You are on page 1of 6
386—(452) L SERIE — NUMERO 52 Unico: © artigo 2 do Decreto n* 39/99, de 23 de Junho, passa a ter a seguinte redacgio: «Artigo 2 1. Para os efeitos constantes do Codigo da Estrada, considera-se em estado de embriaguez: a) O condutor que apresentar uma taxa de alcool igual ou superior a 0,6 mg/l de sangue ou 0,3 mgil de ar expirado; +) © condutor de transporte pablico que apresentar uma taxa de élcoo! superior a 0.0 mel. 2. 3. » Aprovado pelo Conselho de Ministros Publique-se. 0 Primeiro-Ministro, Pascoal Manuel Mocumbi. Decreto n.° 46/2002 60 26 de Dezembro A.Lei n? 15/2002, de 26 de Junho, Lei de Bases do Sistema ‘Tributirio, define as infracgSes tributrias e estabelecidas as penas aplicdveis aos crimes fiscals. Assim, torna-se necessirio aprovar o Regime das Infracgoes ‘Tributérias relativo as transgressGes as normas sobre impos- tos, taxas e demais tributos fiscais e parafiscais. Nestes termos, 0 Conselho de Ministros, a0 abrigo do dis- posto na alinea e) don 1 do artigo 153 da Constituigio da Repabtica, conjugado com os artigos 3 dos Decretos n:* 20) 2002 € 21/2002, ambos de 30 de Julho, decreta: Artigo 1. E aprovado o Regime Geral de Infraccdes Tributd- rias, anexo ao presente decreto e que dele faz parte integrante. Art. 2. As normas do presente decreto nio se aplicam as, infracgdes tributévias relativas aos direitos aduaneiros, no im- posto sobre veiculos e 20s impostos autérquicos, que se regem por legislagio propria Art. 3. Sem prejuizo do disposto no artigo 2 é revogado todo normativismo que contrarieo presente regime. Art. 4, Este decreto entra em vigor em 1 de Janeiro de 2003 Aprovatdo pelo Conselho de Ministros. Publique-se. 0 Primeiro-Ministro, Pascoal Manuel Mocuntbi. Regime Geral das Infracg6es Tributarias CAPITULO I Disposicées gerai Annico t Ambito de aplicagao 1. O Regime Geral das Infracgdes Tributirias aplica-se as infracgdes das normas reguladoras dos impostos, nomeada- mente © imposto sobre o rendimento das pessoas singulares, 0 imposto sobre 0 rendimento das pessoas colectivas, o imposto sobre o valor acrescentado, os restantes impostos ou prestagSes tributérias, independentemente da sua natureza e qualquer que seja o credor tributirio, bem como as normas do cédigo dos beneficios fiscais 2. Entende-se por prestagio tributéria, os impostos, a8 taxas ¢ demais tributos fiscais ou parafiscais cuja cobranga caiba 2 administragio tributéria, 3. Salvo disposigio em contririo, as disposigées deste Re- gime so apliciveis aos factos de natureza tributéria pun‘veis por legistagio de carfcter especial. antigo? Conceito ¢ espécies de Infracgées trbutérias 1. Constitui infracgfo tributéria, © acto, acgio ou omissio do contribuinte, substituto, responsével ou representante tribu- tério, contrétio as leis tributérias 2. Para efeitos deste diploma as infracgbes tributdrias sto constitufdas por crimes e contra-ordenagdes,transgressBes ou contravengdes, 3. As transgressdes sfio infracgBes tributétias formais divi- dindo-se em simples e graves, nos termos do presente regime. 4. Se o mesmo facto constituir simultaneamente_infracgses tributirias materiais € formais, 0 infractor serd punido a titulo de crime, sem prejuizo da aplicagio das sangdes acessorias previstas para as infracgbes tributérias formais. Antigo 3 Direito subsidiério Sto aplicaveis subsidiariamente: 4) As normas do Cédigo Penal, do Cédigo de Pracesso Penal e demais legislacio complementar pertinente ’s infracgdes tributirias contidas neste diploma; b) As disposigdes do Cédigo Civil ¢ legislagio comple- mentar pertinent, relativamente & responsabilidade civil, 6) As normas previstas na legislagio criminal tributdria na execugio das multas. anno 4 -Aplicagao no espago Salvo (ratado ou convengo internacional em contrrio, © presente Regime Geral € aplicivel, seja qual for a nacionalidade do infractor, a factos por este. praticados: ‘a) Em territ6rio mogambicano; +b) A bordo de navios ou aeronaves mogambicanos. Agno 5 ‘Momento e lugar da prética da infracgo tributéria 1. Sem prejutzo do disposto no n:*2, as infraegbes tribuldria consideram-se praticadas no miomento e no lugar em que, ‘ou parcialmente, e sob qualquer forma de comparticipa infractor actuou, ou devia ter actuado, ou naqueles em que o resultado tipico se tiver produzido. 2. Em caso de deveres tributirios. que possam ser cumpri- dos em qualquer servigo da administragio tributsria ow junto de outros orgunismos, a respectiva infraogio considera-se praticacla no servigo ou organismo do domicflio ou sede do agente. ARrigo 6 ‘Actuago em nome de outrem 1. B pussivel de punigto aquele que agir voluntariamente como titular de um érgio, membro ou representante de uma 26 DE DEZEMBRO DE 2002, 386—(453) pessoa colectiva, ainda que irregularmente constituida, ou de mera associago de facto, ou ainda em representagio legal ou voluntéria de outrem, 2. Do mesmo modo seré punido aquele que, actuando, nos, termos do ntimero anterior, quando o tipo de transgressio ou contravengio exija determinados elementos pessoais ¢ estes apenas se Verifiquem na pessoa do representado ou quando 0 agente pratique 0 facto no seu prOprio interesse ou 0 represen- tante actue no interesse do representado. 3. O disposto nos nimeros anteriores vale ainda, mesmo ue seja ineficaz 0 acto juridico fonte dos respectivos poderes, 4. As sociedades civis ¢ comerciais ¢ qualquer das outras entidades referidas no n° I respondem solidariamente, nos termos da lei civil, pelo pagamento das multas em que forem condenados os agentes das infracgdes tributérias previstas no presente Regime Geral nos termos do niimero anterior. Agnico 7 Responsabilidade das pessoas colectivas e equiparadas 1. As pessoas colectivas, ainda que irregularmente cons- tituidas, ¢ outras entidades fiscalmente equiparadas sto res- ponsdiveis pelas infracgGes previstas no presente Regime Geral das Infracgdes Tributérias quando cometidas pelos seus érgios ‘ou representantes, em seu nome e no interesse colectivo. 2. A responsabilidade referida no niimero anterior exclui-se quando o agente ou representante tiver actuado contra ordens ‘ou instrugbes expressas de quem de direito, 3. A responsabilidade por contravengao das entidades refe- ridas no n.? 1 nao exclui a responsabilidade individual dos respectivos agentes. 4, Se a multa for aplicada @ uma entidade sem personalidade |jurfdiea, responde por ela o patriménio comum e, na sua falta u insuficiéncia, solidariamente, o patriménio de cada um dos associados Agrico 8 Responsabilidade civil pelas multas 1. Os administradores, gerentes ¢ outras pessoas que exer- gam, ainda que somente de facto, fungdes de administracio fem pessoas colectivas, mesmo que irregularmente constitui- das, ¢ outras entidades fiscalmente equiparadas sio subsidia- riamente responséveis: 4) Pelas multas aplicadas a infracgdes por factos prati- ‘cados no periodo do exercicio do seu cargo ou por factos anteriores quando tiver sido por culpa sua ‘que © patriménio da sociedade ou pessoa colectiva se tornou insuficiente para o seu pagamento; b) Pelas multas devidas por factos anteriores quando 1 decisio definitiva que as aplicar for notificada ‘durante 0 periodo do exercicio do seu cargo e thes seja imputivel a falta de pagament 2. A responsabilidade subsididria prevista no nlimero an- terior & solidsria se forem vérias as pessoas a praticar 0s actos ‘ou omissbes culposos de que resulte a insuficiéncia do patri- ‘énio das entidades em causa. 3. As pessoas a quem se achem subordinados aqueles que, ppor conta delas, cometerem infracgdes fiscais sao solidaria- ‘mente responséveis pelo pagamento das multas aqueles apli- cadas, salvo se tiverem tomado as providéncias necessérias para os fazer observar a lei 4. 0 disposto no niimero anterior aplica-se aos pais e repre sentantes legais dos menores ou incapazes, nos termos da lei civil, quanto as infracgdes por estes cometidas. 5. 0 disposto no n° 3 aplica-se as pessoas singulares, as pessoas colectivas, as sociedades, ainda que irregularmente constituidas, € a outras entidades fiscalmente equiparadas, 6. Sendo varias as pessoas responséveis nos termos dos ndimeros anteriores, € solidéria a sua responsabilidade. ‘Amico 9 ‘Subsisténcia da prestagéo tributria © cumprimento da sangio aplicada nio exonera do paga- mento da prestagdo tributria devida e respectivos acréscimos legais. ‘Awrioo 10 Espectaidade das normas tributéria ‘Aos responsdveis pelas infracgdes previstas neste regime sio somente aplicdveis as sangGes cominadas nas respectivas normas, desde que nio tenham sido efectivamente cometidas infracgses de outra natureza ‘Agrigo I Concurso de transgressées ‘As multas apticadas as transgressdes acumulam-se ma- terialmente. CAPITULO IL Disposi¢ées aplicaveis as infrac¢ses tributérias formals Aico 12 Punibilidade 1. As infracgées_tributérias formais simples so puniveis com multa cujo limite méximo nao exceda 70 000 000,00MT. 2. As infracgdes tributérias formais graves, sio puniveis com malta cujo limite mfnimo seja superior a 70 000 000,00MT @ aquelas que, independentemente da multa aplicével, a lei expressamente as qualifique como tas. 3. Para efeitos do disposto nos niimeros anteriores, aten- de-se A multa prevista em abstracto no respectivo tipo. 4. As transgressdes tributirias sto sempre puniveis a titulo de negligéncia ‘AgniGo 13 Montante das multas. 1. Se 0 contrério no resultar da lei, as multas por transeres- sbes aplicaveis as pessoas colectivas, ainda que irregularmente constituidas, ou outras entidades fiscalmente equiparadas, podem elevar-se até a0 valor maximo de 2 500 000 000,00MT. 2. Se 0 contrério no resultar da lei, as multas aplicéveis As pessoas singulares no podem exceder metade do limite estabelecido no nimero anterior. 3. 0 valor minimo da multa é de 3 000 000,00MT, se 0 contririo no resultar da ti 4. Sem prejuizo do disposto nos nimeros anteriores, os limites minimo e maximo das multas previstas nos diferentes tipos de transgressBes, slo elevados para 0 dobro sempre que sejam aplicadas a uma pessoa colectiva, ainda que irfegular- ‘mente constituida, ou outra entidade fiscalmente equiparada, Awrioo 14 Determinagéo da medida da muita ‘Sem prejuizo dos limites maximos fixados no artigo ante- rior, a multa deverd ser graduada em fungio da gravidade do 386—(454) facto, da culpa do agente da sua situagio econdmica, importin- cia do imposto a pagar , sempre que posstvel, exceder o benefi- cio evonémico que 0 agente retirou da pritica da transgressa0. Agrico 1S Sang6es acessérias |. Sio ainda aplicéveis aos agentes que cometem transgres- s6es tributérias graves as seguintes sangGes acessérias 8) Privagdo do direito a receber subsidios ou subvengdes concedides por entidades ou servigos pablicoss +b) Suspensio de beneficios fiscais concedidos unila- teralmente pela administragdo tributiria ou inibigdo de-os obter;, ©) Privagdo temporiria do direito de participar em feiras mercados, leilGes ou arrematacoes € concursos de obras piiblicas, de fornecimento de bens ou, ser- vigos € de concessio, promovidos por entidades cu servigos piblicos, 4) Encerramento de estabelecimento ou de depésito; 6) Cassagio de licengas ou concessdes e suspensio de autorizagies; J) Publicagao da decisio condenatéria a expensas do agente da infra 2. A sangtio acess6ria de suspenstio de beneficios fiscais ou inibigdo de os obter tem a duragdo minima de 3 meses e mixima de dois anos e s6 pode recair sobre incemtivos fiscais que no sejam inerentes ao regime juridico aplicdivel a coisa ou direito beneticiados. ARTIGO 16 Direto a redugio das muitas AAs muttas pagas a pedido do agente, apresentado antes da instayragio do processo de transgressio, sio redyzidas nos termos seguintes: 4) Se 0 pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da pritiea da infraceio e no tiver sido levantado auto de noticia, recebida participacto cu denincia ou iniciado procedimento de inspecyio {cibutéria, para S0% do montante minimo legal, 8) Se 0 pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido no alinea anterior, sem que tenha s ido levantado auto de noticia recebida participagio ou iniciado procedimento de inspecgio tributéria, aplicar-se- 4 0 montante minimo legal. ‘ARriGo 17 Requisitos do direlto a redupao da mutta 1. O direito & redugdo da multa previsto no artigo anterior depende: 4a) Do pagamento nos 15 dias posteriores ao da entrada ‘ngs servigos da administracao tributéria do pedido de redugdo ou no caso do artigo 18, do pagamento nos 15 dias posteriores & notificagio da multa pela entidade competente; +b) Da reglarizagio da situac2o tributéria do infractor dentro do prazo previsto ngs alineas anteriores; ©) De niio ser aplicivel sang acess6ria, 2, Em caso de incumprimento do disposto no niimero ante: rior, 6 de imediato instaurado processo por transgressio. 3. Entende-se por regularizaglo. da sityagho tributria, para efeitos deste artigo, © cumprimento das obrigagSes tributérias que deram origem 2 infraegao, | SERIE — NUMERO 52 4. Sempre que nos casos das alineas a) e 6) do n.* 1 do artigo anterior a regularizagio da situaglo (ributdria do agente rio dependa de tributo a liquidar pelos servigos, vale como pedido de redugio a entrega da prestagio tributdria ou do documento ou declaragiio em falta. 5. Se, nas circunstincias do némero anterior, © pagamento das multas com redugio nfo for efectuado av mesmo tempo que a entrega da prestaglo tributiria ou do documento ou declaragio em falta, o contribuinte é notificado para o efectuar no prazo de 15 dias, sob pena de ser levantado auto de noticia ¢ instaurado processo por transgressio. Agrico 18 Multa dependente de prestagéotributéria om fata ou a liquidar 'ecorrecpio das multas pagas 1, Sempre que a multa variar em fungio da prestagio tri- butéria, € considerado montante minimo, para efeitos das alineas @) ¢ 6) do n2 1 do artigo 16, 5% ou 10% da prestagio, tributéria devida, conforme a infracgao tiver sido praticada, respectivamente, por pessoa singular ou cotectiva 2, Se 0 montante da multa depender de prestagio wibutiria a liquidar, a sua aplicagdo aguardaré a liquidagio, sem prejutz do beneficio da redugao, se for paga nos 15 dias posteriores 3 notifien 3. No caso de se verficar a falta das condigses estabete- cidas para a redugio das multas, a liquidagio destas€ corigida, levando-se em conta © montante jf pago. AKnigo 19 Preserigto 1.0 procedimento por transgressio extingue-se, por etzito da preserigdo, logo que sobre a prtiea do facto sejam decor dos cinco anos, 2..0 prazo de presetigio do provedimento por transgressio € reduzido ao prazo de caducidade do direito a liquidagdo da presiagdo tributdria quando a infracgio depender daquela liquidagao, 3. 0 prazo de prestrigio suspende-se nos termos estabele- idos na lei geral, e ainda no caso de pedido de pagamento da mula antes de instaurado o processo de transgressiio desde 1 apresentagao do pedido até & notificagio para o pagamento, Arrigo 20 Auto de noticia @ sous requistos 1. A autoridade ou agente’ de autoridade que verificar pes- soalmente 0s factos constituivos da transgressdo levantaré auto de noticia, se para isso for competent ¢ envié-lo-A imediata- mente i entidade que deva instruiro processo. 2.0 auto de’noticia deve conter, sempre que posstvel: 4@) A identificagio do autuante e do autuado, com mengio do nome, nimero de identificagto tributéria de contribuinte, profs, morada e outros elementos julgados necessirios: +) © lugar onde se praticou a infracglo e aquele onde foi verifieada; 6) 0 diae hora da transgresstio e os da sua Vertieagio; 4) Adeserigho dos factos constitutives da infraecio; @) A indicagto das circunstineias respeitantes ao infiactor @ 2 transgressdo que possam influir na determi- angio da responsabilidade, nomeadamente a sua situagio econémica ¢ 0 prejuizo causado ao eredor ibutério;

You might also like