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Aula 02
Prof. Luiz Henrique Lima
Sumário
Normas constitucionais sobre Controle Externo (2ª parte); ........................................................................... 1
Fiscalização nos municípios .............................................................................................................. 2
Competências do Legislativo ............................................................................................................ 3
Competências do STF e do STJ ....................................................................................................... 3
Cálculo dos Fundos de Participação (CF: art. 161, parágrafo único) ............................... 4
Tribunais de Contas: funções .......................................................................................................................... 5
Tribunais de Contas: natureza jurídica ............................................................................................................ 6
Tribunais de Contas: eficácia das decisões...................................................................................................... 7
Jurisdição dos Tribunais de Contas.................................................................................................................. 7
MiniGlossário de Controle Externo ............................................................................................................... 10
Terceira Bateria de Exercícios ....................................................................................................................... 11
Gabarito ......................................................................................................................................................... 15
Comentários ao gabarito ............................................................................................................................... 16
FIM DE PAPO ................................................................................................................................................. 27
Olá Pessoal!
Intervenção
A intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal, prevista no art. 34, e
a intervenção em Município pelo estado, prevista no art. 35, são medidas
excepcionalíssimas. No entanto, o instituto da prestação de contas da
administração pública, direta e indireta é de tal relevância que foi elevado pelos
constituintes à categoria de um dos princípios constitucionais, cuja garantia de
observância constitui um dos motivos que justificam a intervenção da União nos
Estados e no Distrito Federal (inc. VII, d) e dos Estados nos Municípios (inc. II).
Os demais princípios mencionados no art. 34, VII, são: forma republicana,
sistema representativo e regime democrático; direitos da pessoa humana;
autonomia municipal; e aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde.
Competências do Legislativo
Julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar
os relatórios sobre a execução dos planos de governo é competência exclusiva
do Congresso Nacional (CF: art. 49, IX).
Na hipótese de não apresentação pelo Presidente da República das contas ao
Congresso Nacional, no prazo de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, é competência privativa da Câmara dos Deputados proceder à
tomada de contas do Presidente da República (CF: art. 51, II).
Por sua vez, é competência do Senado aprovar previamente, por voto secreto e
após arguição pública, os Ministros do Tribunal de Contas da União indicados
pelo Presidente da República (CF: art. 52, III, b).
DÚVIDA FREQUENTE
O TCU efetua o cálculo dos valores relativos ao FPE e FPM a serem repassados a
Estados e Municípios?
Não. Esse cálculo é realizado mensalmente pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN,
com base nos dados da arrecadação do período anterior e aplicando os coeficientes
fixados pelo TCU em Decisão Normativa.
O que o TCU faz é:
1) ficar os coeficientes individuais de participação;
2) fiscalizar a entrega dos recursos (montante e prazo);
3) acompanhar a classificação das receitas originárias;
4) receber e processar reclamações em caso de repasse efetuado a menor ou com
atraso.
Função Dispositivos
fiscalizadora CF: art. 71, IV, V, VI e XI
opinativa CF: art. 71, I
julgadora CF: art. 71, II, III
sancionadora CF: art. 71, VIII
corretiva CF, art. 71, IX e X
consultiva LOTCU: art. 1º, XVII
informativa CF: art. 71, VII
ouvidora CF: art. 74, § 2o
normativa LOTCU: art. 3º
1
Tribunal de Contas: jurisdição especial e a prova no procedimento de julgamento de contas,
Revista do TCE-MG, ano XVII, 1999, vol. 3.
1993). Por sua vez, Aguiar Dias (1960) esclarece que “o dano se estabelece
mediante o confronto entre o patrimônio realmente existente após o dano e o
que possivelmente existiria, se o dano não se tivesse produzido”. O dano ao
Erário consiste em ato ou fato gerador de redução do patrimônio público.
Economicidade - Minimização dos custos dos recursos utilizados na
consecução de uma atividade, sem comprometimento dos padrões de
qualidade.
Erário – Tesouro ou Fazenda Pública.
Legalidade – Refere-se ao controle da obediência das normas legais pelo
responsável fiscalizado.
Legitimidade – Apreciação que envolve uma avaliação das circunstâncias em
que o ato foi praticado, uma ponderação da prioridade relativa entre a despesa
efetuada e as outras necessidades da comunidade.
Processo de contas - Segundo o art. 1º, par. único, I da IN TCU nº 63/2010,
processo de contas é o processo de trabalho do controle externo, destinado a
avaliar e julgar o desempenho e a conformidade da gestão das pessoas
abrangidas pelos incisos I, III, IV, V e VI do art. 5º da Lei nº 8.443/92, com
base em documentos, informações e demonstrativos de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, obtidos direta ou
indiretamente. Os processos de contas constituem instrumentos de avaliação de
gestão e de responsabilização de pessoas.
Nessa segunda bateria, como nas próximas, não ficaremos limitados aos tópicos
abordados na Aula de hoje, mas também iremos rever e consolidar o que vimos
anteriormente.
51) (TCU AUFC-TI 2010 Cespe, questão 31) O Supremo Tribunal Federal não se
sujeita a controle externo exercido pelo Congresso Nacional.
saneá-lo e vendê-lo em dois meses, durante este período, os dirigentes deste banco
estarão sujeitos à jurisdição do TCU.
77) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 34) Se determinado
órgão público receber ingresso financeiro na forma de depósitos, portanto, sem
previsão na lei orçamentária, tais recursos não precisarão ser incluídos nas tomadas ou
prestações de contas.
78) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 35) Se o relator de
um processo decidir determinar a audiência de um dos responsáveis listados no mesmo
processo, tal determinação se classificará como preliminar.
79) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 36) Se o TCU, ao
examinar um processo de tomada de contas, julgar as contas como regulares, tal
decisão será classificada como terminativa.
80) (TCU TEFC 2012 Cespe, questão 16) As decisões finais do TCU podem
constituir-se em atos administrativos complexos.
Gabarito
51) Errado.
52) Errado.
53) Certo.
54) Errado.
55) Errado.
56) Errado.
57) Errado.
58) Errado.
59) Errado.
60) Errado.
61) Errado.
62) Certo.
63) Certo.
64) Certo.
65) Certo.
66) C.
67) A.
68) Certo.
69) Errado.
70) Errado.
71) Certo.
72) Certo.
73) Certo.
74) Certo.
75) Errado.
76) Certo.
77) Errado.
78) Certo.
79) Errado.
80) Certo.
Comentários ao gabarito
51) (TCU AUFC-TI 2010 Cespe, questão 31) O Supremo Tribunal Federal não se
sujeita a controle externo exercido pelo Congresso Nacional.
Comentário:
Todos os órgãos de todos os poderes da república estão sujeitos ao controle
externo.
Gabarito: Errado.
53) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 24) A fiscalização contábil e financeira dos
órgãos e entidades que compõem a estrutura do DF é exercida pela Câmara Legislativa
(CLDF), mediante controle externo, com o auxílio do TCDF, e pelo sistema de controle
interno dos Poderes Legislativo e Executivo.
Comentário:
Em simetria à previsão na esfera federal, a titularidade do controle externo é do
Poder Legislativo, no caso a Câmara Legislativa do Distrito Federal. Uma pegadinha da
questão é a ausência de menção ao sistema de controle interno do Poder Judiciário.
Sucede que no DF o Poder Judiciário é mantido pela União e, portanto, sujeito à
fiscalização do TCU.
Gabarito: Certo.
54) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 44) As competências constitucionais dos
tribunais de contas incluem a apreciação da legalidade dos atos de admissão de
pessoal, para fins de registro, e as nomeações para cargos de provimento em
comissão.
Comentário:
Conforme o inciso III do art.71 da Constituição Federal, as nomeações para
cargos de provimento em comissão não são objeto de registro no Tribunal de Contas.
Gabarito: Errado.
55) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 43) Caso constate ilegalidade na execução
de contrato administrativo, o tribunal de contas deverá assinar prazo para a adoção
das providências necessárias ao cumprimento da lei, podendo sustar, se não atendido,
a execução do referido contrato.
Comentário:
Como vimos na Aula anterior, o inciso X do art. 71 da Carta Magna confere ao
TCU competência para sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Em caso de
contrato, prevê o § 1º do mesmo artigo que o ato de sustação será adotado
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo
as medidas cabíveis.
Gabarito: Errado.
56) (SECONT-ES Auditor do Estado 2009 – Cespe, questão 33) De acordo com a
Constituição Federal (CF), a fiscalização financeira da administração pública direta e
indireta, por envolver matéria relacionada ao controle interno, pode ser disciplinada
por meio de lei ordinária.
Comentário:
O enunciado está completamente errado. Não há na Carta Constitucional
previsão de lei ordinária para disciplinar a fiscalização financeira da administração
pública. Ademais, tanto a fiscalização financeira, como a contábil, a orçamentária, a
operacional e a patrimonial são relacionadas também ao controle externo da
administração pública.
Gabarito: Errado.
58) (SECONT-ES Auditor do Estado 2009 – Cespe, questão 36) Para fortalecer o
controle interno do Poder Executivo, a CF estabelece que os responsáveis pelos órgãos
públicos, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
devem dar ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade subsidiária, não se aplicando
tal regulamento aos Poderes Legislativo e Judiciário.
Comentário:
Há dois erros no enunciado, referente ao § 1º do art. 74 da Constituição. A
obrigação de dar conhecimento ao TCU de qualquer irregularidade ou ilegalidade
constatada alcança todos os Poderes; e a responsabilidade em caso de não fazê-lo é
solidária e não subsidiária.
Gabarito: Errado.
59) (FUB Auditor 2009 – Cespe, questão 56) O Tribunal de Contas da União não
pode realizar auditorias no âmbito de sua própria estrutura administrativa, tendo em
vista não haver, nesse caso, a independência necessária para a efetivação do trabalho.
Comentário:
60) (FUB Auditor 2009 – Cespe, questão 61) O controle sobre as operações de
crédito, avais e garantias é competência do controle interno, mas o cumprimento das
metas previstas no plano plurianual (PPA) e nos orçamentos da União deve ser
acompanhado exclusivamente pelo sistema de planejamento de orçamento.
Comentário:
O controle sobre as operações de crédito, avais e garantias, bem como dos
direitos e haveres da União é finalidade prevista para o controle interno pelo inc. III do
art. 74 do Texto Constitucional. Por seu turno, a avaliação do cumprimento das metas
previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos
da União consta do inc. I do mesmo dispositivo.
Gabarito: Errado.
61) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 39) O TCDF possui competência
constitucional para determinar diretamente a quebra dos sigilos bancário e fiscal,
desde que tal medida esteja relacionada ao controle externo.
Comentário:
Ao estudarmos as normas constitucionais acerca do controle externo não
identificamos essa competência, que também não é prevista em normas
infraconstitucionais.
Gabarito: Errado.
63) (TCDF AFC 2014 Cespe questão 31) Considere que, em determinado
processo de prestação de contas, o TCDF tenha adotado em decisão terminativa, o
trancamento das contas, cujo julgamento de mérito se tornou inviável em razão de
sinistro que inutilizou a documentação da entidade auditada, e a baixa da
responsabilidade do administrador após 5 anos de publicação da referida decisão
terminativa, sem fatos novos. Nesse caso, a decisão do TCDF foi adequada.
Comentário:
Na Aula de hoje, estudamos o conceito de decisão terminativa, previsto no art.
10 c/c arts. 20 e 21 da LOTCU:
Art. 10. A decisão em processo de tomada ou prestação de contas
pode ser preliminar, definitiva ou terminativa.
§ 1º Preliminar é a decisão pela qual o Relator ou o Tribunal, antes de
pronunciar-se quanto ao mérito das contas, resolve sobrestar o julgamento,
ordenar a citação ou a audiência dos responsáveis ou, ainda, determinar
outras diligências necessárias ao saneamento do processo.
§ 2º Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas
regulares, regulares com ressalva, ou irregulares.
§ 3º Terminativa é a decisão pela qual o Tribunal ordena o
trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis, nos termos dos
arts. 20 e 21 desta Lei.
Art. 20. As contas serão consideradas iliquidáveis quando caso fortuito
ou de força maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável,
tornar materialmente impossível o julgamento de mérito a que se refere o
art. 16 desta Lei.
Art. 21. O Tribunal ordenará o trancamento das contas que forem
consideradas iliquidáveis e o conseqüente arquivamento do processo.
§ 1º Dentro do prazo de cinco anos contados da publicação da decisão
terminativa no Diário Oficial da União, o Tribunal poderá, à vista de novos
elementos que considere suficientes, autorizar o desarquivamento do
processo e determinar que se ultime a respectiva tomada ou prestação de
contas.
§ 2º Transcorrido o prazo referido no parágrafo anterior sem que
tenha havido nova decisão, as contas serão consideradas encerradas, com
baixa na responsabilidade do administrador.
Gabarito: Certo.
64) ( TCE RO Auditor Ciências Contábeis 2013 Cespe, questão 50) O ato inicial
de concessão de aposentadoria de servidor do estado de Rondônia estará sujeito à
apreciação do TCE/RO, para fins de registro ou exame.
Comentário:
O enunciado está de acordo com a previsão do inciso III do art. 71 da Carta
Republicana.
Gabarito: Certo.
65) (TCE RO Auditor Ciências Contábeis 2013 Cespe, questão 49) Qualquer
cidadão que constatar irregularidade na utilização de verba pública pode formalizar
denúncia ao TCE/RO.
Comentário:
Nos termos do § 2º do art. 74 da Constituição, qualquer cidadão, partido
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Gabarito: Certo.
66) (SAD/PE Analista de Controle Interno 2010 – Cespe, questão 47) A avaliação
da execução de programas de governo é reforçada pela Controladoria Geral da União
(CGU) na fiscalização de recursos federais a partir de sorteios públicos. Com relação a
esse programa de fiscalização, é correto afirmar que
a) está especificamente direcionado à aplicação de recursos federais e estaduais
nos municípios.
b) os entes incluídos na fiscalização não podem tomar conhecimento do fato até
o início dos respectivos trabalhos.
c) os relatórios de cada fiscalização são de conhecimento público, podendo ser
acessados pela Internet.
d) a seleção dos entes a serem fiscalizados é realizada mediante sorteio entre os
que apresentam indícios de irregularidades.
e) o trabalho da CGU se restringe à orientação e supervisão, ficando a execução,
propriamente dita, a cargo dos órgãos fiscalizadores estaduais.
Comentário:
O programa de fiscalização nos municípios a partir de sorteios públicos é uma
das atividades mais conhecidas da CGU.
A opção A é falsa, pois a CGU não fiscaliza recursos estaduais.
É incorreta a assertiva B, pois os resultados do sorteio são anunciados
publicamente.
O erro da opção D é que o sorteio é realizado entre todos os municípios que
receberam transferências voluntárias de recursos federais.
O item E está errado porque os trabalhos são realizados por equipes da CGU.
A assertiva C está correta.
Gabarito: C.
68) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 73) Na prestação
de auxílio para o exercício do controle externo, os TCs não estão subordinados
operacional nem administrativamente às casas legislativas.
Comentário:
Não há polêmica quanto à independência funcional, administrativa e
orçamentária das Cortes de Contas, que não estão hierarquicamente subordinadas a
nenhum outro órgão. O fato de ser um “órgão que auxilia” não significa nenhuma
relação de subalternidade.
Gabarito: CERTO.
69) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 120) Nos
processos perante TCs, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da
decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, inclusive a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.
Comentário:
O enunciado contraria frontalmente o enunciado da Súmula Vinculante 3 do STF,
já comentada na aula anterior, e que dispõe:
Súmula vinculante Processo administrativo no TCU
Assunto: PROCESSO NO ÂMBITO DO TCU. DEVIDO PROCESSO LEGAL.
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA DO INTERESSADO. NECESSIDADE DE
OBSERVÂNCIA.
Enunciado: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder
resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial
de aposentadoria, reforma e pensão.”
Ao substituir a expressão “excetuada” pela expressão “inclusive”, o enunciado
tornou-se errado.
Gabarito: ERRADO.
70) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 72) O TCU faz
parte do Congresso Nacional, a quem deve auxiliar no exercício do controle externo.
Comentário:
O Congresso Nacional é composto pelo Senado Federal e pela Câmara dos
Deputados (CR: art. 44, caput). Logo, o TCU não compõe o Congresso Nacional,
embora o auxilie no exercício do controle externo.
Gabarito: ERRADO.
71) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 66) O TC, no
exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do
poder público.
Comentário:
Trata-se de uma competência reconhecida pelo STF, consagrada na Súmula 347:
O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
Observe que é uma hipótese do controle de constitucionalidade difuso ou
incidental, ou repressivo, e com efeitos restritos as partes, relativas aos processos
submetidos a sua apreciação, e em matérias de sua competência.
Gabarito: CERTO.
72) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 65) A decisão
prolatada por TC somente pode ser contestada no âmbito do Poder Judiciário por meio
de ação ordinária nova e independente do processo que levou à decisão original.
Comentário:
Muito interessante o enunciado dessa questão. Está absolutamente correto. Em
outras palavras, o enunciado afirma que um processo julgado por TC não pode ser
objeto de recurso, de qualquer espécie, de ação revisional ou rescisória no âmbito do
Poder Judiciário.
Gabarito: CERTO.
73) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 39) Uma das
funções de competência dos TCs, como definido na CF, é a de ouvidor, caracterizada
pelo recebimento de denúncias de irregularidades ou ilegalidades formuladas tanto
pelos responsáveis pelo controle interno como por qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato.
Comentário:
A denúncia perante os TCs está prevista no § 2º do art. 74 da Constituição, que
prescreve que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o
Tribunal de Contas da União. Além disso, o 1º do mesmo dispositivo afirma que os
responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
pena de responsabilidade solidária.
Na doutrina, essa função dos TCs é conhecida como de ouvidor ou ouvidoria.
Gabarito: CERTO.
74) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 36) Se o TCE/RN
concluir que não dispõe de servidores habilitados para a realização de auditorias e
perícias em assuntos de alta especialização, terá respaldo legal para requisitar
servidores de outros órgãos ou de entidades da administração estadual ou contratar
empresa privada.
Comentário:
O enunciado corresponde, na esfera federal, ao art. 101 da LOTCU. Segundo o
dispositivo, poderá o TCU, para o exercício de sua competência institucional, requisitar
aos órgãos e entidades federais, sem quaisquer ônus, a prestação de serviços técnicos
especializados, a serem executados por prazo previamente fixado, sob pena de
aplicação de multa. A previsão decorre do fato de que, em certas circunstâncias os
trabalhos de fiscalização poderão demandar pareceres acerca de temas muito
especializados, por exemplo, em áreas científicas e tecnológicas, tornando-se
recomendável que o Tribunal recorra à cooperação de quem detenha esses
conhecimentos específicos.
Gabarito: CERTO.
75) (Assessor Técnico Jurídico TCE RN 2009 – CESPE, questão 32) O julgamento
das contas tem considerável impacto nas pretensões eleitorais dos candidatos a cargos
políticos, pois o TCE/RN deverá informar ao TRE os nomes dos responsáveis por
pendências em suas prestações de contas, apuradas em diligências que estejam em
fase de realização.
Comentário:
O erro do enunciado consiste em que a informação que deve ser prestada à
Justiça Eleitoral pelos TCs diz respeito aos nomes dos responsáveis que tiverem suas
contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por
irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por
decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou
anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos
seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do
art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de
mandatários que houverem agido nessa condição (art. 1º, inc. I, g) da Lei
Complementar 64/1990 – Lei das Inelegibilidades, com a redação da Lei Complementar
135 de 2010, conhecida como FICHA LIMPA).
Gabarito: ERRADO.
76) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 33) Se a União, em
razão da presente crise financeira, decidir adquirir temporariamente o controle
acionário de um banco que se encontre em dificuldades de liquidez, com vistas a
saneá-lo e vendê-lo em dois meses, durante este período, os dirigentes deste banco
estarão sujeitos à jurisdição do TCU.
Comentário:
O enunciado está conforme previsão da LOTCU, em seu art. 5º, inc. III submete
á jurisdição do TCU os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob
intervenção ou que de qualquer modo venham a integrar, provisória ou
permanentemente, o patrimônio da União ou de outra entidade pública federal;
Gabarito: CERTO.
77) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 34) Se determinado
órgão público receber ingresso financeiro na forma de depósitos, portanto, sem
previsão na lei orçamentária, tais recursos não precisarão ser incluídos nas tomadas ou
prestações de contas.
Comentário:
A IN TCU 57/2008, vigente à época do certame, dispunha sobre a organização
dos processos de tomadas ou prestações de contas da administração federal. No
parágrafo único do art. 12 desse normativo constava que os relatórios de gestão,
integrantes dos processos de contas, deverão incluir todos os recursos, orçamentários
e extraorçamentários, utilizados, arrecadados, guardados ou geridos pelas unidades
jurisdicionadas ou pelos quais elas respondam, inclusive aqueles oriundos de fundos de
natureza contábil, recebidos de entes da administração pública federal ou
descentralizados para execução indireta.
Atualmente vigora a IN TCU 63/2010, cujo art. 12 preceitua que os relatórios de
gestão devem contemplar todos os recursos orçamentários e extraorçamentários
utilizados, arrecadados, guardados ou geridos pelas unidades jurisdicionadas, ou pelos
quais elas respondam, incluídos os oriundos de fundos de natureza contábil recebidos
de entes da administração pública federal ou descentralizados para execução indireta.
Gabarito: ERRADO.
78) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 35) Se o relator de
um processo decidir determinar a audiência de um dos responsáveis listados no mesmo
processo, tal determinação se classificará como preliminar.
Comentário:
As decisões do TCU classificam-se como preliminares, definitivas ou terminativas
(LOTCU: art. 10).
Como visto na Aula de hoje, preliminar é a decisão pela qual o Relator ou o
Tribunal, antes de pronunciar-se quanto ao mérito das contas, resolve sobrestar o
julgamento, ordenar a citação ou a audiência dos responsáveis ou, ainda, determinar
outras diligências necessárias ao saneamento do processo.
79) (AUFC Auditoria de Obras TCU 2009 – CESPE, questão 36) Se o TCU, ao
examinar um processo de tomada de contas, julgar as contas como regulares, tal
decisão será classificada como terminativa.
Comentário:
Considerando as explicações da questão anterior, a decisão que julga o mérito
de um processo de contas é denominada definitiva.
Gabarito: ERRADO.
80) (TCU TEFC 2012 Cespe, questão 16) As decisões finais do TCU podem
constituir-se em atos administrativos complexos.
Comentário:
O Supremo Tribunal Federal considera que o registro pelo TCU dos atos de
concessão de aposentadorias, reformas e pensões constitui ato administrativo
complexo (MS 19.973-DF, Relator Ministro Bilac Pinto).
Gabarito – Certo.
FIM DE PAPO
Não hesitem de recorrer ao Fórum dos alunos se tiverem alguma dúvida quanto
às explicações apresentadas ou se desejarem comentários adicionais.
Aguardo vocês.