meu amigo Heitor Coelho, Milner e Selma que me acolheram nas minhas
primeiras semanas no Rio de Janeiro como se eu fosse seu neto.
Tenho que agradecer especialmente a minha amiga Thais Abreu que colaborou
muito para minha vida dentro e fora da PUC-Rio, compartilhando moradia,
viajando, passeando, almoçando, e também por me ajudar bastante com toda a
burocracia à distância quando eu já não vivia mais no Rio de Janeiro.
Ainda no Rio de Janeiro tive o prazer de conviver com duas famílias que me
viram nascer em Curitiba e tenho uma amizade incondicional com todos em
especial aos amigos Heitor Coelho e Ivan Conti, e suas esposas.
grande amizade com eles fez minha vida no Rio de Janeiro muito mais
prazerosa: Cyro e Sara, Marcelo e Marcela, Mick, Paulo Cesar, Ewerton, Thiago,
Rafael e muitos outros. Não posso esquecer de duas amigas especiais Mariana
Jacó e Vivi Fazzio.
A toda a minha família e em especial aos meus primos Ericson, Neto, Augusto e
Thiago que muitas vezes à distância me ajudaram a solucionar problemas de
informática que fugiam à minha compreensão.
Aos meus amigos de Curitiba ou Santa Catarina que sempre me deram muito
apoio e carinho à distância, muitos deles foram me visitar e cada vez que me
reencontravam onde quer que fosse, me recebiam com um sorriso e uma alegria
que só grandes amigos são capazes de fazer: Léo, Fabrício, Rodolfo, Marco e
Otávio, Eduardo “Birus”, Fabio “Modo”, Emerson “Wilber”, Danilo, Fábio
Pimentel, Dilan. Os casais Diego e Flávia, Ricardo e Thaissa, e Fernando e Tati.
As minhas grandes amigas Dayana e Thaylana. E um especial agradecimento as
minhas amigas Ingrid e Tatiane Karas que por inúmeras vezes me ajudaram a
encurtar a distância entre o Rio de Janeiro e Curitiba.
Palavras Chave
Concreto; fibras; fadiga; frequência; modelo probabilístico.
Abstract
Medeiros, Arthur; Velasco, Marta de Souza Lima (Advisor); Ruiz, Gonzalo
López (Co-advisor). Study of the compressive fatigue behavior of fiber
reinforced concrete. Rio de Janeiro, 2012. 201p. D.Sc. Thesis –
Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro.
concrete were produced from the same matrix: a plain concrete and two FRC,
with polypropylene fibers and with steel fibers. One hundred twenty four
compressive fatigue tests were performed on cubic specimens with 100 mm in
edge length, divided on twelve series: three types of concrete and four
frequencies 4 Hz, 1 Hz, 0,25 Hz and 0,0625 Hz. Comparing the number of cycles
to failure, it is clear that the loading frequency influences the compressive fatigue
behavior and that the addition of fibers improves fatigue performance only at the
lower frequencies. The performance of the steel fibers is more efficient than the
polypropylene ones. A probabilistic model was proposed to relate the fatigue
parameters with the loading frequency, considering both statistical distributions of
the fatigue tests and the concrete mechanical properties. There is a good
agreement between the model and the experimental results. In terms of number
of cycles N or strain history (through the secondary strain rate ) the rupture is
probabilistic, and there is a direct relation between N and . This relation provides
the possibility to estimate the number of cycles to failure without breaking the
specimen.
Keywords
Concrete; fibers; fatigue; frequency; probabilistic model.
Sumário
1. Introdução 21
1.1. Motivação 21
1.2. Objetivos 24
1.3. Organização do trabalho 25
2. Fadiga em concreto 26
2.1. Comportamento à fadiga do concreto 26
2.2. Fatores intervenientes na vida à fadiga 29
2.3. Comentários finais 46
4. Programa experimental 77
4.1. Introdução 77
4.2. Produção dos concretos 77
4.3. Descrição dos corpos de prova 79
4.4. Descrição dos ensaios e dos equipamentos 82
4.5. Resumo do programa experimental 95
Anexo A 196
Anexo B 199
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Lista de Figuras
Figura 5.28 – Histórico de deformações: concreto com fibras de aço; 4 Hz. 133
Figura 5.29 – Modo de ruptura: ensaio de fadiga; concreto sem fibras, 1Hz. 137
Figura 5.30 – Modo de ruptura: ensaio de fadiga; concreto sem fibras, 0,0625 Hz.
140
Figura 5.31 – Modo de ruptura por deslizamento: ensaio de compressão em
corpo de prova cilíndrico; concreto sem fibras. 140
Figura 5.32 – Face superior dos corpos de prova rompidos: C1, C2 e C3. 141
Figura 5.33 – Faces laterais de um corpo de prova rompido:
concreto com fibras de polipropileno; frequência 0,25 Hz 141
Figura 5.34 – Faces laterais de um corpo de prova rompido:
concreto com fibras de aço; frequência 4 Hz,
separação em um corpo central e laterais aderidas. 142
Figura 5.35 – Faces laterais de um corpo de prova rompido:
concreto com fibras de aço; frequência 0,25 Hz,
separação em duas partes semelhantes. 142
Figura 6.1 – Curvas de iso-probabilidade de falha, onde Di é a CDF inicial,
determinada pelos ensaios de resistência ajustada segundo a
Equação 6.1, enquanto que Df é a CDF final,
ajustada aos ensaios de fadiga. 150
Figura 6.2 – Variação da distribuição Df em função da frequência. 153
Figura 6.3 – Influência da razão entre tensões nas curvas de iso-probabilidade
de falha: R = 0,1; 0,5 e 0,9. 154
Figura 6.4 – Distribuição inicial Di dos ensaios de resistência à compressão
em conjunto com os resultados experimentais. 156
Figura 6.5 – Distribuição inicial Di para os diferentes concretos. 158
Figura 6.6 – Distribuição final Df ajustada para os ensaios de fadiga do concreto
sem fibras C1 para as diferentes frequências,
em conjunto com os resultados experimentais. 160
Figura 6.7 – Distribuição final Df ajustada para os ensaios de fadiga do concreto
C2, em conjunto com os resultados experimentais,
para as diferentes frequências. 161
Figura 6.8 – Distribuição final Df ajustada para os ensaios de fadiga do concreto
com fibras de aço C3, para as quatro frequências distintas,
em conjunto com os resultados experimentais. 163
Figura 6.9 – Número de ciclos versus probabilidade de falha; comparação da
influência da frequência para as curvas ajustadas
aplicando-se o modelo aos três concretos. 164
Figura 6.10 – Distribuição inicial Di dos ensaios de resistência à compressão
em conjunto com os resultados experimentais para
o concreto sem fibras C4. 166
Figura 6.11 – Distribuição final Df ajustada para os ensaios de fadiga;
R = 0,3 e R = 0,1: concreto sem fibras C4. 168
Figura 6.12 – Passos de carregamento cíclico utilizando-se o modelo. 169
Figura 6.13 – Probabilidades de falha acumuladas após quatro passos de
carregamento cíclico. 171
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Letras Latinas
Smín
T Período de repetição de carga, eqs. 2.15 e 2.16;
Ti Tempo correspondente ao período i, Fig. 5.16.
Letras Gregas
Abreviações
1.1.
Motivação
1.2.
Objetivos
1.3.
Organização do trabalho
2.1.
Comportamento à fadiga do concreto
ou à tensão de ruptura.
A fissura por fadiga em concreto é de natureza frágil, no sentido de que
existe pouca, se alguma, deformação plástica generalizada associada à fissura,
ocorrendo o processo pela origem e propagação de microfissuras, sendo que
geralmente a superfície de ruptura é perpendicular à direção de tensão aplicada
(Callister, 2002).
No concreto, a fadiga tem origem em um nível microscópico e está
associada ao aumento da abertura das fissuras e à redução da rigidez. Para o
Instituto Americano do Concreto (ACI 215R-74, 1992), a ruptura por fadiga
ocorre por uma microfissuração interna progressiva que por sua vez induz um
incremento nas deformações no material.
Para o Comitê Europeu do Concreto (CEB 188, 1988), as fissuras por
fadiga não têm uma topografia superficial definida, tornando-se difícil identificar a
fadiga nas estruturas de concreto. A fadiga pode ocorrer em um elemento
estrutural de concreto quando se desenvolve fissuração excessiva.
O processo de ruptura por fadiga é caracterizado por três etapas distintas
que resultam no enfraquecimento gradual dos componentes estruturais:
• Etapa 1
(1a) Origem da fissura, quando uma pequena fissura se forma em algum
ponto de alta concentração de tensões.
27
= # + % log "
á
eq.(2.2)
,
2.2.
Fatores intervenientes na vida à fadiga
século XIX com destaque para o alemão August Wöhler, entre 1850 e 1870, que
introduziu diversas idéias e procedimentos usados até hoje no dimensionamento
à fadiga. O foco desses estudos teve ênfase na análise de estruturas metálicas
ferroviárias. O estudo de fadiga em concreto teve suas primeiras publicações na
década de 20 nos Estados Unidos com Clemmer (1922), Crepps (1923), Clifford
(1924) e Hatt (1924, 1925) apud Zhang et al. (1996) .
Desde então muitos estudos de fadiga em concreto foram desenvolvidos.
O enfoque dos estudos levou a tipos distintos de ensaios à fadiga: tração na
flexão, tração direta, compressão e tensões alternadas nos tipos de ensaios
anteriores, de tal forma que não existe um ensaio padrão para caracterizar o
comportamento à fadiga. O modo de carregamento – tipo de ensaio – influencia
o desempenho do concreto à fadiga, visto que os fatores que governam a
ruptura do concreto em compressão são distintos dos que em tração ou em
flexão. Também podem influir na vida à fadiga os materiais constituintes, as
condições de umidade, a relação entre tensões mínima e máxima, a frequência
de carregamento, etc.
2.2.1.
Modo de carregamento: tipos de ensaios
Crepps (1923) e Hatt (1924, 1925) apud Zhang et al. (1996) procuraram
determinar o comportamento à fadiga do concreto realizando ensaios em tensão
30
• tração-compressão
í
log " = 9,36 − 7,93 − 2,59
á
eq.(2.4)
1
31
• flexão alternada
í
log " = 9,36 − 7,45 3 4 − 1,93
á
eq.(2.5)
, 1
2.2.2.
Materiais constituintes do concreto
Agregados
2.2.3.
Saturação do concreto
í
log " = 14,81 − 14,52 − 2,79
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á
eq.(2.6)
• amostras saturadas
í
log " = 13,92 − 14,52 − 2,79
á
eq.(2.7)
í
log " = 9,36 − 7,93 − 2,59
á
eq.(2.8)
1
0,6
0,4
0,2
1,0E+01 1,0E+03 1,0E+05 1,0E+07 1,0E+09
Número de ciclos à fadiga
Tração (secas)
Tração (saturadas)
Tração-compressão (secas e saturadas)
Figura 2.1 – Curvas SxN comparando amostras secas e saturadas (Cornelissen e Lewis,
1986).
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• amostras saturadas
á
log " = 13,275 − 11,39 eq.(2.9)
1
36
• amostras secas ao ar
á
log " = 14,965 − 12,676 3 4 eq.(2.10)
,
á
log " = 13,48 − 11,42 3 4 eq.(2.11)
,
1
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0,9
Relação entre tensões
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
1,0E+02 1,0E+04 1,0E+06 1,0E+08 1,0E+10
2.2.4.
Condições climáticas
2.2.5.
Frequência de carregamento
frequência for reduzida por um fator 100, o número de ciclos até a ruptura
reduzirá por um fator √100.
A influência da frequência de carregamento pode ser analisada por dois
pontos de vista de acordo com Petkovic (1991) apud Milenkovic e Pluis (2000):
12
10
N
l
o
g
=
3
,
1
4
4
+
0
,
1
8
2
f
Frequência (Hz)
8
R² = 0,77
4
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0
N
l
o
g
1,0
S mín = 0
0,8 amostras secas
6 Hz
0,6
S máx /fc
0,06 Hz
0,4
0,2
N
l
o
g
0 1 2 3 4 5 6 7
1,0
Smín /S máx = -1
0,9
0,8
S máx /fc
0,7 Hatt en Crepps
0,6
30 Hz Williams
ρ= 0,8
Mc Call
0,25 Hz 30 Hz
0,5 RUG
ρ= 0,5
0,4
0,166 Hz 8 Hz
N
l
o
g
0 2 3 4 5 6 7 8
0 1 2 3 4 5 6 7
tração seco
-5
molhado
log sec ( por segundos)
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-6
tração- seco
compressão
-7 molhado
-8 run-out
-9
6 Hz
0,06 Hz
-10
-11
-12
Figura 2.6 – Variação da frequência: ciclos versus taxa de fluência secundária
(Cornelissen, 1984).
Pode-se observar nas Figuras 2.4 e 2.5 que para uma mesma tensão o
número de ciclos em geral é menor para a menor frequência. Na Figura 2.6
observa-se que para uma mesma taxa de fluência secundária – ou taxa de
deformação específica secundária – a vida à fadiga é menor para as menores
frequências. Essas figuras apontam que a vida à fadiga é maior para as maiores
frequências. Essa situação pode ser melhor visualizada na Figura 2.7,
denominada curva de fluência cíclica (Sparks, 1982; Cornelissen, 1984;
CEB 188, 1988; Hordijk et al., 1995), onde a deformação específica máxima a
cada ciclo é desenhada no eixo das ordenadas versus o tempo no eixo das
abscissas.
41
alta frequência
Deformação específica máxima
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baixa frequência
ε sec
tempo
Tempo
um para alto ciclo de fadiga (N > 103) e outro para baixo ciclo de fadiga
(N < 103):
• elevado número de ciclos à fadiga (N > 103)
S máx
= 1 − 0,0662(1 − 0,556 R) log N − 0,0294 log T eq.(2.15)
fc
S máx
= 1,20 − 0,20 R − 0,133(1 − 0,779 R) log N − 0,053(1 − 0,455R) log T
fc eq.(2.16)
á
= :" ;< *1 + =´+ log ",: eq.(2.17)
0,80
0,75
0,65
0,60
0,55
0,50
1,0E+04 1,0E+05 1,0E+06 1,0E+07 1,0E+08
Número de ciclos à fadiga
Figura 2.8 – Curva SxN: alto ciclo à fadiga; modelo desenvolvido por Hsu (1981).
á
= A8B; CDE + FGH1 − *1 − +, ´ log "I eq.(2.19)
S mín
R = R´= para R ≥ 0 eq.(2.20)
S máx
f ct , f
R´= R para R < 0 eq.(2.21)
f ck
1000000
Hsu baixo ciclo
Hsu alto ciclo
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Furtak
100000 Zhang
Número de ciclos
10000
1000
100
0,01 0,1 1 10
Frequência (Hz)
Figura 2.9 – Número de ciclos versus frequência por vários autores.
1
log Ni = log Ni − 0,65log
f 1
eq.(2.22)
f
46
1000000
N1Hz:
100000 100
500
1000
Número de ciclos
10000 10000
25000
1000 100000
1000000
100
10
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1
1 10
Frequência (Hz)
Figura 2.10 – Ciclos versus frequência; modelo simplificado de Siemes (1988).
2.3.
Comentários finais
3.1.
Considerações gerais
Fissura
Concreto sem fibras
Concentração de tensões
na extremidade da fissura
Fissura
Concreto com fibras
caráter marcadamente frágil. Isso ocorre pelo fato da fibra servir como ponte de
transferência de tensões (Figura 3.1). Com isso tem-se uma grande redução da
velocidade de propagação das fissuras no material que passa a ter um
comportamento pseudodúctil ou não frágil, apresentando certa capacidade
resistente após a fissuração. Com a utilização de fibras será assegurada uma
menor fissuração do concreto. Esse fato pode vir a recomendar sua utilização
mesmo para concretos convencionalmente armados, como uma armadura
complementar para reduzir a fissuração do material.
As fibras no concreto podem atuar nas microfissuras durante o
endurecimento da pasta de cimento, controlando o surgimento das
macrofissuras, e também atuar na pasta endurecida, funcionando como
obstáculo ao desenvolvimento da abertura e do comprimento das fissuras.
Muitos fatores interferem nas propriedades do concreto com fibras. Os
mais importantes são as características da matriz do concreto, as propriedades
físicas e geométricas, os teores das fibras utilizadas, e a interação entre as fibras
e a matriz. Os procedimentos de lançamento e adensamento também são
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3.2.
Aplicações
3.3.
Fibras de aço
3.4.
Fibras de polipropileno
Entretanto, os custos das fibras poliméricas podem ser vantajosos quando não
se requer um alto desempenho das fibras.
3.5.
Propriedades do concreto com fibras
(Oliveira, 2005). Existe o risco de reações deletérias entre alguns tipos de fibras
e os álcalis do cimento.
De acordo com Figueiredo (2000), quanto maior a dimensão do agregado,
maiores são os problemas de interferência fibra-agregado, o que compromete o
efeito favorável do uso da fibra. Deve haver compatibilidade dimensional entre os
agregados e as fibras, de modo que as fibras interceptem com maior frequência
possível as fissuras que ocorrem no concreto. A compatibilidade dimensional,
representada na Figura 3.2, possibilita a atuação da fibra como reforço do
concreto e não como mero reforço da argamassa do concreto. Essa
compatibilidade é importante, pois as fissuras se propagam preferencialmente na
região de interface entre o agregado graúdo e a pasta para concretos de baixa e
moderada resistência mecânica.
O comprimento das fibras deve ser pelo menos duas vezes a dimensão
máxima do agregado, sendo usual 2,5 a 3 vezes para que elas possam atuar
como ponte de transferência de tensões nas fissuras (Aguado e
Laranjeira, 2007).
54
(a)
(b)
Figura 3.2 – Concreto com fibras onde há (a) e onde não há (b) compatibilidade
dimensional entre as fibras e o agregado graúdo (Figueiredo, 2000).
3.5.1.
Trabalhabilidade
Apoio do disco
de acrílico sobre
o tronco de cone
desmoldado e
vibração posterior
Término do ensaio
quando o disco de
acrílico fica
integralmente em contato
com o concreto
3.5.2.
Resistência à compressão
ductilidade, como pode ser observado nas curvas tensão versus deformação
específica das Figuras 3.4 e 3.5, para concreto convencional e de alta
resistência, respectivamente.
120 kg/m³
Resistência à Compressão (MPa)
49
90 kg/m³
42
35
28 60 kg/m³
21
Teor de fibras: 30kg/m³
14
7
Sem fibras
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
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98
84
120 kg/m³
70
56 90 kg/m³
Concreto
42 sem fibras
Teor de fibras: 60 kg/m³
28
14
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Deformação específica (%)
Figura 3.5 – Comportamento sob compressão do concreto de alta resistência com fibras
de aço (Balaguru e Shah, 1992).
3.5.3.
Resistência à tração
3
Carga
1
Deslocamento
Figura 3.6 – Curvas carga versus deslocamento para concreto com fibras (Balaguru e
Shah, 1992).
62
40
Teor de fibras = 90 kg/m³
30
120 kg/m³
Carga (kN)
60 kg/m³
20
30 kg/m³
10
Concreto sem fibras
0
0 0,60 1,20 1,80 2,40 3,00
Flecha (mm)
Figura 3.7 – Curvas carga versus flecha com diferentes teores de fibras (Balaguru e
Shah, 1992).
3.5.4.
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Tenacidade
3.5.5.
Durabilidade
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3.6.
Resistência a ações dinâmicas e à fadiga
500
B - Concreto com fibras com
ganchos (63 kg/m³)
400
C - Concreto com fibras Lisas
(84 kg/m³)
300
D - Concreto com fibras com
Primeira
Fissura ganchos e Pozolana (48 kg/m³)
200
E - Concreto com fibras com
ganchos e Pozolana (63 kg/m³)
100
F - Concreto com fibras Lisas
e Pozolana (84 kg/m³)
PL A B C D E F
Concretos
Figura 3.8 – Resistência ao impacto de concretos com e sem fibras (Balaguru e Shah,
1992).
3.6.1.
Fadiga em flexão em concretos com fibras
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trabalhabilidade, onde o melhor deles foi o concreto com 120 MPa de resistência
à compressão apenas com fibras de aço de 13 mm de comprimento. Os
concretos de ultra-alta resistência foram menos trabalháveis e tiveram
desempenho à fadiga semelhante ao concreto sem fibras. Ainda comentaram
que a envoltória dos ensaios estáticos de flexão serviu apenas para prever a
vida à fadiga no concreto sem fibras.
Rossi e Parant (2008) avaliaram o desempenho à fadiga em flexão de
compósitos cimentícios com enorme quantidade de fibras (11% em volume).
Esse compósito foi patenteado sob o nome MSFRCC (Multi-Scale Fibre
Reinforced Cement-base Composite) utilizando fibras de aço com diferentes
comprimentos: microfibras com comprimento menor do que 2 mm; mesofibras
com comprimento entre 2 mm e 7 mm; macrofibras com comprimento maior ou
igual a 20 mm. Esses autores concluíram que as mesofibras não contribuíram
para o desempenho à fadiga, mas contribuíram nos ensaios estáticos. Também
observaram que os corpos de prova que não romperam com dois milhões de
ciclos tiveram um aumento de 6,5% no comportamento residual à flexão, i.e.,
após os dois milhões de ciclos de fadiga o ensaio foi parado e o corpo de prova
foi levado à ruptura com as configurações de um ensaio estático.
O efeito da substituição do agregado natural por agregado reciclado no
desempenho à fadiga em flexão de um concreto com fibras de aço foi estudado
por Heeralal et al. (2009). As fibras tinham um diâmetro de 0,5 mm e esbeltez
69
72. O ensaio de fadiga foi realizado por meio de um sinal senoidal a uma
frequência de carregamento de 2 Hz. Foi observado que quanto maior o
percentual de substituição dos agregados naturais por artificiais pior foi o
desempenho à fadiga, ocorrendo o mesmo com as resistências à compressão e
à tração estáticas.
Nicolaides et al. (2010) patentearam um compósito cimentício de ultra-alta
desempenho reforçado com fibras (UHPFRCC Ultra-high-performance fibre-
reinforced cementitious composite) desenvolvido na Universidade de Cardiff no
Reino Unido, sob o nome de CARDIFRC. Esse compósito teve resistência à
compressão superior a 200 MPa e resistência à tração na flexão acima de
30 MPa. Para atingir resistências tão elevadas foi necessário utilizar uma grande
quantidade (acima de 8% em volume) de fibras de aço mistas (6 mm e 13 mm de
comprimento com 0,16 mm de diâmetro) em uma matriz cimentícia densificada
com microsílica. Esses autores realizaram ensaios de fadiga em flexão em três
pontos em vigas de dimensões 35 mm x 90 mm x 360 mm, com uma frequência
de carregamento de 6 Hz com de um sinal senoidal. A partir desses ensaios foi
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3.6.2.
Fadiga em compressão em concretos com fibras
O efeito benéfico das fibras na vida à fadiga e energia total dissipada foi
mais acentuado nos traços com 0,25% de fibras, independente da amplitude de
tensões. Tanto a energia dissipada quanto o número de ciclos decresceu com o
aumento da razão entre tensões, e esse decréscimo foi mais acentuado nos
concretos com fibras de polipropileno.
A energia dissipada, normalizada com relação à energia total dissipada, foi
definida pelos autores como índice de dano D. As Figuras 3.9 e 3.10 mostram os
histogramas do índice de dano em função da razão entre o número de ciclos e o
número de ciclos até a ruptura N/Nf para o concreto com fibras de polipropileno e
com fibras de aço, respectivamente.
Figura 3.9 – Dano acumulado para o concreto com fibras de polipropileno (Grzybowski e
Meyer, 1993).
Figura 3.10 – Dano acumulado para o concreto com fibras de aço (Grzybowski e Meyer,
1993).
50 sem fibras
com fibras
Tensão [MPa]
40
Concreto sem fibras
30
10
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02
Deformação específica
de fluência secundária .
Yin e Hsu (1995) realizaram ensaios de fadiga em compressão uniaxial e
biaxial em placas de concretos com fibras de aço (15 cm x 15 cm x 3,8 cm),
onde o comprimento das fibras foi de 25 mm e esbeltez 60. As variáveis
estudadas foram a razão entre as tensões principais (σ2 / σ3 = 0,0; 0,2; 0,5; 1,0)
e a tensão máxima. A frequência de carregamento foi de 1 Hz com um sinal
triangular. Esses autores reportaram que a vida à fadiga de concreto com fibras
na compressão biaxial é maior do que na compressão uniaxial para todas as
variáveis estudadas, e a adição de fibras altera o modo de ruptura do concreto:
ruptura vertical (splitting) para os concretos sem fibras e ruptura cisalhante
(faulting) para os concretos com fibras.
3.7.
Comentários finais
4.1.
Introdução
C3. No tipo C1 foi utilizado o concreto sem fibras, no tipo C2 o concreto com
fibras de polipropileno, e no tipo C3 o concreto com fibras de aço.
Todos os ensaios de fadiga foram realizados com as mesmas condições
de carregamento variando-se apenas as frequências de carregamento, iniciando-
se por 4 Hz, depois 1 Hz, 0,25 Hz e finalmente 0,0625 Hz.
Os resultados obtidos possibilitaram comprovar a influência da frequência
e comparar o desempenho do concreto à fadiga em compressão nos três casos:
sem fibras e com adição de dois diferentes tipos de fibras.
4.2.
Produção dos concretos
A Figura 4.1 mostra a foto das fibras e seus dados técnicos estão no
Anexo A.
Material: Tipo: C1 C2 C3
3
Cimento ASTM tipo I 52,5R 437 kg/m
3
Agregado miúdo Areia dmáx 4 mm 828 kg/m
3
Agregado graúdo Brita dmáx 12 mm 947 kg/m
3
Aditivo superplastificante Glenium C-355 6,3 kg/m
3
Água — 153 kg/m
3 3
Conteúdo de fibras — — 5 kg/m 50 kg/m
Teor volumétrico — — 0,56% 0,64%
Tipo de fibra — sem fibras polipropileno aço
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4.3.
Descrição dos corpos de prova
carregamento idênticas.
Os ensaios de fadiga foram configurados com base na resistência à
compressão , como será descrito na sequência deste capítulo. Em cada
série de ensaios os corpos de prova cúbicos foram selecionados de forma
alternada de maneira que metade dos cubos foi cortada da parte central de um
prisma e a outra metade dos cubos obtida de alguma das extremidades. Além
disso, em nenhuma série os ensaios foram realizados utilizando-se cubos de um
mesmo prisma.
EM
TAG
ON CRE
L1 = L2 = L3 = DE C
E AS
100 +- 1 mm FA C TAD
ES COR
FAC
DO ENSAIO
DIREÇÃO
L3
AIS
L2 E NTR
OS C
L1 CUB
MOS
X TRE
OS E
CUB
Os cubos obtidos a partir das extremidades dos prismas tinham duas faces
irregulares – a face superior, ou face de concretagem e uma face de corte –,
81
Tabela 4.2 – Série de corpos de prova cúbicos utilizadas nos ensaios de fadiga.
produção dos corpos de prova. Por esse motivo foram ensaiados inicialmente
seis cubos e posteriormente mais seis cubos à compressão para o concreto C1:
os primeiros seis cubos aos seis meses, antes dos ensaios para a frequência
4 Hz; e outros seis cubos após um ano, antes dos ensaios das frequências 1 Hz,
0,25 Hz e 0,0625 Hz. Com isso, a idéia inicial de se realizar para cada concreto
seis ensaios de flexão, seis ensaios de compressão estática em cubos e
quarenta ensaios de fadiga – dez para cada frequência –, foi modificada no
concreto sem fibras C1 porque os ensaios de fadiga foram realizados em idades
diferentes: seis meses e um ano. E como alguns cubos do concreto sem fibras
C1 foram perdidos quando cortados e outros foram utilizados para ajustar as
configurações para os ensaios de fadiga, foi necessário reduzir o número de
ensaios de flexão em três pontos do concreto C1 de três para seis ensaios.
Para os concretos com fibras C2 e C3 foram realizadas todas as séries de
ensaios planejadas: uma série de seis ensaios de flexão em três pontos em
corpos de prova prismáticos, uma série de seis ensaios de compressão estática
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4.4.
Descrição dos ensaios e dos equipamentos
4.4.1.
Ensaio de caracterização das propriedades mecânicas
Ensaios de compressão
Esse corte serve como entalhe inicial para induzir que a ruptura se iniciasse
sempre na seção transversal central.
Dinamometria: para medir a carga aplicada nos ensaios dessa máquina
foi utilizada uma célula de carga dinâmica de ± 25 kN, com erro inferior a
± 0,25% da leitura entre 1% e 100% da capacidade da célula de carga. Sua
sensibilidade varia entre 1,6 e 2,4 mV/V.
Extensometria: no ensaio de flexão em três pontos foram medidos o
deslocamento vertical e abertura de fissura ou abertura da boca do entalhe
(CMOD – Crack Mouth Opening Displacement).
Figura 4.5 – Máquina híbrida adaptada para ensaios de flexão em três pontos.
87
de concreto com fibras (JSCE-SF4, 1984; Banthia e Trottier, 1995; ASTM C1018,
1997; RILEM TC 162-TDF, 2002; ASTM C 1609/C, 2005; UNE-EN 14651, 2007;
entre outras). A maioria dessas normas fornece índices de tenacidade ou índices
equivalentes a distâncias pré-determinadas de deslocamento vertical ou de
abertura de fissura, para avaliar energias consumidas durante ensaio, ou
resistências residuais à tração na flexão.
Neste trabalho foram calculadas a resistência à tração na flexão e as
resistências residuais segundo a norma UNE-EN 14651 (2007) por:
3
( ) = eq.(4.1)
2 ( −ℎ )
onde
fj – resistência à tração na flexão para cada ponto j determinado;
Fj – carga em cada ponto j determinado;
S – vão entre apoios, mantido constante em 360 mm;
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12
6
fR2
4 fR3
fR4
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
CMOD (mm)
4.4.2.
Ensaio de fadiga
Smáx
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Sa
Carga
Sm
Smín
0
Tempo
Com base nos resultados dos ensaios de fadiga dos três tipos de concreto:
sem fibras C1, com fibras de polipropileno C2 e com fibras de aço C3 foi
desenvolvido um modelo probabilístico que contempla as variáveis de um ensaio
de fadiga como: o número de ciclos suportados até a ruptura N, as tensões
máximas Smáx e mínimas Smín e a razão entre as tensões mínima e máxima R
incluindo também a frequência de carregamento. Esse modelo validado pelos
resultados experimentais, analisados no capitulo 5, será apresentado no
capítulo 6.
O modelo probabilístico proposto contempla a razão entre tensões
mínimas e máximas R, porém os ensaios realizados para os concretos C1, C2 e
C3 mantiveram essa razão constante R = 0,3. Com o intuito de validar o modelo
proposto para diferentes razões entre tensões foi realizada uma outra etapa de
ensaios de fadiga em compressão variando apenas a razão entre tensões R. No
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momento em que foi decidido realizar esses ensaios já não existiam mais corpos
de prova disponíveis, tampouco estavam disponíveis os mesmos materiais
constituintes para repetir a mesma dosagem.
Optou-se por produzir uma nova dosagem de concreto de alta resistência
sem fibras que será denominada C4. Essa nova dosagem está apresentada na
Tabela 4.4.
concretos anteriores com respeito à Smáx = 85% , com R = 0,3. Porém, como
alguns desses ensaios atingiram mais de um milhão de ciclos sem romper,
enquanto que alguns corpos de prova romperam com poucos milhares de ciclos,
foi então arbitrada uma tensão máxima superior de 90 MPa = 94% , e foram
ensaiados à fadiga os 30 corpos de prova cúbicos de 80 ± 1 mm de aresta.
95
4.5.
Resumo do programa experimental
Tipo de concreto C1 C2 C3 C4
fc 8 7 8 4
Cilindros 150 x 300 mm E 6 5 6 3
Ensaios
ν
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6 5 6 3
estáticos
Prismas 100 x 100 x 450 mm ft,f 3 6 6 –
6+6 6 8 20
4 Hz 13 11 10 –
1 Hz 10 10 10 –
Cubos 100 mm de aresta Ensaios 0,25 Hz 10 10 10 –
de fadiga 0,0625 Hz 10 10 10 –
R = 0,3 – – – 15
R = 0,1 – – – 15
5.
Apresentação e análise dos resultados
5.1.
Introdução
5.2.
Ensaios de caracterização
5.2.1.
Ensaios de compressão
estão apresentados nas Tabelas 5.1 a 5.3. Na Tabela 5.1 para o concreto sem
fibras C1, nas Tabelas 5.2 e 5.3 para o concreto com fibras de polipropileno C2 e
para o concreto com fibras de aço C3, respectivamente.
nº do fc E
Idade ν
ensaio MPa GPa
1 53 — —
2 55 35 0,207
3 60 31 0,190
28 dias
4 55 34 0,192
média 56 33 0,196
DP 3 2 0,009
1 72 — —
2 77 34 0,194
3 75 34 0,194
1 ano
4 76 35 0,210
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média 75 34 0,199
DP 2 1 0,009
nº do fc E
Idade ν
ensaio MPa GPa
1 68 — —
2 65 34 0,197
28 dias 3 64 37 0,222
média 66 35 0,210
DP 2 2 0,018
1 85 — —
2 89 41 0,223
3 84 42 0,218
1 ano
4 84 40 0,214
média 86 41 0,218
DP 2 1 0,005
98
nº do fc E
Idade ν
ensaio MPa GPa
1 68 — —
2 64 33 0,208
3 70 36 0,214
28 dias
4 67 35 0,210
média 67 35 0,211
DP 3 1 0,003
1 86 — —
2 86 37 0,204
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
3 85 39 0,216
1 ano
4 88 39 0,214
média 86 38 0,211
DP 1 1 0,006
5.2.2.
Ensaios de flexão em três pontos
Tabela 5.4 – Resistência à tração por flexão e resistências residuais: concreto sem
fibras C1.
14 1 ano C1-1
C1-2
12
C1-3
10
Carga (kN)
8
0
0 1 2 3 4
Flecha (mm)
Observa-se na Figura 5.1 que após a carga máxima o concreto sem fibras
não suportou praticamente nenhuma carga. O mesmo é refletido nas
resistências residuais à tração por flexão apresentadas na Tabela 5.4.
Na Tabela 5.5 estão apresentados os resultados obtidos para o concreto
com fibras de polipropileno, e a Figura 5.2 apresenta as curvas carga x flecha e
tensão x CMOD para esse mesmo concreto.
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Tabela 5.5 – Resistência à tração por flexão e resistências residuais: concreto com fibras
de polipropileno C2.
Tensão (MPa)
Carga (kN)
C2-5 6 C2-5
8
C2-6 C2-6
6
4
4
2
2
0 0
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
Flecha (mm) CMOD (mm)
Figura 5.2 – Curvas carga x flecha e tensão x CMOD: concreto com fibras de
polipropileno C2.
curvas carga x flecha, para que fossem comparáveis aos resultados do concreto
sem fibras C1. Não se discute neste item se a avaliação do comportamento pós-
pico em ensaios de flexão em três pontos é mais precisa utilizando-se os
resultados de flecha ou de CMOD. Optou-se pelas leituras de flecha porque
foram realizadas nos três concretos estudados, enquanto que as leituras de
CMOD foram realizadas apenas nos concretos com fibras C2 e C3.
Não é possível observar uma diferença clara entre as curvas tensão x
CMOD e carga x flecha, para o concreto C2, pois os valores de carga pós-pico
oscilam em uma faixa muito baixa de valores, não ocorrendo o abrandamento
suave de tensões.
Os resultados de resistência à tração por flexão e resistências residuais
calculadas para o concreto com fibras de aço estão apresentados na Tabela 5.6.
A Figura 5.3 mostra as curvas carga x flecha e as curvas tensão x CMOD.
102
Tensão (MPa)
10 C3-4 C3-4
Carga (kN)
C3-5 C3-5
8 6
C3-6 C3-6
6
4
4
2
2
0 0
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
Flecha (mm) CMOD (mm)
Figura 5.3 – Curvas carga x flecha e tensão x CMOD: concreto com fibras de aço C3.
Tabela 5.6 – Resistência à tração por flexão e resistências residuais: concreto com fibras
de aço C3.
14 C1
C2
12
C3
10
Carga (kN)
0
0 1 2 3 4
Flecha (mm)
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Figura 5.4 – Comparação do comportamento pós-pico dos concretos com e sem fibras.
5.3.
Ensaios de fadiga
5.3.1.
Concreto sem fibras
dos ensaios à fadiga para as demais frequências um ano após a produção desse
concreto. Para a realização desses ensaios de fadiga, após um ano, foi obtida
uma nova resistência ensaiando-se outros seis corpos de prova cúbicos. A
Tabela 5.7 apresenta os resultados dos ensaios de compressão do
concreto sem fibras C1 para cada corpo de prova, para as duas etapas de
ensaios: seis meses e um ano.
Resistência à
Número compressão (MPa)
do ensaio
6 meses 1 ano
1 78,5 77,5
2 71,8 82,4
3 64,7 79,8
4 76,9 75,2
5 71,4 73,5
6 77,4 83,9
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Tabela 5.8 – Ensaios de fadiga: frequência 4 Hz; concreto sem fibras C1.
Tabela 5.9 – Ensaios de fadiga: frequência 1 Hz; concreto sem fibras C1.
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Tabela 5.10 – Ensaios de fadiga: frequência 0,25 Hz; concreto sem fibras C1.
Tabela 5.11 – Ensaios de fadiga: frequência 0,0625 Hz; concreto sem fibras C1.
4 Hz
1Hz
Número de ciclos até a ruptura
0,25 Hz
10000 0,0625 Hz
1000
100
10
0,1 1 10
Frequência (Hz)
Figura 5.5 – Ensaios de fadiga: frequência x número de ciclos: concreto sem fibras C1.
107
5.3.2.
Concreto com fibras de polipropileno
Resistência à
Número compressão (MPa)
do ensaio
1 ano
1 73,1
2 63,3
3 79,1
4 74,0
5 73,5
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6 78,7
média 73,6
DP 5,7
Tabela 5.13 – Ensaios de fadiga: frequência 4 Hz; concreto com fibras de polipropileno.
Tabela 5.14 – Ensaios de fadiga: frequência 1 Hz; concreto com fibras de polipropileno.
Tabela 5.15 – Ensaios de fadiga: frequência 0,25 Hz; concreto com fibras de
polipropileno.
Tabela 5.16 – Ensaios de fadiga: frequência 0,0625 Hz; concreto com fibras de
polipropileno.
100000
C2 - Concreto com fibras de polipropileno
Número de ciclos até a ruptura
10000
1000
100 4 Hz
1Hz
0,25 Hz
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0,0625 Hz
10
0,1 1 10
Frequência (Hz)
Figura 5.6 – Ensaios de fadiga: frequência x número de ciclos: concreto com fibras de
polipropileno C2.
5.3.3.
Concreto com fibras de aço
Tabela 5.17 – Resistência à compressão em cubos: concreto com fibras de aço C3.
Resistência à
Número compressão (MPa)
do ensaio
1 ano
1 80,2
2 85,3
3 86,3
4 86,9
5 88,5
6 89,1
7 89,9
8 90,6
média 87,1
DP 3,3
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Tabela 5.18 – Ensaios de fadiga: frequência 4 Hz; concreto com fibras de aço C3.
Tabela 5.19 – Ensaios de fadiga: frequência 1 Hz; concreto com fibras de aço C3.
Tabela 5.20 – Ensaios de fadiga: frequência 0,25 Hz; concreto com fibras de aço C3.
Tabela 5.21 – Ensaios de fadiga: frequência 0,0625 Hz; concreto com fibras de aço C3.
10000
1000
100 4 Hz
1Hz
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0,25 Hz
0,0625 Hz
10
0,1 1 10
Frequência (Hz)
Figura 5.7 – Ensaios de fadiga: frequência x número de ciclos: concreto com fibras de
aço C3.
10000 C1
Número de ciclos
1000
100
Média + DP
Média
Média - DP
10
0,1 1 10
Frequência (Hz)
10000 C2
Número de ciclos
1000
100
Média + DP
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Média
Média - DP
10
0,1 1 10
Frequência (Hz)
10000 C3
Número de ciclos
1000
100
Média + DP
Média
Média - DP
10
0,1 1 10
Frequência (Hz)
Figura 5.8 – Ensaios de fadiga: concretos C1, C2 e C3; médias e desvios padrão.
10000
Número de ciclos até a ruptura
1000
100 C3
C2
C1
+ DP
- DP
10
0,1 1 10
Frequência (Hz)
Figura 5.9 – Ensaios de fadiga: comparação entre os concretos com e sem fibras.
116
5.4.
Histórico de deformações
5.4.1.
Taxa de deformação
1E-3 1E-3
C1 4 Hz
1 Hz
C2 4 Hz
1 Hz
0,25 Hz 0,25 Hz
1E-4 0,0625 Hz 1E-4 0,0625 Hz
4 Hz 4 Hz
1 Hz 1 Hz
0,25 Hz 0,25 Hz
0,0625 Hz 0,0625 Hz
1E-5 1E-5
ε (s-1)
ε (s-1)
1E-6 1E-6
1E-7 1E-7
1E-8 1E-8
1 10 100 1000 10000 100000 1 10 100 1000 10000 100000
Número de ciclos Número de ciclos
1E-3
C3 4 Hz
1 Hz
0.25 Hz
0.0625 Hz
1E-4 4 Hz
1 Hz
0.25 Hz
0.0625 Hz
1E-5
ε (s-1)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
1E-6
1E-7
1E-8
1 10 100 1000 10000 100000
Número de ciclos
1E-3 1E-3
4 Hz C1
C2
1 Hz C1
C2
C3 C3
1E-4 C1 1E-4 C1
C2 C2
C3 C3
1E-5 1E-5
ε (s-1)
ε (s-1)
1E-6 1E-6
1E-7 1E-7
1E-8 1E-8
1 10 100 1000 10000 100000 1 10 100 1000 10000 100000
Número de ciclos Número de ciclos
1E-3 1E-3
C1
0,25 Hz C2
0,0625 Hz C1
C2
C3 C3
C1 C1
1E-4 1E-4
C2 C2
C3 C3
1E-5 1E-5
ε (s-1)
ε (s-1)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
1E-6 1E-6
1E-7 1E-7
1E-8 1E-8
1 10 100 1000 10000 100000 1 10 100 1000 10000 100000
Número de ciclos Número de ciclos
Figura 5.11 – Número de ciclos x taxa de deformação : 4 Hz, 1Hz, 0,25 Hz e 0,0625 Hz.
1E-3
C1 - 4 Hz
C1 - 1 Hz
C1 - 0,25 Hz
C1 - 0,0625 Hz
C2 - 4 Hz
C2 - 1 Hz
1E-4
C2 - 0,25 Hz
C2 - 0,0625 Hz
C3 - 4 Hz
C3 - 1 Hz
C3 - 0,25 Hz
C3 - 0,0625 Hz
1E-5
ε (/s-1)
1E-6
1E-7
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
1E-8
10 100 1000 10000 100000
Número de ciclos até a ruptura
Figura 5.12 – Número de ciclos x taxa de deformação : 4 Hz, 1Hz, 0,25 Hz e 0,0625 Hz.
5.4.2.
Deformações máximas
1,0
0,0625 Hz
C1
0,25 Hz
1 Hz
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Tempo normalizado
1,0
0,0625 Hz C2
0,25 Hz
1 Hz
0,8
4 Hz
Def. esp. máxima %
0,6
0,4
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Tempo normalizado
1,0
0,0625 Hz C3
0,25 Hz
1 Hz
0,8
4 Hz
Def. esp. máxima %
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Tempo normalizado
Cabe ressaltar que estas duas curvas para cada série de ensaios
representam apenas as maiores e menores deformações específicas máximas
ao longo do ensaio, o que não significa que a curva de maiores deformações
específicas corresponda obrigatoriamente ao maior número de ciclos da série,
ou que a curva de menores deformações específicas corresponda ao menor
número de ciclos. Na sequência deste capítulo será detalhado o histórico de
deformações de cada um dos ensaios de fadiga. Onde se comprova que nem
sempre a maior deformação específica total ao longo do ensaio ocorreu no corpo
123
deformações específicas.
Quanto à forma das curvas é possível observar que para os concretos com
fibras C2 e C3, em alguns casos, houve uma quebra de tendência no tramo
central das curvas. Entende-se que essa quebra de tendência reflete o ponto a
partir do qual uma ou mais fibras começaram a trabalhar, onde uma ou mais
fibras eram tracionadas costurando fissuras e microfissuras. Em alguns casos
essa(s) fibra(s) se rompia(m), e essa situação se reflete em um salto na curva de
deformação máxima. Esse fato é mais visível nas curvas do concreto com fibras
de polipropileno C2 do que no concreto com fibras de aço C3 (Figura 5.13).
As taxas de deformação apresentadas nas Figuras 5.10 a 5.12 foram
obtidas a partir inclinação dos tramos centrais de cada curva, i.e, de cada ensaio
de fadiga. Quando esse tramo central tinha uma quebra de tendência, a
inclinação obtida foi uma média ponderada das duas ou três inclinações com
respeito ao tempo decorrido em cada tramos linear. Os detalhes de cada curva,
como as deformações antes, durante e depois desse tramo central, assim como
o tempo decorrido em cada um desses três períodos serão abordados na
sequência deste capítulo.
A Figura 5.14 reordena as mesmas curvas apresentadas na Figura 5.13,
separando em gráficos para cada frequência.
124
1,0
C1 0,0625 Hz
C2
C3
0,8
0,4
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Tempo normalizado
1,0
C1 0,25 Hz
C2
C3
0,8
Def. esp. máxima %
0,6
0,4
0,2
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Tempo normalizado
1,0
C1 1 Hz
C2
C3
0,8
Def. esp. máxima %
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Tempo normalizado
1,0
C1 4 Hz
C2
C3
0,8
Def. esp. máxima %
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Tempo normalizado
Figura 5.14 – Tempo normalizado x deformação específica máxima: 0,0625 Hz, 0,25 Hz,
1 Hz e 4 Hz.
125
1000
0,69 mm
C1
0,36 mm
800
Carga (kN)
600
0,28 mm
0,58 mm
400
deformação estática
0
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00
Deformação (mm)
1000
0,83 mm C2
0,34 mm
800
Carga (kN)
600
0,21 mm
0,78 mm
400
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
200
deformação em fadiga
deformação estática
0
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00
Deformação (mm)
1000
C3
800
0,73 mm
Carga (kN)
600
0,75 mm
400 1,16 mm
1,34 mm
200
deformação em fadiga
deformação estática
0
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00
Deformação (mm)
1,0
Deformação máxima (mm)
1 2 3
0,8
0,6
D3
T3
0,4
D2
.
0,2 ε T2
T1 D1
0,0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Tempo normalizado
das deformações para o concreto com fibras de polipropileno C2. O resumo das
deformações máximas do concreto com fibras de aço C3 é apresentado nas
Figuras 5.25 até 5.28.
C1 - 0,0625 Hz
1.00 100%
0.90
0.80 80%
Deformação máxima (mm)
70%
Tempo normalizado
0.70
63% 0.49
60%
59% 0.43
0.60
0.32
50% 0.35
0.50 53% 47%
51% 52% 51%
0.26 0.29 0.38 46% 0.37 40%
0.35
0.40
0.18
0.30
0.20 20%
0.20 0.13 0.12
0.13 0.11 0.15 0.09
0.18 13%
0.15 18% 0.12
9% 15% 15%
0.10 14%
D3 12%
5% 9% 0.10 0.10
0.09 0.09
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
D2 0% 0.07 0.07 0%
0.05 0.06
D1 0.00 0.03
T2 11 38 76 102 142 234 275 329 339 473
T1
Número de ciclos até a ruptura
Figura 5.17 – Histórico de deformações: concreto sem fibras; 0,0625 Hz.
C1- 0,25 Hz
1.00 100%
0.90
0.80 80%
Deformação máxima (mm)
73%
70% 71%
Tempo normalizado
0.70
61% 67%
67% 58% 60%
0.60 0.34
0.39 55%
0.33
0.50
0.18 0.26 51%
47% 0.23
40%
0.40
0.19 0.23
0.11
0.18
0.30
0.22
0.24 0.15
0.17 20%
0.16
0.20 0.14 0.12
0.15
0.09 15%
0.11 12% 11% 12%
9% 15%
0.10 7% 8% 0.13
D3 12%
4% 0.11 0.11
0.09 0.09 0.09
D2 0.07 0.08 0.07
0.04 0%
D1 0.00
T2 18 30 98 122 157 219 400 535 650 1242
T1
Número de ciclos até a ruptura
Figura 5.18 – Histórico de deformações: concreto sem fibras; 0,25 Hz.
129
C1- 1 Hz
1.00 100%
0.90
0.80 80%
78% 70%
Deformação máxima (mm)
Tempo normalizado
0.70
62%
64%
60%
0.60
55% 56%
51%
0.50 53%
0.23
45% 0.28 0.32 0.29 48% 0.26 0.31
0.28 0.45 40%
0.40
0.37
0.16 0.27
0.30
0.19
23% 0.15 0.15 0.16 0.14 20%
0.20 0.12 16% 0.10
0.08
11% 12% 12% 0.09
9% 12%
0.10 0.13 0.13 0.13 0.13 0.12 0.12 10%
D3 0.12
0.10 0.11
D2 8% 0.08
5% 0%
D1 0.00
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
C1 - 4 Hz
1.00 100%
0.90
0.80 80%
69% 67%
Tempo normalizado
Deformação máxima (mm)
0.70
62% 65%
60% 58% 61% 0.34
62%
60%
0.60
52%
54%
0.50 0.22 0.30 0.23 0.30
0.25 0.28 52% 0.23 0.24 0.26 0.28
0.11
45% 40%
0.40 0.19
0.16 42%
0.16
0.15
29% 0.11
0.30 0.10 0.14
0.14 0.15
26% 0.11 0.14
0.12 0.09
0.25 27% 20%
0.20 17%
0.22 14% 0.13 21% 15%
21% 21%
19% 18%
0.16 0.22 8% 0.15 0.14 15%
0.10 0.22 0.18
D3 0.15 0.22 0.18
0.19
D2 0.09
0%
D1 0.00
T2 133 821 1222 1578 1660 2485 4192 7038 8411 9521 13020 22570 170256
T1
Número de ciclos até a ruptura
C2 - 0,0625 Hz
1.00 100%
0.90
80% 80%
Tempo normalizado
0.80
0.35
Deformação máxima (mm)
70%
0.70
53% 0.29
56%
54% 53% 46%
0.50
0.11
0.19 0.21 0.18
0.33 0.37 0.45
0.32
0.40 40%
0.20 0.37
0.20
0.20 29%
0.30
0.17 22% 0.23 23%
0.20
0.20 0.29 20%
0.13 23%
0.15 8% 9%
0.22 0.14
D3 0.10 13% 0.12 13%
7%
D2
3%
0.07 0.08
0.06 0.06
D1 0.01 0.03 0.03
0.00 0%
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
T2
16 40 42 74 93 119 331 617 949 1264
T1
Número de ciclos até a ruptura
Figura 5.21 – Histórico de deformações: concreto com fibras de polipropileno; 0,0625 Hz.
C2 - 0,25 Hz
1.00
100%
0.90
80%
0.80
79%
77%
Deformação máxima (mm)
70%
Tempo normalizado
75% 68%
0.70
58% 0.28
0.60 60% 60%
55% 57% 57% 0.33
0.50 0.38 0.30
C2 - 1 Hz
1.00 100%
90%
0.90
83% 82% 82%
81% 81% 80%
0.80
72% 74% 76%
Deformação máxima (mm)
Tempo normalizado
0.70 0.39
70% 0.34 0.32 0.41
0.29
0.60 60%
T2 124 237 710 1294 1457 2629 10480 11383 11589 31020
T1
Número de ciclos até a ruptura
Figura 5.23 – Histórico de deformações: concreto com fibras de polipropileno; 1 Hz.
C2 - 4 Hz
1.00 100%
Tempo normalizado
0.90
82%
80%
0.80
74% 76%
Deformação máxima (mm)
0.29
0.40 0.45
40%
0.26
0.32 0.26 0.25 0.25
0.30 0.24
0.22
0.16
0.20 0.16 16% 20%
14%
11% 12%
0.07 8%
0.10 12% 12% 13%
D3 7%
0.09 2% 0.10
0.09 0.09 0.17 0.13
D2 0.07 0.07 0.07 0.11
5%
D1 0.00 0.03
0%
T2 371 376 668 900 1009 1685 2962 3656 6446 6792 6799
T1
Número de ciclos até a ruptura
Figura 5.24 – Histórico de deformações: concreto com fibras de polipropileno; 4 Hz.
132
máx = 1,16 mm
C3 - 0,0625 Hz
1.00 100%
1.04 1.08 1.10 1.01 1.34 1.05
0.90
0.39 0,56
0.80 0.40 80%
0.37
0.52 0,54 0,58 0.50 0,54
Tempo normalizado
69%
Deformação máxima (mm)
0.70 0,49
0,70
63%
62%
59% 60%
0.60 57%
0.30
55% 0.33
0.50 53% 53% 0.35
0.17
0.39
0.33 48%
40%
0.40 0.27
0.25 40%
0.22 0.34
0.30
23% 0.28
0.25 20%
27%
0.20 16%
0.21 23%
18%
0.29 0.27
0.10 14%
D3 0.12 11% 5%
12% 11%
D2 0.17
0.17 0%
0.10
D1 0.00
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
T2 221 256 741 1121 1144 1246 1273 1304 1875 2409
T1
Número de ciclos até a ruptura
Figura 5.25 – Histórico de deformações: concreto com fibras de aço; 0,0625 Hz.
máx = 1,16 mm
C3 - 0,25 Hz
1.00 100%
1.08 1.06 1.06 1.11 1.02
0.90
0.45
0.80 0,50 0,53 0,51 0,46 0.50 80%
0,43
74% 0.51
0.43
Tempo normalizado
Deformação máxima(mm)
0.70 0.44
60% 61%
59% 60% 60%
0.60 0.24
0.33
0.24
47% 56%
0.50 0.47 0.35 46%
53%
0.27 0.28
0.30 40%
0.40 44%
0.38 0.16
0.90
0.80 80%
0.47 0.46
Deformação máxima (mm)
Tempo normalizado
0.33
0.70
0.51 65%
69%
60%
0.60 64%
T2 154 412 746 1344 2077 2365 3120 3945 4082 7438
T1
Número de ciclos até a ruptura
Figura 5.27 – Histórico de deformações: concreto com fibras de aço; 1 Hz.
máx = 1,16 mm
C3 - 4 Hz
1.00 100%
89%
0.90
Tempo normalizado
0.70
64% 63%
0.37 62%
70%
66% 60%
0.60
63%
0.51 58%
56%
0.29
0.50
0.47 0.38
0.34
40%
0.40 0.35
0.31
0.27 0.26
0.30 0.22
0.25 20%
0.20 17%
15%
9% 10% 18%
9% 9% 9%
0.10 0.13 5%
D3
0.10 1%
D2 0.08 0.10 0.10 0.10
0.07 0.07 0%
0.01
D1 0.00
T2 849 1176 1347 1398 1673 1751 2042 2635 4070 5952
T1
Número de ciclos até a ruptura
Figura 5.28 – Histórico de deformações: concreto com fibras de aço; 4 Hz.
134
com fibras de aço nenhuma deformação final foi inferior a 0,75 mm.
Observando-se as deformações ao longo de cada ensaio, para as doze
séries nas Figuras 5.17 a 5.28, verifica-se que as deformações menores nem
sempre ocorreram nos corpos de prova com menor número de ciclos, nem as
deformações maiores com o maior número de ciclos de cada série de ensaios.
Apesar de uma aparente tendência, nos concretos C1 e C2, de que os corpos de
prova que resistiram menores números de ciclos em cada série foram os que
suportaram menores deformações.
Como visto anteriormente nas Figuras 5.13 e 5.14, comparando-se as
curvas de fluência cíclica, o concreto sem fibras rompeu com as menores
deformações e o concreto com fibras de aço teve as maiores deformações. Esse
fato é comprovado pelas Figuras 5.17 a 5.28, para todos os ensaios de cada
série. A comparação entre os três concretos e as quatro frequências também
pode ser feita com o auxílio da Tabela 5.22 que resume a média ± o desvio
padrão da deformação total e da deformação no tramo central D2 (de onde se
obteve ), para cada série de ensaios.
135
concreto com fibras de aço C3 ficou claro que quanto menor a frequência,
maiores foram as deformações totais.
Reunindo-se o número de ciclos até a ruptura, as deformações máximas
ao longo dos ensaios e a frequência de carregamento é possível entender
porque o concreto resiste a um menor número de ciclos à fadiga em compressão
para as menores frequências, e porque as fibras elevam o número de ciclos
apenas para as baixas frequências se for levada em consideração a taxa de
carregamento aplicada nas diferentes frequências selecionadas, seguindo o
raciocínio a seguir.
Diversos autores (Reinhardt, 1987; Bischoff e Perry, 1991; Wu et al., 2010;
Zhang et al., 2012, entre outros) comprovaram que as propriedades mecânicas
do concreto são superiores para taxas de carregamento elevadas, consideradas
dinâmicas.
Vegt e Weerheijm (2007) desenvolveram uma técnica para explicar esse
fenômeno analisando a propagação de fissuras e microfissuras em ensaios de
impacto em concreto, utilizando uma barra Hopkinson, sob diferentes taxas de
carregamento: 10-4 GPa/s, considerada estática; 50 GPa/s e 1000 GPa/s,
consideradas dinâmicas. Com o tratamento de imagens microscópicas de fatias
dos corpos de prova após os ensaios esses autores comprovaram que a ruptura
a baixas taxas de carregamento ocorre pela formação de uma única
macrofissura. Essa macrofissura se forma a partir de microfissuras em diferentes
136
direções que tentam encontrar outras microfissuras para formar uma grande
fissura que leva o corpo de prova à ruptura. Essas microfissuras surgem das
ligações mais fracas ao redor dos agregados ou na zona de transição – a
interface entre a pasta de cimento e as partículas dos agregados. Esses autores
concluíram que no ensaio a baixa taxa de carregamento as microfissuras têm
tempo de procurar o caminho mais frágil e juntarem-se em uma única
macrofissura. Já no caso das altas taxas de carregamento, as microfissuras são
geradas não somente nos pontos mais frágeis e muitas vezes ao invés de
circular os agregados, atravessam os mesmos. Isso faz com que ocorram
múltiplas microfissuras e a ruptura ocorre de uma maneira mais frágil, pelo
aparecimento de diversas macrofissuras acompanhadas de inúmeras
microfissuras por toda a extensão da fatia analisada. Esses autores justificaram
que a altas taxas de carregamento as microfissuras não têm tempo de encontrar
o caminho mais frágil, aliado à ocorrência de diversas fissuras em todas as
direções, a ruptura ocorre pela formação de múltiplas macrofissuras, suportando
maiores deformações, consumindo mais energia e elevando a resistência.
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Figura 5.29 – Modo de ruptura: ensaio de fadiga; concreto sem fibras, 1Hz.
5.5.
Modo de ruptura
Figura 5.30 – Modo de ruptura: ensaio de fadiga; concreto sem fibras, 0,0625 Hz.
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A principal diferença entre os concretos com e sem fibras foi que nos
concretos com fibras as laterais dos cubos se mantinham aderidas ao centro do
corpo de prova porque as fibras costuravam as superfícies de ruptura. A
Figura 5.32 apresenta a vista da face superior de três corpos de prova cúbicos
ensaiados à fadiga para o concreto sem fibras C1, frequência 1 Hz; com fibras
de polipropileno C2, frequência 4 Hz; e com fibras de aço C3, frequência
0,0625 Hz.
141
Figura 5.32 – Face superior dos corpos de prova rompidos: C1, C2 e C3.
Observa-se na Figura 5.32 que nos três concretos se destaca o que seria a
base de um cone, ou uma pirâmide. No caso do concreto sem fibras C1 as faces
laterais se separaram, enquanto que nos concretos com fibras C2 e C3 as faces
laterais se mantiveram aderidas porque as fibras costuraram as fissuras.
A Figura 5.33 mostra uma vista de duas faces laterais de um corpo de
prova cúbico do concreto com fibras de polipropileno C2 ensaiado à fadiga em
compressão com frequência 0,25 Hz. Observam-se as faces laterais aderidas e
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Figura 5.33 – Faces laterais de um corpo de prova rompido: concreto com fibras de
polipropileno; frequência 0,25 Hz
concreto sem fibras como na Figura 5.29 quanto nos concretos com fibras, a
Figura 5.35 mostra um corpo de prova rompido do concreto com fibras de
aço C3, ensaiado à fadiga na frequência 0,25 Hz. Observa-se que as partes
seguem aderidas, pela presença das fibras costurando a superfície de ruptura.
Figura 5.34 – Faces laterais de um corpo de prova rompido: concreto com fibras de aço;
frequência 4 Hz, separação em um corpo central e laterais aderidas.
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Figura 5.35 – Faces laterais de um corpo de prova rompido: concreto com fibras de aço;
frequência 0,25 Hz, separação em duas partes semelhantes.
5.6.
Ensaios de fadiga – variação da razão entre tensões
nº do fc E
Idade ν
ensaio MPa GPa
1 95,0 — —
2 88,4 36,1 0,24
3 91,9 37,4 0,25
6 meses
4 87,3 37,3 0,24
média 90,6 36,9 0,24
DP 4 1 0
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Número do Número do
ensaio MPa ensaio MPa
1 84 11 98
2 85 12 99
3 85 13 100
4 88 14 100
5 89 15 102
6 90 16 102
7 90 17 102
8 91 18 103
9 93 19 104
10 97 20 108
5 2149 731
6 2798 858
7 2927 1106
8 7288 1231
9 7600 1753
10 7839 2265
11 9218 2352
12 11863 3961
13 17172 4276
14 20426 5988
15 75378 7153
5.7.
Comentários finais
6.1.
Introdução
(2007), que considerou uma distribuição normal como sugerido por algumas
normas de projeto internacionais. Recentemente Przybilla et al. (2011)
consideraram o ajuste estatístico da resistência característica de materiais
frágeis e derivaram a função de distribuição cumulativa (CDF – cumulative
distribution function) da distribuição de Weibull de três parâmetros para ensaios
de fadiga em flexão em três e quatro pontos, para materiais frágeis como
cerâmica. No Anexo B explica-se o que é e como se ajusta uma função de
distribuição cumulativa a um grupo de dados quaisquer, no caso, os resultados
de ensaios. A distribuição de Weibull também foi utilizada para ajustar resultados
de vida à fadiga – número de ciclos até a ruptura N – em concreto para variados
níveis de tensão por Oh (1991), e para ajustar a vida à fadiga em flexão de
concreto com nanopartículas por Li et al. (2007).
Castillo e seus colaboradores (2008, 2009) propuseram um modelo
probabilístico geral para prever o comportamento à fadiga para qualquer nível e
faixa de tensões, baseado em ensaios de laboratório em materiais dúcteis como,
por exemplo, o aço. O modelo tem nove parâmetros de ajuste, os quais são
definidos por meio de considerações físicas e de compatibilidade em um modelo
estatístico de Weibull. Contudo, esse modelo não serve para materiais frágeis
como o concreto, assim como não leva em consideração a influência da
frequência de carregamento.
147
6.2.
Modelo probabilístico para fadiga baseado na distribuição inicial
−
=1− − , ≥
í
í eq.(6.1)
λ
6.2.1.
Influência da frequência de carregamento
−
taxa de carregamento dinâmico na Equação 6.2 em cada ciclo com a
frequência de carregamento f e a faixa de tensões ∆ = #á #í$
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por
meio de:
=2 ∆ eq.(6.3)
6.2.2.
Curvas de iso-probabilidade de falha
σf
Distribuição D i
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PF =1
1
Probabilidade de Falha
Distribuição D f
PF =0,5
0,5
PF =0,05
σmáx 0 0
ln[N]
σmín 0
1 0,5 0 PF =0 Assíntota
Probabilidade de Falha
ln[N]
Figura 6.1 – Curvas de iso-probabilidade de falha, onde Di é a CDF inicial, determinada
pelos ensaios de resistência ajustada segundo a Equação 6.1, enquanto que Df é a CDF
final, ajustada aos ensaios de fadiga.
Por outro lado existem três condições limites as quais todas as curvas de
iso-probabilidade de falha devem satisfazer:
lim = í
2→4
eq.(6.5)
56# =
7→8
eq.(6.6)
56# =
2→8
eq.(6.7)
151
quando a razão entre tensões R for igual à unidade ou quando a ruptura por
fadiga ocorra no primeiro ciclo.
Na Figura 6.1 são apresentadas três curvas de iso-probabilidade de falha
de 0,05, 0,5 e 1,0. À esquerda do eixo está a distribuição inicial Di,
determinada pelos ensaios de caracterização da resistência, nesse caso à
compressão. À direita está a distribuição final Df, a qual será definida adiante nas
Equações 6.12 ou 6.13. Respeitando-se as condições limite dadas pelas
Equações 6.5, 6.6 e 6.7, a seguinte equação para cada curva de falha é
proposta:
= í + − í ; <=>8<7? eq.(6.8)
@ = A + B ln>1 + ? eq.(6.9)
" "
= ! = !
á á á
2 ∆
eq.(6.10)
= í + á − í ; =>8<7? eq.(6.11)
−
>;; , , E? = 1 − F− G H I
á í
á <=>8<7?
eq.(6.12)
λ;
M P _
, 8QRST>U ?
K ! − \ K
á 2 ∆ í
>;; , , E? = 1 − −O [
L O [ ^
á XY>8W ?.>8<7?
λ; <,VW
K N K
eq.(6.13)
J Z ]
6.12 é possível calcular o número de ciclos resistidos para uma dada PF sob
condições de carregamento conhecidas:
8
λ a− ln>1 − ? =>8<7?
b
;> ; , E, ? = ` c
á −
á
eq.(6.14)
í
8 "
λ a− ln>1 − ? 8<"
2 >1 − E?
b
8<"
>;; , E, ? = ` + c
; =>8<7?
á í
eq.(6.15)
6.2.3.
Sensibilidade do modelo com respeito à frequência e à razão entre
tensões
1,0
0,8
Probabilidade de falha
0,6
0,4 8 Hz
6 Hz
4 Hz
0,2 1 Hz
0,25 Hz
0,0625 Hz
0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10
Número de ciclos
Figura 6.2 – Variação da distribuição Df em função da frequência.
200 200
R = 0,1 R = 0,5
(MPa)
(MPa)
100 100
máx
máx
σ
σ
50 50
0 0
3 6 9 12 15 3 6 9 12 15
0 1 10 10 10 10 10 0 1 10 10 10 10 10
Número de ciclos Número de ciclos
200
R = 0,9
PF = 0,01
150
PF = 0,50
PF = 0,99
(MPa)
100
máx
σ
50
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0 3 6 9 12 15
0 1 10 10 10 10 10
Número de ciclos
Figura 6.3 – Influência da razão entre tensões nas curvas de iso-probabilidade de falha:
R = 0,1; 0,5 e 0,9.
6.3.
Validação do modelo probabilístico baseado nos resultados
experimentais
def
da resistência à compressão estática à função de distribuição cumulativa
CDF inicial Di, ajustando-se os parâmetros λ, k e í pela Equação 6.1. Na
segunda etapa é realizado o ajuste dos resultados dos ensaios de fadiga –
número de ciclos até a ruptura – à CDF final (Figura 6.1), ajustando-se os
parâmetros b, c e γ pelas Equações 6.12 ou 6.13. Posteriormente os parâmetros
6.3.1.
Validação do modelo para os ensaios de caracterização da
resistência à compressão
def
resultados experimentais de caracterização de resistência à compressão ,
nesse caso em corpos de prova cúbicos, usando-se a Equação 6.1. Esse ajuste
é realizado desenhando-se a curva fornecida pela Equação 6.1 para valores
arbitrários de λ, k e í , em conjunto com os resultados experimentais e
busca-se o melhor ajuste da curva aos dados experimentais variando-se
simultaneamente os três parâmetros.
Conforme descrito anteriormente no programa experimental, foram
ensaiados à compressão seis ou mais cubos para cada concreto a uma taxa de
carregamento de 0,20 MPa, considerada estática. Os resultados de cada um
desses ensaios, para cada concreto, são apresentados na Tabela 6.1,
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def
Tabela 6.1 – Resistência à compressão estática e probabilidade de falha para cada
corpo de prova e para cada concreto.
Número do C1 4 Hz C1 C2 PF C3
ensaio PF C3
MPa C1 e C2 MPa
1 64,7 73,5 63,3 0,17 80,2 0,125
2 71,4 75,2 73,1 0,33 85,3 0,250
3 71,8 77,5 73,5 0,50 86,3 0,375
4 76,9 79,8 74,0 0,67 86,9 0,500
5 77,7 82,4 78,7 0,83 88,5 0,625
6 78,5 83,9 79,1 1,00 89,1 0,750
7 — — — — 89,9 0,875
8 — — — — 90,6 1,000
def
duas séries à compressão para o concreto C1.
156
def
compressão , esses parâmetros foram ajustados para cada concreto. O
melhor ajuste foi realizado buscando-se simultaneamente o maior coeficiente de
correlação r e o menor erro relativo médio calculando-se o valor experimental,
nesse caso resistência à compressão por meio da Equação 6.1.
A Figura 6.4 ilustra a distribuição inicial Di em conjunto com os resultados
experimentais para cada concreto, e a Tabela 6.2 apresenta os parâmetros
ajustados para os diferentes concretos.
1,0 1,0
Concreto Concreto
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Probabilidade de falha
0,0 0,0
60 70 80 90 100 60 70 80 90 100
Resistência à compressão (MPa) Resistência à compressão (MPa)
1,0 1,0
Concreto com Concreto com
fibras de fibras de aço
Probabilidade de falha
Probabilidade de falha
0,6 0,6
0,0 0,0
60 70 80 90 100 60 70 80 90 100
Resistência à compressão (MPa) Resistência à compressão (MPa)
def
Figura 6.4 – Distribuição inicial Di dos ensaios de resistência à compressão em
conjunto com os resultados experimentais.
157
Tabela 6.2 – Parâmetros ajustados para a distribuição inicial Di com base nos ensaios de
resistência à compressão def .
C1 4 Hz C1 C2 C3
Parâmetros
de ajuste fibras de
sem fibras fibras de aço
polipropileno
λ 71,1 76,1 68,0 76,1
k 17,1 19,8 14,0 31,0
í 3,1 4,8 12,0
def
ensaios do mesmo concreto e sua respectiva resistência à compressão
naquele momento foi inferior, como descrito anteriormente.
158
1,0
Probabilidade de falha
0,8
0,6
0,4
C1 4 Hz
C1
0,2 C2
C3
0,0
60 70 80 90 100
Resistência à compressão (MPa)
def
a resistência à compressão média, quando realizados os ensaios à
frequência 4 Hz, foi inferior em 5 MPa.
6.3.2.
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def
caracterização de resistência estática , os resultados de número de ciclos
foram ordenados do menor ao maior e a probabilidade de falha é de 1/j para o
menor número de ciclos, 2/j para o segundo menor N e assim sucessivamente
até i/j = 1 para o maior número de ciclos da série.
Como descrito no programa experimental, foram ensaiados pelo menos
dez corpos de prova cúbicos para cada frequência – 4, 1, 0,25 e 0,0625 Hz –
para cada um dos três concretos. Foram ensaiados três corpos de prova
adicionais para a frequência de 4 Hz para o concreto sem fibras C1 e um corpo
de prova a mais para a mesma frequência para o concreto com fibras de
polipropileno C2.
159
1,0 1,0
4 Hz 1 Hz
Probabilidade de falha
Probabilidade de falha
0,8 0,8
0,6 0,6
0,0 0,0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de ciclos Número de ciclos
1,0 1,0
0,25 Hz 0,0625 Hz
Probabilidade de falha
Probabilidade de falha
0,8 0,8
0,6 0,6
0,0 0,0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de ciclos Número de ciclos
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Figura 6.6 – Distribuição final Df ajustada para os ensaios de fadiga do concreto sem
fibras C1 para as diferentes frequências, em conjunto com os resultados experimentais.
Tabela 6.4 – Número de ciclos até a ruptura e probabilidade de falha: concreto C2.
1,0 1,0
4 Hz 1 Hz
Probabilidade de falha
Probabilidade de falha
0,8 0,8
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0,6 0,6
0,0 0,0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de ciclos Número de ciclos
1,0 1,0
0,25 Hz 0,0625 Hz
Probabilidade de falha
Probabilidade de falha
0,8 0,8
0,6 0,6
0,0 0,0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de ciclos Número de ciclos
Figura 6.7 – Distribuição final Df ajustada para os ensaios de fadiga do concreto C2, em
conjunto com os resultados experimentais, para as diferentes frequências.
O ajuste apresentado na Figura 6.7 foi adequado, porém não foi tão
satisfatório como o ajuste do concreto sem fibras C1. Observa-se na Figura 6.7
que a curva desenhada pela Equação 6.13 ficou um pouco afastada dos
resultados experimentais, para a frequência 1 Hz. O fato dos ajustes dos
parâmetros de resistência à compressão não haverem sido tão precisos para o
concreto C2 refletiu no ajuste dos parâmetros b, c e γ. Uma vez que o ajuste foi
162
def
de ensaios de resistência à compressão e a dispersão daqueles resultados
prejudicou a precisão do ajuste dos ensaios de fadiga para o concreto com fibras
de polipropileno C2. Lembrando-se que a inclinação das curvas das Figuras 6.6
a 6.8 são fortemente influenciadas pelo parâmetro de forma k ajustado pela
def
Equação 6.1 para os resultados de resistência à compressão e que um
ajuste não muito preciso dos resultados de resistência tem consequências no
ajuste dos resultados de fadiga.
O erro relativo médio das quatro séries de ensaios de fadiga do concreto
C2 de ensaios foi de 13%, impulsionado pelo maior distância do modelo aos
resultados experimentais para a frequência 1 Hz. O erro em geral é maior em
cada um dos menores números de ciclos para cada frequência, de tal forma que
desconsiderando estes menores N para cada f o erro relativo médio para toda a
série de ensaios de fadiga do concreto com fibras de polipropileno C2 seria
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1,0 1,0
4 Hz 1 Hz
Probabilidade de falha
Probabilidade de falha
0,8 0,8
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0,6 0,6
0,0 0,0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de ciclos Número de ciclos
1,0 1,0
0,25 Hz 0,0625 Hz
Probabilidade de falha
Probabilidade de falha
0,8 0,8
0,6 0,6
0,0 0,0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de ciclos Número de ciclos
Figura 6.8 – Distribuição final Df ajustada para os ensaios de fadiga do concreto com
fibras de aço C3, para as quatro frequências distintas, em conjunto com os resultados
experimentais.
Concreto: b c γ
C1: sem fibras 0,0610 0,0105 0,240
C2: fibras de polipropileno 0,0515 0,0035 0,086
C3: fibras de aço 0,0490 0,0066 0
1,0
Probabilidade de falha
0,8
0,6
0,4
C1
C2
0,2 C3 4Hz
C3
0,0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de ciclos
Figura 6.9 – Número de ciclos versus probabilidade de falha; comparação da influência
da frequência para as curvas ajustadas aplicando-se o modelo aos três concretos.
6.3.3.
Validação do modelo para diferentes razões entre tensões
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def
compressão estática de cada um dos cubos e suas respectivas
probabilidades de falha PF de maneira análoga à apresentada no item 6.3.1. A
Figura 6.10 apresenta a curva – distribuição inicial Di – ajustada através do
modelo aos resultados experimentais para o concreto C4.
166
1,0
Concreto sem
fibras - C4 - 4 Hz
Probabilidade de falha
0,8
0,6
0,4
0,2
Modelo
Experimental
0,0
60 70 80 90 100 110 120
def
resistência à compressão , razão entre tensões R = 0,3 e frequência de
carregamento 4 Hz com sinal senoidal. Porém, alguns destes ensaios chegaram
a mais de um milhão de ciclos sem romper, enquanto alguns romperam com
poucos milhares de ciclos. Foi então arbitrada uma tensão máxima de 90 MPa =
def
94% e foram ensaiados à fadiga 30 corpos de prova cúbicos de 80 mm de
aresta, divididos em dois grupos de 15 ensaios. Os primeiros quinze ensaios
167
com razão entre tensões R de 0,3 e os seguintes com R = 0,1. A Tabela 6.8
mostra o número de ciclos até a ruptura N com a respectiva probabilidade de
falha PF de cada corpo de prova, para as duas razões entre tensões
selecionadas.
Tabela 6.8 – Número de ciclos até a ruptura e probabilidade de falha: concreto sem
fibras C4: R = 0,3 e R = 0,1.
Era esperado que, na média, o número de ciclos até a ruptura seria maior
para a maior razão entre tensões R, em virtude da menor amplitude de tensões
aplicada, consequentemente menor deformação a cada ciclo. Observa-se na
Tabela 6.9 que os menores números de ciclos são da mesma ordem de
grandeza, porém existe uma grande diferença nos corpos de prova que
suportaram um maior número de ciclos.
A Figura 6.11 mostra a curva ajustada aos resultados experimentais para
duas diferentes razões entre tensões R = 0,3 e 0,1.
168
1,0 1,0
R = 0,3 R = 0,1
Probabilidade de falha
Probabilidade de falha
0,8 0,8
0,6 0,6
0,4 0,4
Modelo Modelo
0,2 0,2
Experimental Experimental
0,0 0,0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de ciclos Número de ciclos
Figura 6.11 – Distribuição final Df ajustada para os ensaios de fadiga; R = 0,3 e R = 0,1:
concreto sem fibras C4.
6.3.4.
Exemplo de aplicação do modelo
σf
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PF 2
σ2 ∆ N2 2
σ1 1
PF 1
N 1,eq N 1 N2 ln[N]
calcula-se a probabilidade de falha PF1. Ao início do passo dois, para uma nova
passo anterior N1,eq, i.e., caminha-se pela curva de iso-probabilidade PF1 até o
Tabela 6.11 – Quatro ciclos de carregamento, concreto com fibras de polipropileno C2.
Tabela 6.12 – Quatro ciclos de carregamento, concreto com fibras de aço C3.
Probabilidade de falha
0,6
0,4
0,2
0,0
0 2000 4000 6000 8000 10000
Número de ciclos
C1 C2 C3
f (Hz)
∆N5
4 6267 92751 6914
6.4.
Histórico de deformações
1E-3 1E-3
C1 4 Hz
1 Hz
C2 4 Hz
1 Hz
0,25 Hz 0,25 Hz
1E-4 0,0625 Hz 1E-4 0,0625 Hz
4 Hz 4 Hz
1 Hz 1 Hz
0,25 Hz 0,25 Hz
0,0625 Hz 0,0625 Hz
1E-5 1E-5
ε (s-1)
ε (s-1)
1E-6 1E-6
1E-7 1E-7
1E-8 1E-8
1 10 100 1000 10000 100000 1 10 100 1000 10000 100000
Número de ciclos Número de ciclos
1E-3 1E-3
C3 4 Hz
1 Hz
C4 R=0,3
0.25 Hz R=0,1
0.0625 Hz R=0,3
1E-4 4 Hz 1E-4 R=0,1
1 Hz
0.25 Hz
0.0625 Hz
1E-5 1E-5
ε (s-1)
ε (s-1)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0710938/CA
1E-6 1E-6
1E-7 1E-7
1E-8 1E-8
1 10 100 1000 10000 100000 1 10 100 1000 10000 100000
Número de ciclos Número de ciclos
Figura 6.14 – Número de ciclos versus taxa de deformação: C1, C2, C3 e C4.
A Figura 6.14 comprova que existe uma boa correlação entre o número de
ciclos até a ruptura e a taxa de deformação . Para cada série de ensaios de
fadiga – tipo de concreto; frequência ou razão entre tensões R – foi ajustada
uma reta nos gráficos da Figura 6.14. Para tal, denomina-se a intersecção de
uma das retas para uma certa frequência f como o logarítimo natural de uma
taxa de deformação qualquer ln , a equação dessa reta é escrita como:
ln = ln + ln eq.(6.16)
ln
= 1 − η ln !
ln
eq.(6.17)
"#$ = ln
%→
eq.(6.18)
"#$ = ln
'→
eq.(6.19)
ln = ln -1 − η ln !.
− (1 + ) + * ln(1 + + 1 − , + ln
eq.(6.21)
175
5
2 4
7 87 9:( 7;+ 5%
=2 4
ln ⁄3 (1 − η ln ⁄ +
eq.(6.23)
E N
H K
C ! − C
á 2 ∆ í I
>? ; , , , = 1 − /01 − F J
á
D λ 6 < M
C C
eq.(6.24)
B L
í
Concreto
λ k b c γ f0 η
C1 76,1 19,8 3,1 0,0610 0,0105 0,240 0,0016 0,081
C2 68,0 14,0 4,8 0,0515 0,0035 0,086 0,0019 0,086
C3 76,1 31,0 12,0 0,0490 0,0066 0 0,0015 0,089
C4 94,7 12,4 3,1 a = 0,06 0,240 — —
No caso do concreto sem fibras C4, como este foi ensaiado apenas a
frequência 4 Hz, não foi possível obter uma frequência de referência f0,
tampouco a inclinação η e também não é possível separar os parâmetros de
ajuste b e c. Ao invés disso, um único valor para o parâmetro a da Equação 6.12
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6.5.
Comentários finais
baseiam nas curvas SxN. Seria possível uma caracterização mais ampla do
comportamento do concreto à fadiga de maneira mais ágil, sem esperar a
ruptura de inúmeros corpos de prova, variando a frequência de carregamento e o
nível de tensões. A possibilidade de extrapolar os resultados de laboratório para
estruturas construídas, monitorando-se o seu histórico de deformações, seria de
grande utilidade.
7.
Conclusões e sugestões para trabalhos futuros
7.1.
Conclusões
7.1.1.
Introdução
estruturas de concreto.
7.1.2.
Histórico de deformações
fissuras, outras fissuras ocorrem fora do alcance das fibras levando o corpo de
prova à ruptura.
O trabalho das fibras também foi observado nas curvas de fluência cíclica
(evolução das deformações máximas ao longo dos ensaios) onde houve uma
quebra de tendência no tramo central. Essa quebra de tendência indica a
contribuição das fibras.
Verificou-se também que existe uma forte relação entre a evolução das
deformações máximas, através da taxa de deformação específica secundária ,
com o número de ciclos até a ruptura. Quanto menor for a taxa de deformação
maior será o número de ciclos até a ruptura.
7.1.3.
Modelo probabilístico proposto
7.2.
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196
Anexo A
GRAMMINFLEX PE30/PE40
The Polypropylene fiber hooked by the two ends for the concrete.
Description
GRAMINFLEX PE30 and PE40, is a two end Consumption
hooked Polypropylene fiber which provides high 4 - 5 kg / m3
elasticity on concrete, bending strength, impact
resistance, reinforcement function. Fiber types and sizes according to different use
Areas of Use GRAMINFLEX PE 30
• Ground concrete • Shotcrete.
• Especially Shotcrete • Industrial floors.
• Concretes effected by acids GRAMINFLEX PE 40
• Pumped concrete • Industrial floors.
• Tunnels
• Especially in the external field concretes Fibers mixing with concrete
subjected to reinforcement corrosion. In the concrete plant
Properties • Polypropylene fibers are added to the
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Packaging
Recyclable cardboard boxes
Net weight/box 25 kg
Boxes/palette 48
Weight/palette 1200 kg L L’
The fibres are oriented in one direction
Palettes are wrapped or welded in a plastic folio
Available also in big bag of 500 kg
Miscellaneous
a'
The described fibre is in accordance with the following standards:
yy EN 14889-1 type 1, cold-drawn wire l’
yy ASTM A820/A820M-04 type l, cold-drawn wire
h’
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This is not contractual. Copyright ArcelorMittal – February 2010.
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T +352 83 57 72 1 | F +352 83 56 98
www.arcelormittal.com/steelfibres
199
Anexo B
=1− − , x ≥ n0 eq.(B.1)
λ
=1− − eq.(B.2)
λ
≤ ≤ = eq.(B.3)
!
Para que uma função matemática fY(x)dx seja considerada uma PDF
(Figura B.1a) as seguintes condições devem ser satisfeitas:
≥0 eq.(B.4)
=1 eq.(B.5)
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= ≤ ≤ eq.(B.6)
!
= eq.(B.7)
$
−∞ = 0 eq.(B.8)
0≤ ≤1 eq.(B.9)
∞ =1 eq.(B.10)
201
fY (x) FY (x)
1,0
FY (b)
FY (a)
FY (a)
X a b X
0 a b 0
(a) (b)
1
& = '( + λΓ *1 + ,
+
eq.(B.11)
2 1
- = λ.Γ *1 + , − Γ/ *1 + ,
+ +
eq.(B.12)
Γ + = − 0 eq.(B.13)
(