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TERAPIAS COGNITIVO-
COMPORTAMENTAIS COM ADULTOS
[E-LEARNING]
Módulo: Tratamentos empiricamente validados de terapia
cognitivo-comportamental: fobia específica
Formador: Eunice Barbosa
Critérios de Diagnóstico
(DSM-V)
A. Medo ou ansiedade marcados em relação a um objeto ou situação específicos (por
exemplo, viajar de avião, alturas, animais, levar uma injeção, ver sangue).
B. O objeto ou situação fóbicos quase sempre provocam medo ou ansiedade imediatos.
C. O objeto ou situação fóbicos são ativamente evitados ou enfrentados com intenso medo ou
ansiedade.
D. O medo ou a ansiedade são desproporcionados relativamente ao perigo real que o objetos
ou situação específicos colocam e ao contexto sociocultural.
E. O medo, a ansiedade, ou o evitamento são persistentes, com uma duração típica de 6 ou
mais meses.
G. O medo, a ansiedade ou o evitamento causam um mal-estar clinicamente significativo ou
um défice social, escolar, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento.
H. O medo, a ansiedade ou o evitamento não são melhor explicados por sintomas de outra
perturbação mental, incluindo medo, ansiedade e evitamento de situações associadas a
sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes (como na agorafobia); objetos e
situações relacionadas com obsessões (como na perturbação obsessivo-compulsiva);
recordações de acontecimentos traumáticos (como na perturbação de stress pós-traumático);
separação de casa ou das figuras de vinculação (como na perturbação de ansiedade de
separação); ou situações sociais (como na perturbação de ansiedade social).
Especificar se:
Animal (e.g.: aranhas, insetos, cães).
Ambiente natural (e.g.: alturas, tempestades, água).
Sangue-injeções–ferimentos (e.g.: agulhas, procedimentos médicos invasivos).
Situacional (e.g.: aviões, elevadores, espaços fechados).
Outro (e.g.: situações que possam provocar asfixia ou vómitos).
Características (1)
FE = Fobia Específica
• podendo ir da quase incapacidade para se moverem até ao seu oposto, numa agitação
elevada, fugindo e/ou gritando.
• As pessoas reconhecem que o medo é exagerado ou pouco lógico, ainda que o possam
explicar em parte num contexto de racionalidade: os cães podem morder, as faíscas podem
ser perigosas, os aviões podem cair, as cobras podem ser venenosas. Sobrestimação do
perigo
• De forma a evitar o estímulo fóbico a pessoa tende a mudar as suas circunstâncias de vida
(e.g. indivíduo com fobia específica a animal muda de área de residência onde não exista o
animal que teme).
Características (4)
• Reações fisiológicas diferentes de acordo com o tipo de fobia
• Fobias específicas situacional, ambiente natural e animal
• Alterações do sistema nervoso simpático.
Evitamento
• Fobias específicas situacionais tendem a ter um início mais tardio do que as fobias
específicas ambiente natural, animal ou sangue-injeções-ferimentos.
• Aspetos a considerar:
1. Os indivíduos mais velhos podem estar mais suscetíveis a FE ambiente natural e quedas;
2. A FE nos idosos tende a coocorrer com preocupações médias (doença cardíaca coronária e doença pulmonar
obstrutiva crónica);
3. Os idosos têm mais tendência a atribuir a condições médicas aos sintomas de ansiedade;
4. Os idosos têm mais probabilidade de manifestar ansiedade de maneira atípica (e.g. misturam sintomas de
ansiedade com sintomas de depressão) e, por isso, é comum ser diagnosticada uma perturbação de ansiedade não
especificada;
5. A FE em adultos mais velhos está associada à diminuição da qualidade de vida fator de risco para uma
perturbação neurocognitiva major.
Fatores de risco
• Comorbilidade:
• Depressão com adultos mais velhos
• Outras perturbações de ansiedade
• Perturbação bipolar
• Perturbações relacionadas com substâncias
• Sintomas somáticos
• Perturbações de personalidade (particularmente a perturbação de personalidade
dependente).
Consequências no funcionamento (1)
• Nos idosos
• A incapacidade pode ser observada no cuidado com eles mesmo e em atividades
voluntárias
• O medo de cair pode levar a mobilidade reduzida e a redução do funcionamento físico
e social
Diagnóstico diferencial (1)
• Agorafobia: se o indivíduo tem medo de apenas uma situação de agorofobia, então diagnosticar FE
situacional. Se tem 2 ou mais situações agorafóbicas, é provavelmente atribuído o diagnóstico de
agorafobia. Poder ser útil verificar se existe o critério B de agorafobia para a distinção com FE: as
situações são receadas ou evitadas devido a “pensamentos de que a fuga poderá ser difícil ou de que
a ajuda poderá não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo ataque de pânico ou
outros sintomas incapacitantes ou embaraçosos”.
• Perturbação de ansiedade social: dá-se o diagnóstico de PAS se as situações receadas são devido a
uma avaliação negativa dos outros.
• Perturbação de ansiedade de separação: dá-se este diagnóstico se as situações receadas são devido
à separação de um cuidador primário ou figura de vinculação.
Diagnóstico diferencial (2)
• Perturbação de pânico:
• FE se os ataques de pânico forem em resposta a situações ou objetos receados
• Perturbação de pânico se os ataques de pânico forem do tipo inesperados
do gatos
Presença ou antecipação de objeto ou situação
“o Interpretação
gato é perigoso e vaioatacar”.
sobre objeto ou“osituação
gato temcomo
um olhar Fator de manutenção da FE
traiçoeiro e se estivere
potencialmente enfurecido,
perigoso pode
– é visto comoprovocar
uma ameaça
danos irreversíveis”. do perigo
Sobrevalorização
Sobrevalorização do perigo
Evita andar a pé
Evitamento
Medo intenso
Medo e ansiedade intensos e desproporcionais
Sintomas de ansiedade: dificuldade em respirar, sudação e batimento Hipervigilância
“Eles ao estímulo
estão em todo o lado”.fóbico
Sintomas físicos de ansiedade
cardíaco acelerado
Terapia Cognitivo-Comportamental na
Fobia específica
Barlow, 2014
• Psicoeducação
• Relaxamento
• Reestruturação cognitiva
• Exposição / exposição ao vivo
• Exposição por imaginação
• Dessensibilização sistemática
• Exposição por Flooding 29
Psicoeducação (1)
Estabelecer a relação terapêutica
Apresentar a ansiedade normal vs problemática
Mostrar/explicar o desenvolvimento da ansiedade (atinge um pico e diminui)
• Componente cognitiva:
• O gato é perigoso
• O gato vai atacar
• Tem um olhar traiçoeiro
• Se estiver enfurecido, pode mesmo provocar danos irreversíveis
• Eles estão em todo o lado
• Componente fisiológica:
• dificuldade em respirar, sudação e batimento cardíaco acelerado
• Componente comportamental:
• grita, foge e fica emocionalmente descontrolada
• evita andar a pé, ir a locais com os amigos que impliquem estar algum tempo na rua,
chega atrasada ao trabalho se avista um gato perto do local de trabalho 34
Psicoeducação no caso Eva (4)
• Dar expectativas positivas acerca do esforço, tempo e energia
despendidos na terapia (dar dados da investigação)
• Devolver que existem estudos que mostram a eficácia da terapia cognitivo-
comportamental na FE
• Importância do seu empenho e motivação
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Relaxamento
• Importância da Respiração diafragmática
1. Preparação da exposição
1. Negociar detalhes da exposição
2. Rever sempre as tarefas de casa
3. Realizar exposição na sessão
4. Exposição fora da sessão
Exposição ao estímulo fóbico
Exposição ao vivo
Dessensibilização sistemática (gradual)
Flooding ao vivo
Exposição ao estímulo fóbico
• Contra-indicada em:
• Indivíduos com condições médicas cardiovasculares (por exemplo,
arritmia, doença cardíaca) - deve procurar aconselhamento médico.
• Indivíduos que devem evitar determinados contextos de exposição para
se salvaguardarem (e.g.: vítimas de agressões)
• Indivíduos que sofrem de psicose ou demência
Exposição ao estímulo fóbico
Exposição ao vivo (2)
• Duas condições necessárias na exposição ao vivo:
1) A estrutura de medo total deve ser ativada, na qual as informações relevantes
acerca do medo fóbico estão disponíveis numa forma suficiente para ativar a
memória do medo.
2) Novas informações incompatíveis com elementos da estrutura de medo original
devem ser apresentadas e processadas para mudar o significados relacionados
com ameaças contidos na estrutura do medo.
• Alguns exemplos
• http://g1.globo.com/bemestar/videos/t/edicoes/v/medo-de-voar-esta-ligado-a-
ansiedade/5368262/
• http://www.dw.com/pt-br/terapia-com-realidade-virtual-ajuda-a-vencer-medo-de-altura/av-
40355699
• Asas - tap