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A primitiva
Autores
aula
08
Governo Federal Revisoras de Língua Portuguesa
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Luiz Inácio Lula da Silva Sandra Cristinne Xavier da Câmara
Ministro da Educação
Fernando Haddad Revisores Técnicos
Secretário de Educação a Distância – SEED Leonardo Chagas da Silva
Carlos Eduardo Bielschowsky Thaísa Maria Simplício Lemos
Revisora Tipográfica
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Reitor
José Ivonildo do Rêgo Ilustradora
Carolina Costa
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Editoração de Imagens
Secretária de Educação a Distância Adauto Harley
Vera Lúcia do Amaral Carolina Costa
Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Diagramadores
Coordenadora da Produção dos Materiais Bruno de Souza Melo
Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Dimetrius de Carvalho Ferreira
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Coordenador de Edição
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Adaptação para Módulo Matemático
Projeto Gráfico
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Ivana Lima
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Revisores de Estrutura e Linguagem Thaísa Maria Simplício Lemos
Eugenio Tavares Borges
Colaboradora
Jânio Gustavo Barbosa
Viviane Simioli Medeiros Campos
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Imagens Utilizadas
Revisora das Normas da ABNT
Banco de Imagens Sedis - UFRN
Verônica Pinheiro da Silva Fotografias - Adauto Harley
Stock.XCHG - www.sxc.hu
1. Cálculo. 2. Funções reais. 3. Reta real. 4. Funções compostas. I. Freitas, Joaquim Elias de. II
Soares, Roosewelt Fonseca. III. Título.
ISBN: 978-85-7273-398-4
CDD 515
RN/UF/BCZM 2008/12 CDU 517.2/.3
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UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentação
C
omeçamos a estudar a derivada de uma função na aula 4 (A derivada), na qual a
definimos; nas aulas seguintes, calculamos a derivada de diversas funções utilizando
as propriedades das funções deriváveis. Nesta aula, trataremos de uma situação a
qual chamaremos de “situação inversa”: dada uma função, queremos saber a função que,
quando derivada, resulta na função dada. Esta é chamada de primitiva da função dada e
constituirá o tema central desta aula.
Objetivos
Esperamos que ao final desta aula você possa encontrar as
primitivas de todas as funções estudadas nas aulas anteriores
(trigonométricas, logarítmicas, exponenciais etc.).
Sem nos preocuparmos muito com os sinais, sabemos que quando derivamos um
seno obtemos um cosseno e que ao derivarmos um cosseno obtemos um seno. Assim, se a
derivada envolve a função seno, é porque a função que derivamos envolve a função cosseno
e, portanto, uma possibilidade de resposta é f (x) = cos(x). Precisamos agora verificar
se f (x) = cos(x) é realmente a resposta à pergunta 1, e vamos fazê-lo derivando f (x):
sabemos que f (x) = −sen(x) , logo f (x) = cos(x) é a resposta.
E se a pergunta fosse:
Agora, já não teríamos f (x) = cos(x) como solução, já que f (x) = −sen(x) . Ora,
mas e aquela conversa de que, a menos de sinal, a função que, quando derivada, gera um seno
é um cosseno, furou? Não, não furou nada! Lembra-se de que dissemos a menos de sinal?
Pois bem, se f (x) = cos(x) não está funcionando, que tal experimentar f (x) = −cos(x)?
Derivando, obtemos
f (x) = (−cos(x)) = −(cos(x)) = −(−sen(x)) = sen(x)
Atividade 1
Encontre uma função cuja derivada é representada pelas funções abaixo:
c) f (x) = ex
1
d) f (x) =
x
Agora que essas novas idéias não estão mais nos parecendo tão estranhas, voltemos
nossa atenção novamente para a pergunta 1. Sendo a função f (x) = cos(x) resposta a
essa pergunta, qual a função cuja derivada é a função f (x) = −sen(x)? Observe, então,
que f (x) = cos(x) + 3 também é uma resposta. De fato, derivando f (x) = cos(x) + 3 ,
obtemos
Definição
Você deve ter notado que se souber qual é a derivada de uma função, automaticamente,
saberá identificar a família das primitivas da função derivada. Observe: dada f (x) = x2 ,
temos f (x) = 2x . Assim, uma primitiva de g(x) = 2x é G(x) = x2 e, consequentemente,
G(x) = x2 + k é a família das primitivas da g(x) = 2x .
Atividade 2
Liste as funções cujas derivadas você conhece e dessa forma, encontre a família
das primitivas da derivada. Monte uma tabela mais ou menos assim:
Tabela 1
Família
Função Derivada Função
das primitivas
xn nxn−1 ⇒ nxn−1 xn + k
ex ex ⇒ ex ex + k
1 1
ln(x) ⇒ ln(x) + k
x x
f (x) .
g(x) = ln(f (x)) ⇒ g (x) =
f (x)
Tabela 2
ln(f (x))
Função Derivada de ln(f (x)) ⇒ Função Família das primitivas
−sen(x) −ln(cos(x)) + k
cos(x) = −tg(x) ⇒ tg(x)
cos(x)
cos(x)
sen(x) = cotg(x) ⇒ cotg(x) ln(cos(x)) + k
sen(x)
O símbolo significa apenas que estamos procurando a família das primitivas
da função f (x) e o dx expressa a variável (independente) com a qual estamos
trabalhando, ou seja, x. Então, só para fixarmos a idéia:
Não está lembrado? Então é um bom momento para reler a aula 3, no qual iniciamos
uma conversa sobre taxa de variação. Se a variável independente é x, o que representa a
função f (x) = 2t ?
Vamos lá, suponhamos que o domínio dessa função seja toda a reta (R). Então, quanto
valem f (1), f (2) e f (10) ?
Calculemos tais valores. Note que a função toma um valor x e o transforma (leva no ponto
de sua imagem) em f (x) = 2t . Assim ele transformará 1 em f (1) = 2t, 22 em f (2) = 2t e 10
e 10 em f (10) = 2t . Ou seja, todo ponto do domínio está sendo levado num mesmo ponto
da imagem, a saber, 2t. Ora, mas a função que leva todo valor num mesmo ponto é chamada
função constante. Então, se a variável independente não aparece na expressão da função,
isso significa que a função será uma função constante.
Exemplo 3
Encontre 2tdx
Mas, 2tdx significa: qual a família das primitivas da função f (x) = 2t , se a
variável independente for x ? Em outras palavras, qual a função cuja derivada nos dá uma
função constante?
Solução
Teorema 1
Sejam f, g : I → R funções, c ∈ R uma constante e F, G : I → R
as
primitivas de f e g, respectivamente. Então:
a) cf (x)dx = c f (x)dx
b) (f (x) + g(x))dx = f (x)dx + g(x)dx
c) (f (x) − g(x))dx = f (x)dx − g(x)dx
Antes de demonstrar esse teorema, vamos entender o que ele está dizendo. O item a)
diz que integral indefinida de uma constante vezes uma função é igual à constante vezes a
integral indefinida da função. Os itens b) e c) dizem que a integral indefinida da soma e da
diferença é a soma e a diferença das integrais indefinidas, respectivamente.
fazendo K1 = 0 , obtemos:
f (x)dx = F (x) Equação (1)
e, fazendo k2 = 0 , obtemos:
g(x)dx = G(x) . Equação (2)
Pelo item i) das propriedades de derivadas, temos que cF (x) = (cF (x)) . Retornando à
equação (3), podemos reescrevê-la da seguinte forma
A equação anterior significa que cF (x) é uma primitiva de cF (x) e, novamente, fazendo a
constante da família de primitivas igual a zero, temos
(1)
cf (x)dx = cF (x) = c f (x)dx .
A equação anterior significa que F (x) + G(x) é uma primitiva de f (x) + g(x) e, fazendo
novamente a constante da família de primitivas igual a zero, temos:
(1)e(2)
(f (x) + g(x))dx = F (x) + G(x) = f (x)dx + g(x)dx .
Vamos ver, por meio dos exemplos, como esse teorema facilita o cálculo
de primitivas.
Exemplo
4
Calcule xn dx .
Solução
Pela nossa tabela, sabemos que nxn−1 dx = xn .+Multiplicando
k ambos os
x2 x7
2) (3x + 4x )dx = 3xdx − 4x dx = 3 xdx − 4 x6 dx = 3 2 − 4 7
6 6
Lembre que essa é uma das possíveis primitivas. Para sermos mais precisos na
resolução, devemos acrescentar uma constante para exprimir que para qualquer constante o
valor anterior continua sendo uma primitiva, assim
x2 x3 x4
1) (x + x2 − x3 )dx =
2
+
3
−
4
+K
3x2 4x7
2) (3x + 4x6 )dx =
2
−
7
+L
Fazendo mais uma revisão da aula 4, vimos que se f, g : I → R são funções deriváveis,
então:
e
f (x) f (x)g(x) − f (x)g (x) f (x)
dx = dx = +K.
g(x) g(x)2 g(x)
Exemplo 5
cos(x) ln(x) − sen(x)
Calcule: x dx .
ln(x)2
Atividade 5
Calcule:
a) (2 + y 2 )2 dx
2
b) x
+ e dx
x
c) (3senφ + 2cosφ)dφ
d) t(1 + t2 )dt
√
e) x−3 + x − 3x1/4 − x2 dx
√ y
1
f) 2y
+ 2e dy
g) x2 cos(x) − 2xsen(x)
dx
x4
h) (2xcos(x) − x2 sen(x))dx
Auto-avaliação
Descreva com suas palavras o que entendeu sobre o significado da primitiva
de uma função.
Referências
ANTON, Howard. Cálculo: um novo horizonte. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. v 1.
GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Um curso de cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. v 1.