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Direcéo Benjamin Abdala Junior Samira Youssef Campedel Proparagao de texto Sueli Campopiano ARTE René Etiene Ardanuy oseval de Souza Fernandes Capa ‘Ary Almeida Normanha Missa inguagem € scus sons | ‘Albano da Motta Mais, Sio’ Paulo (Série tundamentos) 2. Fonética 3. We 542301 mae 001.5 (17.) 001.542 (18.) Lingifstica 414 07. ¢ 18.) Comunicagéo 001.5 (17.) 54.18.) 410 (7, © 18) 1985 Todos os direitos reservados Editora Atica SA. Rua Bardo de lguepe, 110, Tel: (PABX) 278.9322 — Caixa Postal 6656 End. Teles Bomlivro” — Sao Paulo Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura 10 Figura 1 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 16 Figura 18 Figura 19 Indice de figuras j¢do da lingua —______ 29 10 de produgio da voz _______38 Exemplo de sendide 39 Area da audigao humana 41 Produgio do movimento harm: a Soma de sendide B Expectto glotal de voz de Fy de 120 Hz 45 Exemplo de propagagio de onda em tubo uniforme ———_—__ 47 Espectros 48 Espec enunciado [1 49 Espectrogra enunciado 50 Alfabeto Fo 84 Movimentos dos for entre vogais ¢ semivogais _—____— 87 1 de iorias e acusticas —_____ 61 diferenciagdes vocalicas € consonantais segundo o sistema de Jakobson, Fant e Halle 64 Distingdes entre as grandes classes segundo o sistema de Chomsky e Halle 68 Espectrogramas de banda estreita dos enunciados “O Brasil € 0 pais do futuro” e © Brasil era o pais do futuro” 9 Expectrogramas de banda larga dos enunciados “O Brasil € 0 pais do futuro” e “O Brasil era o pafs do futuro” 81 Sumario indice de figuras 3 1. Descobrindo a fala Roteiro bibliografico a 2. Explorando intuitivamente os sons do Portugués Roteiro bibliografico a3 3. 24 ~ 31 4. Incursdes pelo terreno do fisico______ 32 Roteiro bibliografico —_______. Si 5. 'Revivendo um velho dilema____s2 Roteiro bibliogritico 0 Afalaealinguagem Roteiro bibliogréfico 82 A forma e 0 uso — 83 Roveiro bibliogrético 90 O teorico e o empirico 100 O estatico eo 104 Roteiro bibliogratico 109 10. Olhando para o futuro 110 5 Vocabulério 6 Bi iografia at 1 Descobrindo a fala num mundo sem linguagem? Provavelmente nao. Voeé jai penso: Pois tente fazé-lo agora e verd que tudo que consegue é imaginar a vida formas aiternativas de linguagem, humana, Considere qualquer ples, como trocar as aves que vocé cagou pelos frutos que 0 vi colheu. E possivel exercé-ta sem linguagem? Vocé diri sim se por inguagem entende apenas a fala e a escrita. Mas dird ndo se por n entende qualquer forma de comunicagio. ntar imaginar a vida humana sem linguagem no é um exer- io ocioso. Através dele aprendemos que por linguagem podemos igumas delas n Preferéncia arbitra nos perscrutarmos um 10 do termo. Por que fazemos iss lade a0 senso comum? Conve pergunta com que iniciamos este capitulo & uma crenca na impor- tancia da comunicacio para a vida social. As divergéncias surgem S varias formas de comunicagao. » salientar as suas diferengas, Mas seria esta, como parecem pretender os nossos julgamentos, uma questo de tudo ou nada? Se voc’ admite que a troca mencionad: isso de o da ef © seu critério de cl ido o mesmo aguilo que tiver analogamente relacionados entre si. Nesse ¢: pal lecide separd-lo da fala e da esc Em ambos os casos, vocé de linguagem nao & a ivas convivem lado a fem razio, zestual yguagem é 0 que distingue o aderindo a segunda. Analogamen de curiosidade cient Jinguagem, esta escrita, estamos fazendo LInctit tido estreito. Se vocé ¢ fascinado(a) pela agi decisio que exi logo, professor de voeé pode nao ter nenhuma pensar a linguagem pelo prisma dissecador, a reflexao ica. Oport e do mundo, mesmo 0 m: primeira, Ji quando n dos outros anim: quando definimos 0 nosso objeto ica como tudo que pode funcionar como uma la acima pode ser r iguagem, 0 seu critério de tudo que tem 0 mesmo efeito deve, de ser considerado 0 mesmo. Se vocé, embora admitindo recusa-se a cham: sificagao € o da estrutura: sO deve componentes semelhantes ‘aso, € porque no h Javras © as frases que voce 86 que a sua concepcao ica possivel. A prova disso é que as duas tanto no senso comum como na mo a “lingua yemos que tamos aponta para outra inguagem falada ou ‘a ciéneia da linguagem em sen- yem, & certo que tanto a sta curiosidade, Abragar ige muita reflexao e cuida- e oportunidade. Opgtio porque iterario, inguas, fonoaudidlogo, etc. ticular para (0s pontos do Brasi vos da lingua DESCOBRINDO A FALA 7 se cle tiver entusiasmo ¢ paciéncia, as visdes estritas Ihe poderio oferecer uma infinidade insuspeitada de descobertas. Pense, por exemplo, no que significaria tomar a fala como ponto de partida para a investigagdo da linguagem. Se o fazemos arbitraria- mente, por crermos que a fala é especial por natureza, corremos 0 risco de perder de vista outros aspectos da linguagem, truncando a nossa compreensio da sua totalidade. Porém, se o fazemos por uma questio de método, isto é por crermos que compreender bem uma parte é um bom caminho para chegar ao todo, ento podemos mer- har a fundo na nossa curiosidade sobre a fala, sem temer que a linguagem se turve ou desapareca. Mas, mesmo admitindo que um mergulho desses possa ser pro- veitoso, por que escolher a fala como o seu lugar? Nao se trata aqui de simples preferéncia, Ha importantes questdes de método que fala € a porta de acesso mais facil ao estudo dda linguagem sm, embora de forma dis- torcida, na tendéncia do leigo a identificar intuitivamente fala com linguagem. isto & aponta atividades, esse apontar pode fazer-se com maior ou menor ex Em outras palavras, a correspondéncia entre a atividade apontante ¢ a atividade apontada pode ser mais ou menos clara. Por I como as de computador, ela & ssima: perfurar o cartéo de uma certa maneira leva sempre @ viquina a executar as mesmas operacoes. Em contrapartida, nas Tin- uagens artisticas, ela é extremamente vaga ¢ obscura: uma mesma misica ou quadro pode, a0 mesmo tempo, levar a agéo e & contem- plagio ou, ainda, inspirar emogdes velhas ou novas, intensas ou suaves, agradaveis ou desagradaveis. Entre os extremos da computacio ¢ da arte, estéo as chamadas linguas naturais, isto é aquelas que, como o portugues, 0 inglés, o chinés ou o banto, se apresentam inicialmente, no individuo ou na sociedade, sob forma falada. Talvez a caracte- ristica mais marcante das linguas naturais seja justamente a elastici- dade das suas significagies: uma frase como “é proibido fumar” tem ‘uma interpretagéo bem especifica num quarto de hospital € outra, bem aberta, num poema concreto. © que faz as linguas naturais tio eldsticas a ponto de nos permi- r, ao mesmo tempo, escrever poemas € pensar nodes matematicas? it foi dito que é a historia do seu uso, isto &, uma vez tendo-as usado cficazmente para certos fins, o homem teria tendido a aplicé-las inde- damente novas situagdes, 0 que as teria tornado cada vez mais lexiveis. Ja foi dito também que é a sua estrutura, isto é dadas

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