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Plano

de Aula: Polifonia e intertextualidade na construção do


discurso jurídico.
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267

Título

Polifonia e intertextualidade na construção do discurso jurídico.

Número de Aulas por Semana

Número de Semana de Aula

Tema

Polifonia e intertextualidade na construção do discurso jurídico.

Objetivos

- Compreender a relevância da polifonia para a produção do discurso jurídico;

- Reconhecer a polifonia como fenômeno intertextual;

- Rescrever trechos e parágrafos por meio de paráfrases (citações indiretas);

- Dominar as recomendações da ABNT acerca do uso de citações diretas.

Estrutura do Conteúdo

1. Polifonia e intertextualidade

1.1. Citação direta

1.1.1. Citação de até 3 linhas e orientações da ABNT

1.1.2. Citação de mais de 3 linhas e orientações da ABNT

1.2. Citação indireta (paráfrase)

1.2.1. Reprodução ideológica de conteúdos

Aplicação Prática Teórica


No ato de interpretar um texto, não é apenas necessário o conhecimento da
língua, mas também se faz imprescindível que o receptor tenha em seu arquivo
mental as informações do mundo e da cultura em que vive. Ao ler/ouvir um
discurso, o receptor acessa diferentes memórias.

Portanto, interpretar depende da capacidade do receptor de selecionar


mentalmente outros textos. Quem não tem conhecimento armazenado, cultura,
leitura de mundo, terá dificuldade, quer na construção de novos discursos,
quer na captação das intenções do emissor do discurso.

ELEMENTOS LINGUÍSTICOS QUE TÊM O PAPEL DE MARCAR A POLIFONIA:

Conjunções conformativas segundo, conforme, como,etc.

Verbos introdutores de vozes dizer,falar, (verbos mais


neutros);enfatizar,afirmar,advertir,ponderar
(dicendi? verbos de dizer) alegar.

Paráfrase é um resumo, cuidadoso e original, do conteúdo da obra ou trecho


lido, elaborado com as próprias palavras do pesquisador. (...) Deve ser redigida
com bastante clareza e exatidão, de modo a possibilitar, no futuro, a sua
utilização sem necessidade de retorno à obra original. (MARCHI, Eduardo
Silveira. Guia de Metodologia Jurídica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 240).

Questão 1 - Leia o fragmento, compreenda seu sentido global e parafraseie


seu conteúdo.

Consoante orientação de Malhães, ?os estudantes que estão se iniciando na


vida intelectual precisam ser orientados pelos seus professores, a fim de
adquirirem familiaridade com os livros e habilidades na seleção das obras a
serem consultadas??

Questão 2 - o texto adiante é rico em polifonia. Identifique essas ocorrências e


comente qual o papel dessas informações na construção do texto.

O Ministério Público de Santa Catarina impediu que o bacharel em Direito


Carlos Augusto Pereira prestasse concurso público para Promotor de Justiça
do órgão, por ele ser cego. Ele recorreu da decisão, mas teve o seu pedido
negado.
Na carta em que justifica a medida, o MP de Santa Catarina alegou que a
função é indelegável, e Pereira, "obrigatoriamente, teria que se socorrer de
pessoas estranhas ao quadro funcional que não prestaram juramento público?
O Presidente da Comissão de Concurso, Pedro Sérgio Steil, afirmou que o
"Promotor tem de preservar o sigilo e não pode repassá-lo a ninguém. Há
impossibilidade de exercício profissional de uma pessoa com essa deficiência".
Já o Presidente da Associação Nacional do Ministério Público, Marfam Vieira,
discorda. "Não vejo incompatibilidade. Há áreas em que ele poderia atuar
perfeitamente. E é função do Ministério Público proteger o deficiente físico,
sobretudo porque a Constituição determina reserva de vaga nos concursos
públicos. É lamentável que o MP de Santa Catarina esteja praticando um ato
de discriminação". Marfam vai pedir à presidência da Associação do MP
daquele Estado que reveja a decisão. Carlos Augusto Pereira afirmou que, "se
fosse aprovado, teria um funcionário investido de fé pública", para ler os
documentos para ele.
"A orientação da manifestação ministerial seria dada por mim. Além disso, há
sistemas que fazem a leitura pelo computador, como os sintetizadores de voz",
ressaltou, ainda, Vieira.
O Estado de Santa Catarina tem na Procuradoria da Advocacia Geral da União -
órgão federal - um cego, Orivaldo Vieira. Há casos semelhantes em outros
Estados do país. O procurador do Trabalho, Ricardo Marques da Fonseca,
chefe da Procuradoria Regional de Campinas, e o defensor público Valmery
Jardim, também são cegos.
O bacharel é funcionário concursado da Justiça Eleitoral. Na ocasião do
concurso, para auxiliá-lo nos exames, foram designados dois advogados: um
leu para ele a prova e os livros usados para consulta, e o outro escreveu as
respostas.
O candidato considera ter sido uma vítima do preconceito e vai mover uma
ação em face do órgão catarinense e exigir indenização por danos morais.
Ainda segundo o Corregedor-Geral do MP de Santa Catarina, ?um cego
precisaria, em algumas circunstâncias, do auxílio de outra pessoa. A
tecnologia fornece facilidades, mas o reconhecimento de provas ou o exame
de uma perícia ficam prejudicados. Não é razoável que o Estado tenha de criar
uma estrutura para viabilizar uma exceção?

Questão 2 - Objetivas.

1. A mudança de posição dos termos em destaque, proposta na versão à


direita, PREJUDICA o sentido pretendido no texto original apenas em...
(A) TEXTO ORIGINAL: Itamar disse que espera mudanças nas regras dos
debates a serem promovidos em Minas. 'É impossível falar sobre a
desorganização administrativa que se instalou no Estado em apenas um
minuto', justificou,... (ESTADO DE MINAS - 1/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Itamar
disse que espera mudanças nas regras dos debates a serem promovidos em
Minas. "É impossível, em apenas um minuto, falar sobre a desorganização
administrativa que se instalou no Estado", justificou,...
(B) TEXTO ORIGINAL: A informação da polícia é de que alguns dos aparelhos
teriam chegado até os presos escondidos dentro de galinhas assadas. (A
GAZETA - 12/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: A informação da polícia é de que
alguns dos aparelhos teriam chegado, escondidos dentro de galinhas
assadas, até os presos.
(C) TEXTO ORIGINAL: Apesar de os atiradores estarem sem capacete, ninguém
conseguiu ver seus rostos, que estavam em uma moto Honda XL250. (A
GAZETA - 12/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Apesar de os atiradores, que
estavam em uma moto Honda XL250, estarem sem capacete, ninguém
conseguiu ver seus rostos.
(D) TEXTO ORIGINAL: Victor dá posse amanhã a Rômulo Penina, para a casa
civil, que acumulará os dois cargos. (A GAZETA - 1/4/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA:
Victor dá posse amanhã, para a casa civil, a Rômulo Penina, que acumulará os
dois cargos.
(E) TEXTO ORIGINAL: Com essa aquisição, a Saraiva, que ocupava o quarto lugar
no ranking das editoras de livros didáticos, deu um passo largo para dominar o
mercado. (A GAZETA - 27/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Com essa aquisição, a
Saraiva deu um passo largo para dominar o mercado, que ocupava o quarto
lugar no ranking das editoras de livros didáticos.

2. Sobre polifonia e intertextualidade, qual a análise incorreta?


(A) A polifonia é a incorporação ao discurso de asserções emitidas
diretamente por terceiros.
(B) A polifonia é um reforço à linha argumentativa e ao recorrer a vozes alheias
pelas citações, busca fundamentar proposição.
(C) Na intertextualidade a citação direta é uma ocorrência predominante na
fundamentação do argumento.
(D) A intertextualidade sem uma intenção exclusivamente argumentativa
repete - ideias e falas - de outros emissores, as quais serão notadas em
função do repertório de leitura do interlocutor e não pela citação direta.
(E) A paráfrase é um recurso linguístico presente tanto na polifonia quanto na
intertextualidade.

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