Manual de Gestio publica Contemporanea/ José Matias Pereira — 2ed. — Sao Paulo: Atlas, 2009, Capitulos: (5) Governabilidade, governanga ¢ accountability, (6) Etica ¢ moral na Administracio Publica e (7) Reforma do Estado e transparéncia no Brasil. Autor: José Matias Pereira, professor de Administragao Piiblica e Finangas Pablicas e Pesquisador associado do Programa de Pés-graduag’io em Contabilidade da Universidade de Brasilia/UFPB/UFRN. Pesquisador do CNPq (Produtividade em Pesquisa - PQ). Lider dos Grupos de Pesquisa em: Administragdo Publica Comparada, Finangas Publicas, e Gestio em Edueagao a Distincia (Capes/UnB). Fi consultor ¢ avaliador da SEED-MEC, CAPES e do CNPq. Trajetéria académica: graduado em economia (Uniceub, 1974) e direito (UniDF, 1993), mestrado em Planejamento Urbano pela Universidade de Brasilia (1980), doutorado em Cigncias Politicas - Universidad Complutense de Madrid (2001) pés-doutorado em EA/USP - Universidade de Sao Paulo (2005). Com uma sélida formagio € Administragio - experiéneia na area de Governo e Administragdo Piblica, atua nas seguintes dreas: administragao pablica, govemanga piblica, finangas publicas e gestio socioambiental, com foco em gestio de inovagao teenolégica. Resumo: Nos seguintes capitulos: (5) Governabilidade, governanga e accountability, 0 autor descreve as diferentes definigdes de Governanga e Governabilidade, ¢ as distintas vis s de governaca. Ele descreve a importincia da accountability, prestagdio de contas e como a sociedade deve agir diante de certas situagdes; ¢ como deve ser a governanga no setor ¢ na gestdo publica. (6) Etica e moral na Administracdo Publica, o autor descreve as diferencas entre ética © moral, a importincia da ética na politica para o Estado poder erescert ¢ a sociedade se desenvolver, nos dias atuais como a ética é incrementada nas novas tecnologias e como a ética é eficaz nas organizagdes. Ele mostra que a ética & importante para o esclarecimento e prestagdo de contas e como a falta de ética prejudica uma organizagZo, 0 Estado e a sociedade. (7) Reforma do Estado e transparéncia no Brasil, nesse capitulo 0 autor descreve as politicas que foram utilizadas ao longo dos anos para reformar o Estado, ele mostra como a transparéncia nas informagSes ¢ importante para o crescimento de um pais ¢ que os paises desenvolvidos so bem sucedidos, pois hi uma transparéncia das informages bem evidente ¢ a uma participagdo muito grande da populagio,GOVERNABILIDADE, GOVERNANCA E ACCOUNTABILITY. Introdugao: Os termos governabilidade e governanga nao possuem uma tinica definigdo, A governabilidade diz respeito ao exercicio do poder e de legitimidade do Estado e do seu governo. No que se refere 4 governanga, pode-se argumentar que é a capacidade que determinado governo tem para formular e implementar as suas politicas. E oportuno destacar que a fonte direta da governanga nao so os cidadios ou a cidadania organizada em si mesma, mas um prolongamento desta, ou seja, so os préprios agentes piblicos ou servidores do Estado que possibilitam a formulagdo ¢ a implementagdo adequada das politicas piiblicas ¢ representam a face desta diante da sociedade civil ¢ do mereado, no setor de prestagdo de servigos direto ao piblico. Conceito de Governabilidade e Governanga: © conceito de governanga utilizado com maior freqiiéncia na atualidade é adotado pelo Banco Mundial, segundo 0 qual governanga pode ser aceita como a forma com que os recursos econémicos sociais de um pais sdo gerenciados, com vistas a promover o desenvolvimento. Governabilidade refere-se as proprias condigdes substantivas e materiais de exercicio de poder e de legitimidade do Estado e do seu governo derivadas da sua postura diante da sociedade civil e¢ do mercado. Prestagio de contas dos resultados das agdes (accountability): © termo accountability pode ser aceito como o conjunto de mecanismos ¢ procedimentos que induzem os dirigentes governamentais a prestar contas dos resultados de suas agdes & sociedade, garantindo-se dessa forma maior nivel de transparéncia e a exposigao publica das politicas piiblicas. Referencial tedrico de Governaga: A governanga, de acordo com as analise de Coase, reforgadas por Wiliamson, designaria os dispositivos operacionalizados pela firma para conduzir coordenagées eficazes que tangem dois registros: 05 protocolos internos © os contratos © as aplicagdes de normas. Governabilidade das Democracias: O tema da “governabilidade” (governability) das democracias foi objeto do relatério da Comissdo Trilateral, divulgado em 1975. A hipétese central desse relatério — elaborado por Crozier, Huntington e Watanuki — era de que os problemas de “governabilidade”, na Europa Ocidental, no Japo e nos EUA, fundavam-se na fratura entre 0 aumento das demandas sociais ¢ a falta de recursos do Estado (do ponto de vista financeiro, de seus recursos humanos e sua capacidade de gestdo). Distintas visdes da Governaca: O termo governanga pode se definido em sentido amplo. Torma-se relevante, nese contexto, abordar as diferentes visdes sobre a governanga, conforme apresentadas a. seguir: Governanga enquanto Estado minimo, Governanga corporativa, Governanga enquanto “New Public Management” (NPM, Boa governanca, Governanca enquanto sistema sociocibernético, Governanga enquanto conjunto de redes organizadas. Governangacorporativa no Setor Publico: A governanga trata da aquisigo e da distribuigdo de poder na sociedade, enquanto a governanga corporativa diz respeito & forma como as corporagdes so administradas. O conceito de governanga corporativa esté relacionado com accountability — entendido como a responsabilidade de prestar contas. A governanga do setor piiblico & constituida pelos seguintes elementos: responsabilidade em atender a sociedade; superv controle; e assisténcia social. Principios de Governaca na Gestio Piblica: Uma boa governanga piblica a semelhanga da corporativa, esta apoiada em quatro principios: relagdes éticas, conformidade, em todas as suas dimensdes; transparéncia; e prestagdo responsivel de contas, A auséncia desses principios requer mudanga na forma de gestdo. E importante ressaltar que essa é uma tarefa permanente, que exige participago proativa de todos os atores envolvidos — dirigentes, politicos, érgdos de controle — e, especialmente, da sociedade organizada, O uso dessas priticas de governanga corporativa exige que todas as organizagdes do setor piblico sejam transparentes e responsdveis por suas atividades, visto que os cidadios fo os principais interessados em conhecer se os recursos piblicos esto sendo usados apropriadamente e o que esta sendo alcangado com eles. A transparéncia do Estado se efetiva por meio do acesso do cidadao a informagdo governamental, 0 que torna mais democraticas as relagdes entre o Estado e sociedade civil. ETICA E MORAL NA ADMINISTRACAO PUBLICA. Introdugio: Ftica, em sentido amplo, pode ser entendida como o estudo dos juizos de valores que dizem respeito & conduta humana suscetivel de qualificago do ponto de vista do bem ou do mal, seja relativamente a determinada sociedade, ou seja, de modo absoluto. A ética tem como objetivo de estudo uma forma adequada de comportamento humano que os homens julgam valiosa, necessaria e obrigatéria, A moral sinaliza normas e valores que balizam a vida do individuo na sociedade. Assim, 0 individuo esta procurando escolher as atitudes e agdes mais adequadas na convivéneia em sociedade ao longo de sua vida pessoal ¢ profissional Teoria do Estado de Maquiavel: Observa-se na Teoria do Estado de Maquiavel que a ética do Estado se funda na nogdo do bem comum, Maquiavel foi o primeiro filésofo a identificar especificidade da politica moderna, distinguindo uma ética da outra; afirma que a ética moral preocupa-se com os fins enquanto a ética politica, com os meios, Assim, o importante na ética politica & se chegar ao poder e nele manter-se. As questées morais, no ambito da politica, nao constituem critérios de decisdo, Nesse sentido, ela pretende a amoralidade, ou seja, apoiarse em critérios objetivos de decisao, e ndo em valores; os meios prevalecem sobre os fins. Dessa forma, o sistema politico & racional ¢ impessoal. Senso e consciéncia moral: O senso ¢ a