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AULA 06

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO PARA OS CARGOS DA ANATEL


Professor: HENRIQUE CAMPOLINA

Olá, Futuro Servidor Concursado da ANATEL!

Inicialmente, as duas aulas finais de nosso curso abordariam a Lei nº


8.429/1992, mas como nosso edital prevê apenas os Capítulos I e II desta
norma: “3.3 Lei n.º 8.429/1992: disposições gerais; atos de improbidade
administrativa”, iremos percorrer agora os respectivos artigos e finalizaremos
a parte teórica de nosso curso com uma sessão de exercícios.

Como conheço a preferência nacional pelos exercícios, principalmente nesta


reta final, diante do exposto acima, alterei nosso cronograma inicial e
destinarei nossa aula de encerramento (Aula 7) para realizarmos outro
simulado, desta vez englobando todo o nosso conteúdo programático: Ética,
Lei nº 8.112/1990 e Lei nº 8.429/1992.

Boa aula para todos nós !!!

Críticas e sugestões poderão ser enviadas para:


henriquecampolina@pontodosconcursos.com.br

Henrique Campolina
Setembro/2012

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3. A Lei nº 8.429/1992 - “Lei dos Atos de Improbidade Administrativa”

A Lei nº 8.429/1992 é chamada, comumente, de “Lei dos Atos de Improbidade


Administrativa” ou, simplesmente, “Lei de Improbidade Administrativa – LIA”,
por dispor “sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
1
providências” .

Vamos, inicialmente, identificar o comando constitucional que provocou a


edital desta Lei, que se encontra no art. 37 de nossa Magna Carta, mais
precisamente em seu §4º. Confiram:

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível.2

Não podemos iniciar os estudos desta Lei sem relembrarmos a definição de


“improbidade”, que significa o que falta lealdade, honestidade e
honorabilidade. (improbidade = não é probo).

Disposições Gerais

O primeiro artigo desta Lei traz importantes definições. Aqui identificamos os


sujeitos ativos e passivos dos atos de improbidade administrativa, que são
aqui regulados.

Leiam o artigo e vamos juntos identificar estes sujeitos posteriormente:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,


servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou
de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou

1
Ementa da Lei nº 8.429/1992
2
§4º do art. 37 da Constituição Federal de 1988
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concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público
bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido
ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da
receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Antes de identificarmos os sujeitos ativos e passivos, vamos antecipar a leitura


do art. 3º:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Agora sim, vamos lá:

Sujeitos Ativos:
 Qualquer agente público, servidor ou não, que exerça função pública em
um dos órgãos mencionados neste art. 1º (percebam que não há
obrigatoriedade do sujeito ativo ser servidor);
 Qualquer pessoa (particular) que participe de ato de improbidade ou que
dele se beneficie direta ou indiretamente (art. 3º da Lei 8.429/1992);

Sujeitos Passivos:
 União;
 Estados;
 Distrito Federal;
 Municípios e
 Territórios (caso voltem a existir).

Órgãos dos Sujeitos Passivos onde ocorrem os atos de improbidade:


 Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de
empresa incorporada ao patrimônio público ou
 Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual;
 Patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo,
fiscal ou creditício, de órgão público(*);

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 Patrimônio de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita
anual(*).

(*) Nestes casos, a sanção patrimonial será limitada à repercussão do ilícito


sobre a contribuição dos cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

Evitando interpretações e aplicações equivocadas desta Lei, o próprio texto


normativo traz a definição de “agente público” a ser considerada.

Agente Público: todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a


velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

Sempre questiono o motivo de uma norma infraconstitucional ratificar a


obrigação dos agentes públicos atenderem às premissas destes princípios que
compõem o famoso L.I.M.P.E. (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência).

Afinal, não será pela aplicação do art. 4º da Lei nº 8.429/1992 que os agentes
públicos observarão tais princípios, mas pela supremacia da imposição legal
superior determinada pelo caput do art. 37 de nossa Magna Carta. Relembrem
comigo, novamente, este importante dispositivo de nosso ordenamento:

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: [...]” (grifos meus)

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Curto, mas fundamental, é o artigo 5º, abaixo transcrito, cuja aplicação traz
importantes desdobramentos no cotidiano da Administração Pública de nosso
país.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa


ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do
dano.

Primeiramente, percebam que o integral ressarcimento está ligado:


 À ocorrência de lesão ao patrimônio público E
 Ao nexo causal entre a conduta do agente e/ou terceiro, com tal lesão.

Estes 2 requisitos devem estar presentes para caracterizar a situação prevista


neste dispositivo.

Entenderemos, agora, o que a legislação quer dizer quando diz “Ação ou


Omissão” e “Dolosa ou Culposa”:

A dúvida aqui, normalmente, paira sobre a lesão causada pela omissão do


servidor ou terceiro, já que quando é resultado de uma ação, fica mais fácil,
inclusive, estabelecer o nexo causal e a extensão da lesão decorrente da
prática daquele ato.

Quando se fala em omissão, o objetivo é preservar o patrimônio naqueles


casos onde o servidor e/ou terceiro deveria ter praticado um determinado ato
e, não o fazendo, há o surgimento de uma lesão ao patrimônio público.

Agora vamos analisar o que significa conduta dolosa e conduta culposa. Para
isto, antes de qualquer coisa, resgataremos os incisos I e II do art. 18 do
nosso Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940), cuja
atual redação foi dada pela Lei nº 7.209, de 11.07.1984:

Art. 18 - Diz-se o crime:

Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência
ou imperícia.

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Desta forma, dizemos que a conduta é dolosa quando praticada:


 Com a vontade de produzir o resultado (dolo direto) ou
 Assumindo o risco produzi-lo (dolo eventual) – aqui o agente ignora o
resultado que sua conduta poderá produzir.

Já na conduta culposa, o agente não assume o risco de produzir o resultado


nem o deseja, mas dá causa a sua concretização.

A legislação traz as possíveis causas desta culpa: imprudência, negligência ou


imperícia.

É sempre bom relembrarmos os conceitos e diferenças entre estas situações:

Imprudência: Quando o agente age sem a precaução que seria de se esperar


de uma pessoa com conhecimento mediano. Isto é, ele deveria ter
previsto um fato, e não o fez, seja por preguiça, falta de atenção, e etc.

Negligência: Falta de atenção com seus próprios atos, seja por preguiça,
incúria, desmazelo e desleixo ou por falta de diligência. Em outras
palavras, é a falta de cuidado e de zelo na conduta do agente.

Imperícia: Falta de habilidade, competência ou experiência para praticar


determinados atos que exigem certo conhecimento.

Ainda sobre este art. 5º, precisamos também resgatar o §5º do art. 37 da
CF/88, que dispõe que as cobranças dos prejuízos causados ao erário podem
ser proposta a qualquer tempo, por serem imprescritíveis. Confiram comigo
este dispositivo constitucional:

Art. 37 [...]
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento.

Perceberam a imprescritibilidade?

A nossa Lei Maior determina que as leis infraconstitucionais estabeleçam os


prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente e ou terceiros,

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que causem prejuízos ao erário, EXCETO para as ações de ressarcimento
decorrentes destes ilícitos.

Também vale a pena relembrarmos o art. 122 do Regime Jurídico Único dos
Servidores Civis da União (Lei nº 8.112/1990), que traz disposição
semelhante:

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou


culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será
liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a
execução do débito pela via judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a
Fazenda Pública, em ação regressiva.
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será
executada, até o limite do valor da herança recebida.

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou


terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Quero que vocês memorizem uma situação importante que é depreendida a


partir deste artigo: a perda dos bens ou valores acrescidos ao patrimônio do
agente e/ou terceiro, em virtude de enriquecimento ilícito, não tem, como
requisito para sua caracterização, a lesão ao patrimônio público.

Desta forma, mesmo que não haja lesão ao erário, o agente e/ou terceiro
perderão estes bens ou valores.

Minha ideia de incluir a forma “e/ou” decorre da possibilidade do agente e do


terceiro concorrerem com a ilicitude. Hipótese que ambos responderão pelas
consequências de seus atos.

A perda de bens ou valores também é chamada de “pena de perdimento”.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou


ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa
responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo
recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou
sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

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Aqui a lei atribui à Autoridade Administrativa responsável pelo inquérito
decorrente do ato de improbidade a responsabilidade de representação junto
ao Ministério Público, visando a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Ao trazer a “indisponibilidade de bens”, a Lei nos obriga a resgatarmos


algumas considerações sobre esta figura legal.

Podemos dizer que a principal função da indisponibilidade de bens do indiciado


é criar condições patrimoniais capazes de garantir a eficácia de uma futura
execução forçada de sentença condenatória decorrente dos atos aqui tratados.

A Administração Pública não é competência para declarar a indisponibilidade de


bens do indiciado, que deverá ser efetuada pelo juiz.

À autoridade administrativa caberá indicar os elementos e condições presentes


no caso concreto ao Ministério Público, que é o órgão competente para acionar
(via petição) o Poder Judiciário.

Vamos trazer a lição da Profª. Maria Sylvia Di Pietro sobre o instituto da


indisponibilidade de bens:

Indisponibilidade de bens: “tem nítido caráter preventivo, já que tem por


objetivo acautelar os interesses do erário durante a apuração dos
fatos, evitando a dilapidação, a transferência ou ocultação dos
bens, que tornariam impossível o ressarcimento do dano”3.

Desta forma, não devemos associar a indisponibilidade de bens a uma sanção,


mas a uma medida cautelar, preventiva. Aqui, o proprietário poderá continuar
utilizando os bens (terá a posse e a propriedade), sendo-lhe vedada a
alienação dos mesmos.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se


enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do
valor da herança.

No art. 8º, o legislador buscou embasamento no inciso XLV do art. 5º da


Constituição Federal/1988. Confiram:

3
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 18ª ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 729
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
[...]
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;

Se vocês voltarem na transcrição que trouxemos a pouco do art. 122 da Lei nº


8.112/1990, verão que tal disposição é semelhante àquela contida no §3º.

Desta forma, o ressarcimento ao erário, visando eliminar ou minimizar a lesão


sofrida pelo patrimônio público, e a perda dos bens ilicitamente acrescidos ao
patrimônio do agente público ou do terceiro não desaparecem em função de
sua morte, respeitados os limites transferidos pela herança do mesmo.

Os próximos 3 artigos (9º, 10 e 11) trazem os atos de improbidade


administrativa subdivididos em 3 modalidades. Atos que:
 Importam Enriquecimento Ilícito (artigo 9º)
 Causam Prejuízo ao Erário (artigo 10)
 Atentam Contra os Princípios da Administração Pública (artigo 11)

Como gosto de fazer e entendo que facilita nossa memorização, quando temos
um extenso rol de hipóteses (atos, condutas, crimes, etc.), iremos, após a
transcrição de cada dispositivo sobre um ato de improbidade administrativa,
identificar os elementos que deverão estar presentes para caracterizar cada
situação tipificada na Lei.

O que já estudamos até agora valerá para todas estas situações (sujeitos ativo
e passivo, ação ou omissão, dolosamente ou culposamente, etc.).

Dos Atos de Improbidade Administrativa

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam


Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial

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indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou
atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

O caput traz a REGRA GERAL. Portanto, podemos concluir, a partir desta


redação, que não há necessidade de um ato se enquadrar em um dos 12
incisos deste artigo 9º para ser considerado um ato de improbidade
administrativa que importam enriquecimento ilícito.

Tal conclusão pode ser, facilmente, encontrada em decorrência da redação


oficial: “........., e notadamente:”. Percebam que os incisos terão caráter
exemplificativo.

Mas como nosso ordenamento jurídico (Direito Penal) não admite tipificação
genérica de conduta ilícita, precisamos encontrar neste caput os elementos
tipificadores destes atos:

 Conduta: prática de um ato (ação ou omissão);

 Consequência: enriquecimento ilícito;

 Definição de enriquecimento ilícito: auferir qualquer tipo de vantagem


patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função,
emprego ou atividade;

 Local do exercício destas funções: nas entidades já identificadas nesta


aula.

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou


qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de
comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse,
direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público;

 Ação: Receber;

 Destinatário da vantagem: Próprio agente e/ou terceiro ou outra pessoa;

 Objeto:
 Dinheiro;
 Bem móvel;
 Bem imóvel ou
 Qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de:
 Comissão,
 Percentagem,
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 Gratificação ou
 Presente.

 “Doador da vantagem”: quem tenha interesse, direto ou indireto, que


possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do respectivo agente público.

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a


aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação
de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor
de mercado;

 Ação: Perceber vantagem econômica;

 Objeto: Vantagem econômica, direta ou indireta;

 Objetivo (nova ação do agente): facilitar a aquisição, permuta ou locação


de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas citadas
entidades por preço superior ao valor de mercado.

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a


alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de
serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

 Ação: Perceber vantagem econômica;

 Objeto: Vantagem econômica, direta ou indireta;

 Objetivo (nova ação do agente): facilitar a alienação, permuta ou locação


de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço
inferior ao valor de mercado.

DIFERENÇAS ENTRE OS INCISOS II e III


Inciso II: A Administração tem prejuízo ao contratar
serviços ou adquirir bens a valores acima dos preços
praticados no mercado
Inciso III: Aqui a Administração tem prejuízo inverso,
por estar no outro polo da transação econômica: prestará
serviços ou alienará bens a preços inferiores ao mercado.

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IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,


equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;

 Ações:
 Utilizar veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer
natureza, de propriedade ou à disposição daquelas entidades OU
 Utilizar do trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados pelas entidades;

 Destinatário da vantagem: obra ou serviço particular (aqui a lei sequer


identifica o destinatário, se tais utilizações ocorrerem em obra ou serviço
particular, está caracterizado o ato de improbidade administrativa).

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,


para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade
ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

 Ação: Perceber vantagem econômica;

 Objeto: Vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta;

 Objetivo (nova ação do agente):


 Tolerar a exploração ou a prática de:
 Jogos de azar,
 Lenocínio: prática criminosa que consiste na exploração do
comércio carnal alheio, sob qualquer forma ou
aspecto, havendo ou não mediação direta ou intuito
de lucro – cafetinagem (Cód. Penal: arts. 227 e ss),
 Narcotráfico ou tráfico de drogas: tráfico de substâncias ilícitas,
 Contrabando: prática ilegal do transporte e comercialização de
mercadorias e bens de consumo de venda proibida
por lei (Código Penal: arts. 318 e 334),
 Usura: prática de se cobrar juros excessivos pelo empréstimo
de uma determinada quantia de dinheiro.
 Qualquer outra atividade ilícita;
 Aceitar promessa de tal vantagem.
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VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,


para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade
ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

 Ação: Perceber vantagem econômica;

 Objeto: Vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta;

 Objetivo (nova ação do agente): fazer declaração falsa sobre:


 Medição em obras públicas ou qualquer outro serviço,
 Avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço,
 Quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de
mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das citadas entidades.

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,


emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

 Ação: Adquirir bens;

 Destinatário da vantagem: Próprio agente e/ou terceiro ou outra pessoa;

 Objeto: bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à


evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

 Quando: durante o exercício de mandato, cargo, emprego ou função


pública.

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou


assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
das atribuições do agente público, durante a atividade;

 Ações:
 Aceitar emprego,
 Aceitar comissão,
 Exercer atividade de consultoria para PF ou PJ
 Assessoramento para PF ou PJ

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 Destinatário da vantagem: A pessoa física (PF) ou jurídica (PJ) que tenha
interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade.

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou


aplicação de verba pública de qualquer natureza;

 Ação: Perceber vantagem econômica;

 Objeto: Vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta;

 Objetivo (nova ação do agente): intermediar a liberação ou aplicação de


verba pública de qualquer natureza.

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou


indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que
esteja obrigado;

 Ação: Perceber vantagem econômica;

 Objeto: Vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta;

 Objetivo (nova ação do agente): omitir ato de ofício, providência ou


declaração a que esteja obrigado.

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas,


verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei;

 Ação: incorporar vantagens ao seu patrimônio;

 Destinatário da vantagem: Próprio agente e/ou terceiro ou outra pessoa;

 Objeto: bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo


patrimonial das citadas entidades.

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores


integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1°
desta lei.

 Ação: usar vantagens;

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 Destinatário da vantagem: Em proveito próprio;

 Objeto: bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo


patrimonial das citadas entidades.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao


Erário

Agora a lei direciona seu foco aos danos (prejuízos) ao erário, independente de
ter havido enriquecimento ilícito dos agentes envolvidos.

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens
ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

Novamente o caput traz a REGRA GERAL. Percebam que a mesma redação


aparece neste artigo: “........., e notadamente:”, ratificando novamente o
caráter exemplificativo do presente rol de condutas.

Elementos tipificadores das condutas presentes no caput:

 Conduta: prática de um ato (ação ou omissão, dolosa ou culposa);

 Consequência: lesão ao erário;

 Definição de lesão ao erário: perda patrimonial, desvio, apropriação,


malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres daquelas entidades.

OBSERVAÇÃO: Em virtude do artigo 10 trazer expressamente a expressão


“dolosa ou culposa”, que não aparece no caput do art. 9º, a corrente
majoritária de nossa Doutrina entende que as condutas tipificadas no artigo
anterior (enriquecimento ilícito) só são cabíveis de punição com a presença do
dolo.

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao


patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas
no art. 1º desta lei;

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 Ação: Facilitar ou concorrer para incorporação a patrimônio particular;

 Destinatário da vantagem: patrimônio particular (de PF ou PJ);

 Objeto: bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo


patrimonial das citadas entidades.

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize


bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

 Ação: Permitir ou concorrer para que pessoas privadas utilizem bens


públicos;

 Destinatário da vantagem: PF ou PJ privada;

 Objeto: bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo


patrimonial das citadas entidades;

 Elemento complementar: não observância das formalidades legais ou


regulamentares aplicáveis à espécie.

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,


ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou
valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º
desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares
aplicáveis à espécie;

 Ação: Doar bens públicos

 Destinatário da vantagem: PF ou PJ ou ente despersonalizado (não


importa a finalidade e o objeto social destes destinatários);

 Objeto: bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo


patrimonial das citadas entidades;

 Elemento complementar: não observância das formalidades legais ou


regulamentares aplicáveis à espécie.

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IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem


integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º
desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço
inferior ao de mercado;

 Ações:
 Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem das
entidades OU
 Permitir a prestação de serviços por parte das entidades;

 Elemento complementar: por preço inferior ao de mercado.

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço


por preço superior ao de mercado;

 Ações:
 Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem OU
 Permitir a contratação de serviços;

 Elemento complementar: por preço superior ao de mercado.

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e


regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

 Ações:
 Realizar operação financeira OU
 Aceitar garantia.

 Elemento complementar:
 Não observância das normas legais e regulamentares (para
operação financeira) OU
 Garantia insuficiente ou inidônea.

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das


formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

 Ação: Conceder benefício administrativo ou fiscal;

 Elemento complementar: não observância das formalidades legais ou


regulamentares aplicáveis à espécie.

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Os incisos VIII a XII trazem condutas diretas de fácil interpretação e


identificação dos elementos. Confiram:

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo


indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei


ou regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no


que diz respeito à conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas


pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça


ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos,


máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades.

Esta conduta é correlata à contida no inciso IV do artigo 9º. A diferença básica


é que, enquanto o art. 9º caracteriza a utilização, aqui, é tipificada a
permissão para tal uso. Releiam o inciso IV do art. 9º e façam suas próprias
comparações:

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou


material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores
públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a


prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar
as formalidades previstas na lei; 4

 Ação: Celebrar contrato de prestação de serviços públicos por meio de


gestão associada;

 Elemento complementar: não observância das formalidades legais ou


regulamentares aplicáveis à espécie.

4
Incluídos pela Lei nº 11.107/2005 – Incisos XIV e XV
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XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e


prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas
na lei.

 Ação: Celebrar contrato de rateio de consórcio público;

 Elementos complementares:
 Ausência de dotação orçamentária suficiente,
 Ausência de prévia dotação orçamentária ou
 Não observância das formalidades previstas na lei.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os


Princípios da Administração Pública

A terceira espécie de ato de improbidade administrativa aparece no artigo 11:


Atos que atentam contra os Princípios da Administração Pública.

Ao estudarmos as penas (art. 12), veremos que este modalidade dos atos de
improbidade é a menos grave, exatamente pela legislação prever as
penalidades menos severas.

Agora o foco é a violação aos princípios da Administração Pública.

Novamente, por não conter a expressão “dolosa ou culposa”, a corrente


majoritária de nossa Doutrina também entende haver a necessidade da
presença do dolo para efeitos de punição dos agentes que pratiquem estas
condutas.

Também aqui, os incisos trazem situações de fácil compreensão. Antes de


iniciarmos uma sessão de exercícios, sugiro a todos que façam uma leitura
detalhada do artigo 11 com seus incisos:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os


princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso


daquele previsto, na regra de competência;

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II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das


atribuições e que deva permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da


respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz
de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

AGORA VAMOS NOS EXERCITARMOS UM POUCO!

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QUESTÕES RESOLVIDAS

Questão 1
(CESPE – MPE-PI – Promotor de Justiça – 2012) – De acordo com o que dispõe
a Lei n.º 8.429/1992, são atos de improbidade administrativa que atentam
contra os princípios da administração pública:

A) perceber o agente público vantagem econômica, direta ou indireta, para


facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento
de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado, bem
como receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de
comissão, porcentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse,
direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público.
B) adquirir o agente público, para si ou para outrem, no exercício de mandato,
cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor
seja desproporcional à evolução de seu patrimônio ou renda, bem como
aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade.
C) permitir ou facilitar o agente público a aquisição, permuta ou locação de
bem ou serviço por preço superior ao de mercado e realizar operação
financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea.
D) negar o agente público publicidade aos atos oficiais, frustrar a licitude de
concurso público e deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-
lo.
E) conceder o agente público benefício administrativo ou fiscal sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie
bem como frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo
indevidamente.

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Resolução

Esta questão do CESPE é bastante interessante, percebam que a banca listou


diversas condutas que são consideradas atos de improbidade administrativa,
mas o enunciado pela aquela classificada como “ato que atenta contra os
princípios da administração pública”.

Então vamos identificar e classificar cada opção de resposta:

A) Somatório das condutas descritas pelos incisos III e I, nesta ordem, do


artigo 9º.
“Modalidade de Improbidade”: Ato que importa enriquecimento ilícito.
Conclusão: NÃO É nosso gabarito de resposta;

B) Somatório das condutas descritas pelos incisos VII e VIII, nesta ordem, do
artigo 9º.
“Modalidade de Improbidade”: Ato que importa enriquecimento ilícito.
Conclusão: NÃO É nosso gabarito de resposta;

C) Somatório das condutas descritas pelos incisos V e VI, nesta ordem, do


artigo 10.
“Modalidade de Improbidade”: Ato que causa prejuízo ao Erário.
Conclusão: NÃO É nosso gabarito de resposta;

D) Somatório das condutas descritas pelos incisos IV, V e VI, nesta ordem, do
artigo 11.
“Modalidade de Improbidade”: Ato que atenta contra os princípios da
Administração Pública.
Conclusão: É nosso gabarito de resposta;

E) Somatório das condutas descritas pelos incisos VII e VIII, nesta ordem, do
artigo 10.
“Modalidade de Improbidade”: Ato que causa prejuízo ao Erário.
Conclusão: NÃO É nosso gabarito de resposta;

Mesmo que não nos lembremos de cada uma das hipóteses descritas na Lei nº
8.429/1992, é possível identificar em cada conduta o objetivo principal do
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desvio de postura do agente público e, assim, classificá-las em atos que
importam enriquecimento ilícito (art. 9º), que causam prejuízo ao Erário (art.
10) e que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11).

Importante lembrarmos que os atos que causam prejuízo ao Erário, não


precisam, necessariamente, de importar enriquecimento ilícito. Guardem isto!

Gabarito: D

Questão 2
(CESPE – TJ-CE – Juiz – 2012 – Adaptada) – Tendo em vista as disposições da
Lei nº 8.429/1992, que trata da improbidade administrativa, julgue o item a
seguir:
__ A lei determina que a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
apresente ao MP representação para a indisponibilidade dos bens do indiciado,
nos casos em que o ato de improbidade ensejar enriquecimento ilícito,
providência prescindível caso as condutas causem lesão ao erário ou atentem
contra os princípios da administração.

Resolução

Vamos relembrar o artigo 7º da Lei de Improbidade Administrativa, que dispõe


sobre este procedimento:
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável
pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens
do indiciado. (grifos meus)

Perceberam que a Lei determina que a representação junto ao MP pela


autoridade administrativa responsável pelo inquérito nos casos de atos de
improbidade que causem lesão ao patrimônio público e que ensejam
enriquecimento ilícito.

Portanto, nosso item está ‘Errado’ ao retirar a obrigatoriedade desta conduta


para as hipóteses de lesão ao erário.

Gabarito: E (Errado)

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Questão 3
(CESPE – TJ-CE – Juiz – 2012 – Adaptada) – Tendo em vista as disposições da
Lei nº 8.429/1992, que trata da improbidade administrativa, julgue o item a
seguir:
__ O agente público que cometer ato lesivo ao patrimônio público responderá
por ação ou omissão, dolosa ou culposa, assim como o terceiro que, de forma
direta ou indireta, dele se beneficiar, desde que aja de forma dolosa.

Resolução

Para encontrarmos a solução deste item, precisaremos conjugar os artigos 10


(caput) e 3º, nesta ordem mesmo. Relembrem comigo:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade
ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Ora, se o agente público responderá por ação culposa, o “não agente público”
também se enquadrará nesta hipótese, conforme disposto no art. 3º.

Logo, podemos marcar mais um ‘Errado’ em nossa folha de respostas.

Gabarito: E (Errado)

Questão 4
(CESPE – MPE-PI – Analista Ministerial – 2012) – Considerando as disposições
da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992), julgue o item
subsequente.
__ No sistema adotado pela referida lei, são sujeitos ativos do ato de
improbidade os agentes públicos, assim como aqueles que, não se qualificando
como tais induzem ou concorrem para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficiam direta ou indiretamente.

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Resolução

Resolução direta e imediata. Conforme estudamos na aula, podemos,


tranquilamente, marcar ‘Certo’ para este item. Concordam comigo?

Gabarito: C (Certo)

Texto para as Questões 5 e 6


Durante o primeiro ano em que Roberto ocupou o cargo de secretário de obras
de um próspero município de determinado Estado brasileiro, foram realizadas
importantes obras, como a duplicação da avenida principal da cidade, a
construção de uma ponte, bem como da nova sede da prefeitura e de um
moderno ginásio de esportes. Em investigação realizada pelo MP local,
descobriu-se que praticamente todas as licitações realizadas no município
naquele ano foram vencidas pelas mesmas empresas, todas de propriedade de
Luiz e Paulo. Descobriu-se, ainda, que os dois empresários eram amigos
íntimos do secretário e que as respectivas empresas empregavam diversos
parentes de Roberto, incluindo-se sua própria esposa, que recebia da
empreiteira em que trabalhava vultoso salário mensal para exercer a função de
secretária executiva.

Questão 5
(CESPE – DPE-MA – Defensor Público – 2011 – adaptada) – Considerando a
situação hipotética apresentada no texto, julgue o item seguir:
__ Luiz e Paulo não responderão por eventual ação de improbidade por não
serem agentes públicos.

Resolução

Conforme já estudamos, a condição de não ser agente público não libera ou


isente as pessoas de responderem por eventual ação de improbidade.

Percebam que esta questão não entrou no mérito se a hipotética situação


proposta no enunciado ensejará ação de improbidade.

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Apenas afirmou, em outras palavras, que para responder a ação de


improbidade é requisito obrigatório ser agente público. O que está ‘Errado’.

Gabarito: E (Errado)

Questão 6
(CESPE – DPE-MA – Defensor Público – 2011 – adaptada) – Considerando a
situação hipotética apresentada no texto, julgue o item seguir:
__ Para a configuração do ato de improbidade, será necessária a demonstração
de ter havido superfaturamento das obras com consequente prejuízo ao
município.

Resolução

Vamos buscar um exemplo (inciso VIII do art. 10 da Lei 8.429/1992) que


sequer menciona a questão do superfaturamento:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
[...]
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;

Desta forma, caso o inquérito conclua que as condutas dos envolvidos na


situação hipotética do enunciado estejam enquadradas na primeira parte deste
inciso VIII (frustrar a licitude da licitação), não haverá a necessidade de
existência de superfaturamento das obras.

Portanto, tal situação já nos permite concluir pela incorreção do item.

Gabarito: E (Errado)

Questão 7
(ESAF – Receita Federal – Analista-Tributário – 2012 – adaptada) – Segundo a
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que trata dos atos de improbidade
administrativa, julgue o item a seguir:
__ Somente servidor público pode ser sujeito ativo de ato de improbidade
administrativa.

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Resolução

Vejam como esta questão, por ser uma grande preocupação de nossa
sociedade, é recorrentemente cobrada em provas de concurso.

Vamos relembrar o art. 3º da Lei nº 8.429/1992, para reforçar, ainda mais,


nossa memorização deste importante dispositivo:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. (grifo meu)

Quanto à resposta, podemos marcar mais um ‘Errado’!

Gabarito: E (Errado)

Questão 8
(ESAF – Receita Federal – Analista-Tributário – 2012 – adaptada) – Segundo a
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que trata dos atos de improbidade
administrativa, julgue o item a seguir:
__ O integral ressarcimento do dano causado ao patrimônio público somente
se dá se o agente tiver agido com dolo.

Resolução

Outro item ‘Errado’, relacionado a tema também recorrente nas cobranças das
Bancas de concursos: a questão do ressarcimento do dano decorrente de
condutas culposas dos agentes públicos e/ou terceiros.

O art. 5º da Lei de Improbidade Administrativa não deixa qualquer dúvida a


este respeito. Relembrem comigo:

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou


culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
(grifos meus)

Gabarito: E (Errado)

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Questão 9
(ESAF – Receita Federal – Analista-Tributário – 2012 – adaptada) – Segundo a
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que trata dos atos de improbidade
administrativa, julgue o item a seguir:
__ No caso de enriquecimento ilícito, o agente público beneficiário somente
perderá os bens adquiridos até o limite do valor do dano causado ao
patrimônio público.

Resolução

Apesar de ter uma construção aparentemente correta, percebam que o erro do


item encontra-se na desconexão da consequência do ato de improbidade com
a tentativa de sua reparação.

O ato importou enriquecimento ilícito e a questão fala em perda de bens


adquiridos até o limite do dano causado ao erário.

Ora, se o enriquecimento é ilícito, a perda abrangerá a TOTALIDADE dos bens


adquiridos/acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio. E é exatamente isto que
o art. 6º da Lei aqui estudada dispõe. Confiram:

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro


beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Podem marcar mais um ‘Errado’ em suas folhas de respostas.

Gabarito: E (Errado)

Questão 10
(ESAF – Receita Federal – Analista-Tributário – 2012 – adaptada) – Segundo a
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que trata dos atos de improbidade
administrativa, julgue o item a seguir:
__ O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da referida Lei até o limite
do valor da herança.

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Resolução

Aqui não há muito o que falar. O enunciado transcreve, quase literalmente, o


art. 8º da mencionada Lei: item CERTO.

Confiram e memorizem mais este dispositivo legal:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Gabarito: C (Certo)

Questão 11
(ESAF – Receita Federal – Analista-Tributário – 2012 – adaptada) – Segundo a
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que trata dos atos de improbidade
administrativa, julgue o item a seguir:
__ A referida Lei apresenta rol taxativo de condutas que importam o
cometimento de atos de improbidade administrativa.

Resolução

Fizemos questão de realçar em nossos comentários o caráter exemplificativo


presente nas 3 modalidade de atos de improbidade administrativa (artigos 9º,
10 e 11 da Lei 8.429/92).

Portanto, acredito que todos concordam comigo que podemos, rápida e


tranquilamente, marcar ‘Errado’ para este item.

Gabarito: E (Errado)

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QUESTÕES PROPOSTAS

Questão 1
(CESPE – MPE-PI – Promotor de Justiça – 2012) – De acordo com o que dispõe
a Lei n.º 8.429/1992, são atos de improbidade administrativa que atentam
contra os princípios da administração pública:

A) perceber o agente público vantagem econômica, direta ou indireta, para


facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento
de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado, bem
como receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de
comissão, porcentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse,
direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público.
B) adquirir o agente público, para si ou para outrem, no exercício de mandato,
cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor
seja desproporcional à evolução de seu patrimônio ou renda, bem como
aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade.
C) permitir ou facilitar o agente público a aquisição, permuta ou locação de
bem ou serviço por preço superior ao de mercado e realizar operação
financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea.
D) negar o agente público publicidade aos atos oficiais, frustrar a licitude de
concurso público e deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-
lo.
E) conceder o agente público benefício administrativo ou fiscal sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie
bem como frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo
indevidamente.

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Questão 2
(CESPE – TJ-CE – Juiz – 2012 – Adaptada) – Tendo em vista as disposições da
Lei nº 8.429/1992, que trata da improbidade administrativa, julgue o item a
seguir:
__ A lei determina que a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
apresente ao MP representação para a indisponibilidade dos bens do indiciado,
nos casos em que o ato de improbidade ensejar enriquecimento ilícito,
providência prescindível caso as condutas causem lesão ao erário ou atentem
contra os princípios da administração.

Questão 3
(CESPE – TJ-CE – Juiz – 2012 – Adaptada) – Tendo em vista as disposições da
Lei nº 8.429/1992, que trata da improbidade administrativa, julgue o item a
seguir:
__ O agente público que cometer ato lesivo ao patrimônio público responderá
por ação ou omissão, dolosa ou culposa, assim como o terceiro que, de forma
direta ou indireta, dele se beneficiar, desde que aja de forma dolosa.

Questão 4
(CESPE – MPE-PI – Analista Ministerial – 2012) – Considerando as disposições
da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992), julgue o item
subsequente.
__ No sistema adotado pela referida lei, são sujeitos ativos do ato de
improbidade os agentes públicos, assim como aqueles que, não se qualificando
como tais induzem ou concorrem para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficiam direta ou indiretamente.

Texto para as Questões 5 e 6


Durante o primeiro ano em que Roberto ocupou o cargo de secretário de obras
de um próspero município de determinado estado brasileiro, foram realizadas
importantes obras, como a duplicação da avenida principal da cidade, a
construção de uma ponte, bem como da nova sede da prefeitura e de um
moderno ginásio de esportes. Em investigação realizada pelo MP local,
descobriu-se que praticamente todas as licitações realizadas no município
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naquele ano foram vencidas pelas mesmas empresas, todas de propriedade de
Luiz e Paulo. Descobriu-se, ainda, que os dois empresários eram amigos
íntimos do secretário e que as respectivas empresas empregavam diversos
parentes de Roberto, incluindo-se sua própria esposa, que recebia da
empreiteira em que trabalhava vultoso salário mensal para exercer a função de
secretária executiva.

Questão 5
(CESPE – DPE-MA – Defensor Público – 2011 – adaptada) – Considerando a
situação hipotética apresentada no texto, julgue o item seguir:
__ Luiz e Paulo não responderão por eventual ação de improbidade por não
serem agentes públicos.

Questão 6
(CESPE – DPE-MA – Defensor Público – 2011 – adaptada) – Considerando a
situação hipotética apresentada no texto, julgue o item seguir:
__ Para a configuração do ato de improbidade, será necessária a demonstração
de ter havido superfaturamento das obras com consequente prejuízo ao
município.

Questão 7
(ESAF – Receita Federal – Analista-Tributário – 2012 – adaptada) – Segundo a
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que trata dos atos de improbidade
administrativa, julgue o item a seguir:
__ Somente servidor público pode ser sujeito ativo de ato de improbidade
administrativa.

Questão 8
(ESAF – Receita Federal – Analista-Tributário – 2012 – adaptada) – Segundo a
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que trata dos atos de improbidade
administrativa, julgue o item a seguir:
__ O integral ressarcimento do dano causado ao patrimônio público somente
se dá se o agente tiver agido com dolo.

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Questão 9
(ESAF – Receita Federal – Analista-Tributário – 2012 – adaptada) – Segundo a
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que trata dos atos de improbidade
administrativa, julgue o item a seguir:
__ No caso de enriquecimento ilícito, o agente público beneficiário somente
perderá os bens adquiridos até o limite do valor do dano causado ao
patrimônio público.

Questão 10
(ESAF – Receita Federal – Analista-Tributário – 2012 – adaptada) – Segundo a
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que trata dos atos de improbidade
administrativa, julgue o item a seguir:
__ O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da referida Lei até o limite
do valor da herança.

Questão 11
(ESAF – Receita Federal – Analista-Tributário – 2012 – adaptada) – Segundo a
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que trata dos atos de improbidade
administrativa, julgue o item a seguir:
__ A referida Lei apresenta rol taxativo de condutas que importam o
cometimento de atos de improbidade administrativa.

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AULA 06
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO PARA OS CARGOS DA ANATEL
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA

GABARITO

Questão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Resposta D E E C E E E E E C E
(Errado) (Errado) (Certo) (Errado) (Errado) (Errado) (Errado) (Errado) (Certo) (Errado)

------------------ X ------------------

BIBLIOGRAFIA

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 33ª ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2007.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 18ª ed. São Paulo:
Atlas, 2005.

CRETELLA NETO, José. Dicionário de Processo Civil. 1ª ed. Rio de Janeiro:


Forense, 1999.

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