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+ Uma srvore que sfrevo atarraque do ramos princi, a suprersio de pernads ov fo sujeitaatlhadia de cabeca 6 desearacterizadn, svt AS ARVORES URBANAS E AS PODAS DE “ROLAGEM” As arvores so verdadeiras “fabricas”. A administrago que comanda os operé- rios destas grandas fabricas é constitu da pelo sistema radicular, desde as raizes de maior diémetro as mais finas e curtas, cuja funcao é assegurar 0 bem-estar dos operérios ~ as folhas ~ disponibilizando- Ihes agua, nutrientes e estabilidade me- As directivas da administracao chegam até 20s operdrios através dos gestores de sector ~ 0 tronco, as pernadas, 0s ra- mos os raminhos. Por sua vez, as folhas, operarios competentes, responderéo realizando a fotossintese, produzindo compostos acucarados que setdo distri- buidos de forma equilibrada por toda a estrutura, garantindo a continuidade eo sucesso do "sistema fabril” Nas arvores adultas, ocasionalmente, pode colocar-se a necessidade de rea- lizar podas de reducdo de copa. Com estas podas, pretende-se reduzir 0 vo- lume da copa, quer em altura quer em largura, por quesides de adequacao a0 local onde as drveres se encontram (por ‘exemplo devido a conflito com infra-es- truturas}; porque se deseja ou procura determinado efelto estético; por razdes de seguranca (pars evitar a queda e que- bra de ramos ou ¢a propria érvore), A desrama, porque literelmente uma poda de reducdo de copa deve tratarse de um corte selectivo de algumas partes de ramos, deve ser efectuada de forma a BET] 2s, legumes o lors | Setembro 2017 eliminar progressivamente os ramos mais baivos, elevando a capa ao nivel desejado econtendoa sualargura. A operacaio deve ser feita enquanto os ramos nao atingem um diametro demasiado elevado para que rapidamente ocorra 0 recobrimento das lesGes resultantes dos cortes, evitan- doo desenvolvimento de podridées Quando se faz 0 corte radical dos ramos e das pernadas de uma arvore, “decapi- tando-a” ou “rolando-a", reduzindo de forma violenta a sua copa, todo o sis- ‘tema de reservas energéticas da arvore sera irremediavel e irreversivelmente al~ terado. Ao afectar a proporsao entre a area da copa dimensao do sistema radicular, a rolagem leva a que a drvore, temporariamente, perca a capacidade para manter o funcionamento e 0 cres- cimento das suas raizes. Deste modo, numa éptica de contengao de custos, tal como numa fabrica bem-sucedida, parte das raizes deixardo de funcionar e a r- vore, debilitada, tornar-se-é susceptivel a acco de fungos e insectos. Curiosamente, apés uma operacéo tao traumatica como ¢ a rolagem, a maio- ria das arvores emite intimeros rebentos numa tentative de repor a copa. Con- tudo, 0s novos ramos tém origem em gomos epicdrmicos, que se formam & superficie do ritidoma. Por este motivo, quebram faciimente assim que crescem @ adquirem peso devido a massa de fo- thas que entretanto se forma. As lesdes resuitantes dos cortes dos ramos de maior diémetro, ou mesmo das perna- das, dificilmente se recobrem e os fun- gos causadores de podridées do lenho instalam-se, acelerando 0 processo de degradacao da arvore. As drvores roladas apresentam, quase sempre, rebentacéo intensa na Primave- ra seguinte a intervencéo e em poucos anos a suas copas retomarao parte do volume que possuiam. Contudo, as ¢o- pas destas arvores serdo mais densas e pior conformadas do que anteriormen- te, nao resolvendo assim 0 motivo pelo quel se recorreu a tio dréstica supressao dos ramos e das pernadas. A rolagem 6, alegadamente, uma ope- ragao mais barata quando comparada com uma poda executada segundo as boas préticas da Arboricultura Urbana, Contudo, esta economia é apenas de curto prazo, jé que os custos que advém da perda do valor ornamental e paisagis- tico dos exemplares ou mesmo da morte das espécies menos tolerantes a tais in- tervengdes transformam-se em despesas acrescidas para a sua remoco e substi- tuigéo; encarecem a manutencdo das vores; comprometem o planeamento eo futuro das éreas verdes de uma cidade. @ ‘Ana Paula Ramos), Mara Filomena Castano! ‘°CEAR-Linking Landsape, Environment, Agriculture ‘ad food, Email pramenisa ulsboe ps Laboratrie ‘deratoiogie Vegetal versimo de Almeida Ema mfestano eis. pt -Inetato Superior de Agrenomia, Universidade de Usbos DESDE ahhy4 FRUTAS LEGUMES E FLORES PN AVC Moros elas s(e)\ ean Ue eee revista.pt | @ frutas e legumes | 3,90 €] mensal Fs = ENTREVISTA OS DESAFIOS DO NOVO PRESID

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