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No ano de 1958 o governo estadual publica em 31 de dezembro a Lei no 1.726,
criando o Departamento de Águas e Esgotos Sanitários – DAES, que se instala em 4
de junho de 1959.
Em abril de 1960 com base na Lei Federal no 3.750, o SESP assume a denominação
de Fundação de Serviço Especial de Saúde Pública – FSESP - e passa a ter nos seus
quadros somente técnicos nacionais.
Em 1966 através da Lei Estadual no 2.653 foi constituída a Companhia de Águas e
Esgotos do Maranhão - CAEMA, empresa de economia mista voltada para a expansão
dos serviços de saneamento básico nos municípios do interior do estado
Para atender a demanda dos serviços de saneamento na capital, foi criada pela Lei no
2.978 de julho de 1969 a sociedade de economia mista denominada Companhia de
Saneamento de São Luís - SANEL.
Com o advento do Plano Nacional de Saneamento – PLANASA, o governo do
Maranhão tomou a decisão de centralizar na Companhia de Águas e Esgotos do
Maranhão - CAEMA todas as ações relativas à política de saneamento do estado, e
através da Lei no 3.130 de 30 de março de 1971 autorizou a incorporação da SANEL
pela CAEMA (SILVA, 2004).
Em abril de 1990 com base no art. 14 da Lei Federal no 8.029 a Fundação de Serviço
Especial de Saúde Pública – FSESP passa a denominar-se Fundação Nacional de
Saúde – FUNASA.
Apresentamos a seguir cronologia dos serviços de saneamento no estado do
Maranhão, desde seu início em 1850 até os dias atuais.
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2. EVOLUÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE SÃO LUÍS
De acordo com registros históricos as obras do que viria a ser o embrião do atual
sistema de esgotamento sanitário da cidade de São Luís tiveram início no ano de 1911
com a implantação das primeiras tubulações da rede coletora de esgotos, pela
Companhia das Águas de São Luís.
O projeto então concebido, do tipo separador absoluto, consistia de três bacias de
esgotamento que cobriam a então área urbanizada da cidade, com lançamento dos
seus efluentes sem tratamento na orla marinha, através de 700 metros de emissário
submerso à pequena profundidade.
Foi desta época a execução de 38.400 m de rede coletora em tubos de grês
cerâmicos e a implantação de 4.200 ramais prediais na área de abrangência do
projeto.
Consta que este conjunto de obras permaneceu inoperante durante um período de 12
anos, devido à precariedade de abastecimento motivada pela escassez de água nos
setores beneficiados com redes coletoras de esgotos. E somente em 1923 com o
advento da Ullen & Company e que as obras foram retomadas sendo recuperadas as
redes e galerias existentes, assentados novos trechos de interceptores e executadas
as ligações prediais.
Este sistema de esgotamento englobava também a construção de duas estações de
bombeamento; uma localizada na avenida Beira Mar, com capacidade de 152 l/s,
lançando os efluentes na foz do rio Anil; e outra, construída no bairro do Desterro com
vazão nominal de 106 l/s com o lançamento dos efluentes na foz do rio Bacanga.
A terceira bacia, que não chegou a ser implantada, teria os seus efluentes
direcionados para uma estação de bombeamento no bairro da Macaúba, para também
serem lançados no estuário do Bacanga.
Estas obras e a implantação de tanques fluxíveis estrategicamente dispostos na
cidade, propiciaram a operacionalização das redes coletoras do então sistema de
esgoto, a partir de 1925.
Nos anos seguintes não se realizaram grandes obras de ampliação, e até o ano de
1961 só haviam sido acrescidos ao sistema cerca de 5.260 metros de rede coletora e
2.520 novas ligações prediais.
Em 1962, a FSESP desenvolveu um projeto para ampliação do sistema cuja
concepção se fundamentava na divisão da cidade em 6 (seis) bacias de esgotamento
sanitário, entre as quais considerava o aproveitamento das duas bacias existentes e
das estações elevatórias já implantadas, identificadas como: EE1 – Beira Mar e EE2 –
Desterro.
Este projeto, além da ampliação do sistema coletor envolvia o reestudo da terceira
bacia prevista no projeto anterior. Recomendava ainda a criação imediata de duas
novas bacias, a implantação de suas respectivas estações elevatórias (EE4, EE5)
para transposição dos seus efluentes para a Bacia 3, cujo lançamento final se daria
por meio de emissário submarino a partir da estação elevatória EE3 a ser construída
na margem direita do estuário do Bacanga.
Era previsto numa segunda etapa, a implantação da sexta bacia de contribuição, a
construção da EE6 e uma estação depuradora para prevenir a poluição das praias
além da ponta do São Francisco, que seriam objeto de detalhamento futuro.
Continha este projeto significativo avanço de ordem técnica e operacional; todavia, o
rápido crescimento da cidade, a consolidação de novos bairros, a instalação de novos
conjuntos habitacionais, a ocupação desordenada do espaço urbano decorrentes de
invasões, as alterações introduzidas no sistema viário e, principalmente, a inexistência
de programa de ordenamento espacial urbano e de políticas públicas tornaram
inexeqüível sua implantação em vista de uma nova realidade demográfica.
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Ainda assim, a CAEMA executou até o ano de 1968 parte das redes coletoras e dos
ramais prediais deste projeto nas bacias 3 e 5, abrangendo dentre outros aglomerados
urbanos os bairros do João Paulo e do Filipinho.
O surgimento e a conseqüente incorporação de novos empreendimentos habitacionais
contribuíram para expansão do sistema coletor existente, chegando a CAEMA até o
final da década com 78.110 m de rede coletora e 9.500 ligações prediais cadastradas.
A partir de 1970 a Planidro Engenheiros Consultores S/A desenvolveu para CAEMA,
um projeto que envolvia o estudo espacial da cidade, identificava e delimitava quatro
grandes áreas de contribuição de despejos sanitários, denominadas: Bacia Anil, Bacia
Bacanga, Bacia Oceânica I e Bacia Oceânica II, propondo o lançamento final através
de emissário submarino.
As obras do referido projeto concentraram-se nas bacias do Anil e do Bacanga,
constando da execução de novos trechos de emissários, interceptores, recuperação
das estações elevatórias existentes, construção de novas elevatórias, ampliação da
rede coletora e implantação de ligações prediais. Tais obras vieram a atingir no ano de
1980, os quantitativos de 404,98 km de rede assentada e 44.500 ramais interligados
ao sistema coletor.
No período de 1977 a 1994, foram desenvolvidos pela CAEMA vários estudos para
ampliação do sistema existente e melhoria dos serviços prestados; contudo, tais
estudos não redundaram em ações efetivas que se traduzissem em obras de
expansão do sistema devido à falta de investimentos específicos.
Com o agravamento da situação sanitária ao longo dos anos devido à limitação e
fragilidade do sistema existente, a CAEMA concebeu e desenvolveu no período de
1995 a 1998 os estudos e projetos do que seria denominado Programa de
Saneamento Ambiental da Ilha de São Luis.
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O programa tem como abrangência maior a Ilha de São Luis, na qual estão inseridos
além do município de São Luis, os municípios de São José de Ribamar, Paço do
Lumiar e Raposa.
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ÁREAS DOS MUNICÍPIOS ( km )
66,70
127,90 831,70
436,10
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─ Tratamento dos esgotos para remoção dos sólidos em suspensão, matéria
orgânica e patogênicos;
─ Desinfecção dos efluentes tratados na região estuarina;
─ Arranjos espaciais dos componentes do sistema que propiciem a máxima
modulação possível das unidades;
─ Soluções econômicas, sob o prisma da viabilidade técnica, sanitária e ambiental;
─ Estrutura gerencial e capacitação técnica para manutenção e operação do sistema
existente e a implantar;
─ Captação de recursos para dar suporte ao Programa de Saneamento Ambiental da
Ilha de São Luis.
─ Etapalização das obras e ecalonamento dos investimentos, para atender a
implantação global do sistema ao longo de 5 (cinco) etapas.
ETAPA 1:
Compreende uma área de 81 km2 com população projetada no final de plano de
537.000 habitantes, já tendo sido desenvolvidos os projetos Básicos e Estudos
Ambientais.
Os empreendimentos constantes da Etapa 1 do projeto, previa a implantação até o
ano 2000 dos seguintes componentes:
Interceptores 40.968 m
Emissários de Recalque 15.570 m
Redes Coletoras 262.807 m
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Ligações Prediais 21.793 un
Estações Elevatórias 43 un
Estações de Tratamento 04 un
Na área de abrangência desta etapa do projeto foram definidos 4 (quatro) sistemas de
esgotamento, assim identificados:
Sistema Anil:
Com área de 5 km2 abrange grande extensão territorial da margem esquerda do Rio
Anil, se divide em 56 sub-bacias de esgotamento, tendo atualmente os esgotos
lançados no próprio rio Anil, em seus afluentes, em regiões alagadas, manguezais e
canais da rede de drenagem.
Sistema Vinhais:
Consta de 117 sub-bacias, inseridas em uma área de 42 km2 que se desenvolve ao
longo da margem direita do Rio Anil, limitando-se à montante da ponte Bandeira
Tribuzzi, proximidades do bairro Tirirical, áreas da bacia do rio Paciência e da Bacia
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Oceânica, tendo seus esgotos lançados atualmente no rio Anil, Igarapé do Vinhais, em
regiões alagadas, manguezais e canais da rede de drenagem.
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As intervenções em obras da Etapa 1 previstas no sistema São Francisco, são:
Execução de Interceptores: (DN 150 a 600) 17.624 m
Execução de Emissários de Recalque: (100 a 400) 5.419 m
Execução de Redes Coletoras: (DN 150 a 200) 53.087 m
Execução de Ligações Prediais 4.494 un
Execução de Estações Elevatórias: (2 a 60 CV) 14 un
Execução de Estações de Tratamento: (RAFA : 178,23 l/s) 01 un
Recuperação de Estações Elevatórias 02 un
Sistema Bacanga:
Totaliza 57 sub-bacias distribuídas por uma área de 15 km2 que ocupa a margem
direita do rio Bacanga e pequena porção da margem esquerda do rio Anil, tendo
pequena parte dos seus esgotos tratados na ETE – Bacanga e o restante lançados
nos rios Anil, Bacanga e seus afluentes, em regiões alagadas, manguezais, talvegues
e canais da rede de drenagem.
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As intervenções em obras da Etapa 1 previstas no sistema Bacanga, são:
Execução de Interceptores: (DN 150 a 600) 6.339 m
Execução de Emissários de Recalque: (DN 100 a 600) 2.541 m
Execução de Redes Coletoras: (DN 150 a 350) 47.298 m
Execução de Ligações Prediais 4.107 un
Execução de Estações Elevatórias: (3 a 100 CV) 08 un
Execução de Estações de Tratamento: (RAFA : 242,66 l/s) 01 un
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Área do Centro Histórico
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Recuperação de Interceptores: (DN 800) 102 m
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Execução de Linhas de Recalque: 6.167 m
Execução de Estações Elevatórias: 13 un
Execução da ETA’s: Jaracati e Bacanga 02 un
ETAPA 2 DO PROGRAMA:
Previa para até o ano 2005 a implantação de:
Execução de Interceptores: 16 km
Execução de Redes Coletoras: 181 km
Execução de Ligações Prediais 13.000 un
Execução de Estações Elevatórias: 8 un
Execução de Estações de Tratamento: 4 un
ETAPA 3 DO PROGRAMA:
Previa para até o ano 2010 a implantação de:
Execução de Interceptores: 18 km
Execução de Redes Coletoras: 88 km
Execução de Ligações Prediais 38.000 un
Execução de Estações Elevatórias: 4 un
Execução de Estações de Tratamento: 4 un
ETAPA 4 DO PROGRAMA:
Previa para até o ano 2015 a implantação de:
Execução de Redes Coletoras: 58 km
Execução de Ligações Prediais 9.000 un
ETAPA 5 DO PROGRAMA:
Previa para até o ano 2020 a implantação de:
Execução de Redes Coletoras: 29 km
Execução de Ligações Prediais 12.000 un
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Bacias de Esgotamento Sanitário
Espacialmente, o sistema está dividido em 5 (cinco) bacias de esgotamento sanitário
denominadas: Bacia Anil, Bacia Bacanga, Bacia Paciência, Bacia Oceânica e Bacia
Jeniparana, topograficamente definidas a partir dos talvegues naturais e declividade
do relevo.
CALHAU
BACIA OCEÂNICA
RENASCENÇA
SÃO ETE
JARACATI
FRANCISCO
BACIA PACIÊNCIA
BACIA ANIL
CAMBOA
LIBERDADE
BEQUIMÃO
CENTRO
MONTE
VILA NOVA CASTELO
COHATRAC
ALEMANHA
CONJUNTO
VILA
MAIOBÃO
PALMEIRA
BAIRRO DE
SANTA
SÃO RAIMUNDO FÁTIMA JOÃO PAULO ANIL
CRUZ
VILA MAURO
BARRETO
FECURY
BACIA BACANGA I
CAMPUS DA UFMA
FORQUILHA
PINDORAMA
BACIA BACANGA II
ANJO DA GUARDA
TIRIRICAL
SÁ VIANA
BACIA JENIPARANA
SÃO CRISTÓVÃO
CIDADE
VILA EMBRATEL
OPERÁRIA
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uma extensão de 13,80 km aproximadamente e apresenta um traçado bastante
sinuoso no trecho em que atravessa o centro urbano da cidade.
Deságua na baía de São Marcos entre o Cais da Sagração na Avenida Beira Mar e a
ponta do São Francisco (MACEDO, 2003).
Constitui-se no principal corpo receptor desta bacia, recebendo ainda parte dos
efluentes sanitários transpostos por recalque, oriundos das bacias Paciência e
Oceânica.
As mais relevantes estações elevatórias de esgoto no contexto operacional desta
bacia e a estação de tratamento estão relacionadas a seguir:
Constata-se por outro lado, que nem todos os despejos que alcançam o sistema
coletor fluem para as estações elevatórias, pois que considerável número de
lançamentos de esgotos é direcionado para corpos d’água superficiais, canais,
galerias da rede pluvial, áreas baixas alagadas e manguezais.
Com base nos parâmetros usuais de projeto (população, cota per capta, coeficiente de
retorno), calculou-se em 283,36 l/s a vazão dos esgotos gerados na bacia do Anil. As
parcelas de vazão transpostas por recalque das bacias Paciência e Oceânica são
respectivamente, 186,68 l/s e 110,73 l/s.
Nesta bacia, integrada ao sistema público, existe apenas a ETE-Jaracati, com
capacidade nominal de 178,23 l/s operando no momento com vazão afluente de 95 l/s.
Isto equivale dizer que 485,77 l/s de esgoto bruto, alcançam o rio Anil e seus afluentes
sem qualquer tipo de tratamento.
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Pontos de lançamento de Esgotos sem Tratamento.
ETE - JARACATI
Tratamento Preliminar
Na ETE Jaracati, a retenção dos sólidos grosseiros se faz através de grade grossa fixa
de limpeza manual e grades curvas de limpeza mecanizada que descarregam os
materiais e resíduos nelas retidos em uma correia transportadora.
A retirada de areia se faz por meio de desarenador mecanizado com campo de ação
circular, constituído de uma ponte rotativa com raspador de fundo que conduz a areia
sedimentada no tanque para um poço lateral, de onde, através de um parafuso
helicoidal, a areia retida é mecanicamente removida do desarenador e lançada por
gravidade na caçamba de recolhimento de areia.
O esgoto bruto, livre dos materiais e sólidos indesejáveis, passa pelo processo de
medição de vazão a montante dos reatores.
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Os materiais retidos na fase de gradeamento e areias retirados no processo são
recolhidos em caçambas metálicas para remoção e disposição final em aterro
sanitário.
Tratamento Primário
Os efluentes sanitários oriundos da etapa de tratamento anterior são recalcados a
partir de uma estação elevatória de alimentação dos Reatores Anaeróbicos de Fluxo
Ascendente - RAFA, que, de acordo com a vazão afluente, tem os seus conjuntos
moto-bomba alternadamente ligados e desligados automaticamente por comando de
sensores de nível instalados no tanque de sucção das bombas.
a descarga do esgoto bruto é feita na parte superior do reator rafa em caixa central de
distribuição, que por sua vez alimenta cada módulo através de um canal associado a
caixas divisoras de vazão, de onde partem os tubos que conduzem o esgoto bruto
para o interior do reator, distribuíndo-o uniformemente pela área do fundo.
O RAFA é essencialmente constituído por uma estrutura de concreto armado,
devidamente protegido contra a ação química dos gases desprendidos pelo esgoto, no
qual o afluente entra pelo fundo. O afluente em seu movimento ascendente atravessa
uma zona de digestão na parte inferior do reator, onde se encontra o leito de lodo
biológico. Em uma zona logo acima forma-se a manta de lodo.
A mistura do sistema é promovida pelo fluxo ascensional do esgoto e pelas bolhas de
gás que se formam no processo. O biogás segue em trajetória ascendente com o
líquido, após este ultrapassar a camada de lodo biológico e a manta de lodo, em
direção a superfície do reator.
Na parte superior do reator, um dispositivo interno denominado separador trifásico
garante condições tranqüilas para a sedimentação das partículas sólidas carregadas
de biogás se desgarraram. Desta forma, as partículas retornam à câmara de digestão
ao invés de serem arrastadas para fora do sistema, e assim a estabilização da matéria
orgânica ocorre em todas as zonas de reação.
O lodo formado no reator durante o processo de tratamento é recolhido em leitos de
secagem até atingir a carga correspondente a 30 cm de altura, quando é então isolado
para a desidratação e secagem completa até o momento de sua remoção para o
aterro sanitário.
O líquido drenado através dos leitos de secagem flui por gravidade para o poço de
sucção da estação elevatória de líquidos percolados, que o reconduz ao tanque de
sucção da elevatória de alimentação do reator, fazendo, desta forma, a recirculação do
percolado.
Os gases produzidos durante o processo de tratamento no interior do reator, são
recolhidos através de tubulação de aço protegida por válvulas reguladoras de pressão,
válvula corta chamas e medidores de vazão de gás, que alimentam os queimadores
de gás localizados fora da área de instalação do reator.
De acordo com o projeto, a redução dos parâmetros afluentes esperadas nesta etapa
são apresentados a seguir:
DBO 60 a 80 %
Nitrogênio 10 a 20 %
Fósforo 10 a 20 %
SST 50 a 60 %
Coliformes 90 a 99 %
Desinfecção do Efluente
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Resfriamento do Ar Comprimido, Secagem do Ar; Introdução do Ar Seco no Gerador
de Ozônio, Aplicação de Descarga Elétrica de Alta Voltagem, Controle da Vazão de
Ozônio produzido, Aplicação e Dissolução do Ozônio no Tanque de Contato,
Destruição do Ozônio não utilizado no processo.
C.M.B.
LEGENDA:
GRADE GROSSA TANQUE DE CONTATO
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Equipamentos e acessórios das unidades operativas da ETE Jaracati
UNID. OPERATIVAS E EQUIPAMENTOS QUANT. SITUAÇ. OPERACIONAL
TRATAMENTO PRELIMINAR
Grade Grossa de Limpeza Manual 01 Operando
Grade Curva com Raspador Mecanizado 02 Apenas 1 está operando
Desarenador Mecanizado com Raspador 02 Apenas 1 está operando
Parafuso Helicoidal Mecanizado 02 Operando
Esteira Transportadora de Resíduos 01 Operando
Caçamba de Material Gradeado 01 Operando
Caçamba de Recolhimento de Areia 02 Operando
TRATAMENTO PRIMÁRIO
Medidor de Vazão Ultrasônico 01 Parado em manutenção
Reatores Anaeróbicos de Fluxo Ascendente
e Manta de Lodo - RAFA 03 Operando
Queimadores de Gás do Sistema de Coleta 02 Operando
Leitos de Secagem do Lodo 16 Operando
Caçambas de Lodo Desidratado 04 Operando
ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE LÍQUIDO PERCOLADO
Conjuntos Moto-Bomba 02 Operando
Quadros de Comando dos CMB’s 01 Operando
DESINFECÇÃO FINAL DO EFLUENTE
Geradores de Ozônio 02 Parado em manutenção
Tanque de Contato 01 Operando
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EEE - ESTAÇÕES VAZÃO TIPO DO SITUAÇÃO DESCARGA
ELEVATÓRIAS ( l/s ) ESGOTO ATUAL DO EFLUENTE
Parque Timbiras 8,00 Bruto Operando Rio das Bicas
Areinha 19,44 Bruto Operando Rio das Bicas
Beco da Prensa 43,50 Bruto Operando Estrela
Estrela 43,61 Bruto Operando Portinho
Portinho 68,00 Bruto Operando ETE-Bacanga
ETE - BACANGA 242,66 Tratado Operando Rio Bacanga
Fonte: COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DO MARANHAO
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ETE - BACANGA
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constituída por um tanque séptico associado a um filtro anaeróbico de leito fixo de
pedra e três células para leitos de secagem de lodo.
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Lagoa Facultativa da ETE Maiobão/Mocajituba
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Leitos de Secagem da ETE Lima Verde
Desta bacia 44,45 l/s dos seus esgotos são tratados pela ETE Jaracati localizada na
Bacia do Anil.
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Aspecto da Lagoa Facultativa - Cidade Operária
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4. CONCLUSÃO
Face ao exposto, observa-se que o índice de cobertura dos serviços de esgotamento
sanitário da cidade de São Luís mantém-se temporalmente no entorno de 40%, fato
indicativo da necessidade de investimentos em obras de ampliação do sistema.
Constata-se ainda, um outro índice da mais alta relevância que reflete o percentual de
esgoto tratado em relação ao volume total de esgoto gerado pela população residente
na área de influência do sistema, cujo valor aqui apurado é de apenas 9,65%.
Expressando esta realidade de uma outra forma, pode-se afirmar que atualmente
90,35% dos esgotos lançados no meio ambiente, não recebem tratamento adequado.
Estes números não acentuam tão somente questões relacionadas com a ineficiência
operacional do sistema; não se restringem apenas às rotinas operacionais que
envolvem estações elevatórias paradas, estações de tratamento inoperantes,
rompimentos de redes coletoras e serviços de desobstrução de pontos de lançamento
poluidores dos rios e córregos.
São, acima de tudo, indicativos da magnitude do passivo ambiental e do grau de
responsabilidade social da empresa concessionária dos serviços.
De fato, está-se diante de um quadro que retrata a verdadeira situação de
vulnerabilidade da infra-estrutura sanitária, que não pode ser apartado dos aspectos
de natureza ambiental e de saúde pública, e assim, deve ser visto pela população,
entendido pela concessionária dos serviços e assumido pelo poder público estadual.
A população, cada vez mais consciente dos seus direitos, tem exigido dos demais
atores o cumprimento dos seus deveres legais e constitucionais.
No campo de atuação da concessionária, muito ainda há que ser trabalhado, já que
regimentalmente a CAEMA tem por objetivo planejar, promover e executar a política
de saneamento básico na área estadual de abrangência da companhia.
Entende-se que para atingir a estes objetivos seja necessária a implantação de um
modelo de gestão que resulte de um processo participativo, dinâmico e eficaz, em que
fique claramente definida a estrutura orgânica, a competência, a responsabilidades e
os procedimentos de cada unidade operativa e lhes sejam assegurados os devidos
recursos humanos, materiais e financeiros.
Este caminho já foi percorrido por outras companhias estaduais, e aquelas que
lograram êxito em suas empreitadas conseguiram a custa de um perseverante
processo de mudança de postura gerencial da alta administração, do seu corpo
técnico, de seus colaboradores e principalmente da estrutura de governo local.
Da esfera estatal, muito mais que o reconhecimento do saneamento como um dos
mais importantes promotores de saúde pública, espera-se uma ação concreta que se
traduza na vontade política de reverter o atual quadro de degradação ambiental.
(ANJOS NETO, 2006)
RECOMENDAÇÕES
Todavia, ainda que não tenha sido construído o novo modelo de gestão, recomenda-
se a revisão dos aspectos estruturais e gerenciais, dos procedimentos operacionais e
administrativos descritos a seguir:
─ Desenvolver estudos no sentido de estruturar o referido departamento, estendendo
sua abrangência gerencial aos níveis de Divisão e Seção, contemplando as
atividades de manutenção de redes e ramais, manutenção eletro-mecânica,
manutenção e limpeza de EEE e ETE, tratamento e monitoramento de efluentes;
─ Elaborar projeto, construir, equipar e implantar oficina de manutenção mecânica
dos equipamentos de esgotamento sanitário, em separado das instalações hoje
existentes destinada aos equipamentos de abastecimento de água;
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─ Elaborar projeto, construir, equipar e implantar laboratório para realização de
análises físico-químicas e bacteriológicas, para suporte das atividades de
gerenciamento e monitoramento ambiental dos efluentes líquidos, sólidos e dos
corpos receptores;
─ Redimensionar as necessidades de pessoal, de equipamentos, suprimento de
materiais e insumos de cada unidade;
─ Desenvolver manuais de procedimentos administrativos e operacionais das
unidades sistêmicas, alinhados com as normas técnicas, de segurança do trabalho
e com a legislação ambiental pertinente;
─ Reexaminar os atuais editais de licitação e contratos de prestação dos serviços,
adequando-os ao Caderno de Encargos e Manual de Gerenciamento de Contratos
da companhia;
─ Elaborar programa de trabalho específico para Assessoria de Meio Ambiente –
PAM dotando-a dos meios necessários para que possa atender as demandas da
companhia, difundir na empresa conhecimento sobre legislação ambiental, sobre a
necessidade de licenciamento dos sistemas em operação ou em fase de
construção, e a construção de cultura ambiental na empresa;
─ Elaborar amplo programa de treinamento, capacitação técnica e gerencial do corpo
técnico da empresa voltado para uniformidade dos procedimentos e melhoria da
qualidade da prestação dos serviços, extensivo aos prestadores de serviços com
vínculo contratual, pois que estes representam hoje 68,07% da força de trabalho
do setor;
─ Desenvolver e implantar em todas as unidades operativas deste novo
Departamento, relatórios gerenciais mensais contendo registros e informações
cadastrais do sistema, dos equipamentos, horas trabalhadas, desempenho técnico
operacional, anormalidades, pendências e demais informações pertinentes;
─ Contratar e realizar serviços especializados de auditoria técnica e ambiental do
sistema de esgoto sanitário da capital para subsidiar a elaboração de um programa
de gestão dos serviços, desenvolvimento de projetos, definição de obras de
melhorias, reformas e ampliações das unidades em operação, objetivando a
realização de um programa de redução gradativa do passivo ambiental da
companhia;
─ Buscar recursos da linha de financiamento governamental e parcerias com o setor
privado, para desenvolver programas de reabilitação de áreas degradadas;
─ Desenvolver ações em conjunto com o governo estadual para captação de
recursos junto aos ministérios e organismos internacionais, de modo a viabilizar o
financiamento do Programa de Saneamento Ambiental da Ilha de São Luís, cujo
projeto básico está disponível na CAEMA;
É forçoso reconhecer, que os efeitos deletérios do cenário aqui apresentado, já se
manifestam na poluição dos ecossistemas aquáticos e terrestres, com riscos à saúde
da população, na desfiguração das paisagens, no comprometimento da balneabilidade
das praias e dos rios.
Criam-se assim, condições adversas às ações de saúde pública, às atividades sociais,
recreativas e turísticas, constituindo-se em sério entrave para o desenvolvimento
econômico do município.
Por derradeiro, e na expectativa de ver surgir uma nova realidade sanitária e
ambiental, registra-se a necessidade de que as ações aqui recomendadas aconteçam
o mais urgentemente possível. Temos pressa e já perdemos muito tempo. (ANJOS
NETO, 2006)
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REFERÊNCIAS
CASTRO, Antonio Carlos Leal de; CAVALCANTE, Paulo Roberto Saraiva; MARTINS,
Wellington Castro, et al. Caracterização do estuário do rio Paciência: hidrologia e
geologia. São Luís, 1985.
______ .Relatório das atividades da CAEMA – ASPLAN. São Luis, dez. 1996.
______ .Relatório das atividades mensais – OMDE. São Luís, fev. 2006b.
JURAS, Anastácio Afonso; DAMÁSIO, Eduardo; LAO, Po Shiang Déborah Lee; et al.
Estudos da poluição química e biológica da ilha de São Luís-MA: rios Anil e
Bacanga. São Luís: 1983.
29
LA ROVERE, Emílio Lèbre.(org); D’AVIGNON, Alexandre; PIERRE, Carla Valdetaro; et
al. Manual de auditoria ambiental em estações de tratamento de esgotos. Rio de
Janeiro: Qualitymark.2002.151p.
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