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PEIXE E PAPAGAIO EntSo, é assim: o preconceito e o esteredtipo s&o farinhas do mesmo saco e, praticamente, vivem coladi- nhos um no outro. O preconceito forma-se tendo o estereétipo como seu ingrediente basico. Preconceito é quando a gente define uma pessoa tomando como base o simples fato de ela pertencer a um de- terminado grupo. Por exemplo: uma senhora vem dirigindo e comete um erro no transito e vocé jé vai logo pen- sando: “S6 podia ser mulher! Elas n&o sabem dirigir direito”. Mas ser que é mesmo assim? Seré que TODA mulher néo sabe dirigir? Claro que no, né? Porque tem muita mulher boa de volante e tem muito homem que é brago duro. E por isso que a gente chama esse tipo de reag&o de preconceito, porque ela é uma ideia, um conceito que pinta na cabega an- tes mesmo de a gente conhecer aquela pessoa ou grupo de pessoas. Essa ideia no é verdadeira e é gené- rica, como se fosse uma rede de pes- caria fazendo um arrast&o, sem saber separar o que é peixe bom do que é lixo ou peixe pequenino demais pra ser comido. ATITUDE Agente precisa a toda hora, a todo instante, ficar de mutuca, de olho nas coisas que a gente diz. Pra ver se no lugar de pensar e ser justo com as pessoas, a gente nao esta s6 repetindo preconceitos que aprendeu por ai, como se fosse um papagaio boc6, que S6 repete mesmo, sem entender nem pensar no que esta falando. +OU- Em geral, estamos mais acos- tumados a ver e a perceber o preconceito negativo (-). Mas ele também pode dar as caras de um modo positivo (+). Por exemplo, quando um gringo lourinho e de olhos azuis chega, a gente vai logo pensando que ele é um cara estudado, educa- do e rico. Mas seré que TODO estrangeiro é rico? Seré que TODO branco é estudado? Cla- ro que nao, né? Tem estrangei- ro rico, pobre e mais ou menos. Tem branco de olho azul muito estudado e outros que nunca sentaram num banco de escola. Ento, de novo, é preconceito. £ uma ideia pré-concebida. Uma ideia que pinta na cabeca da gente antes mesmo de o sujei- to abrir a boca e que nos leva a imaginar que aquela pessoa seja assim ou assado. Ou seja, o preconceito, mesmo quando pende para o lado das coisas boas, ainda assim é uma covardia, porque leva a gente a nao dar chance de escutar uma pessoa, de saber dos seus pro- blemas, de conhecer quem ela é e o que ela pensa, de saber das suas dificuldades ou das suas capacidades e competéncias.

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