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“Tilo orisinal IDFOLOGIE ET APAREILS IDEOLOGIQUES DETAT © Copyeoht by La Pensée ‘Traduco de Joaguim Jot de Moura Ramos Reserados talon 0 diteoe por lingua portuguesa 8 diel Presenga, Lda Run Auguto Gil, 35.A—1000 LISHOA IDEOLOGIA E APARELHOS IDEOLOGICOS DE ESTADO* (Cotas porn uma tnventigagto) 2 © presente texto 6 consttuido por dois extractor ‘de umn eatudo em curso. O autor nio quis dear do ‘ipostan dover ser consderadas apna como intro- ‘gto a wens deans. (ND. mente ¢ em toda a consciéncia a realizagio desso trabalho (08 famosoa métodos novos!) ‘Tém tio poueas dividas, que contribuem até pelo seu devotamento a manter e a alimentar a rrepresentaglo Kdeol6gica da Hscola que a torna luyje Go euslurals, indivpensavelGdll e até benfazeja aos nossos eontemporiineos, quanto a Igreja era «naturals, indispensivel e gene- ‘Tosa para os nossos antepassados de ha séculos. De facto, a Igreja hoje foi substituida pela Hscola no seu papel de Apareino 1deotdgico de Estado dominante. Esti emparelhada com ‘2 Familia como outrora a Igreja o estava. Podemos entio afirmar que a crise, de uma profundidade sem precedentes, que por esse ‘mundo fora abala o sistema escolar de tan- tos Estados, muitas veues conjugada com uma crise (j& anunciada no Manifesto) que sacode © sistema familiar, adquire um sentido politico, ‘8 considerarmos que a Escola (e 9 par Bseola- Familia) constitu 0 Aparelno Ideologieo de Estado dominante, Aparelho que desempenha um papel determinante na reprodugio das re- tagdes de produgio de um modo de produgao ameagado na sua existéncia pela luta de clas- 06 mundial. 68 ‘A PROPOSITO DA IDEOLOGIA Ao avangarmos 9 conceito de Aparelho dool6gico de Estado, quando dissemos que os AIE funcionavam pela ideologia», invocimes uma realidade sobre a qual 6 preciso dizer jumas palavras: a ideologia. Sabe-se que a exprossio: a ideologia, foi forjada por Cabanis, Destutt de Tracy e pelos seus amigos, que Ihe atribuiram por objecto a teoria (genética) das ideias. Quando, 50 anos. mais tarde, Mare retoma a termo, dfclhe, = partir das ‘Obras de Juventude, um sentido totalmente diferente. A ideologia passa entio a ser o sistema das ideias, das representacdes, que domina 0 espirito de um homem ou de lum grupo social. A Inta idenligicn-palitien que Marx desencadeou nos seus artigos da Gazeta Renana depressa 0 confrontariam com esta 69 realidade, ¢ obrigi-lo-iam a aprofundar as suas primeiras intuigSea, ‘No entanto, deparamo-nos neste ponto com jum paradoxo espantoso. Tudo parecia levar Marx a formular uma teoria da ideologia. De facto, 2 Ideologia Alemd oferece-nos, antes dos ‘Manuseritos de 44, uma toorla explicita da Adoologia, mas... no 6 marsista (e proviclo- emos em breve). Quanto a0 Capital, se con ‘vam muitas indieagdes para uma teoria das deologias (a mais visivel: a ideologia dos economistas vulgares), mio contém propria- mente esta teoria, a qual depende em grande parte de uma teoria da ideologia em geral. Gostarla de correr o isco de propor um ‘esbogo esquemitico desta teoria da ideologia fem geral. As teses de que vou partir nao sio, @ claro, improvisadas, mas 86 podem ser de- fendidas ¢ experimentadas, isto é, confirmadas ou rectificadas, através de estudos e andlises eprofundados. 0 A IDEOLOGIA NAO TEM HISTORIA Primeiro que tudo, uma palavra para expor f razio de principio que me parece, se mio fundamenter, pelo menos autorizar o projecto de uma teoria da ideologia em geral, ¢ no 0 de uma teoria das ieologias particulares, que fexprimem sempre, seja qual for a sua forma (religiosa, mora, jurfdiea, politica), posigdes de classe. Seri sem divide necessirio desenvolver ‘uma teoria das ideologias consideradas no duplo aspecto acima indicado. Veremos entio que uma teoria das ideologias repousa em ‘tia anilise na historia das formagies sociais, por- tanto na dos modos de produgio combinados nas formagbes sociais ¢ da histéria das lutas de classes que nelas ge desenvolver. Neste sen- tudo, € claro que nao se pode formular uma teoria das ideologias em geral, pois que as n

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