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PROCESSO DE EXECUCAO

LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

A) Noções Gerais

- Via de regra o autor formula pedido certo e determinado (art. 286), nesse
caso o juiz não pode formular sentença ilíquida. (art. 459, parágrafo único).
Excepcionalmente o pedido poderá ser genérico, o que acarretará a produção
de uma sentença ilíquida. Nesse caso, antes de se iniciar a execução, é
necessário promover a liquidação de sentença.

- O objetivo é tornar a obrigação constante em sentença, até então genérica,


passível de execução, determinando-se o quantum ou o que é devido;

- Trata-se do instituto processual destinado a tornar adequada a


tutela jurisdicional executiva, mediante outorga do predicado da
liquidez à obrigação, que a sentença condenatória genérica não
foi capaz de outorgar;

Obs: art. 459, parágrafo único – é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida
diante de pedido certo do autor.

Obs: em sede de Juizado especial todas as sentenças são líquidas, ainda que o
pedido do autor seja genérico ( Lei 9.099/95 - art. 38, parágrafo único).

Obs: o art. 475-A, §3º, não admite sentenças ilíquidas nos casos de acidente de
veículo via terrestre e cobrança de seguro (procedimento sumário art. 275, II
“d” e “e”).

b) Previsão legal
- arts. 475-A a 475-H
Antes da lei 11.232/05, artigos 603 / 611

c) Natureza Jurídica
- Era uma ação de conhecimento autônoma.
- Foi modificada pela Lei 11.232/05, assumindo o status de incidente
processual de um processo sincrético, posterior à sentença, sendo
encerrada por decisão interlocutória (art. 475-H) e não por sentença.
- Trata-se de um incidente processual de natureza cognitiva que se coloca
entre o módulo processual de conhecimento condenatório (que produziu a
sentença ilíquida) e o módulo processual executivo.

Obs: corroborando esse entendimento o art. 475-A, §1º determina a intimação


do demandado, o que demonstra que não surge uma nova relação processual.
Essa intimação será feita na pessoa do advogado, realizar-se-á ordinariamente
pela publicação no órgão oficial.

Obs: sentenças penal, arbitral e estrangeira eventualmente ilíquidas


reclamam a instauração de processo autônomo.

d) Característica

- Na liquidação não se permite qualquer discussão. Há um fator de limitação


ao pedido formulado pela parte, uma vez que o mérito está limitado a
mensurar o valor da obrigação devida. (art. 475-G)

e) Espécies de Liquidação
e.1) Liquidação por arbitramento (arts. 475-C e 475-D)
O arbitramento consiste basicamente numa perícia. Haverá liquidação por
arbitramento quando a apuração do quantum depender exclusivamente de
avaliação de uma coisa, serviço ou prejuízo que deve ser feita por um perito
nomeado pelo juiz. As partes poderão formular quesitos e indicar assistente
técnico.

Obs: perito - profissional com formação relacionada à natureza do bem


jurídico afetado (médico, engenheiro, etc)
Tem cabimento quando a sentença determinar, quando for convencionado
pelas partes ou por exigência da natureza do objeto da liquidação.

e.2) Liquidação por artigos (art. 475-E, 475-F)


Quando for necessário algum meio de prova além da pericial.
É cabível quando houver a necessidade de se provar fato novo para determinar
o valor da condenação.

Fato novo: trata-se de fato (gerador de efeitos jurídicos) não apreciado na fase
de conhecimento, é fato pertinente ao valor do dano e não à sua existência.
Pode ou não ser superveniente à sentença.
Nota: Liquidação por cálculo (art. 614, II e 475-B)
O autor deverá instruir a petição de execução com a memória atualizada e
discriminada do cálculo.

Obs: Parte da doutrina indica não se tratar de outra espécie de liquidação, uma
vez que a sentença que depende de mero cálculo aritmético, não é ilíquida.

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