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História Medieval - A vida como ela era

Nas famílias camponesas, todos trabalhavam muito. Além de cuidar das terras do senhor do
feudo, homens, mulheres e crianças faziam à colheita, moíam os grãos e construíam pontes,
estradas, estábulos e moinhos. Ao mesmo tempo, cultivavam seus lotes e cuidavam dos animais e
dos trabalhos artesanais e domésticos.
Os camponeses viviam em cabanas cobertas de palha, com piso de terra batida e a área
interna escura, úmida e enfumaçada. Em geral as cabanas tinham apenas um cômodo, que servia
para dormir e guardar alimentos e até animais. Os móveis, bastante rústicos, resumiam-se à mesa e
bancos de madeira e os colchões de palha.
No almoço ou no jantar, comiam quase sempre pão escuro e uma sopa de vegetais, legumes
e ossos. Carne, ovos e queijo eram caros demais, só em ocasiões especiais. Em vários períodos
houve falta de alimentos e a fome se espalhou por muitas regiões da Europa, vitimando, os mais
pobres.
Na mesa dos nobres, entretanto, não faltava uma grande variedade de peixes e carnes, quase
sempre secas e salgadas, para se conservar durante o inverno. No verão, para disfarçar o gosto ruim
e o mau cheiro da carne estragada, a comida era cozida com especiarias e temperos fortes, raros e
exóticos, que vinham do Oriente, custavam caro e eram difíceis de obter. O açúcar, outra raridade,
era considerado um luxo e usado até como herança ou para pagamento de dotes. O vinho era
consumido em grande quantidade em quase todas as regiões, e os habitantes do norte da Europa
também costumavam consumir a cerveja.
Nas cidades, aglomeravam-se e conviviam todos os tipos de pessoas e profissões: ricos,
comerciantes, taberneiros, artesãos, padeiros, relojoeiros, joalheiros, mendigos, pregadores,
vendedores ambulantes, menestréis, etc. E na periferia das cidades, bastante discriminados pela
maioria da população, viviam outros grupos: judeus, muçulmanos, hereges, leprosos, homossexuais
e prostitutas, que estiveram entre os quais perseguidos e reprimidos pela Inquisição, a partir do
século XII.
Analfabeta, em sua maioria, a população falava a língua dominante em sua região de origem
e os idiomas ainda hoje falados na Europa foram formados nessa época, em consequência dos
contatos com pessoas e com línguas de origem germânica ou de outras regiões com o latim, a língua
romana.
Como não sabiam ler, essas pessoas só tinham acesso à literatura por meio de artistas que se
apresentavam em público para ler e contar histórias, declamar poesias ou cantar e encenar
espetáculos de teatro nas praças, ruas e tavernas das aldeias e cidades, muitas vezes durante as
festas.
As moradias dos nobres também se modificaram bastante, ao longo do tempo. Até o século
XII, seus castelos se resumiam a uma torre, onde habitava a família do senhor, e eram feitos de
madeira, sendo por isso mesmo muito vulnerável a incêndios e a ataques de invasores. A partir dos
anos 1200, tornaram-se comuns as construções em pedra e tijolos e os castelos ganham novas
dependências, como celeiros, estábulos, muralhas, fossos e torres de vigia, para sua defesa. A
mobília também se sofisticou e os nobres passaram a usar tapeçaria e pratarias vindas do Oriente.

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