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Controle Externo – Teoria e Exercícios para o TCU 2015 (pós-edital)

Aula 02
Prof. Luiz Henrique Lima

Aula 02 – Normas constitucionais sobre controle externo (2ª parte)

Sumário
Normas constitucionais sobre Controle Externo (2ª parte); ........................................................................... 1
Fiscalização nos municípios .............................................................................................................. 2
Competências do Legislativo ............................................................................................................ 3
Competências do STF e do STJ ....................................................................................................... 3
Cálculo dos Fundos de Participação (CF: art. 161, parágrafo único) ............................... 4
Tribunais de Contas: funções .......................................................................................................................... 5
Tribunais de Contas: natureza jurídica ............................................................................................................ 6
Tribunais de Contas: eficácia das decisões...................................................................................................... 7
Jurisdição dos Tribunais de Contas.................................................................................................................. 7
MiniGlossário de Controle Externo ............................................................................................................... 10
Terceira Bateria de Exercícios ....................................................................................................................... 11
Gabarito ......................................................................................................................................................... 15
Comentários ao gabarito ............................................................................................................................... 16
FIM DE PAPO ................................................................................................................................................. 27

Olá Pessoal!

Conforme combinado, hoje concluiremos o estudo acerca das normas


constitucionais relacionadas ao controle externo e abordaremos os temas das
funções, natureza jurídica, eficácia das decisões e jurisdição dos Tribunais de
Contas.

Normas constitucionais sobre Controle Externo (2ª parte);


Além do “núcleo duro” de nossa disciplina - os arts. 70 a 75 da Constituição –
diversos outros dispositivos constitucionais merecem estudo. Vamos reproduzi-
los e analisá-los:

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Fiscalização nos municípios


Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de
controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido
com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as
contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal.
§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos
da lei.
§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de
Contas Municipais.
No capítulo dedicado à organização dos municípios, a Constituição prevê que a
fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
Executivo Municipal, na forma da lei. Observem que nas esferas federal e
estadual é mencionado o sistema de controle interno de cada poder e na
municipal, apenas do Poder Executivo. Isso porque no Município não há Poder
Judiciário e o controle interno das Câmaras Municipais não foi considerado
obrigatório pela Constituição. Todavia, a Lei de Responsabilidade Fiscal
estendeu essa obrigatoriedade também aos legislativos municipais.
Outra importante peculiaridade é a norma que dispõe que o parecer prévio,
emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal. Anote-se que quando a norma faz referência
à decisão de dois terços, significa que não basta a presença de dois terços dos
vereadores à sessão e à votação sobre o parecer, mas sim que é exigido que
pelo menos dois terços dos vereadores votem contrariamente às conclusões do
parecer prévio elaborado pelo respectivo Tribunal de Contas.
Assim, a regra para os municípios diverge substancialmente daquelas vigentes
para a União, Estados e Distrito Federal. Com efeito, para essas esferas a
maioria absoluta das Casas Legislativas é suficiente para aprovar o Decreto
Legislativo relativo às contas do Chefe do Poder Executivo, esteja ou não o
parecer da Comissão técnica em consonância com o parecer prévio
encaminhado pela Corte de Contas.
A doutrina afirma que, com relação às contas do Prefeito, o parecer prévio do
Tribunal de Contas é quase vinculante.

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Ademais, o constituinte vedou a criação de novos Tribunais, Conselhos ou


órgãos de Contas Municipais. Desse modo, à exceção dos municípios do Rio de
Janeiro e de São Paulo (capitais), que dispõem de seus próprios TCMs, em
todos os demais municípios brasileiros as ações de controle externo envolverão
os Tribunais de Contas dos respectivos estados, sejam eles TCEs ou TC dos
Municípios. Conforme já assentado pelo STF, nenhum Município pode criar
um Tribunal de Contas Municipal próprio, exclusivo, mas os Estados
podem criar Tribunais ou Conselhos de Contas Municipais.

Intervenção
A intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal, prevista no art. 34, e
a intervenção em Município pelo estado, prevista no art. 35, são medidas
excepcionalíssimas. No entanto, o instituto da prestação de contas da
administração pública, direta e indireta é de tal relevância que foi elevado pelos
constituintes à categoria de um dos princípios constitucionais, cuja garantia de
observância constitui um dos motivos que justificam a intervenção da União nos
Estados e no Distrito Federal (inc. VII, d) e dos Estados nos Municípios (inc. II).
Os demais princípios mencionados no art. 34, VII, são: forma republicana,
sistema representativo e regime democrático; direitos da pessoa humana;
autonomia municipal; e aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde.

Competências do Legislativo
Julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar
os relatórios sobre a execução dos planos de governo é competência exclusiva
do Congresso Nacional (CF: art. 49, IX).
Na hipótese de não apresentação pelo Presidente da República das contas ao
Congresso Nacional, no prazo de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, é competência privativa da Câmara dos Deputados proceder à
tomada de contas do Presidente da República (CF: art. 51, II).
Por sua vez, é competência do Senado aprovar previamente, por voto secreto e
após arguição pública, os Ministros do Tribunal de Contas da União indicados
pelo Presidente da República (CF: art. 52, III, b).

Competências do STF e do STJ


No art. 102, I, c, d e q, a Constituição conferiu ao STF competência para
processar e julgar, originariamente:
9 nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade os membros
do Tribunal de Contas da União;
9 o "habeas-corpus", sendo paciente membro do Tribunal de Contas da União;
9 o mandado de segurança contra atos do Tribunal de Contas da União;

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9 o "habeas-data" contra atos do Tribunal de Contas da União;


9 o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for
atribuição do Tribunal de Contas da União.
Conforme o art. 105, I, a da CF, compete ao Superior Tribunal de Justiça
processar e julgar, originariamente nos crimes comuns e nos de
responsabilidade os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal e os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios.

Cálculo dos Fundos de Participação (CF: art. 161, parágrafo único)


Dispõe o parágrafo único do art. 161 da CF que o Tribunal de Contas da União
efetuará o cálculo das quotas referentes à entrega dos recursos de que trata
o art. 159, cujas normas e critérios de rateio serão estabelecidos em Lei
Complementar, objetivando promover o equilíbrio socioeconômico entre Estados
e entre Municípios. Tais recursos são os que constituem o Fundo de Participação
dos Estados e do Distrito Federal, o Fundo de Participação dos Municípios e os
chamados Fundos Constitucionais das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

DÚVIDA FREQUENTE
O TCU efetua o cálculo dos valores relativos ao FPE e FPM a serem repassados a
Estados e Municípios?
Não. Esse cálculo é realizado mensalmente pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN,
com base nos dados da arrecadação do período anterior e aplicando os coeficientes
fixados pelo TCU em Decisão Normativa.
O que o TCU faz é:
1) ficar os coeficientes individuais de participação;
2) fiscalizar a entrega dos recursos (montante e prazo);
3) acompanhar a classificação das receitas originárias;
4) receber e processar reclamações em caso de repasse efetuado a menor ou com
atraso.

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Tribunais de Contas: funções


O quadro a seguir, extraído do meu livro CONTROLE EXTERNO, resume as
principais funções dos TCs e os dispositivos que as instituem.

Quadro-resumo das funções das Cortes de Contas

Função Dispositivos
fiscalizadora CF: art. 71, IV, V, VI e XI
opinativa CF: art. 71, I
julgadora CF: art. 71, II, III
sancionadora CF: art. 71, VIII
corretiva CF, art. 71, IX e X
consultiva LOTCU: art. 1º, XVII
informativa CF: art. 71, VII
ouvidora CF: art. 74, § 2o
normativa LOTCU: art. 3º

A função normativa decorre do poder regulamentar, por exemplo, na expedição


de instruções normativas.
A função ouvidora é exercida no recebimento e apuração de denúncias
apresentadas por qualquer cidadão, associação, sindicato ou partido político.
A função informativa ocorre quando o TCU fornece informações ao Congresso e à
sociedade.
A função consultiva deriva de sua competência para responder consultas.
A função sancionadora, como o nome indica, existe porque o TCU pode aplicar
as sanções previstas em lei. Não se confunde com a corretiva que ocorre
quando a Corte de Contas determina aos órgãos jurisdicionados que adotem
medidas necessárias ao cumprimento da lei.
A função julgadora tem seu ápice no julgamento das contas e a opinativa na
apreciação do parecer prévio relativo ás Contas do Governo.
Por derradeiro, a função fiscalizadora é exercida nas atividades diuturnas dos
profissionais de controle externo realizando auditorias e inspeções.

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Tribunais de Contas: natureza jurídica


A natureza jurídica do TCU tem sido objeto de alguma controvérsia na doutrina.
O TCU tem o nome de Tribunal e a competência constitucional de julgar, mas
não pertence ao Poder Judiciário.
Sua Lei Orgânica define-o como órgão de controle externo. Possui extração
constitucional o que lhe confere independência.
Embora auxilie o Congresso Nacional, não tem para com esse nenhuma
subordinação.
Neste sentido, pronunciou-se o STF na ADI no 1.140-5, Rel. Min. Sydney
Sanches:
Não são, entretanto, as Cortes de Contas órgãos subordinados ou
dependentes do Poder Legislativo, tendo em vista que dispõem de
autonomia administrativa e financeira, nos termos do art. 73, caput,
da Constituição Federal, que lhes confere as atribuições previstas em
seu art. 96, relativas ao Poder Judiciário.
Para Fernando Jayme1:
A definição mais apropriada é a de Frederico Pardini, que o define
como "órgão especial de destaque constitucional". O Tribunal de
Contas não está subordinado a nenhum dos Poderes do Estado,
gozando de autonomia administrativa e funcional, com competências
exclusivas, constitucionalmente estabelecidas. O vínculo existente
entre o Tribunal de Contas e o Poder Legislativo é apenas operacional,
de apoio à fiscalização política.
Suas decisões não podem ser reformadas em nenhuma outra instância, embora
sejam passíveis de anulação pelo Poder Judiciário (CF: art. 35, XXXV), em caso
de desrespeito aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido
processo legal.
Em síntese, podemos sublinhar que o TCU não possui subordinação hierárquica
a nenhum outro órgão ou poder, sendo, portanto, inadequada e imprópria a
expressão “órgão auxiliar do Poder Legislativo”, que não consta em parte
nenhuma na Constituição. Do ponto de vista doutrinário, é mais apropriado
dizer “órgão que auxilia” o Congresso Nacional. Todavia, em algumas questões
a expressão “órgão auxiliar” em referência ao TCU tem sido considerada
correta, uma vez que constou em alguns julgados do STF.
De maneira geral, as bancas entendem que o TCU é um tribunal de natureza
administrativa.

1
Tribunal de Contas: jurisdição especial e a prova no procedimento de julgamento de contas,
Revista do TCE-MG, ano XVII, 1999, vol. 3.

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Tribunais de Contas: eficácia das decisões


Como visto na Aula 01, nos termos do §3º do art. 71, as decisões do Tribunal
de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título
executivo extrajudicial, o que significa que não será necessário inscrevê-las
na dívida ativa para efetivar a cobrança judicial, que não será de
responsabilidade do TCU, mas da Advocacia-Geral da União.
As decisões do TCU classificam-se como preliminares, definitivas ou
terminativas (LOTCU: art. 10).
Preliminar é a decisão pela qual o Relator ou o Tribunal, antes de pronunciar-
se quanto ao mérito das contas, resolve sobrestar o julgamento, ordenar a
citação ou a audiência dos responsáveis ou, ainda, determinar outras diligências
necessárias ao saneamento do processo. Adiante no curso, estudaremos os
conceitos de audiência, citação e sobrestamento.
Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas regulares, regulares
com ressalva, ou irregulares. O julgamento de contas será o tema de uma
próxima Aula.
Terminativa é a decisão pela qual o Tribunal ordena o trancamento das contas
que forem consideradas iliquidáveis, ou determina o seu arquivamento pela
ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular
do processo ou por racionalização administrativa e economia processual.
Iliquidáveis são as contas em que caso fortuito ou de força maior,
comprovadamente alheio à vontade do responsável, tornar materialmente
impossível o julgamento de mérito. Por exemplo, um incêndio que destruiu os
originais da documentação comprobatória da aplicação de recursos de um
convênio, associado a um vírus de computador que destruiu todas as cópias
eletrônicas daquela documentação.

Jurisdição dos Tribunais de Contas


A jurisdição do TCU é estabelecida nos arts. 4º e 5º de sua Lei Orgânica:
Art. 4º O Tribunal de Contas da União tem jurisdição própria e
privativa, em todo o território nacional, sobre as pessoas e matérias
sujeitas à sua competência.
Art. 5º A jurisdição do Tribunal abrange:
I - qualquer pessoa física, órgão ou entidade a que se refere o inciso I
do art. 1º desta Lei, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária;

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II - aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade


de que resulte dano ao Erário;
III - os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob
intervenção ou que de qualquer modo venham a integrar, provisória
ou permanentemente, o patrimônio da União ou de outra entidade
pública federal;
IV - os responsáveis pelas contas nacionais das empresas
supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta
ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
V - os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica
de direito privado que recebam contribuições parafiscais e prestem
serviço de interesse público ou social;
VI - todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos
estejam sujeitos à sua fiscalização por expressa disposição de lei;
VII - os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados
pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VIII - os sucessores dos administradores e responsáveis a que se
refere este artigo, até o limite do valor do patrimônio transferido, nos
termos do inciso XLV do art. 5º da Constituição Federal;
IX - os representantes da União ou do Poder Público na Assembleia
Geral das empresas estatais e sociedades anônimas de cujo capital a
União ou o Poder Público participem, solidariamente, com os membros
dos Conselhos Fiscal e de Administração, pela prática de atos de
gestão ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas sociedades.
Vamos analisar com calma esses dispositivos.
No art. 4º, merece destaque a definição de que a jurisdição da Corte de Contas
é própria e privativa, isto é, não se confunde com a de nenhum outro tribunal
judiciário ou organismo administrativo. A descrição dos jurisdicionados ao
Tribunal de Contas indica aqueles que poderão ser chamados a prestar
informações, esclarecimentos, justificativas ou alegações de defesa por atos
praticados com repercussão sobre o patrimônio público.
Os jurisdicionados mencionados no inciso I correspondem àqueles que devem
prestar contas, nos termos constitucionais.
O inciso II cuida daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte dano ao Erário. Assim, mesmo que a pessoa não
se enquadre na definição do inciso I, o simples fato de dar causa a um dano ao
Erário a incluirá na jurisdição do TCU. Exemplos;
9 A empresa contratada que utilizou material de má qualidade ou
forneceu bens defeituosos;

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9 A empresa contratada que superfaturou seus serviços ou deixou de


realizá-los, total ou parcialmente;
9 O cineasta que recebeu incentivos fiscais e não realizou o filme
proposto;
9 A ONG que só atendeu 10% do público previsto no projeto
aprovado.

-A Pergunta do aluno: O que é dano?


 Juridicamente, dano “significa todo mal ou ofensa que tenha uma pessoa causado a
outrem, da qual possa resultar uma deterioração ou destruição à coisa dele ou um
prejuízo a seu patrimônio” (Plácido e Silva, 1993). Por sua vez, Aguiar Dias (1960)
esclarece que “o dano se estabelece mediante o confronto entre o patrimônio
realmente existente após o dano e o que possivelmente existiria, se o dano não se
tivesse produzido”. O dano ao Erário consiste em ato ou fato gerador de redução do
patrimônio público.

Com respeito ao inciso III, a possibilidade de a Administração Pública intervir no


domínio econômico é expressa na CF pelos preceitos da função social da
propriedade e da supremacia do interesse público. As hipóteses mais comuns
de intervenção e encampação referem-se às concessionárias de serviços
públicos, estando regidas pela Lei no 8.987/1995. O art. 34 daquela norma
estipula que cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a
administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida de
prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados
durante a sua gestão.
Assim, o dispositivo em análise precisa que, ainda que a titularidade do poder
público seja de natureza transitória, prevalece o princípio da prestação de
contas.
O inciso IV alcança os responsáveis pelas contas nacionais das empresas
supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou
indireta, nos termos do tratado constitutivo. O exemplo mais conhecido é Itaipu
Binacional, constituída pelos governos do Brasil e do Paraguai.

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O inciso V refere-se aos responsáveis por instituições do chamado Sistema “S”:


SENAI, SESI, SESC, SENAC, SEBRAE etc. Tais serviços devem prestar contas
anualmente, pois são mantidos por contribuições parafiscais, instituídas por lei.
O inciso VI refere-se a uma ampla gama de destinatário, uma vez que muitas
leis específicas atribuíram competências fiscalizatórias ao TCU. O tema será
estudado na próxima Aula, mas como exemplo cito os Comitês Olímpico e
Paraolímpico Brasileiros (Lei no 12.264/2001).
O inciso VII precisa a responsabilidade de quem aplicar recursos repassados
voluntariamente pela União. Assim, alcança governadores, prefeitos, secretários
estaduais e municipais, dirigentes de ONGs, Organizações Sociais e OSCIPs,
entre outros.
Os sucessores dos administradores e responsáveis também estão sujeitos à
jurisdição do TCU, até o limite do patrimônio transferido. De igual modo, os
dirigentes de empresas públicas e sociedades de economia mista constituídas
com recursos da União (RITCU, art. 5º, III) e os representantes da União ou do
Poder Público na Assembleia Geral das empresas estatais e sociedades
anônimas de cujo capital a União ou o Poder Público participem, solidariamente,
com os membros dos Conselhos Fiscais e de Administração, pela prática de atos
de gestão ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas sociedades.

MiniGlossário de Controle Externo


Agente Responsável - Corresponde a pessoa física que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos da União e
das Entidades da Administração Indireta ou pelos quais estas respondam, ou
que, em nome destas, assuma obrigação de natureza pecuniária. Caracteriza
também o gestor de quaisquer recursos repassados pela União, mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao
Distrito Federal, a Município, a Entidades Públicas ou Organizações Particulares.
Alcance - Diferença para menos nas contas de encarregados pelos dinheiros
públicos.
Ato de gestão – Ato de gerir a parcela do patrimônio público, sob a
responsabilidade de determinada unidade.
Contas – Conjunto de informações que se possa obter, direta ou indiretamente,
a respeito de uma dada gestão, desde que garantida a sua confiabilidade
(veracidade e representatividade) e permitida a avaliação da legalidade,
eficácia, eficiência e economicidade dessa gestão.
Dano – Juridicamente, dano “significa todo mal ou ofensa que tenha uma
pessoa causado a outrem, da qual possa resultar uma deterioração ou
destruição à coisa dele ou um prejuízo a seu patrimônio” (Plácido e Silva,

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1993). Por sua vez, Aguiar Dias (1960) esclarece que “o dano se estabelece
mediante o confronto entre o patrimônio realmente existente após o dano e o
que possivelmente existiria, se o dano não se tivesse produzido”. O dano ao
Erário consiste em ato ou fato gerador de redução do patrimônio público.
Economicidade - Minimização dos custos dos recursos utilizados na
consecução de uma atividade, sem comprometimento dos padrões de
qualidade.
Erário – Tesouro ou Fazenda Pública.
Legalidade – Refere-se ao controle da obediência das normas legais pelo
responsável fiscalizado.
Legitimidade – Apreciação que envolve uma avaliação das circunstâncias em
que o ato foi praticado, uma ponderação da prioridade relativa entre a despesa
efetuada e as outras necessidades da comunidade.
Processo de contas - Segundo o art. 1º, par. único, I da IN TCU nº 63/2010,
processo de contas é o processo de trabalho do controle externo, destinado a
avaliar e julgar o desempenho e a conformidade da gestão das pessoas
abrangidas pelos incisos I, III, IV, V e VI do art. 5º da Lei nº 8.443/92, com
base em documentos, informações e demonstrativos de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, obtidos direta ou
indiretamente. Os processos de contas constituem instrumentos de avaliação de
gestão e de responsabilização de pessoas.

Terceira Bateria de Exercícios

Nessa segunda bateria, como nas próximas, não ficaremos limitados aos tópicos
abordados na Aula de hoje, mas também iremos rever e consolidar o que vimos
anteriormente.

51) (TCU AUFC-TI 2010 Cespe, questão 31) O Supremo Tribunal Federal não se
sujeita a controle externo exercido pelo Congresso Nacional.

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52) (TCDF Procurador MP-TCDF 2012 Cespe, questão 4) As infrações penais


comuns cometidas pelos ministros de Estado, pelo procurador-geral da República e
pelos membros do TCU, entre outros, são processadas e julgadas pelo STF, mas os
crimes dolosos contra a vida praticados por essas autoridades são da competência do
tribunal do júri do local em que se der o crime.
53) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 24) A fiscalização contábil e financeira dos
órgãos e entidades que compõem a estrutura do DF é exercida pela Câmara Legislativa
(CLDF), mediante controle externo, com o auxílio do TCDF, e pelo sistema de controle
interno dos Poderes Legislativo e Executivo.
54) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 44) As competências constitucionais dos
tribunais de contas incluem a apreciação da legalidade dos atos de admissão de
pessoal, para fins de registro, e as nomeações para cargos de provimento em
comissão.
55) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 43) Caso constate ilegalidade na execução
de contrato administrativo, o tribunal de contas deverá assinar prazo para a adoção
das providências necessárias ao cumprimento da lei, podendo sustar, se não atendido,
a execução do referido contrato.
56) (SECONT-ES Auditor do Estado 2009 – Cespe, questão 33) De acordo com a
Constituição Federal (CF), a fiscalização financeira da administração pública direta e
indireta, por envolver matéria relacionada ao controle interno, pode ser disciplinada
por meio de lei ordinária.
57) (SECONT-ES Auditor do Estado 2009 – Cespe, questão 35) No exercício de
suas atribuições constitucionais, o TCU pode examinar, previamente, a validade de
contratos administrativos celebrados pelo poder público, tendo a sua decisão eficácia
de título executivo.
58) (SECONT-ES Auditor do Estado 2009 – Cespe, questão 36) Para fortalecer o
controle interno do Poder Executivo, a CF estabelece que os responsáveis pelos órgãos
públicos, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
devem dar ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade subsidiária, não se aplicando
tal regulamento aos Poderes Legislativo e Judiciário.
59) (FUB Auditor 2009 – Cespe, questão 56) O Tribunal de Contas da União não
pode realizar auditorias no âmbito de sua própria estrutura administrativa, tendo em
vista não haver, nesse caso, a independência necessária para a efetivação do trabalho.
60) (FUB Auditor 2009 – Cespe, questão 61) O controle sobre as operações de
crédito, avais e garantias é competência do controle interno, mas o cumprimento das
metas previstas no plano plurianual (PPA) e nos orçamentos da União deve ser
acompanhado exclusivamente pelo sistema de planejamento de orçamento.
61) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 39) O TCDF possui competência
constitucional para determinar diretamente a quebra dos sigilos bancário e fiscal,
desde que tal medida esteja relacionada ao controle externo.

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62) (TCU AUFC-TI 2010 Cespe, questão 34 Comissão permanente do Senado


Federal tem legitimidade para requerer ao TCU a realização de inspeção.
63) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 31) Considere que, em determinado
processo de prestação de contas, o TCDF tenha adotado em decisão terminativa, o
trancamento das contas, cujo julgamento de mérito se tornou inviável em razão de
sinistro que inutilizou a documentação da entidade auditada, e a baixa da
responsabilidade do administrador após 5 anos de publicação da referida decisão
terminativa, sem fatos novos. Nesse caso, a decisão do TCDF foi adequada.
64) (TCE RO Auditor Ciências Contábeis 2013 Cespe, questão 50) O ato inicial
de concessão de aposentadoria de servidor do estado de Rondônia estará sujeito à
apreciação do TCE/RO, para fins de registro ou exame.
65) (TCE RO Auditor Ciências Contábeis 2013 Cespe, questão 49) Qualquer
cidadão que constatar irregularidade na utilização de verba pública pode formalizar
denúncia ao TCE/RO.
66) (SAD/PE Analista de Controle Interno 2010 – Cespe, questão 47) A
avaliação da execução de programas de governo é reforçada pela Controladoria Geral
da União (CGU) na fiscalização de recursos federais a partir de sorteios públicos. Com
relação a esse programa de fiscalização, é correto afirmar que
a) está especificamente direcionado à aplicação de recursos federais e estaduais
nos municípios.
b) os entes incluídos na fiscalização não podem tomar conhecimento do fato até
o início dos respectivos trabalhos.
c) os relatórios de cada fiscalização são de conhecimento público, podendo ser
acessados pela Internet.
d) a seleção dos entes a serem fiscalizados é realizada mediante sorteio entre os
que apresentam indícios de irregularidades.
e) o trabalho da CGU se restringe à orientação e supervisão, ficando a execução,
propriamente dita, a cargo dos órgãos fiscalizadores estaduais.
67) (SAD/PE Analista de Controle Interno 2010 – Cespe, questão 48) As
transferências de recursos entre as diferentes esferas da administração ocorrem,
geralmente, da União para os estados e municípios, e dos estados para os municípios.
Com relação à fiscalização dessas transferências, cabe
a) ao Tribunal de Contas da União (TCU) a fiscalização das transferências
voluntárias da União para os estados e municípios.
b) aos tribunais de contas dos estados, com exclusividade, a fiscalização das
transferências recebidas pelos estados e municípios.
c) ao tribunal de contas de cada estado a fiscalização apenas das transferências
constitucionais.

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d) ao tribunal de cada jurisdição a fiscalização de quaisquer transferências


efetuadas pelo respectivo ente.
e) ao tribunal da respectiva jurisdição determinar a suspensão das transferências
constitucionais quando o ente beneficiário estiver inadimplente com empresas estatais
do ente transferidor.
68) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 73) Na prestação
de auxílio para o exercício do controle externo, os TCs não estão subordinados
operacional nem administrativamente às casas legislativas.
69) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 120) Nos
processos perante TCs, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da
decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, inclusive a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.
70) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 72) O TCU faz
parte do Congresso Nacional, a quem deve auxiliar no exercício do controle externo.
71) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 66) O TC, no
exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do
poder público.
72) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 65) A decisão
prolatada por TC somente pode ser contestada no âmbito do Poder Judiciário por meio
de ação ordinária nova e independente do processo que levou à decisão original.
73) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 39) Uma das
funções de competência dos TCs, como definido na CF, é a de ouvidor, caracterizada
pelo recebimento de denúncias de irregularidades ou ilegalidades formuladas tanto
pelos responsáveis pelo controle interno como por qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato.
74) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 36) Se o TCE/RN
concluir que não dispõe de servidores habilitados para a realização de auditorias e
perícias em assuntos de alta especialização, terá respaldo legal para requisitar
servidores de outros órgãos ou de entidades da administração estadual ou contratar
empresa privada.
75) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 32) O julgamento
das contas tem considerável impacto nas pretensões eleitorais dos candidatos a cargos
políticos, pois o TCE/RN deverá informar ao TRE os nomes dos responsáveis por
pendências em suas prestações de contas, apuradas em diligências que estejam em
fase de realização.
76) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 33) Se a União, em
razão da presente crise financeira, decidir adquirir temporariamente o controle
acionário de um banco que se encontre em dificuldades de liquidez, com vistas a

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saneá-lo e vendê-lo em dois meses, durante este período, os dirigentes deste banco
estarão sujeitos à jurisdição do TCU.
77) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 34) Se determinado
órgão público receber ingresso financeiro na forma de depósitos, portanto, sem
previsão na lei orçamentária, tais recursos não precisarão ser incluídos nas tomadas ou
prestações de contas.
78) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 35) Se o relator de
um processo decidir determinar a audiência de um dos responsáveis listados no mesmo
processo, tal determinação se classificará como preliminar.
79) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 36) Se o TCU, ao
examinar um processo de tomada de contas, julgar as contas como regulares, tal
decisão será classificada como terminativa.
80) (TCU TEFC 2012 Cespe, questão 16) As decisões finais do TCU podem
constituir-se em atos administrativos complexos.

Gabarito

51) Errado.
52) Errado.
53) Certo.
54) Errado.
55) Errado.
56) Errado.
57) Errado.
58) Errado.
59) Errado.
60) Errado.
61) Errado.
62) Certo.
63) Certo.
64) Certo.
65) Certo.
66) C.
67) A.

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68) Certo.
69) Errado.
70) Errado.
71) Certo.
72) Certo.
73) Certo.
74) Certo.
75) Errado.
76) Certo.
77) Errado.
78) Certo.
79) Errado.
80) Certo.

Comentários ao gabarito

51) (TCU AUFC-TI 2010 Cespe, questão 31) O Supremo Tribunal Federal não se
sujeita a controle externo exercido pelo Congresso Nacional.
Comentário:
Todos os órgãos de todos os poderes da república estão sujeitos ao controle
externo.
Gabarito: Errado.

52) (TCDF Procurador MP-TCDF 2012 Cespe, questão 4) As infrações penais


comuns cometidas pelos ministros de Estado, pelo procurador-geral da República e
pelos membros do TCU, entre outros, são processadas e julgadas pelo STF, mas os
crimes dolosos contra a vida praticados por essas autoridades são da competência do
tribunal do júri do local em que se der o crime.
Comentário:
Conforme vimos, o art. 102, I, c, da Carta Magna prevê que compete ao
Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente nas infrações penais
comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado, ressalvado o
disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas

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da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente, não fazendo


exceção quanto a “crimes dolosos contra a vida”.
Gabarito: Errado.

53) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 24) A fiscalização contábil e financeira dos
órgãos e entidades que compõem a estrutura do DF é exercida pela Câmara Legislativa
(CLDF), mediante controle externo, com o auxílio do TCDF, e pelo sistema de controle
interno dos Poderes Legislativo e Executivo.
Comentário:
Em simetria à previsão na esfera federal, a titularidade do controle externo é do
Poder Legislativo, no caso a Câmara Legislativa do Distrito Federal. Uma pegadinha da
questão é a ausência de menção ao sistema de controle interno do Poder Judiciário.
Sucede que no DF o Poder Judiciário é mantido pela União e, portanto, sujeito à
fiscalização do TCU.
Gabarito: Certo.

54) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 44) As competências constitucionais dos
tribunais de contas incluem a apreciação da legalidade dos atos de admissão de
pessoal, para fins de registro, e as nomeações para cargos de provimento em
comissão.
Comentário:
Conforme o inciso III do art.71 da Constituição Federal, as nomeações para
cargos de provimento em comissão não são objeto de registro no Tribunal de Contas.
Gabarito: Errado.

55) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 43) Caso constate ilegalidade na execução
de contrato administrativo, o tribunal de contas deverá assinar prazo para a adoção
das providências necessárias ao cumprimento da lei, podendo sustar, se não atendido,
a execução do referido contrato.
Comentário:
Como vimos na Aula anterior, o inciso X do art. 71 da Carta Magna confere ao
TCU competência para sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Em caso de
contrato, prevê o § 1º do mesmo artigo que o ato de sustação será adotado
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo
as medidas cabíveis.
Gabarito: Errado.

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56) (SECONT-ES Auditor do Estado 2009 – Cespe, questão 33) De acordo com a
Constituição Federal (CF), a fiscalização financeira da administração pública direta e
indireta, por envolver matéria relacionada ao controle interno, pode ser disciplinada
por meio de lei ordinária.
Comentário:
O enunciado está completamente errado. Não há na Carta Constitucional
previsão de lei ordinária para disciplinar a fiscalização financeira da administração
pública. Ademais, tanto a fiscalização financeira, como a contábil, a orçamentária, a
operacional e a patrimonial são relacionadas também ao controle externo da
administração pública.
Gabarito: Errado.

57) (SECONT-ES Auditor do Estado 2009 – Cespe, questão 35) No exercício de


suas atribuições constitucionais, o TCU pode examinar, previamente, a validade de
contratos administrativos celebrados pelo poder público, tendo a sua decisão eficácia
de título executivo.
Comentário:
As decisões do TCU têm eficácia de título executivo quando delas resulta
imputação de débito ou multa (CR: art. 71, § 3º). De outro lado, não há previsão
constitucional para o exame prévio de contratos administrativos.
Gabarito: Errado.

58) (SECONT-ES Auditor do Estado 2009 – Cespe, questão 36) Para fortalecer o
controle interno do Poder Executivo, a CF estabelece que os responsáveis pelos órgãos
públicos, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
devem dar ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade subsidiária, não se aplicando
tal regulamento aos Poderes Legislativo e Judiciário.
Comentário:
Há dois erros no enunciado, referente ao § 1º do art. 74 da Constituição. A
obrigação de dar conhecimento ao TCU de qualquer irregularidade ou ilegalidade
constatada alcança todos os Poderes; e a responsabilidade em caso de não fazê-lo é
solidária e não subsidiária.
Gabarito: Errado.

59) (FUB Auditor 2009 – Cespe, questão 56) O Tribunal de Contas da União não
pode realizar auditorias no âmbito de sua própria estrutura administrativa, tendo em
vista não haver, nesse caso, a independência necessária para a efetivação do trabalho.
Comentário:

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O TCU conta com uma secretaria de controle interno que desenvolve as


atividades de fiscalização contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial
nas unidades administrativas do órgão.
Gabarito: Errado.

60) (FUB Auditor 2009 – Cespe, questão 61) O controle sobre as operações de
crédito, avais e garantias é competência do controle interno, mas o cumprimento das
metas previstas no plano plurianual (PPA) e nos orçamentos da União deve ser
acompanhado exclusivamente pelo sistema de planejamento de orçamento.
Comentário:
O controle sobre as operações de crédito, avais e garantias, bem como dos
direitos e haveres da União é finalidade prevista para o controle interno pelo inc. III do
art. 74 do Texto Constitucional. Por seu turno, a avaliação do cumprimento das metas
previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos
da União consta do inc. I do mesmo dispositivo.
Gabarito: Errado.

61) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 39) O TCDF possui competência
constitucional para determinar diretamente a quebra dos sigilos bancário e fiscal,
desde que tal medida esteja relacionada ao controle externo.
Comentário:
Ao estudarmos as normas constitucionais acerca do controle externo não
identificamos essa competência, que também não é prevista em normas
infraconstitucionais.
Gabarito: Errado.

62) (TCU AUFC-TI 2010 Cespe, questão 34 Comissão permanente do Senado


Federal tem legitimidade para requerer ao TCU a realização de inspeção.
Comentário:
O enunciado está correto à luz do inc. IV do art. 71 da Constituição:
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias
de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial,
nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
e demais entidades referidas no inciso II.
Gabarito: Certo.

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63) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 31) Considere que, em determinado
processo de prestação de contas, o TCDF tenha adotado em decisão terminativa, o
trancamento das contas, cujo julgamento de mérito se tornou inviável em razão de
sinistro que inutilizou a documentação da entidade auditada, e a baixa da
responsabilidade do administrador após 5 anos de publicação da referida decisão
terminativa, sem fatos novos. Nesse caso, a decisão do TCDF foi adequada.
Comentário:
Na Aula de hoje, estudamos o conceito de decisão terminativa, previsto no art.
10 c/c arts. 20 e 21 da LOTCU:
Art. 10. A decisão em processo de tomada ou prestação de contas
pode ser preliminar, definitiva ou terminativa.
§ 1º Preliminar é a decisão pela qual o Relator ou o Tribunal, antes de
pronunciar-se quanto ao mérito das contas, resolve sobrestar o julgamento,
ordenar a citação ou a audiência dos responsáveis ou, ainda, determinar
outras diligências necessárias ao saneamento do processo.
§ 2º Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas
regulares, regulares com ressalva, ou irregulares.
§ 3º Terminativa é a decisão pela qual o Tribunal ordena o
trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis, nos termos dos
arts. 20 e 21 desta Lei.
Art. 20. As contas serão consideradas iliquidáveis quando caso fortuito
ou de força maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável,
tornar materialmente impossível o julgamento de mérito a que se refere o
art. 16 desta Lei.
Art. 21. O Tribunal ordenará o trancamento das contas que forem
consideradas iliquidáveis e o conseqüente arquivamento do processo.
§ 1º Dentro do prazo de cinco anos contados da publicação da decisão
terminativa no Diário Oficial da União, o Tribunal poderá, à vista de novos
elementos que considere suficientes, autorizar o desarquivamento do
processo e determinar que se ultime a respectiva tomada ou prestação de
contas.
§ 2º Transcorrido o prazo referido no parágrafo anterior sem que
tenha havido nova decisão, as contas serão consideradas encerradas, com
baixa na responsabilidade do administrador.
Gabarito: Certo.

64) ( TCE RO Auditor Ciências Contábeis 2013 Cespe, questão 50) O ato inicial
de concessão de aposentadoria de servidor do estado de Rondônia estará sujeito à
apreciação do TCE/RO, para fins de registro ou exame.

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Comentário:
O enunciado está de acordo com a previsão do inciso III do art. 71 da Carta
Republicana.
Gabarito: Certo.

65) (TCE RO Auditor Ciências Contábeis 2013 Cespe, questão 49) Qualquer
cidadão que constatar irregularidade na utilização de verba pública pode formalizar
denúncia ao TCE/RO.
Comentário:
Nos termos do § 2º do art. 74 da Constituição, qualquer cidadão, partido
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Gabarito: Certo.

66) (SAD/PE Analista de Controle Interno 2010 – Cespe, questão 47) A avaliação
da execução de programas de governo é reforçada pela Controladoria Geral da União
(CGU) na fiscalização de recursos federais a partir de sorteios públicos. Com relação a
esse programa de fiscalização, é correto afirmar que
a) está especificamente direcionado à aplicação de recursos federais e estaduais
nos municípios.
b) os entes incluídos na fiscalização não podem tomar conhecimento do fato até
o início dos respectivos trabalhos.
c) os relatórios de cada fiscalização são de conhecimento público, podendo ser
acessados pela Internet.
d) a seleção dos entes a serem fiscalizados é realizada mediante sorteio entre os
que apresentam indícios de irregularidades.
e) o trabalho da CGU se restringe à orientação e supervisão, ficando a execução,
propriamente dita, a cargo dos órgãos fiscalizadores estaduais.
Comentário:
O programa de fiscalização nos municípios a partir de sorteios públicos é uma
das atividades mais conhecidas da CGU.
A opção A é falsa, pois a CGU não fiscaliza recursos estaduais.
É incorreta a assertiva B, pois os resultados do sorteio são anunciados
publicamente.
O erro da opção D é que o sorteio é realizado entre todos os municípios que
receberam transferências voluntárias de recursos federais.

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O item E está errado porque os trabalhos são realizados por equipes da CGU.
A assertiva C está correta.
Gabarito: C.

67) (SAD/PE Analista de Controle Interno 2010 – Cespe, questão 48) As


transferências de recursos entre as diferentes esferas da administração ocorrem,
geralmente, da União para os estados e municípios, e dos estados para os municípios.
Com relação à fiscalização dessas transferências, cabe
a) ao Tribunal de Contas da União (TCU) a fiscalização das transferências
voluntárias da União para os estados e municípios.
b) aos tribunais de contas dos estados, com exclusividade, a fiscalização das
transferências recebidas pelos estados e municípios.
c) ao tribunal de contas de cada estado a fiscalização apenas das transferências
constitucionais.
d) ao tribunal de cada jurisdição a fiscalização de quaisquer transferências
efetuadas pelo respectivo ente.
e) ao tribunal da respectiva jurisdição determinar a suspensão das transferências
constitucionais quando o ente beneficiário estiver inadimplente com empresas estatais
do ente transferidor.
Comentário:
Já vimos que a jurisdição é estabelecida pela origem dos recursos. Assim, está
correta a alternativa A.
A assertiva B é falsa, pois se os recursos recebidos forem federais, a fiscalização
compete ao TCU.
A opção C merece uma análise mais detida. As transferências constitucionais, a
exemplo do FPE e do FPM, constituem recursos dos estados e municípios e não
federais, o que a princípio nos induziria a considerá-la correta. Há, contudo, dois
aspectos. O primeiro é a expressão “apenas”. De fato, pode haver transferências
voluntários de um estado para um município, as quais também estariam sujeitas á
fiscalização dos TCEs. E, por fim, há a hipótese, no caso das capitais do RJ e de SP de
as transferências constitucionais recebidas por esses municípios serem fiscalizadas
pelos respectivos TCMs.
O item D está incorreto pela razão inversa, a saber, a expressão “quaisquer”.
Uma transferência constitucional da União para um estado não está sujeita á
fiscalização do TCU, mas do respectivo TCE.
No que concerne à assertiva E, inexiste essa competência.
Gabarito: A.

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68) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 73) Na prestação
de auxílio para o exercício do controle externo, os TCs não estão subordinados
operacional nem administrativamente às casas legislativas.
Comentário:
Não há polêmica quanto à independência funcional, administrativa e
orçamentária das Cortes de Contas, que não estão hierarquicamente subordinadas a
nenhum outro órgão. O fato de ser um “órgão que auxilia” não significa nenhuma
relação de subalternidade.
Gabarito: CERTO.

69) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 120) Nos
processos perante TCs, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da
decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, inclusive a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.
Comentário:
O enunciado contraria frontalmente o enunciado da Súmula Vinculante 3 do STF,
já comentada na aula anterior, e que dispõe:
Súmula vinculante Processo administrativo no TCU
Assunto: PROCESSO NO ÂMBITO DO TCU. DEVIDO PROCESSO LEGAL.
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA DO INTERESSADO. NECESSIDADE DE
OBSERVÂNCIA.
Enunciado: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder
resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial
de aposentadoria, reforma e pensão.”
Ao substituir a expressão “excetuada” pela expressão “inclusive”, o enunciado
tornou-se errado.
Gabarito: ERRADO.

70) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 72) O TCU faz
parte do Congresso Nacional, a quem deve auxiliar no exercício do controle externo.
Comentário:
O Congresso Nacional é composto pelo Senado Federal e pela Câmara dos
Deputados (CR: art. 44, caput). Logo, o TCU não compõe o Congresso Nacional,
embora o auxilie no exercício do controle externo.
Gabarito: ERRADO.

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71) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 66) O TC, no
exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do
poder público.
Comentário:
Trata-se de uma competência reconhecida pelo STF, consagrada na Súmula 347:
O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
Observe que é uma hipótese do controle de constitucionalidade difuso ou
incidental, ou repressivo, e com efeitos restritos as partes, relativas aos processos
submetidos a sua apreciação, e em matérias de sua competência.
Gabarito: CERTO.

72) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 65) A decisão
prolatada por TC somente pode ser contestada no âmbito do Poder Judiciário por meio
de ação ordinária nova e independente do processo que levou à decisão original.
Comentário:
Muito interessante o enunciado dessa questão. Está absolutamente correto. Em
outras palavras, o enunciado afirma que um processo julgado por TC não pode ser
objeto de recurso, de qualquer espécie, de ação revisional ou rescisória no âmbito do
Poder Judiciário.
Gabarito: CERTO.

73) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 39) Uma das
funções de competência dos TCs, como definido na CF, é a de ouvidor, caracterizada
pelo recebimento de denúncias de irregularidades ou ilegalidades formuladas tanto
pelos responsáveis pelo controle interno como por qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato.
Comentário:
A denúncia perante os TCs está prevista no § 2º do art. 74 da Constituição, que
prescreve que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o
Tribunal de Contas da União. Além disso, o 1º do mesmo dispositivo afirma que os
responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
pena de responsabilidade solidária.
Na doutrina, essa função dos TCs é conhecida como de ouvidor ou ouvidoria.
Gabarito: CERTO.

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74) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 36) Se o TCE/RN
concluir que não dispõe de servidores habilitados para a realização de auditorias e
perícias em assuntos de alta especialização, terá respaldo legal para requisitar
servidores de outros órgãos ou de entidades da administração estadual ou contratar
empresa privada.
Comentário:
O enunciado corresponde, na esfera federal, ao art. 101 da LOTCU. Segundo o
dispositivo, poderá o TCU, para o exercício de sua competência institucional, requisitar
aos órgãos e entidades federais, sem quaisquer ônus, a prestação de serviços técnicos
especializados, a serem executados por prazo previamente fixado, sob pena de
aplicação de multa. A previsão decorre do fato de que, em certas circunstâncias os
trabalhos de fiscalização poderão demandar pareceres acerca de temas muito
especializados, por exemplo, em áreas científicas e tecnológicas, tornando-se
recomendável que o Tribunal recorra à cooperação de quem detenha esses
conhecimentos específicos.
Gabarito: CERTO.

75) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 32) O julgamento
das contas tem considerável impacto nas pretensões eleitorais dos candidatos a cargos
políticos, pois o TCE/RN deverá informar ao TRE os nomes dos responsáveis por
pendências em suas prestações de contas, apuradas em diligências que estejam em
fase de realização.
Comentário:
O erro do enunciado consiste em que a informação que deve ser prestada à
Justiça Eleitoral pelos TCs diz respeito aos nomes dos responsáveis que tiverem suas
contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por
irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por
decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou
anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos
seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do
art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de
mandatários que houverem agido nessa condição (art. 1º, inc. I, g) da Lei
Complementar 64/1990 – Lei das Inelegibilidades, com a redação da Lei Complementar
135 de 2010, conhecida como FICHA LIMPA).
Gabarito: ERRADO.

76) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 33) Se a União, em
razão da presente crise financeira, decidir adquirir temporariamente o controle
acionário de um banco que se encontre em dificuldades de liquidez, com vistas a

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saneá-lo e vendê-lo em dois meses, durante este período, os dirigentes deste banco
estarão sujeitos à jurisdição do TCU.
Comentário:
O enunciado está conforme previsão da LOTCU, em seu art. 5º, inc. III submete
á jurisdição do TCU os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob
intervenção ou que de qualquer modo venham a integrar, provisória ou
permanentemente, o patrimônio da União ou de outra entidade pública federal;
Gabarito: CERTO.

77) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 34) Se determinado
órgão público receber ingresso financeiro na forma de depósitos, portanto, sem
previsão na lei orçamentária, tais recursos não precisarão ser incluídos nas tomadas ou
prestações de contas.
Comentário:
A IN TCU 57/2008, vigente à época do certame, dispunha sobre a organização
dos processos de tomadas ou prestações de contas da administração federal. No
parágrafo único do art. 12 desse normativo constava que os relatórios de gestão,
integrantes dos processos de contas, deverão incluir todos os recursos, orçamentários
e extraorçamentários, utilizados, arrecadados, guardados ou geridos pelas unidades
jurisdicionadas ou pelos quais elas respondam, inclusive aqueles oriundos de fundos de
natureza contábil, recebidos de entes da administração pública federal ou
descentralizados para execução indireta.
Atualmente vigora a IN TCU 63/2010, cujo art. 12 preceitua que os relatórios de
gestão devem contemplar todos os recursos orçamentários e extraorçamentários
utilizados, arrecadados, guardados ou geridos pelas unidades jurisdicionadas, ou pelos
quais elas respondam, incluídos os oriundos de fundos de natureza contábil recebidos
de entes da administração pública federal ou descentralizados para execução indireta.
Gabarito: ERRADO.

78) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 35) Se o relator de
um processo decidir determinar a audiência de um dos responsáveis listados no mesmo
processo, tal determinação se classificará como preliminar.
Comentário:
As decisões do TCU classificam-se como preliminares, definitivas ou terminativas
(LOTCU: art. 10).
Como visto na Aula de hoje, preliminar é a decisão pela qual o Relator ou o
Tribunal, antes de pronunciar-se quanto ao mérito das contas, resolve sobrestar o
julgamento, ordenar a citação ou a audiência dos responsáveis ou, ainda, determinar
outras diligências necessárias ao saneamento do processo.

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Controle Externo – Teoria e Exercícios para o TCU 2015 (pós-edital)
Aula 02
Prof. Luiz Henrique Lima

Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas regulares, regulares


com ressalva, ou irregulares. O julgamento de contas é o tema do capítulo 10.
Terminativa é a decisão pela qual o Tribunal ordena o trancamento das contas
que forem consideradas iliquidáveis, ou determina o seu arquivamento pela ausência
de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo ou
por racionalização administrativa e economia processual.
Por conseguinte, a assertiva está correta.
Gabarito: CERTO.

79) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 36) Se o TCU, ao
examinar um processo de tomada de contas, julgar as contas como regulares, tal
decisão será classificada como terminativa.
Comentário:
Considerando as explicações da questão anterior, a decisão que julga o mérito
de um processo de contas é denominada definitiva.
Gabarito: ERRADO.

80) (TCU TEFC 2012 Cespe, questão 16) As decisões finais do TCU podem
constituir-se em atos administrativos complexos.
Comentário:
O Supremo Tribunal Federal considera que o registro pelo TCU dos atos de
concessão de aposentadorias, reformas e pensões constitui ato administrativo
complexo (MS 19.973-DF, Relator Ministro Bilac Pinto).
Gabarito – Certo.

FIM DE PAPO

Bem, caros alunos. Vou ficando por aqui.

Não hesitem de recorrer ao Fórum dos alunos se tiverem alguma dúvida quanto
às explicações apresentadas ou se desejarem comentários adicionais.

Aguardo vocês.

Bons estudos e até a próxima aula! -

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