A respeito da aplica•‹o da lei penal, do crime e da imputabilidade penal, julgue o item a seguir. Situa•‹o hipotŽtica: Joana contratou Ant™nia para servir de curadora de sua m‹e, uma pessoa idosa. Certo dia, enquanto Ant™nia dormia, a m‹e de Joana, ao caminhar pela sala, caiu e fraturou o f•mur da perna esquerda. Assertiva: Nessa situa•‹o, Ant™nia n‹o ser‡ responsabilizada pela les‹o sofrida pela m‹e de Joana: a conduta omissiva de Ant™nia Ž penalmente irrelevante. COMENTçRIOS: Item errado, pois Ant™nia tinha a obriga•‹o, em raz‹o do contrato firmado (foi contratada como curadora da idosa), de prote•‹o, guarda e vigil‰ncia em rela•‹o ˆ idosa, de maneira que, apesar de n‹o ter dado causa ao resultado (do ponto de vista f’sico-causal), deve responder pelo resultado, na qualidade de garantidora. Trata-se, aqui, de um crime omissivo impr—prio, na forma do art. 13, ¤2¼, ÒbÓ do CP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
02.! (CESPE Ð 2017 Ð PM-AL Ð SOLDADO)
A respeito da aplica•‹o da lei penal, do crime e da imputabilidade penal, julgue o item a seguir. Um crime Ž classificado como crime culposo quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. COMENTçRIOS: Item errado, pois neste caso teremos um crime doloso, e n‹o um crime culposo, na forma do art. 18, I do CP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
03.! (CESPE Ð 2017 Ð PM-AL Ð SOLDADO)
A respeito da aplica•‹o da lei penal, do crime e da imputabilidade penal, julgue o item a seguir. Situa•‹o hipotŽtica: No trajeto para a delegacia de pol’cia, a viatura policial que transportava um indiv’duo preso em flagrante delito sofreu um acidente de tr‰nsito, o que provocou o in’cio de inc•ndio em fun•‹o do combust’vel armazenado no tanque. Com o risco iminente de explos‹o, o policial conseguiu se salvar saindo pela janela. O indiv’duo transportado ficou preso na viatura em chamas. Assertiva: Nessa situa•‹o, o policial poder‡ invocar em sua defesa a excludente de ilicitude do estado de necessidade. COMENTçRIOS: A quest‹o Ž pol•mica. Como regra geral, n‹o pode invocar a excludente do estado de necessidade aquele que tem o dever legal de enfrentar o perigo, na forma do art. 24, ¤1¼ do CP. No caso, o policial, a princ’pio, n‹o poderia abandonar a viatura sem ao menos tentar salvar o preso. Todavia, a Doutrina entende que se n‹o h‡ mais como enfrentar a situa•‹o, Ž poss’vel alegar o estado de necessidade. Entende-se que n‹o se pode exigir do agente um ato de hero’smo, sacrificando a pr—pria vida em prol de terceiros. No caso da quest‹o, n‹o fica claro se havia, ou n‹o, tempo para tentar salvar o preso. A quest‹o fala em Òimin•ncia de explos‹oÓ, ou seja, a explos‹o poderia ocorrer a qualquer momento. Entendo que, diante dessa situa•‹o de dœvida sobre a exata situa•‹o em que o policial se encontrava, a anula•‹o da quest‹o seria a medida mais adequada. Todavia, a Banca considerou a quest‹o como correta, seguindo a linha de entendimento doutrin‡rio (embora a situa•‹o n‹o seja clara o suficiente). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
JUDICIçRIA) Acerca dos institutos penais da desist•ncia volunt‡ria, do arrependimento eficaz e do arrependimento posterior, julgue o item a seguir. ƒ admiss’vel a incid•ncia do arrependimento eficaz nos crimes perpetrados com viol•ncia ou grave amea•a. COMENTçRIOS: Item correto, pois n‹o h‡ qualquer impedimento ˆ configura•‹o do arrependimento eficaz nos crimes praticados com viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa. O que n‹o se admite, em tais crimes, Ž o arrependimento posterior, na forma do art. 16 do CP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
JUDICIçRIA) Acerca dos institutos penais da desist•ncia volunt‡ria, do arrependimento eficaz e do arrependimento posterior, julgue o item a seguir. Veda-se a redu•‹o de pena em caso de arrependimento posterior nos crimes culposos. COMENTçRIOS: Item errado, pois Ž perfeitamente poss’vel o reconhecimento do arrependimento posterior nos crimes culposos, n‹o havendo qualquer obst‡culo neste sentido, de acordo com o art. 16 do CP. A quest‹o, todavia, foi anulada pela Banca, provavelmente em raz‹o de haver decis‹o, no ‰mbito do STJ, vedando o arrependimento posterior em crime de homic’dio culposo (o que n‹o seria motivo para anula•‹o, mas...). Portanto, a quest‹o foi ANULADA.
JUDICIçRIA) Acerca dos institutos penais da desist•ncia volunt‡ria, do arrependimento eficaz e do arrependimento posterior, julgue o item a seguir. De modo geral, a doutrina indica a aplica•‹o da f—rmula de Frank quando o objetivo for estabelecer a distin•‹o entre desist•ncia volunt‡ria e tentativa. COMENTçRIOS: Item correto, pois segundo a f—rmula de Frank, na tentativa o agente quer, mas n‹o pode prosseguir; na desist•ncia volunt‡ria o agente pode, mas n‹o quer prosseguir. Esta f—rmula Ž adotada pela Doutrina como uma forma simplificada de explicar as diferen•as entre tentativa e desist•ncia volunt‡ria. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
JUDICIçRIA) Julgue o pr—ximo item, relativo ao instituto da tentativa. Crime culposo n‹o admite tentativa. COMENTçRIOS: Esta Ž uma afirmativa pol•mica. De fato, nos crimes culposos n‹o h‡ que se falar em ÒtentativaÓ, pois n‹o h‡ como o agente n‹o obter o resultado pretendido, por circunst‰ncias alheias ˆ sua vontade, se nunca quis o resultado. Todavia, no excepcional caso da chamada Òculpa impr—priaÓ, poderemos ter um agente sendo responsabilizado por crime culposo na forma tentada (Ex.: JosŽ, acreditando estar agindo em leg’tima defesa, atira contra Carlos, com dolo de matar. Carlos, todavia, n‹o morre em raz‹o de interven•‹o mŽdica. JosŽ, todavia, n‹o se encontrava em situa•‹o de leg’tima defesa, motivo pelo qual houve aqui uma Òdescriminante putativaÓ. Caso se entenda que houve erro evit‡vel, JosŽ responder‡ pelo crime na forma culposa, conforme art. 20, ¤1¼ do CP, motivo pelo qual ter’amos, excepcionalmente, homic’dio culposo (culpa impr—pria) na forma tentada). Entendo, portanto, que a quest‹o est‡ errada, dada a exist•ncia desta EXCEPCIONAL hip—tese, que Ž uma exce•‹o ˆ regra. Todavia, a Banca considerou a quest‹o como correta, indo pela regra geral. Portanto, a ALTERNATIVA ESTç CORRETA.
JUDICIçRIA) Julgue o pr—ximo item, relativo ao instituto da tentativa. No que concerne ˆ punibilidade da tentativa, o C—digo Penal adota a teoria objetiva. COMENTçRIOS: Item correto, pois o nosso CP adotou a teoria objetiva da punibilidade da tentativa, pois leva em considera•‹o a inocorr•ncia do resultado como um fato determinante na aplica•‹o da pena (gerando, como regra, a diminui•‹o da pena, de um a dois ter•os). Para a teoria subjetiva, n‹o adotada, a pena prevista para o crime tentado deveria ser a mesma prevista para o crime consumado, sem redu•‹o, em raz‹o de o desvalor da conduta se rigorosamente o mesmo (embora seja menor o desvalor do resultado). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
ADMINISTRATIVA) Ant™nio, renomado cientista, ao desenvolver uma atividade habitual, em raz‹o da pressa para entregar determinado produto, foi omisso ao n‹o tomar todas as precau•›es no preparo de uma fase do procedimento laboratorial, o que acabou ocasionando dano ˆ integridade f’sica de uma pessoa. Acerca dessa situa•‹o hipotŽtica, julgue o item a seguir. Embora n‹o tenha desejado o resultado danoso, Ant™nio poder‡ ser punido devido ˆ imper’cia na execu•‹o do procedimento laboratorial. COMENTçRIOS: Item errado, pois neste caso n‹o houve imper’cia, e sim NEGLIGæNCIA. O agente responder‡ pelo crime culposo praticado, mas n‹o ser‡ por imper’cia. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
10.! (CESPE Ð 2017 Ð TRF1 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)
Acerca da antijuridicidade e das causas de exclus‹o no direito penal, julgue os itens subsequentes. O consentimento do ofendido Ž uma excludente de antijuridicidade e poder‡ ser manifestado antes, durante ou depois da conduta do agente. COMENTçRIOS: Item errado, pois o consentimento do ofendido n‹o pode ser prestado ap—s a realiza•‹o da conduta t’pica. Ademais, o consentimento do ofendido Ž causa SUPRALEGAL de exclus‹o da ilicitude. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
11.! (CESPE Ð 2017 Ð TRF1 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)
Acerca da antijuridicidade e das causas de exclus‹o no direito penal, julgue os itens subsequentes. O oficial de justi•a encontra-se em exerc’cio regular de direito ao cumprir mandado de reintegra•‹o de posse de bem im—vel de propriedade de banco pœblico, com ordem de arrombamento, desocupa•‹o e imiss‹o de posse. COMENTçRIOS: Item errado, pois o oficial de justi•a, neste caso, estar‡ agindo no ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL, na forma do art. 23, III do CP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
12.! (CESPE Ð 2017 Ð TRF1 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)
Acerca da antijuridicidade e das causas de exclus‹o no direito penal, julgue os itens subsequentes. Segundo o C—digo Penal, o agente que tenha cometido excesso quando da an‡lise das excludentes de ilicitudes ser‡ punido apenas se o tiver cometido dolosamente. COMENTçRIOS: Item errado, pois o agente que se exceder quando da pr‡tica de qualquer conduta acobertada por excludente de ilicitude responder‡ pelo excesso, seja ele doloso ou culposo, na forma do art. 23, ¤ œnico do CP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
13.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-GO Ð ESCRIVÌO Ð ADAPTADA)
N‹o ser‡ pun’vel o excesso de leg’tima defesa se a pessoa usar energia exagerada para repelir uma agress‹o atual ou iminente, porque, em tais casos, n‹o se pode exigir do homem mŽdio agir moderadamente quando tomado de violenta emo•‹o. COMENTçRIOS: Item errado, pois o agente que se exceder ao se valer de uma excludente de ilicitude (como a leg’tima defesa) responde pelo excesso praticado, seja ele doloso ou culposo. No caso do enunciado temos um excesso INTENSIVO, pois est‡ relacionado ˆ energia utilizada para repelir a agress‹o injusta. Ter’amos excesso EXTENSIVO se o excesso estivesse relacionado n‹o ˆ proporcionalidade da rea•‹o, mas ˆ dura•‹o da rea•‹o (a rea•‹o leg’tima se estende atŽ um momento em que j‡ n‹o mais h‡ leg’tima defesa, ou seja, o agente se vale da leg’tima defesa e continua atuando mesmo ap—s cessar a agress‹o injusta). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
14.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-GO Ð ESCRIVÌO Ð ADAPTADA)
Diz-se antijur’dica e, portanto, pun’vel a t’tulo doloso toda conduta contr‡ria ao direito, ainda que praticada na cren•a sincera de se estar agindo com amparo em causa excludente de ilicitude. COMENTçRIOS: Se o agente atua acreditando estar acobertado por uma causa de exclus‹o da ilicitude temos a figura da descriminante putativa, de forma que o agente n‹o ser‡ pun’vel, caso se trate de erro escus‡vel. Em se tratando de erro inescus‡vel o agente ser‡ punido a t’tulo culposo, caso exista previs‹o nesse sentido, nos termos do art. 20, ¤1¼ do CP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
15.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-GO Ð ESCRIVÌO Ð ADAPTADA)
S‹o exemplos de excludentes de ilicitude a coa•‹o moral irresist’vel, a leg’tima defesa, o estado de necessidade e o exerc’cio regular de um direito. COMENTçRIOS: Item errado, pois a coa•‹o moral irresist’vel n‹o Ž causa de exclus‹o da ilicitude, sendo causa de exclus‹o da culpabilidade, por afastar um dos elementos da culpabilidade, que Ž a exigibilidade de conduta diversa. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
16.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-GO Ð ESCRIVÌO Ð ADAPTADA)
Nos crimes materiais, a consuma•‹o s— ocorre ante a produ•‹o do resultado natural’stico, enquanto que, nos crimes formais, este resultado Ž dispens‡vel. COMENTçRIOS: Item correto, pois nos crimes materiais o resultado Ž indispens‡vel para a consuma•‹o. J‡ nos crimes formais, este resultado Ž dispens‡vel, ou seja, n‹o tem relev‰ncia para fins de consuma•‹o do crime, que ocorre com a mera pr‡tica da conduta. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
JURêDICA Ð ADAPTADA) As causas supervenientes relativamente independentes possuem rela•‹o de causalidade com conduta do sujeito e n‹o excluem a imputa•‹o do resultado. COMENTçRIOS: Item errado, pois as causas supervenientes relativamente independentes possuem rela•‹o de causalidade com conduta do sujeito, MAS PODEM excluir a imputa•‹o do resultado, quando produzirem, por si s—s, o resultado. Assim, em se tratando de causa superveniente relativamente que, por si s—, deu causa ao resultado, o agente s— responder‡ pelos atos efetivamente praticados, n‹o sendo a ele imputado o resultado ocorrido. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
JURêDICA Ð ADAPTADA) As causas concomitantes absolutamente independentes n‹o possuem rela•‹o de causalidade com a conduta do sujeito e excluem o nexo causal. COMENTçRIOS: Item correto, pois as causas ABSOLUTAMENTE independentes n‹o possuem rela•‹o com a conduta do sujeito e, em raz‹o disso, afastam o nexo de causalidade entre a conduta do agente e o resultado ocorrido (que seu deu em virtude da concausa absolutamente independente). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
19.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE - DELEGADO Ð ADAPTADA)
Para os crimes omissivos impr—prios, o estudo do nexo causal Ž relevante, porquanto o CP adotou a teoria natural’stica da omiss‹o, ao equiparar a ina•‹o do agente garantidor a uma a•‹o. COMENTçRIOS: Item errado, pois em rela•‹o aos crimes omissivos impr—prios o CP adotou a teoria NORMATIVA para aferir a causalidade. Isto porque o agente responder‡ pelo resultado em raz‹o de ter o dever de evita-lo. Trata-se, portanto, de responsabilizar o agente pelo resultado em raz‹o do descumprimento da norma mandamental (a norma que determinava o ÒagirÓ para evitar o resultado). N‹o se trata de uma causalidade natural, eis que a conduta do agente n‹o deu causa ao resultado (do nada, nada surge). N‹o foi o agente quem, do ponto de vista f’sico, causou o resultado. Todavia, o resultado Ž a este atribu’do em raz‹o de sua omiss‹o. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
20.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE - DELEGADO Ð ADAPTADA)
O CP adota, como regra, a teoria da causalidade adequada, dada a afirma•‹o nele constante de que Òo resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a quem lhe deu causa; causa Ž a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o teria ocorridoÓ. COMENTçRIOS: Item errado, pois o CP adota, como regra, a teoria da equival•ncia dos antecedentes (tambŽm chamada de conditio sine qua non), que possui a exata defini•‹o trazida no enunciado. A teoria da causalidade adequada tambŽm Ž adotada, mas como exce•‹o, para a hip—tese de concausa superveniente relativamente independente que, por si s—, produz o resultado (art. 13, ¤1¼ do CP). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
21.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE - DELEGADO Ð ADAPTADA)
Segundo a teoria da imputa•‹o objetiva, cuja finalidade Ž limitar a responsabilidade penal, o resultado n‹o pode ser atribu’do ˆ conduta do agente quando o seu agir decorre da pr‡tica de um risco permitido ou de uma conduta que diminua o risco proibido. COMENTçRIOS: Item correto, pois a teoria da imputa•‹o objetiva sustenta que o agente n‹o pode ser responsabilizado pelo resultado quando sua conduta n‹o criou um risco proibido pelo direito ou tenha diminu’do um risco proibido. Ex.: JosŽ empurra Maria contra o ch‹o, a fim de que esta n‹o seja atropelada por Paulo, que tentava matar Maria. JosŽ, neste caso, n‹o responde por les‹o corporal, eis que sua conduta n‹o foi dolosamente ou culposamente direcionada ˆ cria•‹o ou aumento de um risco proibido pelo Direito. Ao contr‡rio, JosŽ direcionou sua conduta ˆ diminui•‹o do risco (lesionar Maria Ž melhor do que deixar ela ser atropelada e morrer). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
22.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE - DELEGADO Ð ADAPTADA)
O estudo do nexo causal nos crimes de mera conduta Ž relevante, uma vez que se observa o elo entre a conduta humana propulsora do crime e o resultado natural’stico. COMENTçRIOS: Item errado, pois nos crimes de mera conduta n‹o h‡ resultado natural’stico que possa decorrer da conduta do agente, sendo o agente punido apenas pela pr‡tica da conduta, independente de qualquer an‡lise acerca do resultado. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
CARGOS Ð ADAPTADA) ƒ caracterizada como estado de necessidade a conduta praticada por bombeiro para salvar de perigo atual ou iminente, n‹o provocado por sua vontade, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se. COMENTçRIOS: Item errado, pois o bombeiro tem o dever legal de enfrentar o perigo, de forma que n‹o pode invocar o Òestado de necessidadeÓ, nos termos do art. 24, ¤1¼ do CP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
CARGOS Ð ADAPTADA) H‡ excludente de tipicidade em casos de estado de necessidade, leg’tima defesa, exerc’cio regular do direito e estrito cumprimento do dever legal. COMENTçRIOS: Item errado, pois nestes casos teremos exclus‹o da ilicitude, e n‹o da tipicidade, nos termos do art. 23 do CP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
EXTERNO) Caracteriza-se o dolo eventual no caso de um caçador que, confiando em sua habilidade de atirador, dispara contra a caça, mas atinge um companheiro que se encontra pr—ximo ao animal que ele desejava abater. COMENTçRIOS: Item errado, pois a conduta do agente, neste caso, n‹o configura dolo eventual, mas culpa consciente. O dolo eventual pressup›e que o agente aceite a ocorr•ncia do resultado, sem se importar se, de fato, vier a acontecer. Na culpa consciente o agente prev• a possibilidade de ocorr•ncia do resultado mas confia que poder‡ evita-lo, que Ž o que ocorreu no exemplo do enunciado. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
EXTERNO) A culpa impr—pria ocorre nas hip—teses de descriminantes putativas em que o agente, em virtude de erro evit‡vel pelas circunstâncias, d‡ causa dolosamente a um resultado, mas responde como se tivesse praticado um delito culposo. COMENTçRIOS: Item correto. A culpa PRîPRIA Ž aquela na qual o agente atua de forma culposa, ou seja, sem visar a ocorr•ncia do resultado, mas acaba produzindo o resultado contra sua vontade. Na culpa impr—pria o agente QUER O RESULTADO. Contudo, o agente quer o resultado porque incorre em erro de representa•‹o, j‡ que acredita que est‡ diante de uma causa de exclus‹o da ilicitude (Ex.: atira contra um suposto invasor de sua casa, acreditando estar agindo em leg’tima defesa. Contudo, tratava-se de seu filho, chegando escondido ˆ noite). No caso das descriminantes putativas, como no exemplo acima, o agente n‹o responde a t’tulo de dolo, mas pode responder a t’tulo de culpa, desde que: (a) o erro seja considerado inescus‡vel (erro evit‡vel pelas circunst‰ncias); (b) haja previs‹o de puni•‹o para o delito na forma culposa, nos termos do art. 20, ¤1¼ do CP. Esta Ž a figura da culpa impr—pria: responsabiliza•‹o a t’tulo culposo para uma conduta que Ž dolosa, mas deriva de ÒculpaÓ na representa•‹o da realidade f‡tica. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
27.! (CESPE Ð 2015 Ð DPU Ð DEFENSOR PòBLICO)
No direito penal brasileiro, admite-se a compensa•‹o de culpas no caso de duas ou mais pessoas concorrerem culposamente para a produ•‹o de um resultado natural’stico, respondendo cada um, nesse caso, na medida de suas culpabilidades. COMENTçRIOS: Item errado, pois n‹o se admite a compensa•‹o de culpas no direito penal brasileiro. Nesse caso, de fato, cada um ir‡ responder pelo delito, na medida de sua culpabilidade, por for•a do art. 29 do CP, mas a isso n‹o se d‡ o nome de Òcompensa•‹o de culpasÓ, que seria uma espŽcie de Òanula•‹o de culpaÓ do infrator em raz‹o da exist•ncia de culpa, tambŽm, da v’tima. O comportamento da v’tima atŽ pode ser levado em conta pelo Juiz no momento da fixa•‹o da pena, mas n‹o tem o cond‹o de ÒcompensarÓ a culpa do infrator. No caso de v’tima e infrator concorrerem culposamente para o resultado natural’stico, o infrator responder‡ pelo delito, e o comportamento da v’tima poder‡ ser levado em considera•‹o para atenuar a pena do infrator. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
28.! (CESPE Ð 2015 Ð DPU Ð DEFENSOR PòBLICO)
Em rela•‹o ˆ tentativa, adota-se, no C—digo Penal, a teoria subjetiva, salvo na hip—tese de crime de evas‹o mediante viol•ncia contra a pessoa. COMENTçRIOS: Item errado. O CP adotou a teoria OBJETIVA para determina•‹o da punibilidade do crime tentado, ou seja, levou em considera•‹o as CONSEQUæNCIAS do delito e, portanto, fixou a pena do crime tentado em patamar sempre inferior ao do crime consumado. Vejamos: Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) (...) Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) Como se v•, porŽm, o pr—prio ¤ œnico do art. 14 cita a possibilidade de exce•›es, que Ž o que ocorre no caso dos Òcrimes de atentadoÓ, em rela•‹o aos quais se aplica ˆ tentativa a mesma pena prevista para o crime consumado. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
29.! (CESPE Ð 2015 Ð DPU Ð DEFENSOR PòBLICO)
Configura-se a desist•ncia volunt‡ria ainda que n‹o tenha partido espontaneamente do agente a ideia de abandonar o prop—sito criminoso, com o resultado de deixar de prosseguir na execu•‹o do crime. COMENTçRIOS: Item correto. A desist•ncia volunt‡ria, prevista no art. 15 do CP, pressup›e, apenas, que o agente pudesse prosseguir na execu•‹o e tenha desistido dela, n‹o ocasionando o resultado, independentemente de ter desistido por iniciativa pr—pria ou por ter aderido ao conselho de alguŽm (atŽ da pr—pria v’tima). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
JUDICIçRIA) No que concerne ˆ lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime imposs’vel, julgue os itens a seguir. Configura-se tentativa incruenta no caso de o agente n‹o conseguir atingir a pessoa ou a coisa contra a qual deveria recair sua conduta. COMENTçRIOS: Item correto, pois esta Ž a perfeita defini•‹o de tentativa incruenta (ou BRANCA) pela Doutrina, em contraposi•‹o ˆ tentativa cruente (ou VERMELHA), que Ž aquela na qual a coisa (ou pessoa) visada chega a ser atingida, embora n‹o haja a consuma•‹o do crime. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
JUDICIçRIA) No que concerne ˆ lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime imposs’vel, julgue os itens a seguir. De acordo com a teoria subjetiva, aquele que se utilizar de uma arma de brinquedo para ceifar a vida de outrem mediante disparos, n‹o logrando •xito em seu desiderato, responder‡ pelo delito de tentativa de homic’dio. COMENTçRIOS: Item correto. Para a teoria subjetiva n‹o importa se o meio adotado Ž absolutamente ineficaz para se atingir o resultado, n‹o havendo que se falar em crime imposs’vel neste caso, devendo o agente responder pela sua inten•‹o. Contudo, o CP n‹o adotou tal teoria, ou seja, para o CP brasileiro, no caso narrado pela quest‹o, teremos crime imposs’vel, por for•a do art. 17 do CP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
32.! (CESPE Ð 2015 Ð TCU Ð AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)
No que diz respeito ˆs causas de exclus‹o da ilicitude, Ž poss’vel alegar leg’tima defesa contra quem pratica conduta acobertada por uma dirimente de culpabilidade, como, por exemplo, coa•‹o moral irresist’vel. COMENTçRIOS: Item correto, pois a leg’tima defesa pode ser invocada para repelir injusta agress‹o de alguŽm que se encontra acobertado por uma excludente de culpabilidade. Isso porque a excludente de culpabilidade n‹o altera o car‡ter injusto da conduta (o fato continua sendo t’pico e il’cito), o que permite a atua•‹o em leg’tima defesa. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
33.! (CESPE Ð 2015 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)
Acerca da aplica•‹o da lei penal, do conceito anal’tico de crime, da exclus‹o de ilicitude e da imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem. Como a rela•‹o de causalidade constitui elemento do tipo penal no direito brasileiro, foi adotada como regra, no CP, a teoria da causalidade adequada, tambŽm conhecida como teoria da equival•ncia dos antecedentes causais. COMENTçRIOS: Item errado. Primeiro porque a quest‹o trata a teoria da causalidade como sin™nimo de teoria da equival•ncia dos antecedentes, o que Ž errado, j‡ que cada uma corresponde a uma teoria diferente. O CP adotou ambas. Adotou a teoria da equival•ncia dos antecedentes (conditio sine qua non) como regra, e a teoria da causalidade adequada como exce•‹o, mais especificamente como forma de explicar a rela•‹o de causalidade quando da ocorr•ncia de concausa superveniente relativamente independente que, por si s—, causou o resultado. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
34.! (CESPE Ð 2015 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)
Acerca da aplica•‹o da lei penal, do conceito anal’tico de crime, da exclus‹o de ilicitude e da imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem. O direito penal brasileiro n‹o admite a puni•‹o de atos meramente preparat—rios anteriores ˆ fase execut—ria de um crime, uma vez que a criminaliza•‹o de atos anteriores ˆ execu•‹o de delito Ž uma viola•‹o ao princ’pio da lesividade. COMENTçRIOS: Item errado. Em REGRA, os atos meramente preparat—rios n‹o s‹o pun’veis, j‡ que se exige o in’cio da fase execut—ria do delito para que a conduta possa ser pun’vel, nos termos do art. 14, II do CP. Contudo, excepcionalmente Ž poss’vel a puni•‹o pela pr‡tica de atos meramente preparat—rios, quando a lei assim expressamente determina (ex.: agente que Ž punido por possui material para falsifica•‹o de moeda. Trata-se de ato preparat—rio para o crime de moeda falsa, mas que j‡ Ž considerado como pun’vel pela Lei penal, nos termos do art. 291 do CP). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
35.! (CESPE Ð 2015 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)
Acerca da aplica•‹o da lei penal, do conceito anal’tico de crime, da exclus‹o de ilicitude e da imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem. A leg’tima defesa Ž causa de exclus‹o da ilicitude da conduta, mas n‹o Ž aplic‡vel caso o agente tenha tido a possibilidade de fugir da agress‹o injusta e tenha optado livremente pelo seu enfrentamento. COMENTçRIOS: Item errado, pois na leg’tima defesa n‹o Ž necess‡rio que o agente estivesse impossibilitado de fugir. A leg’tima defesa poder‡ se caracterizar mesmo que o agente (aquele que repele a injusta agress‹o) possa fugir da agress‹o, mas opte por enfrenta-la. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
36.! (CESPE - 2013 - POLêCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLêCIA)
Segundo a teoria causal, o dolo causalista Ž conhecido como dolo normativo, pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos volitivos e cognitivos, considerados psicol—gicos, elemento de natureza normativa (real ou potencial consci•ncia sobre a ilicitude do fato). COMENTçRIOS: O item est‡ correto. A teoria finalista (de Welzel) trouxe o dolo da culpabilidade para o fato t’pico, transformando-o em dolo ÒnaturalÓ, compreendendo apenas elementos de vontade e consci•ncia do fato, e deixando os elementos normativos (potencial consci•ncia da ilicitude) na culpabilidade. A teoria causal, antes adotada pela maioria da Doutrina, entendia que o dolo se situava na culpabilidade, e exatamente por isso congregava os elementos volitivos, cognitivos e normativos (dolo normativo). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
37.! (CESPE - 2013 - POLêCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLêCIA)
Considere que Jo‹o, maior e capaz, ap—s ser agredido fisicamente por um desconhecido, tambŽm maior e capaz, comece a bater, moderadamente, na cabe•a do agressor com um guarda-chuva e continue desferindo nele v‡rios golpes, mesmo estando o desconhecido desacordado. Nessa situa•‹o hipotŽtica, Jo‹o incorre em excesso intensivo. COMENTçRIOS: O item est‡ errado, pois nesse caso temos o que se chama de excesso EXTENSIVO, j‡ que o excesso decorre do prolongamento da Òa•‹o defensivaÓ mesmo ap—s ter cessado a agress‹o injusta. O excesso INTENSIVO ocorre quando o agente se excede na intensidade da rea•‹o ˆ agress‹o injusta (Defender-se de um tapa com um tiro de fuzil). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
38.! (CESPE - 2013 - POLêCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLêCIA)
Ocorre leg’tima defesa sucessiva, na hip—tese de leg’tima defesa real contra leg’tima defesa putativa. COMENTçRIOS: Na hip—tese de leg’tima defesa real contra leg’tima defesa putativa, teremos um caso de leg’tima defesa rec’proca. A leg’tima defesa sucessiva ocorre quando h‡ excesso por parte daquele que primeiro age em leg’tima defesa, autorizando o agressor inicial a tambŽm se vale da leg’tima defesa. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
39.! (CESPE - 2013 - DPE-DF - DEFENSOR PòBLICO)
No que se refere aos crimes culposos e ˆ confiss‹o, julgue os seguintes itens. Para a caracteriza•‹o do crime culposo, a culpa consciente se equipara ˆ culpa inconsciente ou comum. COMENTçRIOS: O item est‡ correto. Tanto na hip—tese de o agente prever o resultado n‹o querido (culpa CONSCIENTE) quanto na hip—tese de o agente n‹o prever o resultado n‹o querido (culpa INCONSCIENTE), restar‡ caracterizado o crime culposo, bastando que esse resultado possa, ao menos, ser PREVISêVEL (Ou seja, exige-se que ele seja previs’vel, mas n‹o que tenha sido, no caso, efetivamente previsto). Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
40.! (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA - DIREITO)
Acerca dos institutos do direito penal brasileiro, julgue os pr—ximos itens. Em rela•‹o ˆs excludentes de ilicitude, na hip—tese de leg’tima defesa, o agente deve agir nos limites do que Ž estritamente necess‡rio para evitar injusta agress‹o a direito pr—prio ou de terceiro. COMENTçRIOS: O item est‡ correto, pois esta Ž a defini•‹o perfeita do instituto da leg’tima defesa, conforme art. 25 do CP: Art. 25 - Entende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos meios necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) Muita gente errou esta quest‹o porque a Banca utilizou o termo ÒevitarÓ, quando o CP fala em ÒrepelirÓ. Contudo, a Banca est‡ corret’ssima, pois o CP fala em Òrepelir injusta agress‹o, atual ou IMINENTEÓ, ou seja, quem repele agress‹o IMINENTE (que ainda n‹o aconteceu) est‡ EVITANDO agress‹o injusta. Logo, n‹o h‡ do que reclamar. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
41.! (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA - DIREITO)
Com base no direito penal brasileiro, julgue os itens a seguir. Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica. Jœlio, com inten•‹o de matar Maria, disparou tiros de rev—lver em sua dire•‹o. Socorrida, Maria foi conduzida, com vida, de ambul‰ncia, ao hospital; entretanto, no trajeto, o ve’culo foi abalroado pelo caminh‹o de JosŽ, que ultrapassara um sinal vermelho, tendo Maria falecido em raz‹o do acidente. Nessa situa•‹o, Jœlio dever‡ responder por tentativa de homic’dio e JosŽ, por homic’dio culposo. COMENTçRIOS: No caso Jœlio dever‡ responder por homic’dio tentado (ou tentativa de homic’dio), pois h‡ uma concausa superveniente relativamente independente mas que POR SI Sî produziu o resultado, fazendo com que o resultado n‹o possa ser atribu’do a Jœlio. Vejamos: Art, 13 (...) ¤ 1¼ - A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a imputa•‹o quando, por si s—, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) JosŽ, por sua vez, responder‡ por homic’dio culposo. Muitos candidatos levantaram a hip—tese de JosŽ responder por homic’dio doloso, por dolo eventual. No entanto, para que pudŽssemos afirmar, categoricamente, que JosŽ agiu como dolo eventual, a quest‹o deveria deixar CLARO que ele agiu sem se importar com a ocorr•ncia do eventual resultado, o que n‹o se presume, atŽ porque, a ocorr•ncia do resultado seria danosa para o pr—prio JosŽ, na medida em que ele teria graves preju’zos financeiros com a reforma de seu caminh‹o e, inclusive, colocaria sua pr—pria vida em risco, de forma que Ž muito mais f‡cil crer que JosŽ Ž apenas mais um imbecil imprudente, o que caracteriza APENAS crime CULPOSO. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
A responsabilidade penal do agente nas hip—teses de excesso doloso ou culposo aplica-se a todas as seguintes causas de excludentes de ilicitude previstas no CP: estado de necessidade, leg’tima defesa, estrito cumprimento de dever legal ou exerc’cio regular de direito. COMENTçRIOS: O item est‡ correto, pois o agente que se excede na utiliza•‹o de uma causa de exclus‹o da ilicitude dever‡ responder pelo excesso, seja ele doloso ou culposo, n‹o fazendo o CP qualquer distin•‹o entre as diversas causas de exclus‹o da ilicitude. Vejamos: Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) Excesso pun’vel (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo excesso doloso ou culposo.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
43.! (CESPE Ð 2014 Ð CåMARA DOS DEPUTADOS Ð CONSULTOR
LEGISLATIVO Ð çREA III) Age com dolo eventual o agente que prev• poss’veis resultados il’citos decorrentes da sua conduta, mas acredita que, com suas habilidades, ser‡ capaz de evit‡-los. COMENTçRIOS: O item est‡ errado! Primeiro porque n‹o basta a mera representa•‹o de um poss’vel resultado il’cito. ƒ necess‡rio que o agente represente a poss’vel ocorr•ncia de um resultado CRIMINOSO decorrente de sua conduta. AlŽm disso, se o agente acredita que, com suas habilidades, conseguir‡ evit‡-lo, n‹o se configura o dolo eventual, que exige que o agente n‹o se importe com a ocorr•ncia do resultado. Vejamos o art. 18, I do CP: Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi- lo;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
44.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ)
Acerca do arrependimento posterior, da culpa, dos crimes qualificados pelo resultado, das excludentes de ilicitude e das excludentes de culpabilidade, assinale a op•‹o correta. A) Todo crime qualificado pelo resultado Ž um crime preterdoloso. B) A coa•‹o f’sica irresist’vel Ž capaz de excluir a culpabilidade pelo cometimento de um crime. C) Para a doutrina majorit‡ria, aquele que, para salvar-se de perigo iminente, sacrifica direito de outrem n‹o atua em estado de necessidade. D) O instituto do arrependimento posterior pode ser aplicado ao crime de les‹o corporal culposa. E) O direito penal admite a compensa•‹o de culpas. COMENTçRIOS: A) ERRADA: O crime qualificado pelo resultado Ž um g•nero, do qual o delito preterdoloso Ž uma das espŽcies. Assim, podemos dizer que todo delito preterdoloso Ž um crime qualificado pelo resultado, mas n‹o o contr‡rio. B) ERRADA: A coa•‹o f’sica irresist’vel exclui a CONDUTA, por aus•ncia completa de vontade do agente coagido. Logo, acaba por excluir o fato t’pico. O que exclui a culpabilidade Ž a coa•‹o MORAL irresist’vel, nos termos do art. 22 do CP. C) ERRADA: A Banca deu a afirmativa como errada, por entender que a doutrina majorit‡ria considera o perigo iminente como autorizador do estado de necessidade. Contudo, n‹o Ž poss’vel afirmar que h‡ doutrina majorit‡ria nesse sentido, pois h‡ BASTANTE DIVERGæNCIA quanto a isto. Entretanto, como h‡ muita diverg•ncia, tambŽm n‹o Ž poss’vel afirmar o contr‡rio (que a doutrina majorit‡ria entende n‹o haver estado de necessidade), de maneira que a quest‹o, de um jeito ou de outro, estaria errada. D) CORRETA: A Doutrina entende que o requisito de Òaus•ncia de viol•ncia ˆ pessoaÓ, previsto para a caracteriza•‹o do arrependimento posterior (art. 16 do CP), estar‡ materializado quando houver, apenas, les›es corporais culposas, de forma que admitiria o arrependimento posterior. E) ERRADA: N‹o se admite, no Direito Penal, a compensa•‹o de culpas, respondendo cada um por sua conduta, ainda que o comportamento da v’tima possa ser considerado na fixa•‹o da pena (art. 59 do CP). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D. 45.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/SE - ANALISTA) Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplica•‹o de penas. Mesmo quando o agente, de forma espont‰nea, desiste de prosseguir nos atos execut—rios ou impede a consuma•‹o do delito, devem ser a ele imputadas as penas da conduta t’pica dolosa inicialmente pretendida. COMENTçRIOS: Item errado. Neste caso, por se tratar de arrependimento eficaz ou desist•ncia volunt‡ria, o agente responde apenas pelos atos j‡ praticados, na forma do art. 15 do CP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
46.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/SE - ANALISTA)
Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplica•‹o de penas. Configura crime imposs’vel a tentativa de subtrair bens de estabelecimento comercial que tem sistema de monitoramento eletr™nico por c‰meras que possibilitam completa observa•‹o da movimenta•‹o do agente por agentes de seguran•a privada. COMENTçRIOS: O item est‡ errado. O STJ possui s—lido entendimento no sentido de que a mera exist•ncia de sistema de monitoramento e dispositivos antifurto n‹o tornam Òimposs’velÓ o crime de furto, logo, n‹o h‡ que se falar em crime imposs’vel. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
47.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR DO ESTADO)
Em direito penal, conforme a teoria limitada da culpabilidade, as discriminantes putativas consistem em erro de tipo, ao passo que, de acordo com a teoria extremada da culpabilidade, elas consistem em erro de proibi•‹o. COMENTçRIOS: Item errado. A teoria limitada da culpabilidade faz distin•‹o entre descriminantes putativas decorrentes de erro sobre a realidade f‡tica (que seriam erro de tipo) e as descriminantes putativas decorrentes de erro sobre o direito (que seriam erro de proibi•‹o). A teoria extremada entende que as descriminantes putativas ser‹o sempre erro de proibi•‹o. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
ƒ causa de exclus‹o da culpabilidade o fato de a conduta ser praticada por meio de coa•‹o f’sica irresist’vel. COMENTçRIOS: Item errado. Trata-se de uma pegadinha cl‡ssica. A coa•‹o MORAL irresist’vel Ž que exclui a culpabilidade, em decorr•ncia de inexigibilidade de conduta diversa. A coa•‹o FêSICA irresist’vel (vis absoluta) exclui a VONTADE, que Ž elemento da conduta. Assim, exclu’do o elemento ÒcondutaÓ, ausente o fato t’pico. Logo, a coa•‹o f’sica irresist’vel atinge o pr—prio fato t’pico, e n‹o a culpabilidade. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
O dever jur’dico de evitar o resultado existente no crime omissivo impr—prio deve obrigatoriamente decorrer de uma imposi•‹o legal direta que determine cuidado e vigil‰ncia em rela•‹o ˆ v’tima. COMENTçRIOS: Item errado. O dever jur’dico de evitar o resultado, nos crimes omissivos impr—prios, pode decorrer de uma imposi•‹o legal, contratual ou por qualquer outra forma. Vejamos: Art. 13 (...) ¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
Para que se caracterize crime omissivo pr—prio, Ž necess‡rio que o agente tenha ocasionado o resultado natural’stico em decorr•ncia de um n‹o fazer que figure como elementar do tipo. COMENTçRIOS: Item errado. Embora o crime omissivo PRîPRIO se constitua num tipo penal que exige do agente uma conduta OMISSIVA, ou seja, um NÌO FAZER algo que a lei manda que fosse feito, este Òn‹o fazerÓ n‹o gera um resultado natural’stico, pois Òdo nada, nada surgeÓ. Na verdade, os crimes omissivos pr—prios prescindem de resultado natural’stico para sua consuma•‹o, atŽ porque n‹o h‡ nexo de causalidade entre o ÒnadaÓ e o ÒresultadoÓ. Nestes crimes o agente Ž punido t‹o-somente por violar o comando legal, ou seja, deixar de fazer o que a lei manda. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
Sontag, Ricardo - Unidade Legislativa Penal Brasileira e A Escola Positiva Italiana - Sobre Um Debate em Torno Do Código Penal de 1890. Revista Justiça & História, V 11, P 89-124, 2014 PDF