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2º Semestre – Fevereiro 2012 Número 3

Reportagem

Balão de Arquitetura
da S3A

Uma propriedade da Secção Autónoma


Aeronáutica Aplicada

E ainda:
Testemunhos de alunos MEAer  História da aviação comercial em Portugal 
Atividades extra curriculares  Desafios e humor  E muito mais...
Ficha Técnica Editorial

Título: Revista Aeroespacial


Edição: 3
Data Lançamento: 22 de fevereiro 2012
V amos começar pelo início: Apesar de esta ser
já a terceira edição da revista aeroespacial, é a primeira
Direcção Editorial: Samuel Franco
vez que decidimos escrever um editorial para a nossa
Coordenador de projecto: Samuel Franco
revista. Um editorial é basicamente um espaço
Equipa de redação: Pedro Albuquerque, Davis
destinado à equipa de redação para produzir um texto
Gouveia, Ana Macedo, Diogo Monteiro, Nuno
de opinião sem a obrigação de ter alguma objetividade.
Carvalho, Diogo Vicente e Samuel Franco.
Passando então às apresentações: a revista
Edição gráfica: Samuel Franco
aeroespacial nasceu a junho de 2011 por iniciativa do
Colaboraram nesta edição: André Sousa, Sara
ex-aluno Pedro Albuquerque, cujo objetivo principal foi
Andrez, César Coelho, Miguel Marreiro e Joana
criar um elo de ligação entre a comunidade aeroespacial
Neto
bem como um meio de divulgação de trabalhos e
Propriedade: Secção Autónoma Aeronáutica
projetos desenvolvidos por alunos de aero. Assim, a
Aplicada (S3A); Pavilhão da AEIST, Instituto
S3A passa a ser detentora dos direiros intelectuais da
Superior Técnico, Avenida Rovisco Pais 1049-001
revista, mas este projeto continua a ser aberto a todos os
Lisboa, Portugal, email: geral@s3a.ist.utl.pt, site:
alunos! Da primeira para a segunda edição o número de
http://s3a.ist.utl.pt
colaboradores aumentou e, atualmente, a equipa da
revista conta com sete elementos (fora colaborações)
altamente motivados em desenvolver um trabalho
estruturado, dinâmico e rigoroso, de forma a levar
conteúdos interessantes a toda a comunidade IST.
Apoios Nesta terceira edição decidimos mudar um pouco a
estrutura da revista, sendo que esta se encontra dividida
em seis grandes temas: MEAer e o IST
(notícias/artigos relacionados com o curso e o IST),
MEAer extra curricular (espaço destinado a todo o
tipo de atividades extra curriculares que um aluno de
aero poderá fazer parte), MEAer na 1ª pessoa
(testemunhos de alunos de aero sobre o curso,
experiências no estrangeiro e mercado de trabalho),
MEAer e Portugal (notícias/artigos sobre o ramo em
Portugal), MEAer e o mundo (notícias/artigos sobre o
ramo a nível internacional) e finalmente MEAer e
lazer (espaço destinado a momentos de humor e
desafios).
O núcleo da revista gostaria de agradecer a todos
aqueles que colaboraram connosco nesta edição, quer
com conteúdos quer com informações, e sem os quais o
possível sucesso deste projeto não seria o mesmo.
Concluída esta 3ª edição, é com grande orgulho e
entusiasmo que olhamos para o futuro desta revista.
Apesar de haver ainda um longo caminho a percorrer,
sabemos que é um projeto com “pernas para andar”, do
qual tu poderás fazer parte! Se gostavas de colaborar
connosco, se tens alguma dica/sugestão de
melhoramento ou até mesmo uma ideia inovadora para
dinamizar a revista, não hesites em nos contactar!
revista.aero@gmail.com

O núcleo da revista aeroespacial espera por ti!


ÍNDICE

 MEAer e o IST
04 Semana MecanIST
05 Galp Energia e IST criam campus sustentável
06 Empreender – Qual o primeiro passo?

 MEAer extra curricular


08 Actividades extra curriculares
08 S3A
08 APAE
09 JUNITEC
10 FST
11 Reportagem “À Lupa” - Balão de Arquitetura da S3A

 MEAer na 1ª pessoa
14 Experiência BEST: “Super Gear is almost here”
15 O percurso de um aero 2001

 MEAer e Portugal
16 CIJE 2012 – Congresso Ibérico de Jovens Engenheiros
15 História da aviação comercial em Portugal

 MEAer e o mundo
21 Rubrica “Sobrevoando o Passado” – DC-3, um marco
histórico dos transportes aéreos
22 Arquitetura Legislativa da EASA
24 Airbus inovando para o Futuro: Biomimética
26 AeroBuzz

 MEAer e lazer
28 Cartoon “Chicken Wings” e desafios
MEAer e o IST

Semana MecanIST
Texto Nuno Carvalho e Ana Macedo Fotos www.mecanist.ist.utl.pt

Como anteriormente referido, a organização


deste evento ficou a cargo do Fórum Mecânica e do
BEST-Lisboa.

Fórum Mecânica –
Núcleo de alunos de
Ao longo de três dias a começar a 22 de
Engenharia Mecânica do
fevereiro, a 1.ª edição do MecanIST conta com várias
IST, formado
atividades, com entrada livre e aberta a todos os
recentemente e sem fins lucrativos, que tem como
interessados, sejam de que curso forem. Esta semana
objetivo o desenvolvimento social, inteletual e
foi pensada para colmatar a falta de ligação entre o
profissional dos seus membros.
ensino da Engenharia Mecânica e a integração dos
Pretende fomentar a aproximação entre o mundo
alunos na indústria e investigação científica da área. A
académico e o profissional através de conferências,
organização do evento está a cargo da parceria entre o
tertúlias, workshops técnicos e uma plataforma de
Fórum Mecânica e o BEST-Lisboa, composta por
candidatura a estágios. Para isso conta com o apoio
alunos do IST.
dos Delegados de Curso e é reconhecido pelo
As atividades incluem palestras que irão ser
Departamento de Engenharia Mecânica do IST
dadas por convidados de grande peso no mundo
(DEM).
industrial, como a Galp Energia, a REN – Redes
BEST – Board of European
Energéticas Nacionais e a ALSTOM, bem como
Students of Technology:
apresentações do Observatório de Empregabilidade do
Associação sem fins
IST, da Ordem dos Engenheiros e da Força Aérea
lucrativos fundada em 1989,
Portuguesa.
encontrando-se atualmente presente em 30 países
A semana MecanIST tem programadas duas
da Europa, cujo ojectivo é aproximar os estudantes
grandes atividades:
das empresas e da universidade.
 Ciclo de Conferências: Conjunto de palestras e
O BEST Lisboa organiza anualmente cursos
apresentações dadas por entidades empregadoras e
tecnológicos, competições de engenharia locais e
associações de alunos com atividades extra
nacionais e eventos de desenvolvimento de carreira
curriculares práticas, entre outros, a ter lugar no
com a presença de empresas como os BEST Career
Centro de Congressos (piso 01 do Pavilhão de Eng.
Days. Colabora também em eventos como o já
Civil, no Campus IST-Alameda).
decorrido 1st World Engineering Education Flash
 Banco de Ideias: Situam-se no Átrio Norte do
Week, em Setembro de 2011.
Pavilhão de Engenharia Civil e têm como âmbito dar a
Para mais informações e consultar o horário
oportunidade a alunos de expor as suas ideias e
oficial, o site oficial da semana MecanIST é o
projetos por eles desenvolvidos na área da Eng.
www.mecanist.ist.utl.pt.
Mecânica. Algumas apresentações destes projetos
serão feitas no Centro de Congressos.

04
MEAer e o IST

Galp Energia e IST criam campus sustentável


Texto Samuel Franco Fotos http://www.galpenergia.com

A Galp Energia e o Instituto Superior Técnico eficiência bem como de utilização de energias
(IST) assinaram um acordo que visa promover e renováveis.
realizar projetos na área da eficiência energética com A constituição de um Laboratório de
aplicabilidade direta às instalações da faculdade, por Conhecimento em Eficiência Energética (LEE) é
forma a criar um campus outro dos projetos em
sustentável. protocolo, cujo objetivo será a
O protocolo, que teve as criação de um espaço de
assinaturas do presidente trabalho e debate onde a
executivo da Galp Energia partilha de conhecimentos em
Manuel Ferreira de Oliveira e do eficiência energética será o
presidente do IST Arlindo Oliveira, para além de vir denominador comum. Este laboratório estará
reforçar as já existentes ligações entre a Galp Energia integrado na rede LEE, que inclui também as
e o IST, visa também o desenvolvimento de universidades de Aveiro e da Beira Interior, ambas
um projeto a aplicar aos vários edifícios do IST, numa com projetos em eficiência energética.
área total de 110 mil m2, através do qual será A integração de docentes, colaboradores da
elaborado um plano de eficiência energética para o Galp e bolseiros científicos é outro dos objetivos
campus da Alameda do IST. Estará ainda em vista a deste campus sustentável, sem nunca esquecer a
aplicação de uma metodologia de gestão energética participação dos alunos do IST, criando por isso
que permitirá ao campus atingir altos padrões de uma dinâmica complementar à sala de aula.

05
MEAer e o IST

Empreender – Qual o primeiro passo?


Texto Davis Gouveia Fotos http://blog.efacil.com.br/empreendendo

Quando entrámos em Aeroespacial todos Tecnologia que em 2009 criou a comunidade de


consultámos a página do curso onde se pode encontrar Spin-offs do IST, e possui um fundo de capital de
as saídas profissionais para percebermos o que risco de 3 milhões para investir em projetos.
podemos fazer depois do curso. Lá pode ler-se que os É este o organismo responsável igualmente por
alunos são empregados por empresas como a OGMA, questões de propriedade intelectual.
TAP, FAP, NAV, INAC, Airbus, No início deste mês
Aerospatiale, British Aerospace, decorreu no IST o Startup
Daimler-Chrysler, Rolls-Royce, “(...) temos de ter noção Pirates @ Lisboa, que é um
Snecma, Astrium, CERN, ESA ou que este não é o único evento de uma semana em que
Eurocontrol. Embora estejamos caminho possível” 32 piratas puderam apresentar
orientados para seguir esta via, e no as suas ideias de negócio a um
nosso mestrado, como na maioria júri. Durante a semana puderam
dos outros cursos de engenharia, assistir a vários workshops com temas como
não exista a cadeira de Empreendedorismo, temos de business model, marketing estratégico, design
ter noção que este não é o único caminho possível. thinking, pitch e personal branding, várias talks
com empreendedores e puderam discutir a sua ideia
João Noéme é um bom
com perto de duas dezenas de mentores.
exemplo doutro percurso.
Participaram neste evento alguns alunos e ex-
Após finalizar o nosso curso
alunos do nosso curso, contando similarmente com
e duma passagem pela ESA,
piratas de várias partes do país e de países como o
decidiu recuperar um antigo
Brasil, Suíça, Polónia e Eslováquia. Outras edições
projeto desenvolvido na
estão já a ser planeadas em várias partes do mundo,
JUNITEC e com outros 3 colegas lançar a UAVision, decorrendo a próxima em março na Argélia, e
uma empresa conhecida pelos quadricópteros e da certamente se voltará a realizar no nosso país.
qual é CEO. Precisamos de divulgar igualmente estes Outros eventos que podem ajudar a
projetos de alunos, não sendo o caso da UAVision desenvolver as vossas ideias em menos tempo são
certamente único. o Startup Weekend e o 3 Day Startup. O primeiro
No trabalho que desenvolvo na JUNITEC já me realiza-se anualmente em Lisboa em
deparei com vários alunos que têm ideias de negócio e
a principal dúvida é sempre como dar o primeiro
passo. A ideia deste artigo não é dar nenhuma solução
mágica mas sim apresentar várias organizações,
eventos e iniciativas que vos podem ajudar nesta fase.
Em primeiro lugar, e de forma totalmente
suspeita, recomendaria a JUNITEC. Poderão ler mais
sobre a organização noutro artigo desta revista, pelo
que não adiantarei muito mais. No IST podem
também contar com a Área de Transferência de

06
MEAer e o IST

novembro, existindo também edições no Porto e em ainda este ano. A segunda realiza alguns
Coimbra. O segundo realizar-se-á pela primeira vez no workshops que te permitirão ganhar competências
nosso país em Coimbra no para o
próximo fim de semana. desenvolvimento do
São eventos que se “(...) eventos que podem ajudar a teu projeto.
repetirão certamente em desenvolver as vossas ideias em menos Existem ainda vários
breve e que já ajudaram a
lançar várias empresas tempo são o Startup Weekend e o 3 Day eventos que te podem
inspirar, motivar e
pelo mundo. Startup.” permitir o contacto
Os concursos de inovação com empreendedores
e empreendedorismo de diversas áreas.
podem ser também uma forma de lançamento de Muitos têm surgido nos últimos meses, criando
novos projetos, beneficiando muitas vezes de bons uma dinâmica
prémios monetários. Alguns exemplos são o Prémio muito
Inovação EDP Richard Branson, o Concurso Arrisca interessante à
C e o ISCTE-IUL MIT Portugal Innovation and volta deste tema
Entrepreneurship Initiative. na cidade de
Duas outras organizações a seguir neste âmbito Lisboa. Refiro-
são a Beta-i – Associação para a Promoção da me a eventos
Inovação e do Empreendedorismo e o recém-criado semanais como
João Sem Medo Center for Entrepreneurship. A as ONE Talks,
primeira tem um interessante programa de 4 semanas mensais como as
de aceleração de ideias, o Beta-Start, que te permitirá Beta-talks e os
através de formações, mentores e outras atividades Florida After Seven, e anuais como o TEDxEdges
desenvolver a tua ideia e apresentá-las a um conjunto e o Silicon Valley comes to Lisbon.. Aproveito
de aproximadamente 30 investidores. A primeira para divulgar que a JUNITEC está a planear um
edição de 2012 está já a começar, mas outras se evento sobre empreendedorismo no IST em breve e
seguirão é parceira de um encontro mensal de
Empreendedores que
ocorre no IST, realizando-
se o próximo
no dia 28 de fevereiro
pelas 19h com 3
empreendedoras
convidadas. Mais
informações em:
facebook.com/Entrepreneu
rsCoffeebreak
Para finalizar deixo-
vos uma frase do Reid
Hoffman, fundador do
LinkedIn:
"Entrepreneurship is when
(…) you throw yourself
off a cliff and you
assemble an airplane on
the way down".

07
MEAer extra curricular

A revista aeroespacial inicia nesta edição um novo espaço inteiramente


dedicado às atividades extra curriculares. O objetivo é dar a conhecer a todos os
alunos quais as opções disponíveis para complementarem ao máximo os seus
currículos.

S3A
Secção Autónoma de Aeronáutica Aplicada

Website: http://s3a.ist.utl.pt  Texto: Diogo Vicente (Presidente da Direção)

A S3A é uma secção autónoma da AEIST, Neste sentido têm sido organizados
composta por alunos de Engenharia Aeroespacial, minicursos de aeromodelismo abertos a todos os
Mecânica e Electrotécnica. Os nossos principais alunos do IST onde partilhamos esse conhecimento
objectivos são fomentar o desenvolvimento de e experiência adquiridos.
competências técnicas e práticas no âmbito da Atualmente, vários projetos estão em andamento na
construção e projeto aeronáutico, servindo de S3A, do quais poderás fazer parte:
aplicação e complemento aos conhecimentos teóricos • Um balão de observação, cujo objetivo é estudar
curriculares bem como servir de núcleo aglutinador os movimentos das pessoas na calçada da Alameda,
das equipas participantes em atividades e competições o qual faz parte de um projeto do departamento de
de índole aeronáutica, promovendo a partilha de arquitetura;
recursos e conhecimentos, de modo a potenciar a • Um par de asas que servirão para renovar a
representação externa do Instituto Superior Técnico. actividade laboratorial da cadeira de Aerodinâmica
A S3A nasceu no rescaldo da competição Air I;
Cargo Challenge 2009 na qual participaram duas • Um UAV (veículo aéreo não tripulado) para
equipas do IST. Quando confrontadas com as mapeamento de território, em conjunto com o
dificuldades em projetar um aeromodelo funcional, instituto de sistemas e robótica;
apesar de tal já ter sido feito anteriormente por alunos • Organização do mini-curso de aeromodelismo;
do IST, e atendendo aos resultados negativos obtidos • Revista Aeroespacial;
na competição (nenhum dos aeromodelos voou) Se tens alguma ideia inovadora ou se gostarias
decidiram criar uma estrutura cujo objetivo fosse fazer parte deste grupo de alunos altamente
passar os conhecimentos adquiridos para os novos motivado, não hesites em contactar a S3A. Vai a
alunos, de forma a melhorar as participações em s3a.ist.utl.pt, preenche o formulário de candidatura
futuras competições. e envia-nos.

APAE
Associação Portuguesa de Aeronáutica e Espaço

Website: http://www.apae.org.pt  Texto: Nuno Carvalho

A Associação Portuguesa de Aeronáutica e o estudo e desenvolvimento dos temas relacionados


Espaço (APAE) foi fundada em 1996 como uma com a Aeronáutica e o Espaço, apoiando a
plataforma maioritariamente composta por alunos do cooperação e intercâmbio com outras Associações
curso de Engenharia Aeroespacial, embora aberta a nacionais e internacionais, e incentivar a ligação
qualquer um, com o intuito de promover dos jovens estudantes à indústria.

08
MEAer extra curricular

Desde a sua fundação, a APAE tem vindo a serve para introduzir conceitos physical computing,
desenvolver projetos de grande relevo, entre os quais isto é, a ligação do mundo virtual ao mundo físico,
se destacam a criação e organização do Air Cargo através de exemplos interativos. Para os mais
Challenge (ACC) e a preparação e organização das inclinados para a física, o workshop de Rockets
Semanas Aeroespaciais. Mais recentemente destaca-se introduz aos participantes a mecânica da propulsão
a criação das Jornadas de Engenharia Aeroespacial, e voo de um rocket e termina com a construção e
em que se apresenta aos alunos recém-chegados o seu lançamento de um desses projéteis.
curso e as possibilidades para o seu futuro. Mais atividades estão em preparação, como
Para o semestre que agora se inicia, a APAE tem exposições, palestras e convívios, no seguimento
várias atividades lançadas, entre as quais a Semana do grande Churrasco já realizado e devido ao
Aeroespacial, no âmbito das Career Weeks, em que se excelente feedback por parte dos participantes.
reúnem empresas do ramo de forma a aumentar a sua A Associação está sempre à procura de novas
visibilidade para os alunos. Dado o grande sucesso da ideias e de novos membros que tragam espírito de
introdução dos workshops de Arduinos e Rockets, a trabalho e dinamismo à equipa! Se estás
APAE apresenta a sua segunda iteração. Nesta edição interessado em tornar-te colaborador, tens ideias ou
irá ser dada continuidade aos temas já explorados queres saber mais sobre a APAE e as suas
anteriormente mas está prevista uma repetição da atividades visita o nosso site em www.apae.org.pt
anterior edição, havendo suficiente interesse. O ou encontra-nos no facebook
workshop de Arduinos (facebook.com/APAE.Lisboa).

JUNITEC
Júnior Empresas do Instituto Superior Técnico

Website: http://junitec.ist.utl.pt  Texto: Davis Gouveia (Presidente da Direção)

A JUNITEC - Júnior Empresas do Instituto EDP Richard Branson, tanto na edição de 2010
Superior Técnico é a júnior empresa mais antiga em como na de 2011, e no ISCTE-IUL MIT Portugal
funcionamento no nosso país, tendo sido fundada em Innovation and Entrepreneurship Initiative.
1990. Fomos pioneiros em trazer Estamos igualmente a
este movimento júnior para o desenvolver um projeto ligado
nosso país, bem como à impressão 3D, cujo protótipo
participámos na sua difusão em se pode ver na imagem e
toda a Europa através da co- estará também exposto no
fundação da JADE - Confederação MecanIST. Este carácter
Europeia de Júnior Empresas inovador e empreendedor de
sendo também membros aposta em ideias dos alunos
fundadores da JADE Portugal – levou a criação de várias
Federação de Júnior Empresas de empresas pelos nossos
Portugal. membros ao longo dos anos.
Desde o início que o nosso principal foco passou A primeira a surgir em 1992 foi a Megamedia, na
pela aposta na inovação. Ganhámos vários prémios qual a JUNITEC tinha uma participação. Esta
europeus de investigação ao longo dos anos, de que chegou a ter mais de 120 trabalhadores e um
são exemplos o Concurso Europeu de Jovens volume de negócios superior a 10 milhões de
Cientistas em 1992, Prémio Internacional Label euros, tendo sido comprada totalmente pela PT em
Technique em 1994 e o GALILEU III em 1997. Mais 2003. Outros exemplos de empresas criadas por ex-
recentemente continuámos com esta aposta, tendo membros mais recentemente são a Innovagency, a
projetos presentes nos finalistas do Prémio Inovação WIZI e a UAVision.

09
MEAer extra curricular

Paralelamente a esta atividade mais ligada ao de Mobilidade Eléctrica, o DESAFIO.E, no âmbito


desenvolvimento de novas tecnologias, ajuda também do programa do governo MOBI.E, um desafio
ao lançamento de empresas e participação em lançado pela empresa INTELI - Inteligência em
concursos e prémios de renome, onde a nossa júnior Inovação, parceira do concurso.
empresa tem prestado alguns serviços. Já fizemos Desafiamos assim os alunos de engenharia
sites, como é exemplo o do Fórum Civil e projetos aeroespacial a se juntar à nossa organização onde
ligados a electrónica. Já organizámos também algumas poderão encontrar apoio para o desenvolvimento
conferências como é exemplo do Entrepreneurship das suas ideias ou projetos, para a participação em
Day@IST no ano passado, uma parceria com a UTEN concursos de engenharia, para o desenvolvimento
Portugal que trouxe vários empreendedores ligados à de serviços e para a promoção de eventos ligados
Universidade Carnegie Mellon e à Universidade do ao empreendedorismo. Consulta o nosso site:
Texas. Já organizámos também um concurso junitec.ist.utl.pt e contacta-nos para
geral@junitec.ist.utl.pt.

FST
Projecto Formula Student NOVABASE

Website: http://fst.ist.utl.pt/website  Texto: Samuel Franco

O Formula Student é uma competição universitária continou em prova até 2005, ano em que foi
a nível mundial, criada com o intuito de melhorar as substituído pelo FST02. O FST02 esteve no ativo
competências dos alunos que nela participam. O durante apenas um ano, tendo sido substituído pelo
objetivo da competição é criar, projetar e construir um FST03, agora este com uma centralina
veículo do tipo fórmula. Durante a prova os veículos programável. Entre 2009 e 2011 o grupo do FST
são avaliados segundo duas provas: prova estática e do IST trabalhou no FST04, primeiro Formula
prova dinâmica. Nas provas estáticas, os veículos são Student elétrico em Portugal. Durantes estes dois
submetidos a rigorosos testes de design, de custo, de últimos anos, o FST04 alcançou dois primeiros
travagem, de som e de inclinação (para avaliar lugares e três segundos lugares, ficando em
possível fuga de líquidos) sempre sobre o olhar atento segundo lugar na classificação geral.
de um júri altamente qualificado. Já nas provas Atualmente está em desenvolvimento o
dinâmicas, testa-se componentes como a velocidade, Formula Student 05 (FST05), um fórmula que usa
aceleração, resistência do veículo e respetiva também um motor elétrico e contará de um chassis
economia. monocoque.
No IST este projeto iniciou-se em 2001, e em Se este é um projeto que te desperta alguma
2002 já participava na sua primeira competição, na curiosidade, sabe mais em
qual alcançou o 6º lugar. Este veículo, o FST01, http://fst.ist.utl.pt//website/ e vê como poderás fazer
parte desta grande equipa.

10
MEAer extra curricular

Reportagem “À Lupa” – Balão de Arquitetura


da S3A
Texto Samuel Franco e André Sousa Fotos André Sousa

O núcleo da revista aeroespacial inicia a partir desta edição uma rubrica fixa cujo
objetivo será analisar “à lupa” um dos muitos projetos desenvolvidos pelos diferentes
núcleos. Nesta edição começamos com um projeto da S3A, o projeto do balão de
arquitetura. A revista foi falar com o responsável do projeto, André Sousa (aluno do 3º
ano de MEAer), para ficar a par dos últimos desenvolvimentos deste promissor
trabalho.
Olá André. Desde já um muito obrigado da nossa E como está organizada a estrutura interna do
parte pela tua disponibilidade. Vamos começar pelo projeto?
início: como surgiu a ideia deste projeto do balão? André: Existem dois grandes grupos de tarefas. O
André: Desde já agradeço a oportunidade de poder primeiro relaciona-se com a construção e
transmitir o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido montagem dos protótipos, enquanto o segundo se
no âmbito do projeto do balão. foca na documentação da evolução do projeto.
A ideia deste projeto surgiu a partir de uma proposta No grupo de construção, temos elementos que
da professora Ana Tomé, do Departamento de se dedicam à construção da estrutura principal do
Engenharia Civil e Arquitetura, no sentido de protótipo, aquela que irá suportar todo o
construir uma estrutura que colocasse uma câmara de equipamento e que irá ser unida ao balão; outros
vídeo a uma altitude elevada para realização de projectam suportes que permitam a correta
filmagens aéreas. Com este montagem da câmara na
propósito em mente, foi estrutura principal.
sugerida a utilização de um A construção e
balão como meio de elevar calibração do giroscópio
toda a estrutura. é também uma tarefa a
O objetivo final deste salientar no que toca à
projeto é estudar a construção do protótipo,
movimentação de estudantes pois a estabilização da
nos espaços exteriores do câmara instalada é o
IST mediante o ponto fulcral de todo o
processamento das imagens conceito.
obtidas pela câmara. No que concerne às
E há quanto tempo tem vindo a ser desenvolvido? tarefas de documentação, há a referir que existe a
André: O projeto encontra-se em desenvolvimento preocupação de criar uma forma de comunicarmos
desde o início do 2º semestre do ano letivo 2010/2011. o trabalho desenvolvido a quem o quiser consultar,
pelo que foi criado um dossier de projeto. Desta
Quantas pessoas estão envolvidas atualmente no forma, designaram-se elementos do grupo para
projeto? modelar as peças projetadas em computador,
André: Atualmente encontram-se envolvidas 11 documentar as diversas tarefas realizadas e também
pessoas neste projeto. Contamos com elementos de expor todas as técnicas aplicadas neste trabalho,
diversos anos do curso de Engenharia Aeroespacial e um pouco à imagem de outros projetos
um dos elementos frequenta o curso de Engenharia desenvolvidos no seio da S3A.
Eletrotécnica e de Computadores.

11
MEAer extra curricular

Tem sido fácil coordenar os diferentes departamentos? S3A, dos alunos mais velhos e com mais
André: Dado o grupo de trabalho ser bastante grande, experiência neste tipo de projetos que incentivam
a comunicação e o empenho dos diversos elementos é os elementos com menos experiência a
que determina a facilidade de coordenação entre os participarem sem medos nas diversas fases de
vários departamentos. É bastante importante trabalho – afinal de contas este foi o objetivo da
que as tarefas de criação da S3A.
montagem, por A evolução do grupo
exemplo, sejam “Não só desenvolvemos conhecimentos do balão neste aspeto é
concluídas ao mesmo teóricos necessários para o projeto de observável, e as ideias
tempo, no entanto, há começam a surgir em
uma estrutura como também
uma maior liberdade no maior quantidade e as
que toca à contactamos com a dimensão prática de próprias sessões de
documentação do como fabricar o protótipo que construção já contam
projeto. Por isso, a escolhemos.” com mais elementos
coordenação dos familiarizados com as
departamentos diversas técnicas
ganha bastante importância na parte da construção dos aplicadas neste projeto.
protótipos. O apoio tem vindo também dos utilizadores do
A comunicação entre os vários elementos é feita laboratório de Aeroespacial exteriores à S3A, que
regularmente e tudo o que é realizado é comunicado à estão sempre dispostos a dar o seu contributo para
totalidade do grupo. Posso assim dizer que a a contínua melhoria dos protótipos. Tem sido
coordenação dos vários departamentos tem sido notável a ajuda do nosso colega de doutoramento
relativamente fácil. José Vale, que se encontra sempre disponível para
nos auxiliar em qualquer situação.
Já que falámos em facilidades, diz-nos agora qual foi O próprio corpo docente transmite-nos essa ajuda e
para ti a maior dificuldade que este projeto atravessou. tenho a destacar o apoio dos Professores Ana
André: Considero que a maior dificuldade deste Tomé, António Leitão e Helena Rua, do
projeto foi sentida na conclusão do primeiro protótipo, Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura,
em que verificámos que o conceito da estrutura e da que sempre disponibilizaram os meios técnicos do
estabilização com giroscópio funcionava mas laboratório de Arquitetura, ISTAR, sem os quais a
tínhamos diversos problemas a nível estrutural. Este construção dos protótipos teria sido dificultada.
foi um ponto em que tivemos de voltar novamente à
discussão de ideias e redesenhar toda a estrutura de Sendo assim, quais achas que são as principais
forma a resolver os problemas encontrados sem alterar competências adquiridas ao fazer parte de um
drasticamente o conceito que já existia e que resultava. projeto destes?
André: Acho que a principal competência que
Quando pensamos num projeto destes com tantos adquirimos é a facilidade que criamos em trabalhar
pormenores técnicos, é inevitável questionar “Mas em grupo com qualquer pessoa.
será que alunos do 2º, 3º ou até mesmo do 1º ano, Ao participar num projeto destes, crescemos não só
sentir-se-ão à vontade em entrar num projeto destes?”. tecnicamente como pessoalmente. Aprendemos
Vocês têm alguma ajuda do corpo docente? Ajuda-nos uma nova dimensão que não nos é proporcionada
a desmistificar esta ideia. nas aulas, ou seja, podemos colocar em prática
André: Para muitos elementos do grupo, este é o todas as competências adquiridas no contexto de
primeiro projeto em que participam fora do âmbito das projeto. Não só desenvolvemos conhecimentos
cadeiras do curso. Sente-se ao início algum medo em teóricos necessários para o projeto de uma estrutura
entrar no projeto e participar ativamente nas como também contactamos com a dimensão prática
discussões e sessões de construção pois é uma forma de como fabricar o protótipo que escolhemos.
de trabalho completamente nova.
Considero que o apoio mais imediato vem da própria

12
MEAer extra curricular

Falando agora na fase de desenvolvimento do projeto, Esta aplicação estende-se naturalmente a qualquer
como está a correr o plano de actividades nos outra população cujas movimentações sejam de
diferentes departamentos deste projeto? algum interesse.
André: Estamos agora a trabalhar na 2ª versão do Num âmbito mais geral, a plataforma do balão
protótipo da estrutura. poderá ser utilizada para a instalação de qualquer
Encontramo-nos em fase de testes e verificámos que equipamento, não só de uma câmara mas também
conseguimos a estabilização da plataforma onde a de sensores de natureza diversa, pelo que
câmara será instalada em condições de laboratório. admitimos que este projeto tem um grande
Os problemas que tínhamos tido com o 1º protótipo, a potencial.
nível estrutural, foram ultrapassados, tendo sido esse o
principal objetivo da
Finalmente, que conselho
construção de uma 2ª
darias a outros alunos que
versão.
estão atualmente apenas
A próxima fase será o teste
concentrados no curso e
do suporte onde a câmara
gostariam de entrar numa
será instalada e, estando
equipa motivada e
esses testes concluídos,
empenhada como esta do
poderemos avançar para os
balão?
testes em voo.
André: O conselho que
dou a qualquer aluno do
E existe alguma data
curso é que tente
estipulada para a conclusão
participar em projetos fora
do projeto?
das cadeiras de faculdade,
André: Prevemos concluir
pois ao entrar num grupo
esta versão do projeto
de trabalho como este irá
dentro em breve, pois
estar a crescer não só
encontramo-nos já a testar a
profissionalmente como
estrutura e temos obtido os
também pessoalmente.
resultados que
Tudo o que se aprende
pretendemos. Há a salientar
teoricamente nas diversas
no entanto que, mesmo
cadeiras pode finalmente
após a conclusão deste
ser aplicado sem ter de
protótipo, iremos continuar
esperar pelo final do
a introduzir melhorias, uma
curso.
vez que têm surgido
Para quem gosta da área
diversas ideias que permitem melhorar as de projeto aeronáutico, um grupo como o do balão
características do balão. permite-vos não só pôr em prática as vossas ideias
mas também conhecer pessoas que, tal como vocês,
Relativamente às potencialidades deste projeto, quais pretendem ganhar e aprofundar conhecimentos e
achas que serão as suas principais aplicabilidades? que partilham o vosso interesse!
André: A principal aplicação deste projeto será o
estudo da movimentação de estudantes nos espaços A revista aeroespacial agradece uma vez mais o teu
exteriores do IST, mediante a utilização de vários importante testemunho.
balões. O objetivo inicial é efetuar testes sobre o
campo de jogos da Alameda, observando os
movimentos de um jogo de ténis, por exemplo.

13
MEAer na 1ª pessoa

Experiência BEST: “Super Gear is almost here!”


Texto Sara Andrez Fotos Sara Andrez e http://www.best.eu.org

No meu caso foi muito interessante conhecer


uma cultura tão diferente, e claro, não só uma,
mas muitas ao mesmo tempo, porque há o cuidado
de assegurar a variedade, portanto, é ver a Europa
condensada num só grupo.
Na minha opinião, como qualquer programa
de intercâmbio, é saudável e quase obrigatório,
pelo menos uma vez, cada um descolar-se da sua
A minha experiência de mobilidade foi através área de conforto, dos seus amigos habituais, e ir,
do BEST. sozinho, conhecer novas paragens.
O curso learning era sobre soldadura: "Super Mas preparem-se, diz que temos de optar por
Gear is Almost here! ", em duas de três: vida social,
Riga, Letónia. estudo e sono. Pois bem,
A mim, impressionou-me no BEST, desse trio
como tudo o que íamos fazer odemira, o elemento
durante 15 dias estava rejeitado é sem dúvida: o
estipulado sono! Adeus!
ao milímetro. Imagino os
meses que passaram
dedicados a arranjar
actividades para fazermos. E
não pensem que o
entusiasmo é só da nossa
parte! A organização do
BEST também fica muito curiosa em conhecer
aqueles que os impressionaram com as suas cartas
de motivação!
E não há tempos mortos: o tempo é precioso e
parece esticar: aulas, trabalhos de grupo,
laboratórios, projectos, visitas a fábricas, visitas a
empresas metalúrgicas, actividades desportivas,
visitas guiadas pela cidade, rally paper, noites
temáticas!
Por estar tudo tão bem organizado, dá-nos a
nós, participantes, o à vontade para que possamos
estar totalmente descontraídos e somente....
aproveitar! (o que já não é pouco!)

14
MEAer na 1ª pessoa

O percurso de um aero 2001


Texto Via Aerofórum (http://aeroforum.ist.utl.pt) Fotos http://blog.seattlepi.com/aerospace

“Recebi este convite por email e gostei de ver meses como trabalhador-estudante a trabalhar 20h
finalmente uma plataforma que liga os antigos alunos por semana, tendo tempo suficiente para terminar a
aos atuais alunos. Quando era aluno senti essa falta e tese. Durante esse tempo fiz 4 entrevistas de
senti-me desorientado quanto ao meu futuro enquanto emprego para que quando me formasse continuasse
enfiava a cara nos livros de Aerodinâmica e por lá como subcontratado já que não havia ofertas
Termodinâmica. para direto, e consegui 3 propostas. Decidi-me pela
Frequentei o curso de Engenharia Aeroespacial vaga de "stress engineer of the primary structure of
no ramo de Aeronaves entre 2001 e 2007 tendo já the fuselage of the A380".
terminado dentro do programa Hoje trabalho há já 2 anos
Licenciatura+Mestrado. como engenheiro de stress
Para isso atrasei 1 ano a do A380, que consiste em
conclusão do curso e foi a melhoramentos da
melhor coisa que fiz, pois estrutura primaria,
cá fora, poder mostrar um trabalho com GLARE, e
diploma de Mestre conta hoje sou responsável por
muito!! alguns painéis da
Durante esse ano tive a fuselagem. Faço muitas
oportunidade de fazer um continhas à mão, assim
estagio de 1 ano na Airbus como em CAE. Tou a
em Hamburgo, na adorar o meu trabalho e
Alemanha. Arranjei o não me vejo a fazer outra
estagio através do IAESTE coisa tão cedo.
e desde então ainda estou
por cá. No estágio Conselhos que posso
trabalhei integrado numa dar para quem quer
equipa apenas de trabalhar com análise
engenheiros da Airbus. O estrutural:
departamento era 1. Aprendam a programar
responsável pelo desenho e no Excel com macros
certificação dos armários 2. Aprender a mexer no
dos A340 e A330. Devo PATRAN/NASTRAN
confessar que não era a Adicionando estes 2
área na qual sonhava conhecimentos ao
trabalhar, currículo de aero, vão
mas não teve preço estar dentro da Airbus, e ainda por cobrir 95% das ofertas de emprego em análise
cima na Alemanha. O estágio era inicialmente de 6 estrutural.”
meses, mais foi prolongado mais 6 meses pois o meu
chefe queria que lhe indicasse alguém para me Boa sorte a todos!
substituir (requisitou alguém de aero) e eu indiquei-me Abraço,
a mim próprio, pois tinha ainda que terminar a tese de
mestrado e nao precisava ir logo embora. Assim fiquei JoãoBernardo Assis de Almeida
mais 6 Aero 2001”

15
MEAer e Portugal

CIJE 2012 – 1º Congresso Ibérico de Jovens Engenheiros


Texto Ana Macedo Fotos http://www.facebook.com/cije2012

Numa altura em que é cada vez mais difícil O objetivo deste encontro é promover a
encontrar meios de ter sucesso após concluir um curso participação dos Jovens em todos os domínios da
universitário, torna-se importante tomar conhecimento vida profissional. Os temas falados serão, para
de oportunidades que podem surgir para quem tem além do Empreendedorismo, também a
tantas ideias mas tão poucos meios de as concretizar Internacionalização, as Relações Transfronteiriças,
(ou mesmo experiência no assunto). Com isto, não a Empregabilidade e a Inovação e Sustentabilidade.
basta ter um curso feito O programa dos
com boa média. É preciso 3 dias encontra-se na
dar a entender que se é página oficial,
inovador, versátil, saber contando-se uma
trabalhar em equipa e visita à cidade de
estar a par do que de facto Braga entre as
acontece no “business atividades.
world”. Para participar com
Neste sentido, o alguma comunicação,
empreendedorismo é a os jovens devem
palavra-chave. E como enviar para o mail
muitos não sabem o que cije2012@oern.pt um
está adjacente a este texto-resumo da
conceito, a Ordem dos mesma até 15 de
Engenheiros (Região março, acompanhado
Norte) e o Colegio de de um currículo. Para
Ingenieros de Caminos, complementar a
Canales y Puertos da inscrição pode ser
Galiza lançam um submetido um vídeo a
congresso que se realiza apresentar as ideias.
no fim de semana de 18 De referir ainda que a
de maio, aberto a todos os Ordem dos
jovens estudantes de Engenheiros fez em
engenharia. 2011 75 anos,
O congresso realiza-se naquela que é a Capital continuando este ano as comemorações, com ciclos
Europeia da Juventude este ano – Braga – na marcante de conferências “Engenharia - Que Futuro?”.
sala de espetáculos Theatro Circo.

16
MEAer e Portugal

História da aviação comercial em Portugal


Texto Pedro Albuquerque Fotos Fontes*

Fundação A TAP faz parte da maior aliança de companhias


A aviação comercial em Portugal teve o seu princípio aéreas do mundo – a Star Alliance – desde 2005 e
com o ato de criação dos Transportes Aéreos adquiriu a sua maior competidora nacional, a
Portugueses a 14 de março de 1945. Um ano depois a Portugália Airlines, ao Banco Espírito Santo, em
companhia comprou os primeiros aviões e o seu voo 2007. A marca TAP vai hoje muito para além da
inaugural ligou as duas capitais ibéricas num Douglas companhia aérea, o Grupo TAP inclui hoje a TAP
DC-3. Portugal, a Portugália Airlines, a TAP Serviços, a
TAP Manutenção e Engenharia entre várias outras
empresas ligadas ao setor da aviação como são a
Groundforce, a CateringPor, a Megasis e a UCS.

Privatização
A TAP foi privatizada em 1953, tendo dois anos
depois adquirido dois Super-Constellation que vieram A TAP M&E possui hoje um reconhecido
diminuir os tempos de viagem. Os míticos Caravelle centro de manutenção na Europa (em Lisboa) e tem
começaram a ser introduzidos em 1962 no serviço ainda os dois principais centros de manutenção de
para Madrid e depressa passaram a fazer ligações a aeronaves na América do Sul (Rio de Janeiro e
África. Porto Alegre). Na TAP M&E de Lisboa vários
Em 1967 a TAP tornou-se na primeira companhia Engenheiros Aeroespaciais formados no Instituto
aérea europeia a operar uma frota exclusivamente de Superior Técnico mostram o seu valor.
aviões a jato.

Nacionalização
Com o processo de nacionalização que teve lugar
depois do 25 de Abril de 1974, a companhia alargou a
sua atividade à manutenção tornando-se num dos mais
conceituados centros de manutenção do mundo. Nesta Atualidade
altura a companhia muda de nome e logótipo para Com excelentes resultados nas suas rotas para a
TAP Air Portugal. Foi ainda nos anos 80 que América do Sul e para África (principalmente junto
estiveram em operação dois Boeing 747 adquiridos do mundo lusófono), a TAP afirma o aeroporto de
pela TAP. A partir dos anos 90 a companhia renovou Lisboa como um hub estratégico no contexto das
a sua frota e possui hoje uma frota jovem, totalmente ligações
constituída por aviões da europeia Airbus.

17
MEAer e Portugal

Europa-América do Sul e Europa-África (a companhia corrente ano de 2012, temendo-se que a integração
opera 75 frequências semanais para cada um destes num grupo concorrente estrangeiro possa levar ao
continentes, e tem perspetiva de continuar a expandir fim da marca TAP, uma marca “Portuguesa, com
a sua operação). A TAP foi ainda no ano de 2010 a certeza”.
maior exportadora portuguesa.
A TAP foi eleita em 2011 pela World Travel Awards
a Companhia Aérea Líder para África pela 1ª vez e
pela 3ª ocasião Companhia Aérea Líder para a
América do Sul. Ao mesmo tempo é reconhecida
como a melhor companhia aérea da Europa pela
revista norte-americana Global Traveller. Além disso
a companhia já tinha sido distinguida pela Jet Airliner
Crash Data Evaluation Center como a 4ª companhia
aérea mais segura do mundo.
Aguarda-se a privatização do Grupo TAP para o

Fundação a 17 de Junho, a companhia obteve o Certificado


A SATA, Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos de Operador Aéreo. O seu licenciamento e
foi a primeira companhia aérea privada portuguesa e certificação efetuou-se segundo a exigência dos
foi criada em 1947. regulamentos da União Europeia.
Em 1995, depois de 50 anos de voos inter-ilhas, a
SATA Air Açores SATA iniciou voos não-regulares (charter),
Inicialmente foi constituída como empresa privada, utilizando o Boeing 737/300 para operadores
mas o estatuto da empresa SATA evoluiu, em 17 de turísticos nacionais e estrangeiros. Desde janeiro
outubro de 1980, para uma empresa pública sob tutela de 2000, os voos para os EUA e Canadá passam a
do Governo Regional dos Açores passando a designar- ser realizados pela SATA Internacional que
se Serviço Açoriano de Transportes Aéreos, Empresa presentemente opera nestas rotas os Airbus A310-
Pública, embora mantendo a sigla SATA. Foi 300.
adquirida ao Grupo Bensaúde, ficando 50% das ações
a pertencer ao Governo Regional dos Açores e, as Actualidade
restantes, à TAP Air Portugal, EP. A SATA opera hoje ligações entre todas as 9 ilhas
dos Açores e ligações à Madeira, Canárias e Faro
SATA Internacional através da SATA Air Açores e ainda ligações a
A SATA Internacional é uma companhia subsidiária Amsterdão, Estocolmo, Lisboa, Londres, Frankfurt,
da SATA Air Açores, licenciada para operar voos no Madrid, Manchester, Oslo e Porto na Europa, e a
exterior dos Açores. Resultou da aquisição e Boston na América do Norte por intermédio da sua
transformação, em 1994, da companhia de táxi aéreo subsidiária SATA Internacional.
Oceanair.
A 19 de março de 1998 a sua razão social foi
alterada de Oceanair para SATA Internacional e,

18
MEAer e Portugal

aeronaves começaram a fazer as ligações entre


Lisboa e as cidades espanholas de Sevilha, Málaga,
Fundação Vigo, Bilbao e A Coruña.
A ideia de criar uma nova empresa no mercado da
aviação comercial nasceu em 1987, por iniciativa da
Coopav - Cooperativa de Pilotos, da Transconsult -
Gabinete de Estudos e Projectos no sector dos
Transportes e do Grupo Espírito Santo. O projeto foi
concretizado um ano mais tarde com a criação, a 25 de
julho de 1988, de uma sociedade anónima de capitais
exclusivamente portugueses e privados.
A gestão eficaz e rigorosa, o empenho da sua
equipa e o compromisso de qualidade para com os
passageiros valeram-lhe o reconhecimento
internacional, de que faz prova a atribuição do
título Melhor Companhia Aérea Regional da
Europa em 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006 e
o Prémio Best Cabin Staff da Europa, da Skytrax,
em 2005.
A Companhia só começou a operar em 1990. A Em 2005 a PGA abriu o seu hangar de
cidade do Porto foi o destino do primeiro voo oficial, manutenção e engenharia no aeroporto de Lisboa,
operado por um Fokker 100, que partiu de Lisboa no concluído com sucesso um sonho antigo que veio
dia 7 de julho desse ano. Nesse mesmo dia foi ainda contribuir de forma significativa para os bons
inaugurada a rota Lisboa/Faro. resultados dos anos subsequentes.

Crescimento e Reconhecimento Novo Modelo de Negócio


Depois de muitas dificuldades nos primeiros anos, a Em meados de 2007, a PGA integra o Grupo TAP
compra dos jatos Embraer 145 vieram trazer uma nova e assume um novo modelo de negócio. A
dinâmica e os resultados positivos começaram a Companhia deixa de trabalhar autonomamente no
aparecer, alicerçados em rotas para toda a Europa mercado regional, passando a de uma lógica de
ocidental e norte de África. A PGA tornou-se Grupo, como provedora de capacidade de voo
rapidamente na maior competidora da TAP, através do aluguer das aeronaves em exclusividade
disputando rotas até então operadas em exclusividade à TAP. Apesar da existente relação contratual,
pela companhia de bandeira portuguesa. PGA e TAP são empresas independentes que
mantêm a sua identidade jurídica dentro do mesmo
Grupo. O Serviço de Manutenção e Engenharia da
PGA mantém-se igualmente independente da TAP.
Também neste serviço, um largo número de
Engenheiros Aeroespaciais formados no Instituto
Superior Técnico encontram saída profissional.

Em 2001, foi criada a marca PGA Express, que


funciona com duas aeronaves Beechcraft 1900D em
sistema de wet leasing da OMNI à PGA. Estas

19
MEAer e Portugal
Crescimento
A empresa registou um crescimento acentuado nos
últimos anos, tendo sido considerada uma das 500
empresas europeias que mais cresceu entre 2007 e
2009.
Desde então a euroAtlantic operou e opera ao
serviço de várias companhias, entre as quais Air
Madagascar, Bangladesh Airlines, Linhas Aéreas
Fundação de Moçambique e STP Airways (linhas aéreas de
A euroAtlantic airways é uma empresa de aviação São Tomé e Príncipe), companhia detida em 38%
comercial internacional não-regular, registada em pela euroAtlantic.
Portugal e que opera nas mais diversas rotas no O seu website, disponível em 11 línguas diferentes
Atlântico Norte (EUA e Canadá), Caraíbas, Américas mostra que a euroAtlantic aposta forte no mercado
Central e do Sul, África, Médio Oriente, Pacífico, global como forma de se afirmar entre os melhores
Austrália e Oceânia. no seu ramo.
Fundada com o nome de Air Zarco em 25 de agosto
de 1993, a companhia adotou primeiro o nome de Air
Madeira até 17 de maio de 2000, data em que o
memorando da sociedade foi alterado por registo
notarial e foi adotado o atual nome de euroAtlantic
airways - transportes aéreos s.a.

OMNI Aviação e Tecnologia que focou a atividade


Fundação da White em operações de wet leasing para o
A White Airways é uma companhia aérea de voos mercado da aviação executiva, tendo clientes como
charter que nasceu de uma parceria entre a TAP chefes de estado, clubes de futebol e voos charter
Portugal (75%) e o Grupo Abreu (25%) no ano de em parceria com agências de viagem para destinos
2005. no México, República Dominicana, Cabo Verde,
entre outros.
Atualidade Presentemente, a companhia está a preparar a
Em 2006, a companhia foi adquirida pelo grupo operação de voos regulares para aqueles que já são
os seus destinos mais comuns, nomeadamente na
América Central.

* Fontes:
http://www.tapportugal.com/Info/pt/FrotaHistoria/Historia http://www.wikipedia.org/
http://www.sata.pt/pt-pt/sata/grupo-sata http://wwwnovas.blogspot.com/2010/10/aviao-dc3-
http://www.portugalia-airlines.pt/historia.php dakota.html
http://www.euroatlantic.pt http://www.portugalspotters.org/
http://www.flywhite.eu

20
MEAer e o mundo

Rubrica Sobrevoando o Passado – DC-3, um


marco na história dos transportes aéreos
Texto Diogo Monteiro Fotos http://www.starksravings.com/dc_3

O Douglas DC-3 foi um avião marcante, para direto entre Nova Iorque e Chicago, este
muitos o melhor avião do seu tempo. Sem dúvida teve apresentava uma segurança em voo ausente em
um papel central na história da aviação liderando o todas as outras aeronaves comerciais, levando a
passo na revolução dos transportes comerciais uma redução substancial do número de acidentes
americanos. Mais tarde, perante as suas reconhecidas nos céus americanos. Trata-se de um avião bem
capacidades, foi adaptado também para fins militares maior que o DC-2 que oferecia agora a
pelo nome de C-47 e R4D. possibilidade de transportar 28 passageiros para
A história desta aeronave remonta ao voos diurnos e 14 para voos noturnos, com todas as
final dos anos 30, durante a comodidades. O modelo
mundialmente conhecida padrão disponibilizado a
“Grande Depressão”. Na partir de 1936 estava
altura a aviação comercial equipado para uma
americana era capacidade de 21
essencialmente dominada passageiros. O sucesso
por duas aeronaves: Douglas desta aeronave foi
DC-2, um avião rápido e imediato, sendo que em
tecnologicamente avançado 1939 cerca de 80% dos
para o seu tempo, mas voos comerciais nos
pouco confortável para os Estados Unidos da
seus passageiros, e Curtiss América eram realizados
Condor, que apresentava todas as comodidades de um nos DC-3. Foi desta forma e com esta aeronave que
avião de luxo incluindo até cabines privadas, mas que surgiram as primeiras companhias áereas a
pecava pelo seu fraco desempenho aeronáutico. Para conseguir gerar lucro sem que fosse necessário apoio
Cyrus Rowlett Smith, Presidente da American de contratos governamentais, deu-se assim um passo
Airlines, não era suficiente, apesar das várias fundamental no desenvolvimento do transporte aéreo
vantagens destas aeronaves em relação ao Boeing 247. não só americano mas também a nível Mundial.
Smith pretendia um avião que permitisse a rápida Mais tarde a pedido da US Airforce e US Navy
performance do DC-2 e ao mesmo tempo o conforto foram desenvolvidos modelos militares deste avião,
apenas disponível nos Condor. Para além disso uma com o nome de C-47 e R4D, que serviram
grande ambição do Presidente da American Airlines essencialmente para transportes durante a Segunda
era ter um avião que conseguisse voar de Nova Iorque Guerra Mundial.
até Chicago sem escalas para reabastecimento. Não foi Mais de 70 anos depois do seu primeiro voo
fácil convencer Donald Douglas para projetar uma pensa-se ainda haver cerca de 200 DC-3
nova aeronave tendo em conta que o DC-2 tinha sido operacionais maioritarimente ao serviço de pequenas
introduzido recentemente e que o investimento transportadoras de mercadorias. Na exposição
exigido era dificilmente suportável. C.R. Smith não estática do Museu do Ar é possível ver uma versão
desistiu à primeira e a 17 de dezembro de 1935 C-47 da Força Aérea Portuguesa utilizado na guerra
Douglas DC-3 fazia o seu primeiro voo de teste. do ultramar. Douglas DC-3 é um avião que ficará
Veio-se a revelar uma aposta acertada por parte para sempre na história e um intemporal orgulho
dos que acreditaram na construção do DC-3. Para americano.
além de ser o primeiro avião a conseguir fazer um voo

21
MEAer e o mundo

Arquitetura Legislativa da EASA


Texto Pedro Albuquerque Fotos Fontes*

Part-145 Maintenance Organisation Approval


Para se ser distinguido como um centro de
reparação aeronáutica, uma organização tem de
escrever, enviar e manter atualizado a
„Maintenance Organisation Exposition‟ (MOE).
Para lhe ser concedida a Part-145 a MOE deve
estar sustentada num conjunto de procedimentos
A EASA, European Aviation Safety Agency, em documentados. Finalmente, as organizações
português, Agência Europeia para a Segurança na deverão possuir uma matriz de conformidade para
Aviação foi criada em 2002 e é um pilar da estratégia ilustrar que os requisitos da Part-145 são
da União Europeia em matéria de segurança na cumpridos. A TAP Portugal e a Portugália Airlines
aviação que veio uniformizar a legislação aeronáutica são exemplos nacionais de organizações com este
europeia. A sua missão passa por promover as mais tipo de certificação.
elevadas normas comuns de segurança e proteção
ambiental no setor da aviação civil, de igual modo Part-M Continuing Airworthiness
com a congénere norte-americana FAA (Federal A Part-M é constituída por várias subpartes. São de
Aviation Administration). destacar a subparte F (manutenção de aeronaves
Aproveito para dar os parabéns a todos aqueles que se abaixo de 5,700kg em ambiente não comercial), G
estão a dar ao trabalho de ler este artigo – que, muito (coordena o cumprimento do programa de
embora o seu título pouco apelativo – é algo manutenção, as diretivas de aeronavegabilidade
fundamental em qualquer setor de atividade (airworthiness directives) e os boletins de serviço
aeronáutica na Europa. (service bulletins)). A TAP Portugal e a Portugália
Airlines são também detentoras desta certificação.
REGULAMENTOS:
Part-147 Training Organisation Requirements
Part-66 Certifying Staff, Aviation Maintenance Para se aliar à Part-66 na emissão de licenças para
License Training Técnicos de Manutenção de Aeronaves (TMAs), a
Na Europa, o pessoal de certificação de aeronaves de Part-147 governa a situação mais ampla de
manutenção tem de cumprir com a Part-66 da EASA. estabelecimento de uma escola de formação.
Type Rating A (mecânico de manutenção de linha):
esta licença habilita o TMA a retificação de tarefas Part-21 Subpart J Design Organisation Approval
simples, dentro de limites claramente definidos, (DOA)
restringindo as suas atividades a tarefas previamente Organização de projeto (design) é responsável pelo
realizadas numa organização Part-145. projeto de aeronaves, motores, hélices, APUs e
Type Rating B1 (mecânica) /B2 (aviónica) outras peças e sistemas aeronáuticos.
(mecânico de manutenção de linha): Permite ao seu A empresa OGMA, Indústria Aeronáutica de
titular emitir certificados de aptidão que incluem a Portugal, SA, é detentora desta certificação, o que
estrutura da aeronave, motores e sistemas mecânicos, permite à sua Secção de Engenharia, Projeto e
elétricos e aviónicos. Modificações projetar modificações, conferindo-
Type Rating C (mecânico de manutenção de base) lhe mesmo a autonomia para aprovar alguns dos
Permite ao seu titular emitir certificados de aptidão seus próprios projetos.
para serviço após a manutenção de base de uma
aeronave. Part-21 Subpart G Production Organisation
Approval (POA)
Uma organização com este tipo de certificação está

22
MEAer e o mundo

aprovada a construir e certificar peças de aeronaves


quando possui um acordo com uma organização
DOA. Uma peça de uma aeronave pode ser certificada
através do preenchimento de um formulário próprio
(designado de EASA Form One).

CERTIFICAÇÃO:
Em substituição das JAR (Joint Aviation Regulations)
e das JAA (Joint Aviation Authorities), a EASA criou
as CS (Certification Specifications). Existe um
documento legislativo para cada categoria de aeronave
que define os parâmetros técnicos qualitativos e
quantitativos que levam à aprovação do projeto. A
título de exemplo cite-se a CS-25 (Certification
Specification for Large Aeroplanes) e a CS-23
(Certification Specification for Normal, Utility,
Aerobatic and Commuter Aeroplanes).

VOCABULÁRIO ÚTIL:
AD – Airworthiness Directive (diretiva de
aeronavegabilidade): é uma notificação aos
proprietários e operadores das aeronaves no sentido de
alertar para uma deficiência que pode haver num
determinado modelo de aeronave, motor, sistema
aviónico ou outro sistema existente que tem de ser
corrigido.
AMM/CMM – Aircraft/Component Maintenance
Manual (manual de manutenção da aeronave/ do SB – Service Bulletin (boletim de serviço): Um
componente): estes manuais definem os boletim de serviço contém uma recomendação do
procedimentos de revisão, instalação, remoção, fabricante para o proprietário da aeronave, e que,
inspeção, reparação e modificação de cada muitas vezes, reflete questões que devem ser
componente da aeronave, sendo o AMM da autoria do aplicadas num determinado período de tempo.
fabricante da aeronave e o CMM da autoria do TC – Type Certificate (certificado tipo): é um tipo
fabricante da peça em questão. de certificação conferido pelas autoridades
aeronáuticas (e.g. ANAC, EASA, FAA, etc) aos
fabricantes das aeronaves depois de se ter
comprovado que o projeto de determinada
aeronave civil, ou componente dessa aeronave for
considerada conforme os critérios de
aeronavegabilidade aplicáveis. Geralmente as
aeronaves militares não têm de cumprir estes
requisitos, competindo às respetivas Forças
Armadas a definição dos regulamentos a cumprir.

* Fontes:

http://www.easa.europa.eu
http://www.aircraftmechaniccareers.com/aviation-mechanic-
topics.html
http://pptfresh.com/aviation/page/4/

23
MEAer e o mundo

Airbus Inovando para o Futuro: Biomimética


Texto Samuel Franco Fotos http://www.thefuturebyairbus.com

Qual é a relação entre o velcro, o fato de pele de gotas de água, levando consigo todas as impurezas.
tubarão do Michael Phelps e o maior avião comercial Ora este efeito aumenta a higiene e diminui a
do mundo (A380 da Airbus)? A resposta está nos mais quantidade de água gasta em limpeza. Este
recentes estudos e desenvolvimentos realizados por revestimento, ao ser também mais leve, reduz o
engenheiros, arquitetos e peso da aeronave e
cientistas no que toca à sua consequentemente a
relação com o meio “(...) ideias inovadoras provenientes quantidade de
ambiente, isto é, ideias daquilo que podemos aprender com o combustível gasta, bem
inovadoras provenientes meio natural, e não daquilo que como a quantidade de
daquilo que podemos
aprender com o meio conseguimos extrair dele.” emissões de carbono. Este
tipo de revestimento já é
natural, e não daquilo que usado nas superfícies das
conseguimos extrair dele. casas de banho dos aviões da Airbus, e está
Sumariamente, é esta a ideia em que uma das atualmente a ser estudada a possibilidade de o usar
mais recentes áreas da ciência se baseia – no exterior das aeronaves.
Biomimética ou, por outras palavras, engenharia
baseada na Biologia. Desmistificando, a Biomimética Superfícies de asa móveis:
é o estudo e a imitação das melhores ideias da Da mesma forma que as aves marítimas sentem
natureza para ajudar o homem a equacionar alguns dos diferentes rajadas de vento com os seus bicos,
problemas com que se depara atualmente. ajustando consequentemente a configuração das
Na Indústria Aeronáutica existe um número cada vez suas asas e penas para manterem a sustentação,
maior de inovações inspiradas nesta ciência e estes dispositivos eletrónicos dispostos no nariz do novo
padrões do mundo natural continuarão a constituir Airbus A350 XWB detetam antecipadamente
uma forte fonte de estudo para futuros projetos. A alterações repentinas da velocidade do vento para
Airbus apresenta-nos alguns desses exemplos: que as superfícies móveis da aeronave sejam
abertas de modo a concluir um voo mais eficiente,
poupando desta forma mais combustível e
Efeito Lótus: reduzindo as emissões.
A superfície
de uma folha de
Lótus evoluiu de
forma a mantê-la
seca e limpa,
fazendo com que
as gotas da água
da chuva
escorram ao longo
de toda a folha,
por forma a levar consigo toda a sujidade. Conhecido
como o “Efeito de Lotus”, estas propriedades
inspiraram engenheiros e cientistas a desenvolver
Winglets inspirados nas aves de rapina:
revestimentos para equipamentos de cabine que, em
Se as asas das aves de rapina – como por exemplo
contato com a água, escorrem igualmente em forma de
as da Águia da Estepe – forem muito longas, o seu
círculo de viragem será muito grande para caber

24
MEAer e o mundo

dentro das colunas de ar ascendente que elas sido construídos modelos em computador destas
habitualmente usam para subir. O que normalmente aves em voo e posteriormente refinados em túneis
acontece é que estas aves recorrem às pontas das suas de vento.
asas, enrolando-as de forma a que fiquem numa
posição quase vertical (“curling”), fazendo com que se
forme uma barreira contra o vórtice com origem nas
colunas de ar, para um voo eficiente. Fazendo agora a
ponte com o Airbus A380, se este tivesse sido
desenhado da maneira convencional, teria uma
envergadura com cerca de três metros a mais do que é
permitido para a maioria dos aeroportos. Mas devido a
estes pequenos dispositivos chamados “winglets”, que
imitam fielmente a curvatura para cima das penas da
águia, o Airbus A380 está 20 cm dentro dos limites
dos aeroportos e ainda proporciona sustentação tal que
faz com que o maior avião de passageiros do mundo Pele de tubarão:
voe de uma forma altamente eficiente. Todos nós já ouvimos falar do fato de banho de
pele de tubarão do atleta Michael Phelps. Então e
se aplicássemos os mesmos princípios à Indústria
Aeronáutica? Pois bem, as pequenas escamas do
tubarão são recortadas por pequenas estrias que
reduzem a sua resistência à água, poupando assim
energia para procurar alimento.
Há mais de trinta anos que a pele de tubarão
tem vindo a ser investigada e testada por
Engenheiros Aeroespaciais no sentido de ver qual
poderá ser a sua aplicabilidade no futuro. Recentes
estudos mostram que esta característica poderá ser
utilizada em tintas e revestimentos exteriores de
aeronaves, já que ao imitar as pequenas escamas do
tubarão há uma diminuição da resistência ao atrito
– do ar ou da água – e, consequentemente, poupa-
O voo silencioso da coruja: se mais combustível e reduz-se na emissão de
A Airbus está a realizar estudos ao voo das corujas gases.
para tentar saber como é que estas aves atacam as suas
presas tão silenciosamente. O que atualmente se sabe
é que estas aves são silenciosas porque manipulam o
fluxo de ar através do ângulo de aproximação à presa
e da disposição especial das penas nas suas pernas. A
Airbus está a trabalhar em melhoramentos no seu
A380, e espera conseguir aplicar algumas destas
pesquisas no trem de aterragem desta aeronave. A
empresa acredita que se conseguirem resultados
positivos, isto poderá mudar drasticamente o ruído Estes são assim alguns dos exemplos
causado pelas aeronaves no futuro. apresentados pela Airbus. Mas mais do que
A Airbus tem realizado vários estudos a diferentes exemplos, são soluções verdes, soluções que
tipos de corujas, em colaboração com a Airbus Noise protegem o nosso planeta e elevam a engenharia a
Technology Centre – University of Southampton. Têm um novo patamar: a eco-eficiência.

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MEAer e o mundo

O Aero Buzz pretende ser uma secção da revista onde


figuram as notícias mais relevantes do mundo aeroespacial.
Aqui ficam algumas das notícias que têm marcado nos últimos
tempos a indústria e o mundo.

Texto Diogo Monteiro Fotos http://www.nortavia.com e http://www.worldwide-military.com

O adeus do ‘Carro Aéreo’ da FAP


No passado dia 6 de dezembro a Força Aérea
Portuguesa prestou uma última homenagem ao
CASA C-212, conhecido Aviocar, despedindo-se
assim desta aeronave e da Esquadra 401
Cientistas, encarregue das suas operações. Foi
um avião que marcou a história da FAP no pós-
ultramar destancando-se em várias missões como,
por exemplo: reconhecimento fotográfico, busca e
salvamento, transporte interilhas, evacuação
sanitária, entre outras. Também foi a aeronave
destacada para o apoio e controlo do derrame
causado em 2003 pelo petroleiro Prestige ao largo
da Galiza, um acidente de larga escala ainda hoje
lembrado. É o Adeus ao Aviocar, uma aeronave
que vai deixar saudades mas que parte com o
sentimento de missão cumprida!

Projecto: Dirigível português


O protótipo de um novo dirigível de fabrico
português, concebido para missões de socorro em
cenários de catástrofes naturais e ajuda humanitária,
voou em público pela primeira vez, no Edifício da
Alfândega do Porto. A segurança e a ecologia são as
principais mais-valias deste “sexto meio de
transporte”, segundo o Comandante Cassiano
Rodrigues, presidente da Nortavia e mentor do projeto
Nature Friendly Airship Program(NFAP), orçado em
4 milhões de euros. Com capacidade para descolar e
aterrar verticalmente, o Gaya é particularmente
adequado para missões em locais remotos e países em
vias de desenvolvimento.

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MEAer e o mundo

Maior evento aeroespacial da Ásia ocorre em fevereiro


Entre 14 e 19 de fevereiro decorre o Singapore mais diversas nações. Na edição de 2010 os
Airshow, um dos três maiores eventos deste tipo no acordos feitos durante o evento ascenderam ao 10
Mundo. Para além de permitir mostrar a toda a biliões de dólares. A nível de exibição de voo
comunidade aeronáutica os últimos gritos tecnológicos destaca-se a presença dos Roulettes da Força Aérea
da área, serve também como uma excelente Australiana, entre outras formações de acrobacia
plataforma de negócio para as empresas aeroespaciais, aérea. Neste evento também haverá uma secção
estando sempre presente altos representantes das mais única dedicada aos UAV (unmanned aerial
conhecidas companhias aéreas, figuras importantes da vehicle), uma tecnologia muito explorada hoje em
politica internacional e também líderes militares das dia e que se acredita ser o futuro da aviação militar.

Terra poderá deixar de ser alvo de asteróides num futuro próximo


Está ser levado a cabo pelo Instituto de Pesquisa
Planetário em Berlim um projeto europeu,
“NEOshield”, que decorrerá durante os próximos três
anos e que tem como objetivo estudar métodos para
evitar que ameaças estelares, como por exemplo
asteróides, atinjam a superfície terrestre. Já existem
várias técnicas a ser discutidas, entre elas o “Tractor
de Gravidade” que visa utilizar uma nave com um
propulsor de iões de longa duração para manter a
distância entre esta e o objeto indesejado. Assim,
devido à atração gravitacional, seria possível desviar o
asteróide da sua trajetória. Outra técnica muito falada
é o “Desvio por Explosão”, que não é mais do que
causar explosões nucleares na superfície dos
asteróides de forma a fragmentá-lo.

Para além de eco-friendly, ainda bate recordes!


distância na classe de aviões com peso entre 200 e
250 toneladas. Afirma-se que este voou 19.835 km
sem paragens entre Seattle e Dhaka, no
Bangladesh, quebrando assim o anterior recorde do
Airbus A330 situado nos 16.903 km. Conseguiu
ainda establecer o record da mais rápida volta ao
mundo em cerca de 42 horas e 27 minutos, sendo
que esta se trata de uma nova marca nunca tentada
por outro avião da sua classe. O Boeing 787
Dreamliner é conhecido pela sua capacidade de
Segundo informações da Boeing, recentemente a poupança de combustível, intitulando-se de eco-
sua coqueluche 787 Dreamliner bateu dois recordes friendly, essencialmente por ser todo construído à
mundiais de velocidade e base de novos materiais compósitos muito leves.

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MEAer e lazer

Sabias que...
A NASA também aderiu às redes sociais
e acaba de lançar um jogo para esta
plataforma? SPACE RACE BLAST
OFF é o jogo que já pode ser jogado via
facebook, onde o usuário concorre com
outros utilizadores respondendo a
perguntas sobre Matemática, Exploração
Espacial, Química, entre muitos outros
temas. No final do jogo, só o vencedor
passa à ronda Bónus!

Desafio
Dois barcos vão e vêm ao longo de um rio entre duas cidades. Andam à mesma
velocidade constante: igualmente rápidos no sentido da corrente, igualmente lentos
no sentido contrário. A determinada hora partem ao mesmo tempo das duas cidades.
Cruzam-se a primeira vez a 7 km de uma das cidades. Param cada quatro minutos
nos seus destinos. Recomeçam a viagem e cruzam-se pela segunda vez a 9 km da
mesma cidade. Qual a distância entre as duas cidades?

Resposta: 16 Km.

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