2653p Zabala, Antoni
Aptética educativa: como ensinar / Antoni Zaba-
Jn tea Emani Fda F Rosa = Posto Agee hea
1998, = a
1. Educacio - Pratica Educativa. L Titulo,
ou.
Catalogasio na publicago: Mén
ISBN 85-7307-426-4
CR.
A Pratica
Educativa
Como ensinar
Antoni Zabala
Licenciado em Pedagogia
Tradugao:
Ernani Eda F. Rosa
Consultoria, supervisao e revisao técnica desta edigao:
da UERGS.
Doutoranda em Educagéo pela UFRGS,
ARIVED
Porto Alegre / 1998
Lestabelecidas com os esquemas de conhecimento presentes na estrutura
cognitiva e, portanto, facilmente submetida ao esquecimento.
‘Como se tem repetido continuamente, a aprendizagem significativa nao
é uma questao de tudo ou nada, mas de grau - do grau em que estéo
_presentes as condigdes que mencionamos. Assim, pois, a conclusio ¢ evidente:
O ensino ter que ajar a estabelecer tantes vfnculos essenciais e nio-arbitrérios entre
(09s novos comtesdos e os comhecimentos prévios quanto perm ft
Chegando a este ponto, falaremos do ensino. Na concep¢ao constru-
tivista, o papel ativo e protagonista do aluno nao se contrapée & neces
sidade de um papel igualmente ativo por parte do educador. £ ele quem
dispde as condigées para que a construgéo que o aluno faz, seja mais
ampla ou mais restrita, se oriente num sentido ou noutro, através da
observacdo dos alunos, da ajuda que lhes proporciona para que utilizem
seus conhecimentos prévios, da aco que faz dos contetd
mostrando seus elementos essenciais, relacionando-os com o que os al
yporcionando-Ihes experiéncias para que possam
omparé-los, analis4-los conjuntamente e de forma auténo-
1s em situag6es diversas, avaliando a situacio em seu con-
\duzindo-a quando considera necessatio, etc. Dito de outro
modo, a natureza da intervendo pedagogica estabelece os parametros
em que pode se mover a atividade mental do aluno, pasando por mo-
mentos sucessivos de equilibrio, desequilibrio e reequilibrio (Coll, 1983). 4
‘Assim, concebe-se a intervencao pedagégica como uma ajuda
adaptada ao de construgdo do aluno; uma intervengao que vai
criando Zonas de Desenvotvimento Proximal (Vygotsky, 1979) e que ajuda os
alunos a percorré-las. Portanto, a situagio de ensino e aprendizagem
também pode ser considerada como um proceso dirigido a superar
desafios, desafios que possam ser enfrentados e que facam avancar
pouco mais além do ponto de partida. E evidente que este ponto nao esta
definido apenas p: sabe. Na disposicdo para a aprendizagem ~e
na possibilidade de torn4-la significativa — intervém, junto &s capaci
des cognitivas, fatores vinculados as capacidades de equiltbrio pess
de relacdo interpessoal e de inser¢ao social. Os alunos percebem a si
mesmos e percebem as situagdes de ensino e aprendizagem de uma
determinada, e esta percepgdo ~ “conseguirei, me ajudarao, é
divertido, é uma chatice, vio me ganhar, nao farei direito, é interessante,
a ”’~influi na maneira de se situar
eer
Por sua vez, estes resultados nao tém um efeito, por assim dizer,
exclusivamente cognitivo. Também incidem no autoconceito e na forma de
perceber a es professor e os colegas, e, portanto, na forma de se
relacionar com eles. Quer dizer, incidem nas diversas capacidades das
‘pessoas, em suas competéncias ¢ em seu bem-estar.
AvprAmica soucativa /39
A concepcao construtivista, da qual 0 mencionado anteriormente
nio é mais do que um apontamento, parte da complexidade intzinseca
dos processos de ensinar e aprender e, ao mesmo tempo, de sua
potencialidade para explicar o crescimento das pessoas, Apesar de todas
as perguntas que ainda restam por respondei, é util
foonular outas. novas, respontélas desde um malco Lockrie
especialmente, porque oferece critérios para avancar. "
A APRENDIZAGEM DOS CONTEUDOS
SEGUNDO SUA TIPOLOGIA.
‘Vimos as condigies gerais de co:
sob uma concepeao construt jamos os
contetidos de aprendizagem segundo uma determinada tipologia que
nos serviu para identificar com mais preciso as intengdes educalivas. A
pergunta que agora podemos nos fazer é se os principios descritos
genericamente se realizam de, forma diferente conforme trate-se de
contetidos conceituais, procedimentais o dinais.
A tendéncia habitual de situar os rentes contetidos de apren-
dizagem sob a perspectiva disciplinar tem feito com que a aproximacdo A
aprendizagem se realize segundo eles pertencam a disciplina ou & area:
matemética, lingua, muisica, geografia, etc., criando, a0 mesmo tempo,
certas didaticas espectficas de cada matéria. Se mudamos de ponto de
vista e, em vez de nos fixar na classificagao tradicional dos contetidos
por matéria, consideramo-los segundo a tipologia conceitual, procedi-
‘mental e atitudinal, poderemos ver que existe uma maior semelhanga na
forma de aprendé-los e, portant, de ensind-los, pelo fato de serem
conceitos, fatos, métodos, procedimentos, atitudes, etc, e nao pelo fato
de estarem adstritos a uma ou outra disciplina. Assim, veremos que o
Conhstimento geral da aprencizagem, descrita anterionmente, adguire
caracleristicas determinadas segundo as diferencas tipoldgicas de cada
um dos diversos tipos de contetido.
Mas antes de efetuar uma anlise diferenciada dos contetidos, &
conveniente nos prevenir do perigo de compartimentar o que nunca se
encontra de modo separado nas estruturas de conhecimento. A
diferenciacao dos elementos que as integram e, inclusive, a tipificagao
das caracteristicas destes elementos, que denominamos contetdos, é
uma construcio intelectual para compreender o pensamento e o com
Portamento das pessoas. Em sentido estrito, os fatos, conceitos, técnicas,
valores, etc., no existem. Estes termos foram criados para ajudar a com.
Preender os processos cognitivos e condutuais, o que tora necessdria
Sua diferenciaeao e parcializacio metodolégica em compartimentos para
Podermos analisar 0 que sempre se da de maneira integrada.