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Resenhas de Traduções 275

na verdade, pretextos para que um aumento equivalente da aten-


se discutam os percalços pelos ção do tradutor para a qualidade
quais passam os tradutores de es- de seu trabalho. A Rainha do
panhol, os cuidados que devemos Sul, em sua versão brasileira,
ter na produção e na revisão de cumpre bem sua função de di-
nossos textos e as condições de vulgar entre nós o trabalho de um
recepção do nosso trabalho pelo autor tão largamente apreciado
leitor brasileiro. O aumento do como Arturo Pérez-Reverte.
volume de traduções do espanhol Júlio César Neves Monteiro
para o português do Brasil exige UFSC

em parceria com Aldyr Schlee. O


volume de traduções realizadas
Arregui, Mario de. Cavalos do parece revelar uma paixão por esta
amanhecer. Tradução de Sergio literatura minoritária, o que tam-
Faraco. Porto Alegre: L&PM bém pode ser observado na inten-
Pocket, 2003, 148 pp. ção que transparece nas mesmas de
preservar e apresentar traços ca-
racterísticos da cultura e da socie-
O gaúcho Sergio Faraco tem se dade uruguaia.
revelado um dos grandes promo- De Mario Arregui, Faraco tam-
tores da literatura uruguaia no Bra- bém traduziu A cidade silenciosa
sil. Através de suas traduções, ti- (Porto Alegre: Movimento, 1985,
vemos a oportunidade de ler escri- edição já esgotada), e publicou-se
tores como o autor do volume de no Uruguai, em 1990, um livro
contos aqui apresentado, mas tam- que reúne as cartas trocadas entre
bém Juan José Morosoli, Carlos ambos: Mario Arregui & Sergio
Maggi, Julián Murguía, Jesús Faraco: Correspondencia (Mon-
Moraes, Tomás de Mattos, tevideo: Monte Sexto, 1990). A
Horacio Quiroga, Idea Vilariño, tradução de Cavalos do amanhe-
Eduardo Galeano, entre outros cer foi primeiramente publicada em
reunidos na antologia de contos 1982, em uma edição esgotada da
Para sempre Uruguai1, realizada Francisco Alves (RJ), e
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disponibiliza-se ao grande públi- Arregui3 explica, no prólogo a seu


co mais recentemente na coleção primeiro livro, sua dedicação ao
de livros de bolso da L&PM, que conto: “Estimo al cuento un
já dedicara edições aos uruguaios género importante, hermoso, di-
Quiroga e Galeano. Neste volume, fícil... Rigores excelentes lo
reúnem-se 9 contos de Mario condicionan y lo comandan y posee
Arregui e uma breve nota biográ- mayor temperatura artística,
fica escrita pelo tradutor. Não se digámoslo así, que el relato o la
oferece nenhuma informação adi- novela”.
cional sobre os contos traduzidos, Segundo Rama4, o gênero se
como o ano em que foram escritos constitui para o escritor como a
ou onde foram publicados, nem melhor forma de traduzir suas in-
tampouco sobre o projeto de tra- tenções literárias: partindo de um
dução, como a exposição dos cri- único personagem central, em si-
térios de seleção dos contos ou con- tuações concretas e cotidianas da
siderações sobre as intenções, de- vida, tratar alguns traços consubs-
cisões ou dificuldades do processo tanciais da natureza humana, as-
tradutório; informações que Faraco pectos fundamentais do humano,
fornece em Para sempre Uruguai. que podem ser exemplares para a
Alguns dos contos selecionados conscientização de uma comuni-
foram retirados dos livros: Noche dade humana sobre seu próprio ser.
de San Juan y otros cuentos Segundo Arregui5: “el buen cuento
(1956), primeiro livro editado por a mi entender, es el que en alguna
Mario Arregui; Hombres y medida impresiona como ejemplo
caballos (1960); La sed y el agua (en el antiguo sentido de enxenplo)
(1964) y La escoba de la bruja y apunta menos a la peripecia que a
(1979). Estes últimos livros cita- la condición del hombre y a las más-
dos marcam o período de maturi- caras de su destino”.
dade do escritor, revelando gran- A temática profunda dos con-
de familiaridade com a arte do tos revela a preocupação com a
conto, gênero ao qual Arregui foi solidão, em “Noche de San Juan”,
especialmente fiel; segundo Angel com o substrato das almas simples
Rama2, Arregui “nunca ha inten- e os princípios morais, em “Diego
tado otras formas narrativas (el Alonso”, com a perversão da es-
relato, la novela) y otras formas pécie humana em “Los ladrones”,
de la prosa de ficción”. O próprio com a simplicidade do homem do
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campo, a resignação com os ca- organizadores e tradutores, que


minhos da vida e a moral da famí- através desta antologia puderam
lia em “El regreso de Ranulfo trabalhar e cotejar o que conheci-
Alves”; a maldade humana em am de literatura uruguaia no gê-
“Caballos del amanecer” e a lu- nero (Cf. Schlee e Faraco, Op. Cit,
xúria em “Luna de octubre”; con- p. 13).
tos cujos acontecimentos nos sur- Isto pode ser exemplificado pelo
preendem e para os quais Arregui uso de alguns termos criollos ou
não procura uma explicação, ape- regionalismos do Rio Grande do
nas relata aquilo que tantas vezes Sul, região que mantém intensa re-
simplesmente acontece na vida e lação com o Uruguai, denotando o
nas relações humanas. idioma estrangeiro na tradução e
A seleção de contos feita por revelando ao leitor algo novo, des-
Faraco não segue a ordem crono- conhecido em alguns casos:
lógica das obras de Arregui, mas Na noite anterior tinham dor-
revela sua preferência pela mido num rancherio, e
temática do homem do campo uru- Maciel, que sempre encontra-
guaio, o criollo, sua simplicida- va alguém disposto a coope-
de, seus costumes, disputas, rela- rar, recolhera o informe, con-
ções pessoais e familiares, moral; fiado em voz baixa e a sós,
a natureza humana retratada no de que o bandoleiro Velasco
cotidiano da vida rural dos montava um tordilho tirando
gauchos. a magro e mui cabeceador.
A tradução de Faraco revela a
O zaino do finado é mui guapo
intenção de divulgar a literatura de pata.
uruguaia e de preservar nela seus
traços característicos, destacando Há também alguns momentos
os aspectos culturais peculiares. em que mostra costumes do povo
Isto está de acordo com os comen- uruguaio, como “matear”, ativi-
tários que faz na antologia Para dade que os gaúchos também apre-
sempre Uruguai, aonde apresenta ciam e expressão reconhecida na
seu duplo objetivo: revelar o con- região sul do Brasil, mas há uma
to uruguaio aos leitores de língua denominação equivalente que se-
portuguesa, divulgando esta lite- ria mais facilmente compreendida
ratura quase desconhecida no Bra- em outras regiões do país: “tomar
sil; e revelar as preferências dos chimarrão”; mas Faraco opta pela
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primeira, acrescentando “lavar o que começasse com trabalhos


mate”, ou seja, tomar o chimar- leves e não se preocupasse,
rão sem renovar a erva: pois lhe daria de presente um
bagual, a faca que lhe em-
...Era um gaúcho habituado a prestara e dois couros gran-
esperar o dia lavando moro- des para que fizesse as
samente o mate comprido... guascas.6
(itálicos do tradutor)
Em alguns casos, como nos
Martiniano, abancado num
exemplos a seguir, Faraco opta por
cepo, mateava e fumava com
manter o termo utilizado em espa-
gestos lentos, precisos.
nhol, pois este existe em portugu-
Note-se que o tradutor opta por ês, mas seu uso nesta situação in-
itálicos em alguns momentos, para dica uma conotação pouco conhe-
destacar os termos que decidiu dei- cida e que é aqui resgatada.
xar em espanhol; poder-se-ia ex- Segundo o dicionário eletrôni-
plicar esta opção com a citação da co Houaiss, “picada” como “ata-
apresentação da antologia Para lho aberto na mata a golpes de fa-
sempre Uruguai, onde os traduto- cão ou de foice para a passagem
res afirmam que mantiveram “pa- de pessoas, pequenos veículos
lavras ou expressões em espanhol, etc.” remonta ao século XVIII:
cuja tradução prejudicaria o con-
Encontrou uma picada (ou
texto, empobrecendo-o, por es-
algo que parecia uma picada)
conder ou contrariar os modelos
e enveredou por ela, mas sem
caracterizadores da peculiaridade demora ramos de espinhos
cultural uruguaia expressos em sua cortaram-lhe o caminho.
linguagem”:
No caso de “cola” como “cau-
Quando sentiu-se apto, propôs da dos animais” trata-se de um
ao vasco que o contratasse diacronismo antigo:
como peão até poder ressar-
cir-lhe os gastos e juntar a Não traziam buçais e suas co-
quantia necessária para com- las, aparadas com certa uni-
prar arreios e um bagual: formidade, mal roçavam na
“Bueno, sim, sim”, aceitou água.
prontamente o vasco. Fixou- No exemplo seguinte, “arrato-
lhe um ordenado rabão, de
nada” sequer consta nos dicioná-
negro chico, recomendando
rios eletrônicos Houaiss e Auré-
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lio; segundo o DRAE significa: duções de Faraco. Como afirma


“Comido o roído de ratones.” Rama7: “Arregui es de los que
“Pelechar” é mais um regionalis- elaboraban pacientemente la frase
mo do Sul do Brasil: guiado por los principios de
Parda, arratonada, jamais
concisión y esmero que
pelechava por completo, tal- distinguieron a Borges [...]”. Al-
vez por velha, talvez pelo fato guns exemplos são bastante
de que as mulas guardam esclarecedores:
como soterrada ou dissimula- Poco antes de llegar a la es-
da sua assombrosa vitalidade. quina de insomne puerta lu-
Faraco opta por notas expli- minosa donde el Bajo
cativas nos casos em que a com- comienza, encontró una gran
preensão não depende apenas do fogata crepitante, encabritada
al pie de un muro que
conhecimento do espanhol, mas
coronaban – con crueldad vana
também da familiaridade com uma
y torpe – refulgentes vidrios
atividade específica: “basto
rotos. (“Noche de San Juan”)
portenho”, “tordilho de cabos-ne-
gros” ou “lombilho entrerriano”, Pouco antes de chegar topou
ou ainda “graxa quente de rim”; com uma grande fogueira
vocabulário típico do meio rural. crepitante, encabritada ao pé
Há momentos em que deixa a ex- de um muro a que haviam
pressão em espanhol e coloca uma coroado – inútil crueldade –
com refulgentes vidros parti-
nota explicativa, como em “falta-
dos. (“Noite de São João”)
envido” (aposta preliminar do jogo
de truco) ou nos versos de Martín Cuando salió – ya sobre la col-
Fierro: “No hay matrero que no mada plenitud de la
caiga” e “la tardanza de lo que está medianoche [...]. (“Noche de
por venir”, para os quais o tradu- San Juan”)
tor poderia ter buscado um equi- Quando saiu, por volta da
valente, mas preferiu manter a re- meia-noite. (“Noite de São
ferência ao idioma e à cultura de João”)
partida.
Encendió otro fósforo y la
Entretanto, há alguns elemen-
siguió por un pasillo de
tos estilísticos na obra de Arregui desparejo piso enladrillado y
que ficam empobrecidos nas tra- paredes con manchas de
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humedad antigua; y entraron, ras, um dominador crucifixo,


al fondo, en una pequeña rabiscos indecifráveis nas
pieza encerrada y honda como paredes...Apesar do ar úmi-
un calabozo, apenas do e frio, do descascado es-
alumbrada por una lámpara pelho e dos fragmentos de
que humeaba colgada del mortes alheias que pareciam
techo. Había una fatigada povoá-la, aquela pecinha
cama de hierro, un ropero con penumbrosa, na sua pobre
mortecino espejo hostil y sin nudez suja de vida, possuía
dueño, una mesa y dos sillas, uma intimidade agridoce que
un dominador crucifijo y aconchegava tanto quanto
grabados indistinguibles en las aconhega um lugar onde se foi
paredes. A pesar del aire feliz. (“Noite de São João”)
húmedo y frío que la llenaba,
Miró sin ver esa alta pared,
del torvo espejo y de los frag-
las casas sumisas, los ciegos
mentos de muertes ajenas que
ranchos; fumando y silbando,
parecían poblarla – y en cierto
marchó hacia arriba por la
modo entorpecerla -, tenía la
calle orillera tumultuosa de
penumbrosa pieza – en su po-
niños y de perros – la liviana
bre desnudez sucia de vida,
calle sin árboles que parecía
historiada y gastada – una
prepararse para recibir, como
intimidad agridulce que
un sacramento, la noche pró-
acogía como acoge un lugar
xima. (“Diego Alonso”)
donde se ha conocido la dicha.
(“Noche de San Juan”) Ele olhou se ver essa parede,
e as casas humildes, e os ran-
Acendeu mais um fósforo e a
chos sem janelas. Fumando e
seguiu por um corredor de
assobiando, subiu a rua sem
lajotas desparelhas e paredes
árvores, mas cheia de crian-
com manchas antigas de umi-
ças e cães, rua inocente que
dade. Ao fundo, entraram
parecia preparar-se para re-
numa peça pequenina, aper-
ceber, como um sacramento,
tada como um calabouço, ilu-
a noite que se aproximava.
minada por uma lamparina
(“Diego Alonso”)
pendurada no teto. Havia ali
uma velha cama de ferro, um El letrero de letras torpes, de
roupeiro com espelho descas- torcidos palotes: [...]. (“Diego
cado, uma mesa e duas cadei- Alonso”)
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O letreiro onde se lia: [...]. conhecer nela algo de Mario Arregui


(“Diego Alonso”) e do universo que descreve:
[...] interrogó el reloj desper- En su alma nacían ansieda-
tador que colgaba de un clavo des sin destino y despertaban
de la pared, estrechó la mano apetencias ya condenadas a
del herrero y se sentó en una frustarse, y se rompían
silla retacona, junto a la equilibrios, se iniciaban
percha. (“Diego Alonso”) resquebrajamientos...Sintió
[...] olhou o relógio de pare- que necesitaba el alcohol para
de, apertou a mão do ferreiro defenderse, para emerger de
e foi sentar-se num banco per- la angustia que ya comenzaba
to do cabide.(“Diego Alonso”) a ceñirle la garganta...
Caminó unos metros y entró
As passagens sublinhadas in- en un bar y pidió caña.
dicam exercícios de estilo cuida- (“Noche de San Juan”)
dosamente elaborados por Mario
Em sua alma nasciam ansie-
Arregui e que foram simplifica-
dades sem destino e desper-
dos ou ignorados na tradução ao tavam apetites já condenados
português. Note-se que Arregui à frustração. E se rompiam
atribui dois ou mais adjetivos a equilíbrios, inauguravam-se
cada substantivo, suas descrições estraçalhamentos. Sentiu que
são detalhadas e ao mesmo tem- precisava do álcool para de-
po plenas de subjetividade, car- fender-se, para emergir da an-
regadas de significados, abertas gústia que já lhe dava um nó
a interpretações, e isto se na garganta. Entrou num bar
minimiza nas traduções, os ob- e pediu canha. (“Noite de São
jetos e os locais perdem grande João”)
parte de sua vida; a descrição Largos minutos permanecieron
simplificada apenas informa o así, como dos náufragos ar-
óbvio, mas carece dos significa- rojados por el azar en la
dos ocultos, das divagações que concavidad de una misma ola.
transportam o leitor ao mundo Pero el hambre impar seguía
revelado pelo escritor. insaciable y el turbio río
Em que pesem estas observa- continuaba acrecentándose sin
ções, ainda há passagens felizes na remansearse ni desembocar.
tradução de Faraco e é possível re- (“Noche de San Juan”)
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Longos minutos ficaram as- guaia, em uma edição acessível e


sim, como dois náufragos ar- de fácil manuseio, e com uma tra-
rojados pelo destino na
dução que, embora peque por não
concavidade de uma mesma
preservar alguns traços estilísticos
onda. Mas a fome ímpar con-
fundamentais do escritor, empo-
tinuava insaciável e o rio es-
pesso crescia sem remansear brecendo sua literatura, aproxima
ou desembocar (“Noite de o leitor do universo revelado por
São João”) Arregui: as pequenas cidades do
interior uruguaio, a vida no cam-
La sonrisa, aunque fugaz y tan po, o criollo, seus hábitos e cos-
sólo muscular, trazó y dejó tumes, sua moral e sua ética. Con-
en su cara la forma real de
tudo, os contos de Mario Arregui
un acercamiento ilusorio.
não tratam apenas disto, mas tam-
(“Noche de San Juan”)
bém da essência humana oculta nas
O sorriso, embora fugaz e atividades cotidianas da vida e re-
apenas muscular, traçou e velada pela subjetividade literária;
deixou em seu rosto a forma como afirma o escritor: “Creo con
real de um aconchego ilusó- Pope que el estudio que
rio. (“Noite de São João”) verdaderamente corresponde al
Miró el triángulo oscuro del hombre es el hombre; creo
sexo, que avidinaba hondo, asimismo que la literatura – a cuyo
nocturnal, infinito...y tibio y servicio me esfuerzo en ponerme,
tierno y estremecido como un con humildad – es la disciplina más
pájaro. Y puso su mano allí. enredada al alma y, por tanto, la
(“Noche de San Juan”) que mejor acomete tal estudio”
Olhou o triângulo escuro do (Arregui, op. cit, p. 21).
sexo, que adivinhava fundo, Notas
noturnal, infinito...e tíbio e
terno e estremecido como um 1. Schlee, Aldy G. e Faraco, Sergio
pássaro. E pôs a mão ali. (org.). Para sempre Uruguai. Porto
(“Noite de São João”) Alegre: IEL, 1991.

A editora L&PM e o tradutor, 2. Rama, Angel. “Mario Arregui:


Sergio Faraco, trazem ao alcance interrogación ética del hombre”. In:
Arregui, Mario. Cuentos completos.
do público leitor brasileiro este
Montevideo: Arca, 1992. Tomo I.
grande expoente da literatura uru-
Prólogo, p. 9.
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3. Arregui, Mario. Cuentos claro o que quer dizer, dá margem a


completos. Montevideo: Arca, 1992. interpretações complicadas,
Tomo I, p. 22. fundamentalmente pela opção do
termo “negro” que pode carregar
4. Op. Cit, p. 7 e 9.
uma conotação racista.
5. Idem Ibidem.
7. Op. Cit, p. 16.
6. Neste trecho, poder-se-ia dizer que Eleonora Frenkel
a passagem sublinhada é UFSC
problemática, pois além de não deixar

de Mario González – e tradução –


de Heloísa Costa Milton & Anto-
Lazarilho de Tormes. São Paulo:
nio R. Esteves. Ao folhear o índi-
Editora, 2005, 224 pp. Edição
ce, as expectativas aumentam:
bilíngüe. Organização, edição do
“Apresentação”, “As traduções de
texto em espanhol, notas e estudo
Lazarilho de Tormes ao portugu-
crítico de Mario M. González.
ês”, “Critérios da presente edição
Tradução de Heloísa Costa Milton
em espanhol”, “Nota dos traduto-
& Antonio R. Esteves.
res”, o texto, estudo crítico, in-
formações sobre as moedas da épo-
ca da aparição do texto, lista das
Esta edição do Lazarilho de edições recentes de Lazarilho de
Tormes tem uma aparência sim- Tormes em espanhol e uma “Bi-
ples. Capa sóbria, de cartolina, na bliografia mínima sobre Lazarilho
cor areia, com título e detalhes em de Tormes”. Ao chegar a este pon-
telha escuro, à imitação das enca- to resulta evidente que se trata de
dernações de couro, uma pequena uma edição que promete – e como
gravura em preto e uma pequena veremos, cumpre.
descrição, em letras pequenas. Ao Na Apresentação (p. 7) o
ler esses detalhes, logo fica-se in- organizador resume a situação de
trigado: edição bilíngüe, menção Lazarilho de Tormes em portugu-
à edição de referência e créditos ês: uma obra de primordial impor-
da organização, edição de texto em tância na narrativa espanhola e
espanhol, notas, estudo crítico – universal que, no entanto, não

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