You are on page 1of 13
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Grupo de Pesquisa em Producao e Ensino de Texto Il Simpésio Nacional de Texto e Ensino VIVENCIAS CIDADAS X EXPERIENCIAS DOCENTES: ATIVIDADES DE LEITURA E DE ESCRITA COM A COMUNIDADE Marllia de Nazaré de Oliveira Ferreira Ana Carla Costa Castilho ‘Ana Claudia Assungao Chaves Camila Néo Corréa Evileny Magalhaes Gongalves Milene das Mercés Alcéntara Rafaela Viana Maciel Raquel Hianes de Oliveira Sindy Rayane de Souza Ferreira Universidade Federal do Pard (UFPA) 1 APRESENTACAO, © Curso Popular de Leitura e Produgao Textual é uma atividade de extensao do Programa de Educagao Tutorial em Letras, da Universidade Federal do Para. & realizado no Nuicleo de Educagao Popular “Raimundo Reis” (NEP), situado no bairro do Bengui, na cidade de Belém. Os principais objetivos do referido curso sao: para os alunos: instrumentalizé-los para que tenham maior dominio das praticas de leitura e escrita; para as bolsistas: proporciona-las experiéncias docentes em atividades extracurriculares. Embora 0 curso seja realizado em um espago ‘ndo-escolar’ e ministrado por “professores em formagao”, busca-se as orientagdes dos Parametros Curriculares Nacionais (PCN), do ensino médio, para conduzir as praticas docentes. Segundo os Parametros Curriculares Nacionais O trabalho do professor centra-se no objetivo de desenvolvimento @ ‘sistematizaco da linguagem interiorizada pelo aluno, incentivando a verbalizagao da mesma e o dominio de outras ullizadas em diferentes esferas sociais. (BRASIL, 2002, p. 18) Assim, com 0 intuito de atingir a proposta acima, adota-se a perspectiva interacionista da linguagem, de acordo com Marcuschi (2001) e, consequentemente, a elaboragao de atividades de leitura e produgdo de textos através de géneros textuais, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Grupo de Pesquisa em Producao e Ensino de Texto Il Simpésio Nacional de Texto e Ensino A escolha dos géneros a serem utilizados nas aulas pauta-se em duas premissas observadas em Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), so elas: © trabalho escolar sera realizado, evidentemente, sobre géneros que 0 aluno nao domina ou o faz de maneira insuficiente; sobre aqueles dificilmente acessiveis, espontaneamente, pela maioria dos alunos. (p.89). A partir das premissas acima, selecionamos os géneros que fazem parte da realidade local dos alunos. Vale ressaltar que ja tinhamos ideia do perfil dos alunos Porque, em 2011, realizamos atividades de leitura e produgao de texto para pulblico- alvo semelhante, no mesmo local Como foi dito no inicio, o curso é realizado no bairro do Bengul, na cidade de Belém. Segundo a coordenadora do NEP, a pedagoga Maria do Livramento Ferreira de Aviz, no seu texto "NUCLEO DE EDUCAGAO POPULAR “RAIMUNDO REIS” — NEP: um didlogo nas interfaces com a educago, memérias e saberes da comunidade do Bengui”, as pessoas que moram no bairro ainda vivem condigées de vida baixissimas, “de extrema pobreza, abandono e exclusao social consequente da auséncia ou omisséo do papel do Estado". Assim, os alunos que frequentam 0 curso sao alunos que se encontram em situagao de vulnerabilidade. ‘Sabemos que nas escolas onde os alunos estudam, o ensino de lingua ainda Persiste no ensino da gramética pura e simplesmente, segundo eles préprios relatam. Portanto, sabendo da realidade local dos alunos e do proprio ensino de lingua nestas escolas, apostamos em um conjunto de géneros que atendem tanto as premissas de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) e, principalmente, dos alunos. Sao eles: perfil, enigma, noticia, antincio publicitario e manuais de instrugao. ‘Apés a introdugao, serao apresentadas as aulas que foram orientadas pela tutora do PET-Letras, professora Dr’, Marilia de Nazaré de Oliveira Ferreira (UFPa) € pela colaboradora do programa, professora Esp. Eunice Braga Pereira (UFPa) e ministradas pelas bolsistas: Ana Carla Costa Castilho, Ana Claudia Assungdo Chaves, Camila Néo Corréa, Evileny Magalhaes Gongalves, Milene das Mercés Alcantara, Rafaela Viana Maciel, Raquel Hianes de Oliveira e Sindy Rayane de Souza Ferreira. E Texto e de Grande do Norte Grupo de Pesquisa em Producao e Ensino de Texto Il Simpésio Nacional de Texto e Ensino 2 INTRODUGAO As reflexées acerca da histéria do ensino de Lingua Portuguesa séo constantes, haja vista serem de extrema relevancia para o ambito escolar, para a formagao do professor e também do aluno. Ao refletirmos sobre 0 modo como as questdes concementes ao ensino de lingua tém sido ponderadas nos Ultimos tempos, percebemos que este era realizado de forma mecanizada e destituida de funcionalidade. ‘Sabemos que nao ha como continuar com a perspectiva classica de ensino, na qual o professor tomava como base de ensino palavras, sentengas e até mesmo textos, destituidos de um contexto e sem funcionalidade para o aluno, pois, por meio destes métodos de ensino nao havia como despertar a curiosidade daquele por se tratar de algo que ndo tinha relagdo com as diversas situagées discursivas nas quais ele estava inserido, assim, acabava por se tornar ineficaz ao aprendizado. Muitos estudiosos tém, a partir de novas pesquisas, indicado uma nova diregao no que tange ao ensino de lingua em relago ao papel do professor ¢ 0 desenvolvimento do aluno, A aprendizagem pautada em praticas que no valorizam © ensino sob uma perspectiva interacionista tem sido rejeitada. Partindo do pressuposto de que utilizamos a lingua para interagir com o outro, e com 0 mundo 6 que a trabalhamos, com os estudantes do cursinho popular, por meio de géneros textuais, O objetivo desse tipo de ensino é que o aluno “nao seja apenas um aprendiz passivo, mas um sujeito que constréi seu conhecimento (mundo e linguagem) pela mediagao do outro” (Del Ré, 2006, p. 25). Com base nisso, levamos as aulas situagées reais de comunicagao, nas quais 0 aluno nao s6 comunica, mas interage/age, pois em seu cotidiano é isso que acontece, o que ele falar no seré apenas escutado por um receptor pas! 0, muito pelo contrério, obteré as mais diversas reagdes, como uma resposta oralizada, uma simples expressao de duivida, enfado, ou até mesmo o siléncio, que ¢ uma resposta a algo que foi dito. fato de que o aluno estuda lingua para interagir melhor, nos mais diversos contextos nos quais esta inserido e com diferentes papeis sociais, deve ficar claro, ele precisa saber por que esta estudando algo, qual a funcionalidade daquilo, no

You might also like