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Passo a passo para montar o esqueleto da peça

para a 2ª fase da OAB

1. Defina a peça

Acertar a definição da peça é o primeiro passo para a aprovação. Por isso,


ao ler a prova com atenção, estude a solução processual mais adequada.
Lembre-se de que, em algumas provas passadas, a OAB deu margem à
dúvida sobre qual peça caberia a essa questão.

Apesar disso, atenha-se aos elementos dados pelo texto para escolher a
peça mais adequada. Para ficar mais claro, pergunte-se: é um mandado
de segurança ou um mandado de injunção?

Depois disso, escreva na folha de rascunho o nome da peça e passe para


a próxima fase: delimitar os elementos que constituem a qualificação da
peça.

2. Defina os elementos constitutivos qualificadores

Após a fase mais difícil da montagem do esqueleto da peça, é preciso


definir os elementos que tornarão a compreensão mais fácil. Em um
recurso, por exemplo, podemos colocar os seguintes elementos:

 Peça cabível: Recurso “X”.


 Juízo A Quo: Juízo da Vara “Y”.
 Juízo Ad Quem: Tribunal Regional da “Z” Região.
 Recorrente.
 Recorrido.
 Fundamento legal da peça (artigos da Constituição e das leis).
 Folha da interposição de recurso endereçada ao juiz da causa? Sim.

Algumas pessoas preferem estruturar essa etapa mentalmente, mas


correm um risco enorme. No entanto, ao escrever, é possível visualizar se
falta alguma informação ou se há algo contraditório. A partir disso, a
pesquisa no Vade Mecum é muito mais simples.
O esqueleto da peça está, em grande parte, nessa delimitação. A escrita
da prova se tornará um trabalho intelectual para o candidato após
estruturar os elementos. Em seguida, é hora de partir para a
argumentação de Direito Material, pois a parte burocrática já passou!

3. Delimite os tópicos da peça

Uma peça processual, em geral, possui preliminares, mérito e conclusão.


Para abordar esses três tópicos, uma boa dica é abordar cada um em um
parágrafo. Claro que essa não é uma obrigação, mas é uma forma de
concatenar melhor as ideias e atentar mais para a coerência e a coesão do
texto.

Cada um desses tópicos deve ser dividido em três partes:

1. tese a ser combatida;


2. fundamentação legal e jurisprudencial que justifique o combate à
tese: nesta parte, é importante combater cada argumento utilizado pelo juiz
para dar provimento à ação do autor;
3. solução jurídica aplicável: o candidato, na posição de advogado,
deve retomar brevemente a fundamentação que justifique a solução que
ele quer dar ao caso.

Na prática, imagine uma situação hipotética em que o autor pede


indenização por dano moral decorrente de uma discussão com um amigo.
O candidato é advogado do amigo do autor e recorreu da decisão de 1º
grau que concedeu a indenização.

Passado o tópico de possível preliminar, o candidato estruturará o tópico


dois (mérito):

 Tópico dois: mérito.


 Tese a ser combatida: discussão não gera direito à indenização por
dano moral.
 Fundamentação legal: art. XX da Lei nº XX.XXX, art. YY da Lei nº
ZZ.ZZZ e súmula WW do STF.
 Conclusão: provimento de recurso.

A partir da organização dos tópicos da peça, o candidato inicia a redação


da petição.

Qual é o benefício dessa fase do esqueleto da peça? Redução da margem


de erro, maior probabilidade de acerto e maior coesão — pois é uma
construção lógica do raciocínio que funciona bem para o Exame da
Ordem.

Uma dica: lembre-se de que essa estrutura é um esqueleto, um resumo do


que o candidato precisa abordar na peça — não a peça em si! Portanto,
não utilize o rascunho para fazer o que a prova pede, uma vez que pode
não dar tempo de passar tudo a limpo.

Por fim, resta fazer os pedidos.

4. Faça os pedidos

O final do esqueleto da peça é a parte na qual constam os pedidos. Ela


precisa ser completa, detalhando novamente o Direito Material declinado
na fundamentação da peça.

Considerando o exemplo dado (recurso), é nessa parte que o candidato


pede o conhecimento e o provimento do recurso, a intimação do recorrido
e a notificação ou intimação do Ministério Público, se for o caso.

A importância do esqueleto da peça para a 2ª


fase da OAB
A construção lógica do raciocínio por meio do esqueleto da peça é ideal
para uma prova aberta. Por meio dela, o candidato evita cair em
contradição ao construir seus argumentos, reduzindo, assim, a margem de
erro ao refutar a tese da questão.

Além da coesão que essa estrutura proporciona, ela facilita a revisão


gramatical de possíveis erros básicos de português — e eles são comuns
em provas, principalmente porque o candidato se submete à pressão de
fazer tudo no tempo delimitado. Dessa maneira, com a separação dos
assuntos, a visualização de erros é mais fácil!

Por fim, note que o próprio padrão de correção de uma prova prático-
profissional traz as dicas para a montagem do esqueleto. Veja um exemplo
de Direito Constitucional :

 Endereçamento do recurso: 0,00 / 0,20 ponto(s).


 Endereçamento das razões recursais: 0,00 / 0,20 ponto(s).
 Recorrente e recorrido: 0,00 / 0,20 / 0,40 ponto(s); e daí em diante.
E, se vale uma dica final, anote: preste atenção às orientações escritas na
prova. De nada adianta fazer um esqueleto perfeito e uma peça impecável
se você assinar o caderno de textos da prova prático-profissional, por
exemplo. Nesse caso, a punição é a reprovação.

O esqueleto da peça para a 2ª fase da OAB não é obrigatório para o


candidato. Contudo, ele contribui para que haja organização das
informações — o que aumenta a chance de aprovação no exame.

Cabe destacar que a prática desse modelo de resolução de questão é


imprescindível para que o candidato o realize corretamente na prova. Por
isso, é interessante procurar por um curso preparatório que aborde todos
os esqueletos possíveis da matéria da 2ª fase.

Fonte: https://www.saraivaaprova.com.br/aprenda-a-montar-o-esqueleto-da-peca-para-a-2a-
fase-da-oab/

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