You are on page 1of 82
Precursores: NORTH, CANTILLON, HUME SS ciasscsmo Socialize Utopico ‘OWEN, FOURER, SANTAIVON| Capituco 5 ) A ESCOLA CLASSICA — ADAM SMITH Neste capitulo, apresentaremos as contribuigées econdmicas de Adam Smith, que foi nao s8 © fundador da escola cléssica, mas também seu membro mais famoso. Nos préximos capttulos, discutiremos outros economistas clissicos importantes. A discussio sobre Smith é apresentada a seguir. Inicialmente, atentaremos para alguns de- talhes de sua vida ¢ conheceremos vérias influéncias importantes que recebeu. Posteriormente, analisaremos seu primeiro livo, The theory of moral sentiments, para explorar a relagio entre seu pensamento sobre 2 filosofia moral e sobre a economia politica. Por fim, examinaremos com detalhes seu monumental Wealth of nations, destacando suas opinides sobre (1) 0 laissez-faire ¢ a harmonia dos interesses, (2) a divisio do trabalho ¢ (3) as leis econdmicas de uma economia competitiva, DETALHES BIOGRAFICOS Adam Smith (1723-1790), o brilhante ¢ amavel fundador da escola clissica, nasceu na cidade industrial e portudria de Kirkcaldy, Escécia. Seu pai, fiscal de alfindega, morreu antes de seu 63 1 90 t®: Adam Smith morou com a mée, Margaret Douglas Smith, até ela falecer, em 1784, 405 90 anos, Smith freqiientou a Glasgow College muito Jovem, 20s 14 anos. Postetiormente, estudou continent € Politica linguas na Balliol College de Oxford Retomou Acasa de sua mae para continuar um cstudo independente por dois anos Depois se mudou para Edimburgo, onde fe Dalestas sobre resricae lieraura. Foi selecionarlo Professor de igica da Glasgow College em 1751 €, no ano seguinte,recebeu a cadeira de Filosofia Moral, que ocupou por 12 anos En 139; publicou a obra The theory of moral sentimenn & €m seguida, suas palestras se concen. “tunwe mais na jurisprudéncia e na economia polities de ‘que nas doutrinas éticas Smith renunciou & sua carrera no magiséio Para ser 0 tutor do enteado de Charles Townsend, ministro das Finangas, que, enariormente, ornou-se uma figura de destaque na América, na questio do imposto do ché colonial Smith passou mais de dois anos no cargo, ne Franga, onde esabeleceu lagos de amizade com os Fsiocrats,incluindo Quesnay eTurgoe. Apés erent 8 Escécia, Smith se aposentou com uma penoto anual de 300 libras, que a utoria the rendeu para o resto de sua vida, Em 1776, Smith publicou sua obra An ‘nguity into the nature and causes of wealth of na. par ate tinha inicado, na Franga, dex anos antes, O sucesso do livro foi imediato ¢ iso estas beleceu definicivamente o prestigio de Smith APés a publicagto de seu livzo, Smith passou dos an 'os em Londres, onde se uniu aos in- tclectuais de renome daquelaépoca. Depois as oy clesignado encarregado da aftndega na Es. 8cia, foi morar em Edimburgo com sua mae Acredita-se que muito de sua renda foi gasto se. mrenumente em caridade, Smith tha sempre prazer em ‘eceber os amigos em scus jantares, até don dag nant no 08 convidavaformalment, ess antag a0s domingos, foram celebra- dos durante muito tempo em Edimburgo, Entre, honras que recebeu, estava sua eleigio con zo ner dt Glasgow College. Pouco antes de sia more cy, 1790, muitos de seus manuscritos ‘0 publicados foram destruidos, de acordo com sea descjo e sem explicagao, INFLUENCIAS IMPORTANTES © Pensamento de Smith reccheu vétas influéncas importantes. A primeira e talvex a princi: Pal, foi o clima intelectual geral foi 0 periodo conhecido como iluminismo Esse movimento i crgu y e dade de raciocinio das pessoas Fevolugdo cientifica asso- Giada a Newton estabeleccu que a ordem ea haney ia caracterizam 0 universofisico, Por meio do raciocino sistematico, as pessoas poderiam cescobrir ndo apenas esas leis fiscas, mas vam. bém aquelas que governavam a sociedade. O, Pensadoresiluministas foram, poreanto, otimin. tas cles, geralmente, acreditavam que o pens mento € a energia humanos poderiam produsis lum progeesso quaseilimitado, A segunda influéncia que Smith recebeu foi dos fisiocratas, especialmente de Quesnay ¢ Targor. Ele logiou o sistema fisiocrético “con ‘oda sua imperfeicio” como “talver 0 mais pré- ilo da verdade que jétivesse sido publicado sobre Ssunto da economia politica’, O araque Gos Fisioeratas ao mercantilisma e suas proposts Para remover as bareiras comerciais ganharam Set admiragio. A parte desses pensadores, cle descreven © tema da riqueza como “os bens de Soosine reproduzides anualmente pelo trabalho da socied ade”, a desejdvel interferéncia mi. a Scola Classica E) nima do governo na economia ¢ conccito do processo circular de producio ¢ de distribuicao. Ele tinha planejado dedicar sua obra The wealth of nations a Quesnay, se este tivesse vivido axé o livro ter sido concluido. Francis Hutcheson, instrutor de Smith na Glasgow College, foi a cerceira influéncia sig: nificativa que Smith recebeu. Hutcheson acreditava que as préprias pessoas poderiam descobrir © que era eticamente bom, a vontade de Deus, 20 descobrir as agdes que serve para o bem da humanidade Finalmente, Smith foi influenciado por seu amigo David Hume que, por meio de cartas converses particulates, contribuiu para 0 desenvolvimento intelectual e as idéias econdm de Smith, A TEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS The theory of moral sentiments foi publicado 17 anos antes de The wealth of nations. Porter sido publicado em seis edigées durante a vida de Smith, ea tilkima delas no tiltimo ano de sua vida, no se pode dizer que The theory of moral sentiments representava suas idéias introdutérias, e The wealth of nations, suas idéias mais recentes. Os livros ficam lado a lado, mostrando-se diferentes, mas com facetas complementares de seus pensamentos. Enquanto Mont! sentiments discutia as forsas morais que restringiam o egoi am as pessoas em uma sociedade trabalhista, The wealth of nations supunba a cxisténcia de uma sociedade justa ¢ mostrava como o individuo é guiado ¢ limitado pelas forgas econdmicas. ‘Moral sentiments comega com o capitulo “OF sympathy” (Da solidariedade), A soli dariedade, afirmou Smith, supera até mesmo o egoismo. A solidariedade (ou empatia ou sentimento de companheirismo) desperta nosso interesse pelo sucesso dos outros ¢ faz a fe licidade deles necesséria para nds. Isso é verdade, apesar de nao recebermos nada da Felic dade dos outros, exceto o prazer de vé-la. O sofrimento ¢ a alegria nos outros estimulam emogbes similares em nds mesmos. Se nos colocarmos no lugar do outro, nossa imaginaso pode evocar a simpatia por uma situagéo da qual a outra pessoa est inconsciente. As pes- soas que enlouquecem podem rir e cantar ¢ estar inteiramente insensiveis a qualquer sofri- mento, Assim, a angistia que sentimos ao observar tais pessoas nao vem do seu sofrimen to, mas da nossa consciéncia de sua sicuagéo por meio do nosso poder de razio © de julgamento. Isso € a solidariedade, Sentimos solidariedade aré mesmo diante dos mortos, porque imaginamos nossa alma vivendo nos corpos inanimados e, entdo, entendemos co- mo nossas emogées ficariam diante dessa situagio. © medo da morte envenena nossa feli cidade, mas restringe a injustiga da humanidade. Esse medo aflige ¢ atormenta o individuo, mas vigia e protege a sociedade. De acordo com Smith, ha paixBes nio sociais e sociais. Por exemplo o édio € 0 ressenti mento sio nao sociais. Com relagio a essas paixoes, dividimos nossa compaixo entre a pessoa que as sente © aquela que € objeto delas, pois os interesses desses dois individuos sio contra- ditérios. As paixdes sociais sio a generosidade, a bondade, 0 carinho, a misericérdia e a meirua clagio de amizade e de estima. Essas paixdes agradam aos espectadores indiferentes em quase codas as ocasi6es, porque sta simpatia pela pessoa que sente essas paixdes coincide exatan com sua preocupagio pla pessoa que é objeto delas. Sempre temos muita simpatia pelas paixSes benevolentes, pois elas nos parecer agradveis, em todos os sentidos,

You might also like