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538/2015
Recentemente, a Presidência da República publicou o Decreto nº 8.538/2015,
regulamentando em grande parte as alterações no Estatuto das Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte levadas a efeito por meio da Lei Complementar nº 147/2014.
Essa referida lei complementar ganhou bastante atenção, em especial para aqueles que
atuam em contratações públicas, visto trazer novas regras para a facilitação de acesso ao
mercado das pequenas empresas e empreendedores, a exemplo das licitações exclusivas,
subcontratação obrigatória e reserva de cotas para esses pequenos negócios.
Falando em esclarecimento, vamos destacar alguns termos utilizados pela LC 147 e que
foram pormenorizados pelo regulamento que, a nosso ver, são dignos de nota.
O atual art. 47 da Lei Complementar nº 123 (Estatuto), com redação dada pela já referida
LC 147, determina que o tratamento diferenciado despendido a essas empresas objetiva a
“promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional”. Mais
adiante, em outros dispositivos, tal como o § 3º do art. 48, fala-se nos termos local ou
regionalmente, trazendo novo termo ao escopo legal.
Em boa hora, o regulamento já no seu primeiro artigo, mais especificamente nos incisos do
§ 2º, define âmbito local como “limites geográficos do Município onde será executado o
objeto da contratação”. Já o âmbito regional é definido como “limites geográficos do
Estado ou da região metropolitana, que podem envolver mesorregiões ou microrregiões,
conforme definido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE”.
Possível perceber, portanto, que os termos local e municipal devem ser considerados
sinônimos para os fins da lei e decreto.
Outro ponto interessante, e que talvez muitos não tenham dado conta quando da edição
da LC 147, se refere à equiparação dos produtores rurais e agricultores familiares à
condição de favorecidos pelo Estatuto das pequenas empresas. Isso se deve ao fato de
que a LC 147 acrescentou o art. 3º-A à LC 123, quando as alterações de maior relevância
se concentraram no capítulo referente ao acesso aos mercados, entre os arts. 42 e 49.
Sobre o assunto, vale trazer imagem da página O Licitante que sumariza o tratamento
conferido pelo regulamento ao trabalhador do campo.
Essa é uma dúvida também recorrente nas licitações em que há participação de pequenos
empreendedores. Como regra, microempresas e empresas de pequeno porte, em que
pese diversas simplificações legalmente previstas, não estão dispensadas de apresentar o
balanço durante a habilitação em licitações que assim o exigem. O mesmo não ocorre com
os Microempreendedores Individuais – MEI que não detêm a obrigatoriedade de produzir e
apresentar os balanços patrimoniais, com fulcro no art. 97 da Resolução CGSN 94/2011.
(Saiba mais)
Pode-se alegar que o regulamento inovou prevendo a dispensa do balanço onde a lei não
o fez No entanto, entendemos que tal tese não se sustentará.
5. Possibilidade de subcontratação
Por último nesse item, vale pontuar o que determina o § 5º do artigo em análise, no
sentido de que os empenhos e pagamentos serão destinados diretamente às empresas
subcontratadas. No Estatuto tal medida parece ser facultada à Administração enquanto o
regulamento pretende transformar em obrigação.
O art. 8º do Regulamento trata da reserva de cota de até 25% do objeto. Dentro desse
benefício, mais adiante no § 4º, determina-se que no Sistema de Registro de Preços ou
compras com entregas parceladas, deverá ser dada prioridade na contratação das cotas
reservadas às pequenas empresas. Aqui, há inovação legal, contudo, marcada pela
preocupação de que o gestor público não se recuse a contratar com a empresa
beneficiada que, provavelmente apresentará um preço superior ao do vencedor da cota
principal. Assim pretende-se garantir que a pequena empresa efetivamente forneça seu
produto à Administração, a qual não poderá se restringir a requisitar contratar a cota
principal.
Esses foram 7 pontos que nos chamaram a atenção nessa nova norma e que nos levou a
produzir esse texto. Esperamos que seja proveitoso o conteúdo.