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Social
Responsabilidade
Social
Autoria
Rosângela Araújo de Castro
EXPEDIENTE
Reitor: Ficha Técnica
Prof. Cláudio Ferreira Bastos Autoria:
Pró-reitor administrativo financeiro: Rosângela Araújo de Castro
Prof. Rafael Rabelo Bastos Designer instrucional:
Pró-reitor de relações institucionais: Emanoela de Araújo
Prof. Cláudio Rabelo Bastos Projeto gráfico e diagramação:
Pró-reitor acadêmico: Miguel José de Andrade Carvalho /
Prof. Valdir Alves de Godoy Francisco Cleuson do Nascimento Alves
Coordenação Pedagógica: Capa:
Profa. Maria Alice Duarte G. Soares Francisco Erbínio Alves Rodrigues
Coordenação NEAD: Tratamento de imagens:
Profa. Luciana R. Ramos Duarte Miguel José de Andrade Carvalho
Supervisão de produção NEAD: Revisão Textual:
Francisco Cleuson do Nascimento Alves Claudiene Braga da Silva
FICHA CATALOGRÁFICA
CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA CENTRO UNIVERSITÁRIO ATENEU
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deverão ser dirigidos à Reitoria.
Seja bem-vindo!
Caro estudante, é com grande prazer que lhe apresento o material didático
da disciplina de Responsabilidade Social.
Vale ressaltar que a apostila foi elaborada com os tópicos mais importantes
sobre as temáticas abordadas. No entanto, é sempre dever do aluno procurar apro-
fundar o seu conhecimento através de outras bibliografias
Bons estudos!
Sumário
UNIDADE 01
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Referências ..........................................................................................................50
UNIDADE 02
1. Desenvolvimento sustentável............................................................................54
2. Sustentabilidade empresarial............................................................................76
2.1. Importância da sustentabilidade empresarial.................................................83
2.2. Práticas sustentáveis nas empresas..............................................................83
3. Políticas públicas de sustentabilidade...............................................................85
Referências ..........................................................................................................93
UNIDADE 03
CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS
Referências.........................................................................................................126
UNIDADE 04
Referências.........................................................................................................148
Uni
Apresentação
1. Desenvolvimento sustentável
A humanidade vivencia, na atualidade, crescentes transformações ambien-
tais, seja por emissão de gases poluentes, seja por desmatar florestas, seja por
poluir rios, seja por extinguir espécies tanto da fauna quanto da flora. Tudo isso é
impulsionado por uma demanda por novas tecnologias, interesses e necessidades
de outros produtos. Pode-se questionar, também, que esta demanda surge através
de necessidades consumistas falaciosas. As pessoas acreditam que precisam de
um celular mais moderno, um carro mais confortável, dentre outras necessidades
criadas.
Mas foi a partir da década de 1970 que a preocupação com o meio am-
biente ganhou um maior destaque no cenário mundial. O abuso indiscriminado
dos recursos naturais trouxe o questionamento sobre o futuro da humanidade.
54 RESPONSABILIDADE SOCIAL
Esperava-se que o homem, avançando na tecnologia, não fosse atingir de forma
tão perversa os recursos naturais ao ponto de extinguir a sobrevivência no planeta.
Este temor foi um impulso para estudos relacionados à temática da sustentabili-
dade e estratégias de desenvolvimento sustentável.
Foi na década de 1980 que houve uma maior difusão do termo desen-
volvimento sustentável e também uma definição mais ampla e contemporânea.
Contudo, o conceito do termo foi definido em 1987 pela Comissão de Brundtland.
O relatório elaborado por esta comissão procurou estabelecer uma convivência
harmoniosa entre o homem e o meio ambiente. Ainda estabelece que a pobreza
é incompatível com o desenvolvimento sustentável, e que a prática de uma po-
lítica ambiental deve ser parte integrante do desenvolvimento como um todo. O
relatório de Brundtland fala de preocupações que devem ser comuns a todos os
países, por exemplo, o papel da economia internacional, os desafios em comum
como a energia, indústria, urbanismo, espécies, ecossistema, segurança alimentar
e aumento populacional e os esforços comuns a todas as nações como paz, segu-
rança, desenvolvimento, administração de áreas comuns, propostas de mudança
institucional e meio ambiente.
Como o conceito foi interpretado de uma forma muita ampla, passou a ser
utilizado erroneamente para justificar qualquer atividade, desde que a mesma
reservasse recursos naturais para a população do futuro. Entretanto, o que se
pretendia era que todas as atividades que se utilizassem de recursos naturais,
passassem por uma avaliação mais rigorosa e aprofundada com o intuito de diag-
nosticar os seus efeitos no meio ambiente.
• Discussão dos critérios para a destinação de fundos públicos, uma vez que
o Estado dá subsídios e isenção fiscal.
Daher apud Almeida (2002, p. 104) afirma o seguinte sobre a base do de-
senvolvimento sustentável:
[...] a base do desenvolvimento sustentável é um sistema de mer-
cados competitivos e abertos, em que os preços refletem com
transparência os custos, incluindo os ambientais. Se os preços são
fixados adequadamente, sem estar mascarados por subsídios pro-
tecionistas, a competição estimula os produtores a usar um mínimo
de recursos, reduzindo o avanço sobre os sistemas naturais e mini-
mizando a poluição ambiental. A corporação que pretende ser sus-
tentável considera, em seus objetivos e ações, o cuidado para com
o meio ambiente, o bem-estar dos stakeholders, a transparência de
seus atos e a constante melhoria de sua reputação, pois é notório
que as parcerias e a responsabilidade compartilhada substituem
as relações tradicionais nos negócios. A sustentabilidade propugna
pela eliminação da miséria e pela inserção de centenas de milhares
de trabalhadores nas economias de mercado.
• Saúde e bem-estar;
• Comunidades.
• Outras pressões: primeiro, o pessoal qualificado vai cada vez mais preferir
trabalhar em organizações com bons históricos ambientais. Segundo, no
futuro, a determinação do “preço de custo total” vai requerer que as em-
presas reflitam sobre os preços dos produtos e serviços levando em conta
não apenas os custos de produção e entrega, como também os custos
totais da degradação ambiental associada àqueles produtos e serviços.
Esta nova abordagem sobre a questão dos resíduos levou a uma mudança
de paradigma. O resíduo, que antes era visto apenas como um problema a ser re-
solvido, passou a ser encarado também como uma oportunidade de melhoria. Isto
RESPONSABILIDADE SOCIAL 69
só foi possível após a percepção de que o resíduo não era inerente ao processo,
pelo contrário, era um claro indicativo da ineficiência deste. Portanto, é a identifi-
cação e análise do resíduo que dará início à atividade de avaliação de Produção
mais Limpa.
70 RESPONSABILIDADE SOCIAL
A implementação de um Programa de Produção mais Limpa possibilita à em-
presa o melhor conhecimento do seu processo industrial através do monitoramento
constante para a manutenção e o desenvolvimento de um sistema ecoeficiente de
produção com a geração de indicadores ambientais e processuais. Tal monitoramento
permitirá à empresa identificar necessidades de pesquisa aplicada, informação tecno-
lógica e programas de capacitação. Além disso, o Programa de Produção mais Limpa
irá integrar-se aos sistemas de qualidade, gestão ambiental e de segurança e saúde
ocupacional, proporcionando o completo entendimento do sistema de gerenciamento
da empresa. Tal programa traz para as empresas benefícios ambientais e econômicos
que resultam da:
• Eficiência global do processo produtivo por meio da eliminação dos desperdí-
cios;
• Minimização ou eliminação de matérias-primas e outros insumos impactantes
para o meio ambiente;
• Redução dos resíduos e emissões; redução dos custos de gerenciamento dos
resíduos;
• Minimização dos passivos ambientais; e
• Incremento na saúde e segurança no trabalho.
• E ainda melhora a imagem da empresa;
• Aumenta a produtividade;
• Conscientiza os funcionários;
• Reduz os gastos com multas e outras penalidades.
Com isso, o sistema de gestão ambiental é mais observado como uma es-
trutura de organização, a ser continuamente monitorada e renovada, visando for-
necer orientação efetiva para as atividades ambientais de uma organização, em
resposta a fatores internos e externos em alteração. Todos os membros de uma
organização devem assumir a responsabilidade pela melhoria ambiental. Este
conjunto de normas, ora em estudos, tem abrangência internacional e, segundo os
que o propõe, permitirá saber quais as condições de análise a que foram submeti-
dos os produtos e processos em países como Brasil, Egito ou Coreia, etc. ou quais
desses países conseguiram emitir certificados de qualidade ambiental.
2. Sustentabilidade empresarial
Segundo Correia e Pitombeira (2014), o conceito de desenvolvimento
econômico de poucos anos atrás era baseado nos princípios elencados nos ma-
nuais tradicionais de economia clássica. Existiu até bem pouco tempo a crença na
possibilidade de um crescimento econômico ilimitado, que embasou a sociedade
industrial ocidental após a Segunda Guerra Mundial. Desse modo, na década de
1940, as populações dos países fortemente afetados pela guerra estavam preocu-
padas em reconstruir suas nações. Havia uma grande diferença entre os países,
pois alguns eram urbanizados e industrializados e outros estavam em contexto de
pouca industrialização e com uma economia mais rural. E o modelo de evolução a
ser seguido era o da industrialização, como forma de superar a pobreza e o atraso.
Por conseguinte, a empresa deve ser entendida como um sistema vivo que
não pode ser vista apenas no cenário econômico. A gestão ambiental exige uma
postura ética que está tanto em consonância com as leis como preocupada com o
bem-estar das futuras gerações. O ambientalismo verdadeiro substitui a ideologia
do crescimento econômico pela ideia da sustentabilidade ambiental. Mas cabe
aos gestores das empresas harmonizar o crescimento econômico com a preserva-
ção ambiental. Eles devem ter uma liderança que consiga envolver todas as partes
interessadas da empresa.
80 RESPONSABILIDADE SOCIAL
O autor ainda fala o seguinte sobre gestão ambiental e responsabilidade
social:
[...] a mensagem-chave do novo padrão de gestão ambiental e de
responsabilidade social consiste em contextualizar as empresas
em termos ambientais e ecológicos, propiciar ações reguladoras e
legislativas ágeis e racionais por parte do Governo e manter pos-
tura ambientalista compatível com objetivos econômicos/empresa-
riais, isso induz a uma situação em que a formação de recursos
humanos para a gestão ambiental implica um conjunto de ações,
de amplo alcance, que vai afetar os sistemas atuais de formação
nas diferentes áreas de conhecimento. (TACHIZAWA, 2011, p. 11)
RESPONSABILIDADE SOCIAL 81
ter influência na paz social, na possibilidade de sobrevivência de micro e pequenas
empresas, na degradação ambiental, dentre outros aspectos. A responsabilidade
social das empresas tem como foco a gestão e preocupa-se com a relação entre o
poder econômico e a função social da propriedade e dos meios de produção. Pois
vive-se numa sociedade com uma complexa divisão de trabalho, cujos produtos
essenciais à sobrevivência das pessoas dependem do fornecimento por parte de
alguma organização. Desse modo, as pessoas têm direito a informações relativas
à composição e ao modo como são feitos os produtos, uma vez que as relações
de consumo estão permeadas pela preocupação com a saúde e a preservação da
vida.
82 RESPONSABILIDADE SOCIAL
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital
nacional de pequeno porte.
RESPONSABILIDADE SOCIAL 83
também é uma forma de preocupação social. Afinal, todo indivíduo tem direito de
usufruir de um meio ambiente equilibrado. As empresas estão investindo na
economia de energia, de água e de outras matérias-primas. Também utilizam a
reciclagem de produtos.
Produtos Exigência do
Cliente por Produtos
mais limpos
Melhores
Redução de empregados e
custos e maior
vantagem produtividade
competitiva
Ecoeficiência
Menor custo
Inovação e de capital
Novas oportunidades e de seguro
Benefícios sociais
significáveis que levam
a uma imagem
melhorada
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3. Políticas públicas de sustentabilidade
Diante de um cenário de desigualdade econômica e social, é necessário
que exista uma harmonização entre as instituições econômicas e políticas. Em pro-
cessos competitivos, o conhecimento é um fator fundamental de desenvolvimen-
to. Neste contexto, as instituições desempenham papel principal ao viabilizarem o
processo cognitivo. Deve existir uma proximidade cultural e institucional entre as
pessoas. Existindo uma interação, a criação de tecnologia pelas empresas pode
ser repassada à população. Mas também o fato de as empresas estarem inseridas
numa determinada localidade permite o compartilhamento das mesmas normas,
convenções, valores e expectativas originadas a partir de uma convivência comum.
RESPONSABILIDADE SOCIAL 85
Para Pinheiro, Carvalho e Kroeff (2005), é preciso um trabalho contínuo e
de longo prazo para que haja a estruturação de políticas de sustentabilidade e a
consolidação dos arranjos produtivos locais como formadores de um desenvolvi-
mento regional. Faz-se necessário o conhecimento das singularidades sociais e
culturais, infraestrutura educacional, qualificação de mão de obra, tecnologia e ser-
viços de informação, como também de políticas públicas que promovam a inclusão
na sociedade do conhecimento.
• Informais;
86 RESPONSABILIDADE SOCIAL
• Organizados; e
• Inovativos.
Nos arranjos informais não existe uma liderança. Também não são sig-
nificativos os aspectos ligados à inovação, à cooperação e à confiança. Pode ser
caracterizada por uma maioria de pequenas e médias empresas competindo entre
si, trabalhadores não qualificados, baixo nível de exportação e pouco variedade de
produtos.
Outra classificação dada aos APLs que está mais alinhada às característi-
cas do Brasil deve ser baseada nos seguintes elementos:
RESPONSABILIDADE SOCIAL 87
cidadania; e fortalecimento da democracia. Identificou-se, com isso, a necessidade
de participação das políticas públicas no apoio aos centros de educação profissio-
nal e tecnológica, leis reguladoras, articulação com órgãos e entidades de traba-
lho e emprego, melhoria da educação, política industrial voltada para a eficiência
e expansão das exportações. Houve uma preocupação em inovação tecnológica
em arranjos produtivos locais relacionados aos semicondutores, software, bens de
capital, produtos farmacêuticos e medicamentos, biotecnologia, nanotecnologia e
biomassa.
88 RESPONSABILIDADE SOCIAL
Conforme Pinheiro, Carvalho e Kroeff (2005), pode-se elencar os progra-
mas de políticas públicas no Brasil da seguinte forma:
RESPONSABILIDADE SOCIAL 89
1. Disserte sobre a sua compreensão em relação ao tema desenvolvimento sus-
tentável.
3. Escolha uma empresa brasileira (pode ser multinacional, mas precisa ter sede
no Brasil) que possua práticas sustentáveis e discorra sobre ela.
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4. Comente sobre as políticas públicas de sustentabilidade.
5. Dê sua opinião a respeito de como deve ser a postura dos gestores das empre-
sas para conseguir alcançar uma gestão pautada na sustentabilidade.
RESPONSABILIDADE SOCIAL 91
7. Comente sobre os benefícios da gestão ambiental.
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Também vimos que para uma atividade empresarial ser considerada sus-
tentável, precisa demonstrar um desempenho econômico e ecológico. É nesse
ponto que entra a ecoeficiência, que consiste na integração entre o desempenho
econômico e o desempenho ecológico, ou seja, os gastos com as ações am-
bientais devem trazer benefícios econômicos e financeiros para as empresas. A
ecoeficiência complementa o desenvolvimento sustentável no âmbito corporativo.
Significa que o aumento da eficiência é oriundo da preservação ambiental. Mas a
busca pela ecoeficiência não é somente responsabilidade da classe empresária,
pois também deve haver a cooperação da sociedade e do governo.
Por fim, vimos que políticas públicas de sustentabilidade podem ser via-
bilizadas por meio da criação do Arranjo Produtivo Local (APL), que consiste no
agrupamento das micros, pequenas e médias empresas, ou seja, é a aglomeração
de empresas em um mesmo território. Ele procura o desenvolvimento de uma loca-
lidade através da relação entre os agentes do setor produtivo local. Possui singu-
laridade produtiva e mantém um vínculo entre governo, associações empresariais,
instituições de crédito, ensino e pesquisa. O Arranjo Produtivo Local (APL) tem
uma natureza de relações dotadas de cooperação, interação e aprendizagem entre
a população local, com o intuito de desenvolver um sistema produtivo inovador. A
troca de informações, de conhecimento e de aprendizado favorecem o crescimento
coletivo.
Referências
BESSA, Fabiane Lopes Bueno Netto. Responsabilidade social das empresas: práticas
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sociais e regulação jurídica. Rio de Janeiro: Lumem Juris, 2010.
CORREIA, Mary Lúcia Andrade; PITOMBEIRA, Thales José Eduardo. Direito am-
biental: desenvolvimento e sustentabilidade - legislação, políticas públicas, mercado
e novas perspectivas. 1.ed. Curitiba: CRV, 2014.
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www.FATE.edu.br