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ahem frances GRECE ANCIE @ Editions La pécouverte, 1992 no Brasil, pela Dirstos aT aa AO ica Federativa do Brasil npresso no Brasil Rio de Janeiro. RJ-R Printed in Bra‘ -00449-6 tions La Découverte, Franga, 1988) (Evigio original: ISBN 2-707 1-06 Indicagdo editorial EMANUEL ARAUJO Editoragao FATIMA PIRES DOS SANTOS Maria Cristina R. BRITTO (auxiliar) Capa JOATAN Revisio de originais ANDRE TELLES Diagramagio ANTONIO HERRANZ Revisio Sonia CARDOSO Marco ANTONIO CorREA CIP-Brasil. Catalogaca asil. gacdo-na-f Sindicato Nacional dos Editores de Livros RJ Vernant, Jean-Pierre Ve22m Mi ito € soci . Myriam Campotins ht Grecia Antiga / Jean-Pierre Vernant; tradugi° . ed. ~ Rio de Janeiro: José Olympio, 1999. radugio de: ienne. i ode: Mythe et société en Gréce Anci - Filosofia anti i i Vi = Jo grega. | iga. 2. Mitologia antiga. 3. Civiliz grega. Tit ie 99-0696 cpp- 189 cpu- 168) re ~~ RAZOES Do MITO* , A Nogdo de mito que herdamos dio de pensamento que é propria do pelo que nao é, numa dupla relagio (© mito € ficgdo), e ao racional, por nha de pensamento, no quadro dessa | tos de interpretaca a 5 questionar as concepgées antigas ¢ A a 1g saiadeica natureza do que te designava pelo Some de mito social ¢ intelectual desse género de narrativa? Em que medida constitui ele um modo especifico de expressao tendo sua Tingua, pensamento e l6gica particulares? Como situar o mito no conjunto da vida coletiva de uma sociedade, diferen- cid-lo das crengas e ritos religiosos, de todos os fatos da tradigdo oral: contos, provérbios, folclore e ficgdes propriamente literdrias? Que lugar entao lhe designar no individuo e no grupo, que dimensio humana Ihe reconhecer quando nos colocamos numa perspectiva antropoldégica? "Este estudo ndo teria sido escrito sem as pesquisas realizadas por Marcel Detienne sobre as histéria, ou a pré-histéria, de uma ciéncia dos mitos. Nés i abeberamos amplamente em seu ensinamento, nos beneficiamos.das os ti com ele, utilizamos dois dé seus artigos em vias de publicagao. Que ° agr legamos aqui por tudo que nos deu, Sob uma forma um pouco diferente, ul a ae aparecer nas edicées italiana e inglesa da Encyclopédie du XX* siécle, Istituto ciclopedia Italiana, Roma, no verbete “Mito”. 171 MYTHOS E LOGOS \ Inicialmente, algunas observa escrita obedece a regr; es Beals. Sabevse Jue a redagac Seiler separa Vathda mais env ee Em grego, mythos designa uma palavra formulada, quer se trate de patamar. Como 0 observou Adare Pay Amt PSS Marca um nov ; ° ot Aden Be uma ntrava, eum dilogooude cnunclagzodeum nj. bac ° 74 hi uma estes entre a elaborasio de uma linguageer bon Eentao da ordem do legein, como o indicam os compostos mytholon em abstraia € 0 pleno d = seu estilo ent os primeitos grandes procera Sit. ein, mythologia, € nio contrasta inicialmente com 0s iogoi, termo fem prosa — tatados médicos, narmtivas hese ey aso ciestloseminissiovnoseaiereracnamtsdieney Sadr em den eae ees af formas do que é dito. Mesmo quando as palavras possuem uma forte constitui somente, em relagio a tradicao ol casera at forma de narrativas concementes aos deuses ou aos hersis, um saber A Sagiizagso-do-d SERIE paralcla a une ape. seereto interdito ao vulgo, os mythoi podem ser também qualificados cerrada, um ordenamento mais esttit “ao gpm i estto da matena cones ea de hieroi logo, discursossagradcs. Para que © dominio do mite se sum orador como Gigi ot im hisradr coe Peat oye delimit em relagdo a outros, para que através da oposigao de mythos regulado das antiteses na rerica equi do Rane ee /cJogos, dali em diante separados e confrontados, se desenhe'a figuia recortando, distribuindo, opondo termo a termo os elementos funds: ie a Ang len, re se menais da situapio a deserve, ncions cone ee a conigies eujo jogo, Fite o oitavo 0 quarto séeulosjntesde~ _|feramenta gin contends sintsignce ns ee nossa era, fez cavar, no scio. da univers mental-dos gregos, real. A claboragio da linguagem flosfic vai mais long, une pelo snuliplisidade de disténcas, cones ¢ nivel de abstragio dos concits eo empreyo des nestor a ontoldgico (que se pense na nogao do Ser enquanto ser, ou do Um) Law feat m Ss 7 quanto pela exigéncia de um novo tipo de ngor no racic. ie PALAVRA FALADA E ESCRITA ‘Scnicas persuasivas da argumentagio retérica o flésofo contrapie os procedimentos demonsitaivos de um dissusaijo modelo ee Um primeiro clemento a se reter nesse plano & a passagem-da_ fomecido pelas dedugdes dos matemiticos,operando sobre os nime -Jradigio oral-a diversos tipos de literatura eserita. Tal (ransformagao crsess figine E . Banveniste ceviamenic tem razdo quando observa ressoou tio fortemente no estat do mitona Grecia que para muitos £ SF aces cara sand definro esto lic de todos pred ‘itslogos contemporineos coloca-se © problema de sabet se 05 cados que se pode afirmar do Se Tar apenas desbrit as clepotas ‘mesmos métodos de interpretagio sia vilides no caso de um corpus jamentais da Tingua na qual cle pensa. As categoras que o_ de naratvas ais como aquelas sobre as quas trabalham os etnslo- fildsofo poe om Gvidecle ula vallae edablece ma ordem Jo 08 € nos textos eseritos que concemem aos helenistas. MARNE Fe caso mesmo _pensamento se revelam como a fansposigio no plano nodtice dis” de se perguntar se temos o direito de classificar as duas ORTeTS “Eategoras Fnglisies do greg. Tle fose preciso, enrenioy documentos nama nica e mesma categoria, screseenar que ese tipo de reflex onde as eats ds lings Aceserita ni’ se impés nos diferentes dominios da criagdo literiria servem de embusamento a uma definigio de modalidades sreganomesmo ritmo esegundoas mesmas vias de desenvolvimento. Para nds, ndo se trataria de fixaras ctapas de um progresso cujo curso 180 foi linear nem univoeo, Gostariamos apenas de por em evidéncia ae ge’ Language ction 2 “they eof bs ae os aspectos que, na emergéneia de uma literatura eserita, interessamn (CEA, Pary, "Thess . RN escrita, nee Nie Gnas wee pip (rieearmenteo9 mito su labora, sua transmis, seu ug peence eatee Lr Oe de ang’ es ues na cultura antiga > oF, B. Benveniste, Catégorie de mms ‘ques, 1988, 4, pp. 419-2. 1m m

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