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COLÉGIO TÉCNICO SANTA MARIA GORETTI

FRATURAS DE MMII (MEMBROS INFERIORES) COM POSICIONAMENTO

Alexandre Antônio de Lima

Janete Ferreira de Aguiar

Kathleen Aparecida Antunes Llamas

Priscilla Gonçalves

Silvia Bernardes da Silva

SÃO PAULO
2

2010

COLÉGIO TÉCNICO SANTA MARIA GORETTI

FRATURAS DE MMII (MEMBROS INFERIORES) COM POSICIONAMENTO

Orientadora: Profª Adriana Teixeira Rodrigues


3

Alexandre Antônio de Lima

Janete Ferreira de Aguiar

Kathleen Aparecida Antunes Llamas

Priscilla Gonçalves

Silvia Bernardes da Silva

Fraturas de MMII (membros inferiores) com posicionamento

A Instituição tem por objetivo a formação de

profissionais qualificados para a prestação de

serviços como Técnico em Radiologia

Colégio Técnico Santa Maria Goretti

São Paulo

2010
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Alexandre Antônio de Lima

Janete Ferreira de Aguiar

Kathleen Aparecida Antunes Llamas

Priscilla Gonçalves

Silvia Bernardes da Silva

Fraturas de MMII (membros inferiores) com posicionamento

Examinadores:

Adriana Teixeira Rodrigues

Djefferson S. De Araújo

Alexandro Lindo Vital

São Paulo

2010
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Resumo

Este trabalho teve como objetivo o estudo de fraturas dos membros inferiores com

seus respectivos posicionamentos, não contemplando todas as fraturas, retirados de

bibliografias especializadas.

Palavras-chaves: fraturas, membros inferiores, posicionamento.


6

Introdução:

Este trabalho tem como objetivo estudar algumas das fraturas dos membros

inferiores com seus respectivos posicionamentos, para isso serão apresentados o

sistema esquelético, as articulações e as fraturas radiografadas, respectivamente

com seus sintomas, diagnóstico, tipo e tratamento.

Capítulo 1 – Sistema Esquelético dos Membros Inferiores

Tabela 1 - Ossos do Esqueleto Apendicular – Membros Inferiores

Região Osso Número Total

Cíngulo do Membro
Osso do Quadril 02 02
Inferior

Fêmur 02
Coxa 04
Patela 02

Tíbia 02
Perna 04
Fíbula 02

Calcâneo 02

Talus 02

Tarso Navicular 02

Cubóide 02

Pé Cuneiformes 06 52

Metatarso Metatarsais 10

Falange Proximal 10

Dedos Falange Média 08

Falange Distal 10
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Figura 1 – Membro Inferior; Representação do esqueleto e das regiões articulares;

vista anterior
8

Figura 2 – Osso Sacro Cíngulo do Membro Inferior; vista superior

A área superior à abertura superior da pelve é denominada pelve maior e a área

inferior a esta deve ser designada pelve menor.


Classificação Tipos Movimentos Possíveis

Sínfise Púbica Mobilidade bidimensional e rotação de uns


Cartilagínea, poucos milímetros em conjunto com a
Sincondrose com disco deformação de pelve quando na
Interpúbico sustentação da carga

Articulação Sacroilíaca
Anfiartrose

Ligamentos Sacroilíacos Anteriores

Articulações Fibrosas
Tabela 2 - Ligações dos ossos do cíngulo do membro inferior
9
10

Ossos do Membro Inferior:

Temos o ILÍACO ou COXAL com seus acidentes anatômicos: ísquio, íleo, púbis,

forame obturado, acetábulo, púbis, crista ilíaca, incisura isquiática maior e menor,

espinha ilíaca: antero-superior, antero-inferior, póstero-superior e póstero-inferior.

Figura 3 - Osso do Quadril; vista medial

A região estreita no centro é característica como caixilho de construção para a asa

do ílio.
11

Figura 4 - Osso do Quadril; vista anterior

Figura 5 – Pelve; forma da abertura superior da pelve no homem; vista superior


12

Figura 6 – Pelve; forma e medidas da abertura superior da pelve na mulher; vista

superior

Em relação à pelve masculina, cuja entrada é estreitada pelo promontório do sacro,

a pelve feminina possui uma entrada mais redonda e oval. Os ramos do púbis

formam um ângulo reto no homem, o ângulo subpúbico, e na mulher, um arco, o

arco do púbis. As faces ventrais do ílio da pelve feminina se estendem mais longe. O

maior diâmetro do forame obturado se encontra, na pelve feminina, em um plano

transversal, enquanto que no homem ele é vertical.


13

Figura 7 – Ligações ósseas da pelve, articulações do cíngulo do membro inferior e

articulação lombossacral no homem; vista ântero-inferior

Figura 8 – Ligações ósseas da pelve, articulações do cíngulo do membro inferior e

articulação lombossacral no homem; vista ântero-superior


14

Figura 9 – Ligações ósseas da pelve, articulações do cíngulo do membro inferior e

articulação lombossacral na mulher; vista ântero-inferior

Figura 10 – Ligações ósseas da pelve, articulações do cíngulo do membro inferior e

articulação lombossacral na mulher; vista ântero-superior


15

Figura 11 – Ligações ósseas da pelve, articulações do cíngulo do membro inferior e

articulação lombossacral na mulher; vista posterior

Figura 12 – Articulações do cíngulo do membro inferior na mulher; vista inferior


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Figura 13 – Pelve de um homem; Radiografia AP em posição ereta; Raio central

dirigido para o 3º segmento sacral


17

O FÊMUR é um osso longo onde podemos identificar em sua epífise proximal:

cabeça, colo, fóvea, trocanter maior e menor, linha inter-trocantérica e a fossa

trocantérica. Na Epífise distal: côndilos lateral e medial, fossa intercondilar, face

patelar e epicôndilos lateral e medial. Identificamos a PATELA que é o maior osso

sesamóide do esqueleto.

Figura 14 –Fêmur; vista anterior


18

Figura 15 –Fêmur; vista posterior


19

Figura 16 –Fêmur; vista medial


20

A TÍBIA é o osso medial da perna onde em sua epífise proximal devemos observar:

côndilos lateral e medial e as faces articulares, eminências intercondilares e a

tuberosidade tibial. Na diáfise identificaremos a margem anterior e na epífise distal:

maléolo medial e incisura fibular.

A FÍBULA é o osso lateral onde observaremos na epífise proximal; cabeça, o ápice e

o colo. Na diáfise a margem anterior e na epífise distal: maléolo lateral e fossa

maleolar.

Figura 17 –Tíbia; vista anterior


21

Figura 18 –Tíbia; vista lateral


22

Figura 19 –Tíbia; vista posterior


23

Figura 20 –Fíbula; vista medial


24

Figura 21 –Fíbula; vista lateral


25

Figura 22 – Tíbia e Fíbula; vista posterior


26

O PÉ se divide em tarso, metatarso (metatarsianos) e dedos com suas falanges

proximal média e distal. No TARSO identificaremos: calcâneo, cubóide, talus,

navicular, e cuneiformes: lateral, intermédio e medial.

Os dedos do pé são designados como:

I – Hálux

II – Segundo dedo

III – Terceiro dedo

IV – Quarto dedo

V – Dedo mínimo

Figura 23 –Ossos do pé; vista superior


27

Figura 24 –Ossos do pé; vista plantar


28

Figura 25 –Ossos do pé; vista medial

Figura 26 –Ossos do pé; vista lateral

* Também chamada: linha articular de Chopart

** Também chamada: linha articular de Lisfranc


Articulação Tipo de Articulação Possibilidade de Movimentação

Articulação do Quadril Rotação Lateral Flexão (Anteversão),


Extensão (Retroversão),
Adução,
Esferóide
Abdução,
Rotação Medial,

Articulação do Joelho Flexão,


Extensão,
Trocóidea/Gínglimo
Rotação Medial (só possível na posição flectida),
Rotação Lateral (só possível na posição flectida)

Articulação Tibiofibular Diminuto deslocamento nas direções transversal e


Anfiartrose vertical bem como possível diminuta rotação

Articulação Sindesmose Fixação do encaixe maleolar; na dorsiflexão na


Tibiofibular Fibrosa articulação tibiofibular, o encaixe maleolar cede um
pouco separadamente

Articulação Talocrural Flexão (abaixa o dorso do pé),


Flexão plantar,
Gínglimo Extensão (eleva o dorso do pé),
Dorsiflexão
Tabela 2 – Articulações da Parte Livre do Membro Inferior

a) Talocalcaneonavicular Articulação (Talotarsal) Levanta a margem medial do pé (= supinação)


(= divisão anterior) Levanta a margem lateral do pé (= pronação)
Combinada Pivô-esferóide
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Articulação Tipo de Articulação Possibilidade de Movimentação

ão Talonavicular Articulação Transversa do Tarso Diminutos movimentos plantares, dorsais e de


(Linha Articular de Chopart) rotação; proteção do arco longitudinal (articulação
Anfiartrose
de fechamento da planta do pé)

a) Cuneonavicular Articulação Do Pé Diminuto movimento pela deformação do pé na sua


Anfiartrose adaptação ao solo, p. ex., no caminhar

articular de Lisfranc) Articulação Tarsometatarsais parte anterior do péDiminutos movimentos plantares e dorsais e torção
daAnfiartrose

Articulação Intermetatarsais Anfiartrose do péMovimento involuntário na torção da parte anterior

Articulação Metatarsofalângicas Esferóide Flexão, Extensão dos dedos


funcionalmente limitada

Articulação Interfalângicas do Pé Gínglimo


Tabela 2 – Articulações da Parte Livre do Membro Inferior
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Classificação Tipos Movimentos Possíveis

Sínfise Púbica Mobilidade bidimensional e rotação de uns


Cartilagínea, poucos milímetros em conjunto com a
Sincondrose com deformação de pelve quando na
disco Interpúbico sustentação da carga

Articulação Sacroilíaca
Anfiartrose

Ligamentos Sacroilíacos Anteriores

Articulações Fibrosas
Tabela 3 – Ligações dos ossos do cíngulo do membro inferior
31
32

Capítulo 2 – Fraturas de MMII

Fraturas da pelve:

As fraturas da pelve instáveis comumente estão associadas a lesões de órgãos e

estruturas da cavidade pélvica. Nos casos de fraturas expostas a mortalidade chega

a 50%.

Mecanismo traumático:

• Em idosos normalmente é provocada por traumas diretos de baixa energia

(queda da própria altura).

• Em jovens pode ser provocada por traumas diretos e indiretos de alta energia

(acidentes de carro)

Classificação:

São muitas as classificações utilizadas pra essas fraturas, contudo o prognóstico e o

tratamento depende diretamente da estabilidade da fratura, assim a classificação

quanto a estabilidade, descrita a baixo, torna-se muito utilizada.

• Fratura sem ruptura do anel pélvico.

a) Avulsão – Espinha ilíaca ântero-superior ou tubérculo isquiático.

b) Ramo púbico.

c) Ísquio – Por trauma direto.

• Fratura com ruptura do anel pélvico estável.

a) Asa do ílio.

b) Assoalho do acetábulo.

c) Ramo ísquio-púbico e ílio-púbico homolateral.


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• Fratura com ruptura do anel pélvico instável.

a) Ramo ísquio-púbico e ílio-púbico bilateral

b) Asa do ílio ou sacro com ruptura da sínfise.

c) Ramo ísquio-púbico e ílio-púbico + asa homolateral

Tratamento conservador (fraturas sem ruptura do anel pélvico):

• Repouso

Tratamento cirúrgico:

• Parafuso.

• Placa e parafuso.

• Fixador externo.

Obs: Carga só após 12 à 16 semanas.

Complicações:

• Doenças tromboembólicas.

• Pneumonias.

• Lesão nervosa.

• Lesão urogenital

• Consolidação viciosa (principal causa de dor no pós-operatório)

Obs: Nos casos de fraturas instáveis o paciente deve permanecer no leito por

aproximadamente 6 semanas e os exercícios ativos só devem ser liberados após

3 semanas.
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Figura 27 - Fratura da asa do Ílio (1), do acetábulo (1 e 4) e dos ramos

ísquio-púbicos (3)

Figura 28 -Tratamento cirúrgico de uma fratura do acetábulo (1), fratura bilateral dos

ramos ísquio-púbicos (2) e luxação da sínfise púbica com fratura do sacro (3)

Fraturas do acetábulo:

Há basicamente dois grupos de pacientes com fraturas do acetábulo. O primeiro

composto de idosos com ossos osteoporóticos associado à traumatismo de baixa

energia. O outro é formado por jovens, vítimas de acidentes de alta energia,

geralmente politraumatizados. Essas fraturas estão freqüentemente associadas a

lesões de partes moles.


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Classificação:

• Fratura anterior – fratura muita rara e de bom prognóstico, pois não afeta a

área de carga do acetábulo.

• Fratura posterior – comumente associada à luxação do quadril.

• Fratura transversa – normalmente é estável.

• Fratura complexa – mais comum e normalmente de mau prognóstico.

Tratamento conservador (raramente é realizado. Só é utilizado nas fraturas sem

desvio):

• Repouso com restrição de carga.

Tratamento cirúrgico:

• Placa e parafuso.

• Artroplastia do quadril (fraturas complexas em indivíduos idosos).

Complicações:

• Tromboembolismo.

• Lesão vascular.

• Lesão nervosa.

• Calcificação heterotópica.

• Artrose pós-traumática.

Luxação do quadril:
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As luxações do quadril raramente ocorrem sem fraturas associadas.

Classificação:

• Luxação central (só ocorre com fraturas, sendo abordadas de acordo com a

complexidade da fratura).

• Luxação anterior (corresponde de 10 à 15%) – Clinicamente a coxa fica

rodada externamente, abduzida e ligeiramente fletida.

• Luxação posterior (mais comum) - Clinicamente a coxa fica rodada

internamente, aduzida e em leve flexão; além de encurtada.

Figura 29 - Aspecto clínico da luxação posterior (1) e da luxação anterior (2)

Radiografia de luxação posterior (3)

Tratamento conservador (é sempre a opção nos casos de luxação sem fratura):

• Redução incruenta sob anestesia.

Complicações:

• Necrose da cabeça do fêmur.

• Artrose precoce.

• Miosite ossificante.
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• Lesão nervosa.

• Lesão vascular

Fratura do colo do fêmur:

São fraturas típicas de idosos e acometem predominantemente mulheres (5:1),

provavelmente pela maior incidência de osteoporose nas mulheres.

Mecanismo Traumático.

• Em jovens normalmente é provocada por traumas indiretos de alta energia.

• Em idosos pode ser provocada por traumas de baixa energia (queda da

própria altura).

Classificação de Garden:

• Tipo I – Fratura impactada em valgo (adução) ou incompleta.

• Tipo II – Fratura completa sem desvio.

• Tipo III – Fratura com desvio de até 50%.

• Tipo IV – Fratura com desvio maior de 50%.


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Figura 30 - Os 4 estágios das fraturas do colo de fêmur de acordo com Garden

Tratamento conservador (tipo I):

• Repouso com restrição de carga.

Tratamento Cirúrgico:

• Fio de Kirschner.

• Parafusos canulados.

• Placa DHS (Dynamic Hip Screw)

• Prótese (necrose)

OBS: A carga só é liberada após a consolidação, aproximadamente 12 semanas,

com exceção das tratadas com placa DHS.

Complicações:

• Necrose da cabeça.

• Artrose.

• Pseudoartrose (20 a 30%).

• T.V.P.

• Pneumonias (idosos)

Fratura transtrocantérica:

É uma fratura típica das mulheres da terceira idade e é descrita como a fratura

proximal do fêmur mais comum.

Pode ser simples ou associada à fratura dos trocânter maior ou menor.


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Mecanismo Traumático:

• Normalmente é provocada por uma queda da própria altura sobre a face

lateral da coxa.

Tratamento cirúrgico (é sempre tratada cirurgicamente):

• Placa DHS (Dynamic Hip Screw). (a carga é liberada precocemente)

Complicações (são raras):

• T.V.P.

• Perda de redução

• Consolidação viciosa

Figura 31 - Fratura de colo de fêmur fixada com 3 parafusos (1), fratura

transtrocantérica(2), placa D.H.S. e haste P.F.N.

(Proximal Femural Nail).


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Epifisiólise da cabeça do fêmur (coxa vara do adolescente):

É o deslocamento da epífise superior do fêmur em relação ao colo, em ossos

imaturos.

Ocorre pouco antes da puberdade (12 anos meninas e 15 anos meninos) e pode

estar relacionada com distúrbios endócrinos ou obesidade.

A causa é incerta, mas pode está relacionada com trauma; sua incidência é maior

em meninos.

Tipos:

• Crônica (mais comum) – Tem inicio insidioso

• Aguda – Tem inicio súbito, geralmente após um trauma

• Crônica agudizada – Tem inicio insidioso e subitamente os sintomas pioram,

geralmente após um trauma.

Quadro clinico:

• Claudicação

• Coxa rodada externamente.

• Dor na região inguinal.

• Rotação interna diminuída.

• Abdução diminuída.

Classificação de Wilson:

• Grau 0 – alargamento da fise.


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• Grau I – deslizamento de até 1/3 da largura do colo.

• Grau II – deslizamento de 1/3 a 1/2 da largura do colo.

• Grau III – deslizamento maior que ½ da largura do colo.

Tratamento cirúrgico:

• Fixação com parafusos ou fio de Kirschner.

Complicações:

• Varismo de coxa.

• Necrose da cabeça.

• Artrose

• Bilateral (15 a 30%)

Figura 32 - Epifisiólise (1) e tratamento com 3 fios de Kirschner na epifisiólise (2).

Fratura diafisária do fêmur:

É uma fratura que freqüentemente lesa o quadríceps e acomete mais indivíduos

adultos jovens. Seu tratamento é essencialmente cirúrgico. No passado o tratamento


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conservador com tração transesquelética até a consolidação da fratura era

freqüentemente realizado e produzia muitas complicações.

Mecanismo Traumático:

• Normalmente é provocada por traumas de alta energia direto ou indireto,

muito comum em acidentes automobilísticos e atropelamentos.

• Clinicamente é de fácil diagnostico, isso porque quase sempre produz

deformidade.

Tratamento Conservador:

• Não é mais realizado por causa das complicações.

Tratamento cirúrgico:

• Haste intramedular (carga liberada de acordo com a tolerância do paciente)

• Placa e parafuso.

• Fixador externo.

Complicações:

• Pseudo-artrose

• Retardo de consolidação

• Consolidação viciosa.
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Figura 33 - Fratura diafisária de fêmur e tratamento com haste (1 e 2); Tração

transesquelética (3)

Fratura distal do fêmur:

São fraturas mais comuns em jovens e normalmente com grande potencial de

desvio. Clinicamente produz deformidade e edema no joelho.

Mecanismo traumático:

• Trauma indireto – é o mais comum.

• Pode ser extra-articular (melhor prognóstico) ou intra-articular.

Tratamento conservador (fraturas sem desvio):

• Imobilização com tubo gessado com joelho fletido a 20 graus por

aproximadamente 10 semanas.

Tratamento cirúrgico:

• Placa e parafuso.
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• Parafuso.

OBS: No pós-operatório pode ser indicado o uso do aparelho de CPM no período

hospitalar.

Figura 34 - Aparelho de movimento contínuo (CPM)

Complicações:

• Artrose precoce.

• Rigidez.

• Pseudo-artrose.

Figura 35 - Fratura distal de fêmur e tratamento com placa e parafuso

de compressão dinâmica.
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Fratura da patela:

Representam 1% de todas as fraturas do corpo e acometem mais homens de meia

idade.

Mecanismo Traumático:

• Trauma direto com joelho fletido.

Classificação:

• Sem desvio.

• Com desvio (desvio maior que 3mm)

Classificação quanto ao traço:

• Transversa.

• Vertical.

• Polar superior.

• Polar inferior.

• Cominutiva.

Tratamento conservador (fraturas incompletas):

• Tubo gessado com joelho em extensão por 6 semanas aproximadamente.

Tratamento cirúrgico:

• Banda de tensão.

• Fio de Kirschner.
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• Patelectomia total e parcial.

Complicações:

• Refratura.

• Pseudoartrose.

• Artrose precoce.

• Tendinite patelar.

• Ruptura do tendão patelar.

Figura 36 - Fratura transversa (1), fixação em banda de tensão (2 e 3)

e fio de proteção dinâmica.

Fratura do platô tibial:

São fraturas mais comuns em indivíduos idosos (8%) do que no resto da população

(1%).

Mecanismo Traumático:

• Trauma direto – mais comum do côndilo lateral.

• Trauma indireto – traumas axiais.


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• A fratura do côndilo lateral por trauma direto é conhecida por “fratura do pára-

choque”.

Tratamento conservador (fratura sem desvio):

• Tubo gessado com joelho fletido a 20 graus por aproximadamente 10

semanas.

Tratamento cirúrgico:

• Placa e parafuso (placa em contraforte).

• Parafuso.

OBS: No pós-operatório pode ser indicado o uso do aparelho de CPM no período

hospitalar.

Complicações:

• Artrose precoce.

• Rigidez

• Pseudo-artrose.
48

Figura 37 - Fratura do platô tibial (1) e fixação com placa em contraforte e parafusos

(2 e 3)

Fratura diafisária da tíbia e fíbula:

São as fraturas dos ossos longos mais freqüentes e pode ocorrer de forma isolada

ou combinada.

A fratura da diáfise da tíbia é a fratura exposta mais comum.

Mecanismo traumático:

• Trauma direto – atropelamento.

• Trauma indireto – geralmente associado a força de torção.

A classificação das fraturas da tíbia levam em consideração os seguintes aspectos:

• Aberta ou fechada.

• Traço.

• Instável e estável.

Tratamento conservador da tíbia:

• Imobilização inguinopodálica por 4 à 6 semanas com suropodélica por mais 4

à 6 semanas.

Tratamento cirúrgico da tíbia:

• Haste intramedular (carga de acordo com tolerância do paciente).

• Fixador externo.
49

• Placa e parafusos (pouco comum)

OBS: As fraturas dos 2/3 superiores da fíbula deve ser negligenciada.

Complicações:

• Lesão nervosa.

• Lesão vascular.

• Consolidação viciosa.

• Pseudo-artrose.

• Síndrome compartimental.

Figura 38 - Fratura diafisária e tratamento com haste intramedular (1 e 2); fixador

externo circular e linear (3 e 4).

Fratura do pilão ou teto tibial:


50

Possui o nome de pilão pois a fratura é provocada pelo impacto do tálus sobre a

tíbia.

Mecanismo Traumático:

• Trauma indireto – é provocado pelo impacto do tálus no teto tibial.

Tratamento conservador (raro):

• Imobilização suropodálica por aproximadamente 8 semanas.

Tratamento cirúrgico:

• Placa e parafuso.

• Parafuso.

Complicações:

• Rigidez.

• Pseudoartrose.

• Artrose precoce.
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Figura 39 - Fratura do teto tibial e tratamento com placa e parafuso (1 e 2).

Fraturas Maleolares:

São fraturas muito freqüentes e podem ocorrer no maléolo lateral, medial ou

bimaleolar.

Mecanismo traumático:

• Quase sempre provocada por uma entorse do tornozelo.

• Estão freqüentemente associadas à lesão ligamentares.

Classificação de Weber e Danis (maléolo fibular):

• Infrasindesmal – provocada por inversão é uma fratura por avulsão dos

ligamentos laterais (pode estar associada à fratura do maléolo tibial).

• Transindesmal – provocada por eversão (pode estar associada à lesão da

sindesmose, subluxação do tálus e fratura do maléolo tibial).


52

• Suprasindesmal – provocada por eversão (pode estar associada à lesão do

ligamento deltóide, subluxação do tálus e fratura do maléolo tibial. A

sindesmose está sempre lesada).

Tratamento conservador (fratura sem desvio, infra ou transindesmal):

• Imobilização suropodálica por 6 semanas aproximadamente.

Tratamento cirúrgico (sempre na suprasindesmal):

• Placa e parafuso.

• Fio de Kirschner (maléolo medial)

• Parafuso (maléolo medial).

Complicações:

• Pseudoartrose.

• Rigidez.

• Artrose precoce.

• Edema residual.
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Figura 40 - Fratura bímaleolar suprasindesmal (1 e 2) e fratura bimaleolar

transindesmal (3 e 4)

Fratura do tálus:

São fraturas raras e potencialmente graves pelo risco de necrose e artrose.

Mais de 60% superfície do tálus é coberta por cartilagem isso explica o alto risco de

necrose e artrose.

Mecanismo traumático:

• Trauma indireto - o tálus é comprimido entre o calcâneo e a tíbia.

A fratura do tálus pode ocorrer nos seguintes níveis:

• Cabeça.

• Colo (mais comum)

• Corpo.

É comum a associação com outras fraturas como:


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• Maléolo medial (comum).

• Calcâneo

• Metatarso

Tratamento conservador (fraturas sem desvio)

• Imobilização suropodálica por aproximadamente 8 semanas (sem carga).

Tratamento cirúrgico:

• Parafuso (sem carga por 6 semanas).

• Artrodese subtalar nos casos de fraturas cominutivas em idosos (sem carga

por no mínimo 8 semanas).

Complicações:

• Necrose.

• Artrose precoce.

• Rigidez.

• Consolidação viciosa.
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Figura 41 - Fratura do colo do tálus e fixação com parafusos (1 e 2)

Fratura do calcâneo:

São lesões comuns em jovens.

Estão freqüentemente associadas as fraturas de tornozelo.

Mecanismo traumático.

• Trauma direto – normalmente impacto do calcâneo no solo.

As fraturas do calcâneo podem ser:

• Extra-articular – 25%

• Intra-articular – 75%

Tratamento conservador (fraturas sem desvio):

• Imobilização suropodálica por aproximadamente 8 semanas (sem carga).

Tratamento cirúrgico:

• Placa e parafuso (sem carga por 6 semanas).

• Parafuso (sem carga por 6 semanas)

• Artrodese subtalar nos casos de fraturas cominutivas em idosos (sem carga

por no mínimo 8 semanas).

Complicações:

• Artrose.
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• Rigidez.

• Síndrome compartimental.

• Tendinite dos fibulares.

Figura 42 - Fratura do calcâneo e fixação com placa (1 e 2)

e fratura por avulsão do calcâneo.

Fratura-luxação de Lisfranc:

É a fratura da base do segundo metatarso (95% das vezes) mais luxação da

articulação tarso-metatarso (art. de Lisfranc).

É uma lesão rara.

Mecanismo traumático:

• Trauma direto – queda de objeto sobre o pé.

• Trauma indireto – trauma sobre o antepé com plantiflexão do pé.

Tratamento é sempre cirúrgico:

• Fio de Kirschner ou parafuso + imobilização suropodálica por 4 – 6 semanas.


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Complicações:

• Consolidação viciosa.

• Síndrome compartimental.

OBS: Uma outra fratura-luxação do pé é a de “Chopart” definida como: Fratura do

navicular + luxação calcâneo-cubóide e talo-navicular.

Figura 43 - Fratura-luxação de Lisfranc em incidência AP e oblíqua (1 e 2).

Fratura de Jones:

É a fratura por avulsão da base do quinto metatarso.

É a fratura metatarsal mais comum e acomete predominantemente mulheres.

Mecanismo traumático:

• Avulsão pelo fibular curto.


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Tratamento conservado (mais comum):

• Imobilização suropodálica por 4 -6 semanas.

Tratamento cirúrgico (com desvio):

• Fio de Kirschner + imobilização.

Essa fratura raramente complica.

Figura 44 - Fratura de Jones

Fraturas dos metacarpos e falanges:

São as fraturas mais freqüentes do pé.

Mecanismo traumático:

• Trauma direto – queda de objeto sobre o pé (mais comum).

• Trauma indireto – geralmente força de torção.


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Podem ocorrer nas seguintes regiões:

• Cabeça.

• Colo.

• Diáfise.

• Base.

Tratamento conservador (mais comum):

• Bota gessada por 4 – 6 semanas (sem carga no antepé por 2 semanas)

Tratamento cirúrgico:

• Fio de Kirschner mais bota gessada por 6 semanas (sem carga no antepé por

4 semanas)

Essa fratura raramente complica.

Figura 45 - Fratura extrarticular do 4º e 5º metatarso


60

Bibliografia:

SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

NETTER, F.H. (M.D.) Atlas de Anatomia Humana. Porto Alegre: Artmed, 1998.

LIMA, M Apostila Trauma MMII com Radiografias.

BONTRAGER, K. L. Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica. 5ª Edição.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

Índice:

Resumo.........................................................................................................................5

Introdução:.....................................................................................................................6

Capítulo 1 – Sistema Esquelético dos Membros Inferiores..........................................6

Ossos do Membro Inferior:..........................................................................................10

Capítulo 2 – Fraturas de MMII.....................................................................................32

Fraturas da pelve:........................................................................................................32

Fraturas do acetábulo:................................................................................................34
61

Luxação do quadril:.....................................................................................................35

Fratura do colo do fêmur:............................................................................................37

Fratura transtrocantérica:............................................................................................38

Epifisiólise da cabeça do fêmur (coxa vara do adolescente):.....................................40

Fratura diafisária do fêmur:.........................................................................................41

Fratura distal do fêmur:...............................................................................................43

Fratura da patela:........................................................................................................45

Fratura do platô tibial:..................................................................................................46

Fratura diafisária da tíbia e fíbula:...............................................................................48

Fratura do pilão ou teto tibial:......................................................................................49

Fraturas Maleolares:....................................................................................................51

Fratura do calcâneo:....................................................................................................55

Fratura-luxação de Lisfranc:........................................................................................56

Fratura de Jones:........................................................................................................57

Fraturas dos metacarpos e falanges:..........................................................................58

Bibliografia:..................................................................................................................60

Índice:..........................................................................................................................60

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