Professional Documents
Culture Documents
Dissertação de Mestrado
Rio de Janeiro
Agosto de 2010
Juliana Maria Meza López
Ficha Catalográfica
Meza López, Juliana Maria
Inclui bibliografia
1. Engenharia civil – Teses. 2. Método dos elementos
discretos. 3. Misturas asfálticas. 4. Trincamento de
pavimentos. 5. Teória da mecânica da fratura linear
elástica. 6. Propagação de fissuras, processo de zona de
fratura. 7. Modelagem numérico. 8. PFC-2D. I. Romanel,
Celso. II. Laura Motta, Maria Goretti da. III. Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento
de Engenharia Civil. IV. Título.
CDD: 624
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
À Deus por iluminar meu caminho e por me dar forças para seguir sempre
em frente.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Ao amor de minha vida Nilthson, que foi e é meu apoio nos momentos mais
difíceis.
À minha amada família: meus pais Carlos e Marlene e meus irmãos Carlos e
Jimena pelo grande apoio, carinho e compreensão durante esta etapa de estudo. À
minha querida tia Norma e primos Ficher e Alina.
Palavras-chave
Método dos elementos discretos; Misturas asfálticas; Trincamento de
pavimentos; Teoria da mecânica da fratura elástica linear; Propagação de trincas;
Processo de zona de fratura, Modelagem numérico; PFC-2D.
Abstract
Meza López, Juliana Maria; Romanel, Celso (Advisor); Motta, Laura Maria
Goretti (Co-Advisor). Crack Modeling in Asphalt Mixtures by the
Discrete Element Method. Rio de Janeiro, 2010. 114 p. MSc. Dissertation -
Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro.
Keywords
Discrete element method; Cracking of pavements; Theory of linear elastic
fracture mechanics; Crack propagation; Fracturing process zone; Numerical
modeling; PFC2D.
Sumário
Lista de Símbolos 16
Lista de Abreviaturas 19
1 . Introdução 20
1.1. Relevância e Justificativa da Pesquisa 20
1.2. Objetivo da Pesquisa 26
1.3. Organização da Dissertação 26
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
2 . Mecânica da Fratura 28
2.1. Introdução 28
2.2. Teoria da Mecânica da Fratura 29
2.2.1. Mecânica da Fratura Linear Elástica 29
2.2.2. Mecânica da Fratura Elasto-Plástica 35
2.3. Propagação de Trincas no Modo Misto I-II 38
2.4. Direção de Propagação de Trincas 41
2.4.1. Direção de Propagação da Fissura 41
3 Programa PFC2D 47
3.1. Introdução 47
3.2. O programa PFC2D 48
3.2.1. Forças nos contatos 51
3.2.2. Modelo Constitutivo no Contato 56
3.2.3. Modelo de Zona Coesiva com Amolecimento 60
Lista de figuras
(Itasca, 2003) 59
Figura 3.6 – Componente tangencial da força de contato ligação
(Itasca, 2003) 59
Figura 3.7 – Esquema de ligação paralela no contato (Mejia, 2009) 60
Figura 3.8 – Comportamento do material em ensaio de ruptura sob
deformação controlada (a) material frágil (b) material dúctil (Soares,1997) 61
Figura 3.9 – Modelo de Zona Coesiva de Barenblatt (1959). 61
Figura 3.10 – Esquema de uma zona coesiva no ensaio DC(T)
(Buttlar, 2007) 63
Figura 3.11 – Modelo bilinear de zona coesiva com amolecimento
(Kim, 2007) 63
Figura 3.12 - Esquema de uma zona coesiva, segundo Kim ( 2007). 64
Figura 4.1 – Nomenclatura e dimensões dos corpos de prova
(Wagoner, 2006) 67
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Lista de tabelas
Lista de Símbolos
Símbolos Romanos
D diâmetro (mm), da geometria do corpo-de-prova DC(T)
E módulo de elasticidade do material e
ET energia total do sistema,
Fmax força resistente no contato
Fn força normal
FS força de cisalhamento
∆F k incremento de força
s
Fmax máxima força de cisalhamento no contato
Fi n magnitude da força
∆F k incremento de força
F força de ruptura (N);
G módulo de cisalhamento
Gf energia de fraturamento
J integral J
Ks rigidez de cisalhamento do contato
Kn rigidez normal do contato
Kn rigidez normal
Ks rigidez tangencial
m fator de plasticidade
∆t incremento de tempo
t espessura do corpo-de-prova DC(T)
T vetor de carregamento com normal exterior n ao contorno,
u vetor deslocamento
Un deslocamento normal
Us deslocamento tangencial
( x& [ ] )
i
φ j
velocidade translacional da partícula φ
j
Símbolos Gregos
ν coeficiente de Poisson
µ coeficiente de atrito
ρ raio de curvatura na ponta da elipse
Γ contorno
α ângulo formado entre a direção da força de contato e o segmento de
reta conectando os centros das partículas em contato
θ ângulo entre o ponto escolhido e a direção da tensão
Φ energia coesiva
δ sep distância de separação das superfícies da trinca
Lista de Abreviaturas
1.
Introdução
1.1.
Relevância e Justificativa da Pesquisa
(b)
(a) (c)
Figura 1.2 - (a)Trincas interligadas chamadas “Jacaré” com erosão nas bordas por
fadiga, (b) Trinca por reflexão da base. (c) Trinca térmica, que ocorre somente em países
frios, geralmente sob temperaturas inferiores a -10ºC (Motta, notas de aula)
22
(a) (b)
Figura 1.4 - (a) Vigota de asfalto submetida à flexão; (b) Corpo de prova semicircular
( Marasteanu et al., 2007; Wagoner et al., 2004).
A geometria cilíndrica é uma das mais utilizadas para ensaios de fratura, por
permitir o ensaio de corpos de prova tanto extraídos de campo quanto moldados
em laboratório. Também proporciona a confecção de corpos de prova mais
homogêneos, de mais fácil manipulação, facilitando assim a execução de ensaios
físicos de volumetria.
24
Plano de
Fratura
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Figura 1.5 - Corpo de prova com trinca previamente iniciada (Wagoner, 2006)
1.2.
Objetivo da Pesquisa
1.3.
Organização da Dissertação
2.
Mecânica da Fratura
2.1.
Introdução
2.2.
Teoria da Mecânica da Fratura
2.2.1.
Mecânica da Fratura Linear Elástica
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
⎛ a⎞
σ A = σ ⎜⎜1 + 2 ⎟
⎟ (2.1)
⎝ ρ ⎠
a
σ A = 2σ (2.2)
ρ
30
A equação (2.1) sugere que para um raio de curvatura nulo (trinca com
ponta aguda) as tensões máximas tendem a infinito sob qualquer tensão de tração,
o que, evidentemente, não acontece na realidade.
O primeiro desenvolvimento teórico da Mecânica da Fratura foi proposto
anos mais tarde por Griffith (1920). Este observou que quando uma trinca é
introduzida em uma placa tracionada de material elástico, deve existir um balanço
entre o decréscimo na energia potencial, relacionado com a liberação de energia
elástica armazenada e ao trabalho realizado pelo movimento das forças externas, e
o aumento na energia de superfície resultante da presença da trinca, conforme
equação 2.3.
dET dΠ dWS
= + =0 (2.3)
dA dA dA
πσ 2 a 2 B
Π = Π0 − (2.4)
E
WS = 2(2aBγ S ) (2.5)
2 Eγ s
σf = para estado plano de tensão (2.6)
πa
y x modo I
z abertura
(mais comum)
y x
modo II
deslizamento ou
z cisalhamento
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
y x modo III
rasgamento
torção
z
⎡ θ ⎤
⎢ 1 + sen 2 ⎥
⎡σ r ⎤ ⎢
2
⎥
⎢ σ ⎥ = K I ⋅ cos θ ⋅ ⎢ cos 2 θ ⎥ (2.7)
Modo I ⎢ θ⎥ 2π ⋅ r 2 ⎢ 2 ⎥
⎣⎢σ rθ ⎦⎥ ⎢sen ⋅ cos θ ⎥
θ
⎢⎣ 2 2 ⎥⎦
⎡ θ ⎛ 2 θ ⎞⎤
⎢sen 2 ⋅ ⎜1 − 3 sen 2 ⎟⎥
⎡σ r ⎤ ⎢ ⎝ ⎠⎥
⎢ σ ⎥ = K II ⎢ − 3 sen θ ⋅ cos 2 θ ⎥ (2.8)
Modo II ⎢ θ⎥ 2πr ⎢ 2 2 ⎥
⎢⎣σ rθ ⎥⎦ ⎢ θ ⎛ ⎥
2 θ ⎞
⎢cos ⋅ ⎜1 − 3 sen ⎟ ⎥
⎣ 2 ⎝ 2 ⎠⎦
⎡ θ⎤
⎡σ rz ⎤ K III ⎢− sen 2 ⎥ (2.9)
Modo III ⎢σ ⎥ = ⎢ ⎥
⎣ θz ⎦ 2πr ⎢ cos θ ⎥
⎣ 2 ⎦
Figura 2.4 - Distribuição das componentes de tensão nas vizinhanças da ponta de uma
trinca. (Miranda, 2003)
K = f (σ , a ) (2.10)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
único nível de intensidade de tensões que causa a fratura, que é o nível crítico de
intensidade de tensões, definido como tenacidade à fratura. Portanto, a tensão está
para a resistência mecânica assim como o fator de intensidade de tensões está para
a tenacidade à fratura.
referência maior que o tamanho da trinca real. Existe, como já foi visto
anteriormente, uma relação entre a tenacidade à fratura, a tensão nominal
de fratura e o tamanho da trinca.
2.2.2.
Mecânica da Fratura Elasto-Plástica
2 E (γ s + γ p )
σ max = (2.11)
πa
2 EW f
σ max = (2.12)
πa
onde Wf é a energia de fraturamento.
Esta adaptação sofre restrições, em sua aplicação, porque na mecânica da
fratura linear elástica o comportamento da fratura é caracterizado apenas pelo
estado de tensões na ponta da fratura, enquanto que a presença de uma zona
plástica de tamanho significativo na ponta da trinca permite que as duas
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
⎛ ∂u ⎞
J = ∫ ⎜Wdy − T . ds ⎟ (2.13)
Γ⎝
∂x ⎠
J = mσ y CTOD (2.14)
Figura 2.6 - O tamanho da região plastificada e sua relação com a abertura da ponta da
fratura δ
38
2.3.
Propagação de Trincas no Modo Misto I-II
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Figura 2.8 - Uma fratura sob modo misto I-II: (a) configuração de carregamento; (b)
tensões na fratura (Whittaker et al. 1992)
⎢ 1 + sen 2 ⎥
⎡σ r ⎤
⎢σ ⎥ = KI θ ⎢ θ ⎥
⎢ θ⎥ ⋅ cos ⋅ ⎢ cos 2 ⎥
Modo I 2π ⋅ r 2 ⎢ 2 ⎥ (2.15)
⎢⎣σ rθ ⎥⎦ ⎢sen θ ⋅ cos θ ⎥
⎢⎣ 2 2 ⎥⎦
⎡ θ ⎛ 2 θ ⎞⎤
⎢sen 2 ⋅ ⎜1 − 3 sen 2 ⎟⎥
⎡σ r ⎤ ⎢ ⎝ ⎠⎥
⎢ σ ⎥ = K II ⎢ − 3 sen θ ⋅ cos 2 θ ⎥
Modo II ⎢ θ⎥ 2πr ⎢ 2 2 ⎥ (2.16)
⎢⎣σ rθ ⎥⎦ ⎢ θ ⎛ ⎥
2 θ ⎞
⎢cos ⋅ ⎜1 − 3 sen ⎟ ⎥
⎣ 2 ⎝ 2 ⎠⎦
⎡ θ⎤
⎡σ rz ⎤ K III ⎢− sen 2 ⎥ (2.17)
Modo III ⎢σ ⎥ = ⎢ ⎥
⎣ θz ⎦ 2πr ⎢ cos θ ⎥
⎣ 2 ⎦
κ = 3 − 4ν (2.18)
Se a abertura da fratura ocorre sob modo misto I-II, então a liberação total
de energia de deformação é simplesmente:
40
G = G I + G II = (K I2 + K II2 )
(κ + 1)
(2.19)
8µ
A equação (2.19) permite então introduzir um critério para propagação da
fratura no modo misto I-II, em termos da taxa de liberação total de energia de
deformação
G = Gc (2.20)
o que permite inferir que KIC e KIIC são iguais entre si, desde que GC seja
uma constante
K I2 + K II2 = K IC
2
= K IIC
2
(2.22)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
2 2
⎛ KI ⎞ ⎛ K II ⎞ (2.24)
Elipse: ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ = 1
⎝ K IC ⎠ ⎝ K IIC ⎠
2 2
⎛ K ⎞ K I K II ⎛ K ⎞ (2.25)
Quadrática homogênea: ⎜⎜ I ⎟⎟ + C c + ⎜⎜ II ⎟⎟ = 1
⎝ K IC ⎠ K IC K IIC ⎝ K IIC ⎠
2.4.
Direção de Propagação de Trincas
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
2.4.1.
Direção de Propagação da Fissura
∂σ θ (2.26a)
=0
∂θ
∂ 2σ θ
com < 0 para θ = θ m
∂θ 2
(2.27b)
ou σ rθ = 0
(2.27)
⎡ ⎛ ⎞
2
⎛ KI ⎞
2 ⎤
1 K 1
θ m = 2 ⋅ arctg ⎢ ⎜⎜ I ⎟⎟ ± ⎜⎜ ⎟⎟ + 8 ⎥ (2.29)
⎢ 4 ⎝ K II ⎠ 4 ⎝ K II ⎠ ⎥
⎣ ⎦
onde o sinal positivo de σ m , para tensões de compressão, não satisfaz a
segunda expressão da equação (2.26b), sendo, portanto, desconsiderado.
No modo I, para K I = K I C , K II = 0 , o ângulo de propagação θ m da fratura
θ m = 0o (2.30a)
K IC
σ θc = (2.30b)
2 ⋅π ⋅ a
Enquanto que no modo II, para K II = K II C , K I = 0 , tem-se:
θ m = −70,53 o (2.31a)
2 K IIC
σ θc =
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
⋅ (2.31b)
3 2 ⋅π ⋅ a
Admitindo-se que σ θ c é uma constante característica do material, da
[ ] (κ8+µ 1)
G (θ ) = K I2 (θ ) + K II2 (θ ) onde (2.34a)
⎡ 3 ⎤
⎡ K I (θ ) ⎤ ⎢ K I cosθ + 2 K II sen θ ⎥
θ 2π
4 ⎛1−θ π ⎞
⎢ K (θ )⎥ = ⎜⎜ ⎟⎟ ⎢ ⎥ (2.34b)
⎣ II ⎦ 4 − sen θ ⎝1+θ π ⎠
2 K
⎢ K II cosθ − I sen θ ⎥
⎣ 2 ⎦
são os fatores de intensidade de tensão na fratura original, não ramificada.
O sinal do ângulo θ m , obtido pela aplicação das equações (2.33) e (2.34),
G IC =
(κ + 1) K 2
(2.35)
8µ
IC
crítico de intensidade de tensão K IIC nesta direção relaciona-se com G IIC pela
equação (2.16),
G IIC = 2,546
(κ + 1) K 2
(2.36)
8µ
IIC
K II = 0,627 ⋅ K IC (2.37)
1 ⎡κ + 1
(σ r + σ θ )2 − σ r σ θ + σ r2θ ⎤⎥
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
S= ⎢ (2.38)
2µ ⎣ 8 ⎦
SF =
1
r
(
a11 K I2 + 2a12 K I K II + a 22 K II2 ) (2.39a)
∂S F
=0 (2.40a)
∂θ
∂2SF
com > 0 para θ = θ m (2.40b)
∂θ 2
2) a propagação da fratura ocorre quando S Fm atingir um valor crítico S FC ;
3) o fator de densidade de energia de deformação SF é avaliado ao longo de
um contorno r = r0 , onde a razão S Fm r0 permanece constante.
θ m = 0o (2.41a)
14k − 1 − κ 2
S FC = ⋅ K IIC
2
(2.42b)
192πµ
Desde que S F seja uma constante característica do material, e que não se
altere com o modo de fraturamento, conclui-se então das equações (2.41) e (2.42)
que
K IIC 24(κ − 1)
= (2.43)
K IC 14κ − 1 − κ 2
ângulos de propagação da fratura nos modos I e II, bem como a razão entre os fatores
críticos de intensidade de tensão K IIC / K IC , são independentes das propriedades do
material.
De acordo com o critério da mínima densidade de energia de deformação S ,
estes valores são, no entanto, dependentes do coeficiente de Poisson do material ν , o que
46
(2.43).
Resultados experimentais indicam que geralmente θ m e K IIC K IC estão
3
Programa PFC2D
3.1.
Introdução
Estabelecimento
das condições iniciais
3.2.
O programa PFC2D
O Programa PFC2D (Particle Flow Code 2D) foi desenvolvido pela Itasca
Consulting Group Inc. Baseado no método dos elementos discretos modela o
movimento e interação de partículas cilíndricas (PFC2D) geradas aleatoriamente,
de raios constantes ou variáveis.
Nesta pesquisa considerou-se partículas de raios constantes para modelagem
do trincamento de revestimento asfáltico com base nos resultados de ensaios de
Disco Circular com Fenda (Disk-Shaped Compact), considerando o material como
homogêneo e partículas de raios 0.25mm, 0.5mm e 1mm.
À medida que o número de partículas aumenta, é necessário ter maior
capacidade de memória RAM, como indicado na tabela 3.1.
49
10 10.000
50 50.000
100 100.000
* Estado compacto (Contatos requerem maior memória que as partículas)
3.2.1.
Forças nos contatos
Uma relação força versus deslocamento deve ser utilizada no contato entre
duas entidades (partícula-partícula ou partícula-parede). O plano de contato tem
vetor unitário normal ni , definido pela reta que une os centros das duas partículas
(partículas A e B).
52
xi[B ] − xi[ A]
ni = (3.1)
d
onde d é a distância entre os centros, determinada por
d i = xi[B ] − xi[ A] = (x [ ] − x [ ] ) (x [ ] − x [ ] )
i
B
i
A
i
B
i
A
(3.2)
Se o contato for entre uma partícula e a parede, a normal será definida pela
direção da menor distância entre o centro da partícula e a parede. A superposição
Un entre partículas é definida por um deslocamento relativo na direção normal
(figura 3.3), expresso pela equação (3.3).
⎧⎪ R [ A] + R [B ] − d , ( partícula − partícula ) ⎫⎪
U n = ⎨ [b ] ⎬ (3.3)
⎪⎩ R − d , ( partícula − parede )⎪⎭
Onde R [φ ] é o raio da entidade φ .
determinada como:
⎧ [ A] ⎛ [ A] 1 n ⎞
⎪ xi + ⎜ R − 2 U ⎟ ni , ( partícula − partícula )⎫⎪
⎪ ⎝ ⎠ ⎪
xi[C ] =⎨ ⎬ (3.4)
⎪ x [b ] + ⎛⎜ R [b ] − 1 U n ⎞⎟ n , ( partícula − parede) ⎪
⎪⎩ i ⎝ 2 ⎠
i
⎪⎭
Fi = Fi n + Fi s (3.5)
Fi n = K nU n ni (3.6)
53
B R [B]
[A]
A
R
d
X i [B]
n i
X i [C]
X i [A]
Un
Plano de contato
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
[C ] b R [b]
Xi
d
d ni X i [b]
Un
parede
{F } i
s
rot .1 (
= F js δ i j − ei j k ekmn nm[OLD ]nn ) (3.7)
{F } i
s
rot .2 = F js (δ ij − ei j k (ωk ) ∆t ) (3.8)
[OLD ]
onde nm é o vetor unitário normal referente ao passo anterior e ω k a
(ω i ) =
2
(
1 [φ 1 ]
ω j + ω [jφ ] n j n i
2
) (3.9)
⎧ 1, se i = j ; ⎫
δ ij = ⎨ ⎬ (3.10)
⎩ 0, se i ≠ j ⎭
⎡ 1 − c3 c 2 ⎤ ⎡ F1 ⎤
s
⎢ ⎥
Frots 1 = ⎢⎢ c3 1 − c1 ⎥⎥ ⎢ F2s ⎥ (3.13)
⎢⎣− c 2 c1 1 ⎥⎦ ⎢ F3s ⎥
⎣ ⎦
55
⎤ ⎡ F1 rot1 ⎤
s
⎡ 1 − ω3 ∆t ω 2 ∆t
= ⎢⎢ ω3 ∆t − ω1∆t ⎥⎢F s ⎥
Frots 2 1 ⎥ ⎢ 2 rot1 ⎥ (3.14)
⎢⎣ ω3 ∆t ω1∆t 1 ⎥⎦ ⎢ F s ⎥
⎣⎢ 3 rot1 ⎦⎥
Uma vez determinada a força rotacional é necessário conhecer o valor da
força produzida pelo movimento translacional no contato. No caso da força
n
normal, o deslocamento relativo foi definido como a superposição U , calculada
diretamente em função dos raios das partículas e a distância entre os seus centros.
s
No caso do deslocamento cisalhante U , a determinação é feita com base nas
velocidades das partículas, da seguinte forma
( )
V i = x& i[C ] φ 2 − x& i[C ] φ 1 ( ) (3.15)
(
Vi = x& i[φ ] + eijk w j
2
k (
[φ 2 ] x [C ] − x [φ 2 ]
k ) )− ( x& [ ] + e
i
φ1
ijk
1
(
ω j [φ ] x k[C ] − x k[φ ]
1
)) (3.16)
j
j
onde i .
A velocidade do contato é definida em termos das velocidades normal e
cisalhante, sendo a componente cisalhante expressa por
Vi s = Vi − Vi n = Vi − V j n j ni (3.17)
∆U is = Vi s ∆t (3.18)
∆Fi s = − K s ∆U is (3.19)
3.2.2.
Modelo Constitutivo no Contato
3.2.2.1.
Modelos de Rigidez do Contato
k n[ A] k n[B ]
K = [ A]
n
(3.21)
k n + k n[B ]
k s[ A] k s[B ]
K = [ A]
s
(3.22)
k s + k s[B ]
2 G 2R
Kn = n
(3.23)
3(1 − υ )
U
K S
=
(
2 G 3(1 − υ )R
2
)
13
Fi n
13
(3.24)
2− υ
n
onde U é a sobreposição das partículas e F i n a magnitude da força
normal no contato. As demais variáveis das equações 3.23 e 3.24 são definidas
segundo as entidades em contato.
Para o contato partícula- partícula,
2 R [ A] R [B ]
R=
2 R [ A] + R [B ]
G =
2
(
1 [ A]
G + G [ A] ) (3.25)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
υ =
2
(
1 [ A]
ν + ν [ A] )
e no caso de contato partícula-parede,
R=R
partícula
G =G
partícula
(3.26)
ν =ν partícula
dF n 3 n
k = n
= K (3.27)
dU n 2
a qual, diferentemente do modelo linear, não tem valor constante, variando
em função dos valores das forças normais e da sobreposição entre as partículas.
58
3.2.2.2.
Modelo de Deslizamento do Contato
Se Fi s > Fmax
s
, a força cisalhante Fi s é limitada pelo valor de Fmax
s
,
Fi s
Fi s = Fmax
s
(3.29)
Fi s
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
3.2.2.3.
Modelo de ligação
Duas partículas podem estar ligadas mediante certo tipo de contato que pode
ser definido, ou imaginado, como uma cola entre as partículas no ponto de
contato. Neste contexto, dois tipos de contato são utilizados: (a) ligação de contato
(contact bond), que é um tipo de contato pontual que só transmite forças; (b)
ligação paralela (parallel bond), onde duas partículas são unidas por um elemento
não pontual que atua como cimentação entre as partículas, podendo transmitir
forças e momentos.
A ligação de contato pode ser representada por duas molas atuando na
direção normal e tangencial no ponto de contato entre duas partículas. Estas duas
molas possuem resistência normal e cisalhante, impossibilitando o deslizamento
entre as partículas. Se a tensão normal de tração for igual ou maior do que a
resistência normal na ligação do contato, esta ligação é rompida em ambas as
direções (normal e cisalhante) e as forças de contato tornadas iguais a zero.
A figura 3.5 mostra o comportamento da ligação de contato na direção
normal. Quando U n > 0 tem-se uma sobreposição de partículas, mas uma ruptura
da ligação de contato não acontece devido à natureza da força ser de compressão.
59
Fn (Tração)
Ruptura dede n
Ruptura
Ligação
Ligação
FFcn
Contato ligado
Modelo deslizamento
Un
KKn (Sobreposição)
1
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
rompida, mas os valores das forças não são modificados como no caso anterior,
desde que o valor da força cisalhante não seja maior que o valor obtido do modelo
do deslizamento. Após a ruptura, o valor da força cisalhante é limitada pelo
modelo de deslizamento (figura 3.6).
Fs Ruptura de
Ligação
Fsc
Contato ligado
Modelo Deslizamento
Fsmax
Ks
1
Us
Figura 3.6 – Componente tangencial da força de contato ligação (Itasca, 2003)
60
B
A
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
3.2.3.
Modelo de Zona Coesiva com Amolecimento
Atualmente modelos de zona coesiva (MZC) têm sido usados para simular
processos de fraturamento em vários materiais como polímeros, materiais
metálicos, materiais cerâmicos, compósitos de matriz metálica, concreto, materiais
reforçado com fibras de plástico, considerando-se uma variedade de condições de
carga (estática, dinâmica, cíclica, etc.).
Na tabela 3.2 estão listadas várias versões do modelo MZC propostos por
vários autores na literatura, nas últimas décadas. A principal diferença entre eles
se refere à forma da resposta tração versus deslocamento e as constantes que são
usadas para descrição do modelo.
Modelos bilinear de zona coesiva podem ser descritos por dois parâmetros
independentes, dentre a energia coesiva Φ , a resistência coesiva σ max ou a
F= ( (F ) + (F ) )
n 2 S 2 (3.31)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
∆U K = ∆U ek + ∆U pk (3.33)
∆F K = K K ∆U ek (3.34)
onde:
∆U eK = ∆U k − ∆U pk (3.35)
satisfaz uma lei de fluxo e é considerado que, se a força normal for de tração,
então a direção do incremento de deslocamento plástico é sempre coincidente com
a direção da força de contato resultante,
63
FK
∆U = ∆ λ
k
p
(3.36)
F
onde ∆ λ é um escalar positivo.
Ponta da
C Trinca coesiva
Zona Coesiva
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Figura 3.10 – Esquema de uma zona coesiva no ensaio DC(T) (Buttlar, 2007)
Figura 3.11 – Modelo bilinear de zona coesiva com amolecimento (Kim, 2007)
64
U p = ∑ ∆U p (3.39)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Ponta da fissura do
Material Ponta da fissura Ponta da fissura
Coesiva Matematica
Amolecimento Frente
Zona Elastica
Tabela 3.2 - Versões do modelo de zona coesiva propostas na literatura (Kim, 2007).
polinomial para
1990 Separação partícula-
Needleman forças normais e Separação normal
matriz
linear para forças
cisalhantes
Modelo
exponencial para
1990 forças normais e Separação na interface Força cisalhante
Needleman
trigonométrico sob tensão hidrostática periódica
para forças
cisalhantes.
1990 Modelo
Tvergaard
Quadrático
A forma da lei de
Tvergaard Crescimento da trinca
1992 Modelo separação é
and em material elasto-
Trapezoidal relativamente não
Hutchinson plástico
importante
Modelo
Prevê separação
1993 Xu and exponencial para Separação partícula-
normal e tangencial
Needleman forças normais e matriz
(deslizamento).
cisalhantes
Prevê ruptura por
cisalhamento e
1996 Camacho Modelo Linear separação normal por
Forças de impacto
and Ortiz de Separação tração, com separação
normal e por
cisalhamento.
1997 Geubelle Impacto de baixa
Modelo Bilinear
and Bayler velocidade
66
4
Modelagem Numérica da Propagação de Trincas no Ensaio
DC(T)
4.1.
Introdução
4.2.
Ensaio DC(T) ou de Tração em Disco Circular com Fenda
4.2.1.
Geometria dos Corpos de Prova
D 150
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
W 110
φ 25
a 27.5
d 25
c 35
t 50
4.2.2.
Preparação dos Corpos de Prova e Execução do Ensaio DC(T)
Figura 4.4 - Etapas de preparação dos furos de carregamento nos corpos de prova no
Laboratório de Geotecnia da COPPE/UFRJ – (Hirsch,2009).
Figura 4.6 – Fixação de duas placas de alumínio na amostra para conexão ao clip-on-
gage
(a) (b)
11. O ensaio termina quando a carga atingir o valor mínimo de 0,1 kN;
12. Determinação da energia de faturamento pela equação 4.3.
72
4.3.
Parâmetros Mecânicos do Ensaio DC(T)
4.3.1.
Módulo de Elasticidade
σ
A lei de Hooke só é válida
até este ponto
Tg α= E
α
ε
Lei de Hooke
σ = Eε (4.1)
4.3.2.
Resistência à Tração Estática (Ensaio Brasieliro)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Figura 4.10 - Equipamento para ensaio de resistência à tração estática (Bastos, 2010).
2F
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
σR = (4.2)
πDH
onde
σ R = Resistência à tração estática;
F = Carga de ruptura (N);
D = Diâmetro do corpo de prova (mm);
H = Espessura do corpo de prova (mm);
4.3.3.
Energia de Fraturamento
n
AREA = ∑ ( xi +1 − xi ) * ( yi ) + 0.5 * ( xi +1 − xi ) * ( yi +1 − y i ) (4.3)
i =1
Figura 4.11 - Curva força vs abertura da boca da trinca (CMOD) (Wagoner, 2004).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
onde:
Gf = Energia de fratura (J/m2);
AREA = Área abaixo da curva força versus abertura de trinca;
B = Espessura do corpo de prova (m);
W-a = Comprimento do ligamento inicial (m)
4.4.
Simulação Numérica do Ensaio DC(T)
Figura 4.12 – Curva força vs abertura da trinca (CMOD) obtida nas Histórias do programa
PFC-2D.
4.4.1.
Geração e Arranjo de Particulas
A geração das partículas para representação do disco foi feita com dois tipos
de arranjo, hexagonal e quadrada, e com três tipos de tamanho de partícula, com
raios constantes de 0.25 mm, 0.50 mm e 1.00 mm, seguindo recomendações de
Kim (2006).
Os modelos constitutivos entre partículas obedecem ao Modelo Linear em
todo o corpo de prova, exceto na parte central onde foi adotado o modelo de zona
coesiva com amolecimento.
Na tabela 4.2 é apresentado um resumo das propriedades das partículas
utilizadas para cada arranjo, assim como o número de contatos entre elas. A figura
4.13 também informa o número de partículas para cada raio adotado nos dois
77
Diâmetro Número
Arranjo Massa Coeficiente Número Número
da Coeficiente de
da Específica de Poisson de de
Partícula Kg/m3 de atrito Contatos
Partícula ν Partículas Contatos
(mm) Coesivos
Quadrado 0.25 2400 0.25 0.5 65.762 130.609 165
80.000 75.966
Quadrado
70.000 65.762
Hexagonal
Nùmero de partículas
60.000
50.000
40.000
30.000
18.914
20.000 16.414
0
0,25 0,50 1,00
Radio da partícula (mm)
Contatos coesivos
Contatos coesivos Contatos coesivos
Contatos coesivos
Figura 4.14 - Contatos coesivos e tipos de arranjo de partículas: (a) hexagonal (b)
quadrado.
PFC2D 3.10
Step 26800 09:16:40 Mon Jun 14 2010
View Size:
X: -3.158e-002 <=> 1.876e-002
Y: -3.227e-002 <=> 1.487e-002 Y
Ball
Axes X
Linestyle
Wall
Contact
PBond Locations
4.4.2.
Condições de Contorno
P
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
4.4.3.
Condições Iniciais e Aplicação dos Deslocamentos
4.5.
Propagação da Trinca na Modelagem do Ensaio DC(T)
Figura 4.19 – Trinca na região dos furos ( à esquerda ) nos primeiros ensaios
executados por Wagoner (2005).
Figura 4.20 - DC(T) na condição inicial, antes do inicio dos deslocamentos dos furos de
carregamento. Passo de tempo 400, onde não se aplicou ainda o carregamento no corpo
de prova.
Figura 4.21 - DC(T) com arranjo hexagonal no passo de tempo 15601 com tração
máxima de 41.27N.
83
Figura 4.22 - DC(T) com arranjo hexagonal no passo de tempo 24916 com tração
máxima 336.3 N.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Figura 4.23 - DC(T) com arranjo hexagonal no passo de tempo 26660 com tração
máxima 381.2 N.
84
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Figura 4.24 - DC(T) com arranjo hexagonal no passo de tempo 28880 com tração
máxima 380.1 N.
Figura 4.25 - DC(T) com arranjo hexagonal no passo de tempo 29600 com tração
máxima 375.5 N.
85
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Figura 4.26 - DC(T)com arranjo hexagonal no passo de tempo 30925 com tração
máxima 363.9 N.
Figura 4.27 - DC(T) com arranjo hexagonal no passo de tempo 42416 com tração
máxima 377.4 N.
86
C T S F
C : Compressão
T : Tração
c S: Amolecimento
F : Fratura
C T S
B
Força C T S F
(KN)
CMOD (mm)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
PFC2D 3.10
Step 16972 08:39:51 Mon Jun 14 2010
View Size:
X: -8.992e-002 <=> 8.392e-002
Y: -8.140e-002 <=> 8.140e-002
Ball
Axes
Linestyle
Y
Wall
Contact
X
PFC2D 3.10
Step 20721 08:42:05 Mon Jun 14 2010
View Size:
X: -8.992e-002 <=> 8.392e-002
Y: -8.140e-002 <=> 8.140e-002
Ball
Axes
Linestyle
Y
Wall
Contact
X
PFC2D 3.10
Step 33268 18:10:33 Tue Jun 15 2010
View Size:
X: -8.992e-002 <=> 8.392e-002
Y: -8.140e-002 <=> 8.140e-002
Ball
Axes
Linestyle
Y
Wall
Contact
X
PFC2D 3.10
Step 35103 18:02:14 Mon Jun 14 2010
View Size:
X: -8.992e-002 <=> 8.392e-002
Y: -8.140e-002 <=> 8.140e-002
Ball
Axes
Linestyle
Y
Wall
Contact
X
5
Apresentação e Análises dos Resultados
Neste capítulo será apresentada uma síntese dos resultados obtidos nas
simulações numéricas do ensaio de Tração em Disco Circular com Fenda DC(T),
realizadas nesta pesquisa, comparando-os com os resultados experimentais
determinados em laboratório por Hirsch (2009). Também serão apresentados os
resultados de análises paramétricas obtidas com a variação dos parâmetros
mecânicos módulo de elasticidade (ME), resistência à tração estática (RT) e
energia de faturamento ( G f ) em diferentes situações.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
5.1.
Aferição da Curva Força vs Deslocamento
A aferição do modelo numérico foi feita através das curvas obtidas nos
ensaios de DC(T) dos corpos de prova ensaiados em laboratório por Hirsch
(2009), procurando-se ajustar os parâmetros em mesoescala, referentes às
partículas e contatos no modelo numérico, de tal forma que houvesse a melhor
concordância possível entre as curvas força versus abertura da trinca determinadas
experimental e numericamente.
Embora esta concordância, sob ponto de vista quantitativo, não tenha sido
atingida, a comparação dos resultados, na Figura 5.1, mostra que ao menos
qualitativamente a modelagem numérica simulou adequadamente as tendências
gerais de comportamento do material asfáltico ensaiado em laboratório.
Na simulação computacional a força máxima prevista foi estimada 250%
maior do que a obtida experimentalmente, com a energia de fratura ( G f )
5,0
4,5
Numérico
4,0 Calibrado
3,5 Experimental
3,0
Força (kN)
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0
Abertura da Trinca - CMOD (mm)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Figura 5.1 - Curvas força vs abertura da trinca (CMOD) obtidas numericamente (nesta
pesquisa) e experimentalmente por Hirsch (2009)
Corpos de Area Gf
Prova (N*m) (J/m2)
Experiemental
9,33 2166,78
(CP_B34)
Fator de
0,83
Calibração
3500,00
Energia de fratura
3000,00 (J/m2)
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
Original Calibrado Experimental
Curva
Figura 5.2 - Energia de fratura das curvas força vs abertura de trinca (CMOD).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
área total do modelo, enquanto que no presente estudo os furos de carga e a trinca
inicial somam mais do que 6% da área do disco do ensaio DC(T).
Song (2006) realizou modelagem do ensaio DC(T) também utilizando o
método dos elementos finitos com oo programa comercial ABAQUS,
incorporando o modelo de zona coesiva. Os resultados obtidos das curvas força-
abertura da trinca (CMOD) em relação aos resultados experimentais de Wagoner
(2006) diferem em 20%.
Kim (2007) empregou o método dos elementos discretos nos resultados
experimentais obtidos por Wagoner (2005) em ensaios de Disco Circular com
Fenda DC(T), utilizando o programa comercial PFC2D com o modelo de zona
coesiva com amolecimento. Kim (2007) realizou dois tipos de simulação: a
primeira, considerando o corpo de prova como material homogêneo formado por
partículas de mesmo tamanho, e a segunda simulação considerando o material
como heterogêneo, com base em técnicas de imagem de alta resolução para
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
5.2.
Análises Paramétricas
5.2.1.
Grupo I: Corpos de Prova do Grupo A (CP_A)
4,40
2,80
Força (kN)
2,40
2,00
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
1,60
1,20
0,80
0,40
0,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Abertura de trinca - CMOD (mm)
Figura 5.3 - Curvas força vs abertura de trinca (CMOD) para 6 corpos de prova do grupo
CP_A mantendo-se a resistência à tração constante.
1400,000 Energia de
Fratura (J/m2)
1200,000
1058,60
Energia de Fratura (J/m2)
970,84
1000,000
874,90 893,84
837,06
800,000 741,90
600,000
400,000
200,000
0,000
CP_A1 CP_A2 CP_A3 CP_A4 CP_A5 CP_A6
Corpos de Prova: A
Figura 5.4 - Variação da energia de fratura nos corpos de prova do Grupo I (CP_A).
Nas Figuras 5.5, 5.6 e 5.7 são apresentadas as relações entre energia de
fratura ( G f ) vs rigidez da partícula, energia de fratura ( G f ) vs módulo de
1150,00
1100,00
1050,00
Energia de Fratura vs
Energia de Fratura (J/m2)
1000,00
Rigidez da Partícula
950,00
900,00
850,00
800,00
750,00
700,00
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
650,00
0,045 0,050 0,055 0,060 0,065 0,070 0,075 0,080
Figura 5.5 - Relação entre energia de fratura (Gf) e rigidez da partícula nos corpos de
prova CP_A do grupo I.
1400,00
1300,00
Energia de Fratura (Gf)
vs Módulo de Young (E)
1200,00
Energia de Fratura (J/m2)
1100,00
1000,00
900,00
800,00
700,00
600,00
500,00
0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 1,40 1,45 1,50 1,55
Figura 5.6 - Relação entre a energia de fratura (Gf) e módulo de elasticidade nos corpos
de prova CP_A do grupo I.
97
0,08
Rigidez da Partícula vs
0,08
Rigidez da Partícula (GPA) Módulo de Young (E)
0,07
0,07
0,06
0,06
0,05
0,05
0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 1,40 1,45 1,50 1,55
5.2.2.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
4,40
2,80
Força (kN)
2,40
2,00
1,60
1,20
0,80
0,40
0,00
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
Abertura de Trinca - CMOD (mm)
Figura 5.8 - Curvas força vs abertura de trinca (CMOD) para 6 corpos de prova do grupo
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Tabela 5.2 - Propriedades mecânicas e energia de fratura nos corpos de prova do grupo
II (CP_B).
Propriedades em
Corpos Propriedades em Mesoescala
Macroescala Energia de
de Módulo Area fratura
Resistência à Rigidez da Resistência de
Prova de (N*m) Gf
Tração, RT partícula Ligação
B Young, E (J/m2)
(MPA) (GPA) (MPA)
(GPA)
1600,00
1400,00
1364,88 Energia de
Fratura (J/m2)
Energia de Fratura (J/m2)
1200,00 1116,18
1000,00 927,97
800,00 737,32
575,83
600,00
418,56
400,00
200,00
0,00
CP_B1 CP_B2 CP_B3 CP_B4 CP_B5 CP_B6
Corpos de Prova : B
1400,00
1300,00
Energia de Fratura vs
1200,00 Resistência de Ligação
1100,00
Energia de Fratura (J/m2)
1000,00
900,00
800,00
700,00
600,00
500,00
400,00
300,00
2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 8,000 9,000 10,000
Figura 5.10 - Relação entre a energia de fratura (Gf) e a resistência de ligação nos
corpos de prova do grupo II (CP_B).
100
1400,00
1300,00
Energia de Fratura vs
1200,00
Resistência à Tração (RT)
Resistência de Ligação (GPA)
1100,00
1000,00
900,00
800,00
700,00
600,00
500,00
400,00
300,00
0,000 1,000 2,000 3,000
Figura 5.11 - Relação entre a energia de fratura (Gf) e a resistência à tração nos corpos
de prova do grupo II (CP_B).
9,00
Resistência de Ligação vs
8,00 Resistência à Tração (RT)
Resistência de Ligação (GPA)
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
0,500 1,000 1,500 2,000 2,500
Figura 5.12 - Relação entre a resistência da ligação vs resistência à tração nos corpos de
prova do grupo II (CP_B).
101
5.2.3.
Grupo III: Corpos de Prova do Grupo III (CP_C)
2,10
Força (kN)
1,80
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
1,50
1,20
0,90
0,60
0,30
0,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Abertura de Trinca - CMOD (mm)
Figura 5.13 - Curvas força vs abertura de trinca (CMOD) para 5 corpos de prova do
grupo III considerando-se a resistência à tração constante.
3,30
3,00
CP_C6
CP_C7
2,70 CP_C8
2,40
2,10
Força (kN)
1,80
1,50
1,20
0,90
0,60
0,30
0,00
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0
Abertura de Trinca - CMOD (mm)
Figura 5.14 - Curvas força vs abertura de trinca (CMOD) para 3 corpos de prova do
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Energia da Fratura
700,00 (J/m2)
600,00 563,02
Energia de fratura (J/m2)
525,01
467,42 481,82
500,00 447,68
400,00
300,00
200,00
100,00
0,00
CP_C1 CP_C2 CP_C3 CP_C4 CP_C5
Corpo de Prova: C
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
4000,00
3567,68
3500,00 Energia de
Fratura (J/m2)
Energia de Fratura (J/m2)
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
947,43
1000,00
563,02
500,00
0,00
CP_BC6 CP_BC7 CP_BC8
Corpo de Prova: C
5.2.4.
Grupo IV: Corpos de Prova do Grupo IV ( CP_D).
2,00
Força (kN)
1,60
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
1,20
0,80
0,40
0,00
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Figura 5.17 - Curvas força vs abertura de trinca (CMOD) para 3 corpos de prova do
subgrupo CP_DA (resistência à tração constante em 1.429 MPa) e dois corpos de prova
do subgrupo CP_DB (resistência à tração constante em 1.314 MPa).
Tabela 5.4 - Propriedades mecânicas e energia de fratura nos corpos de prova dos
grupos CP_DA e CP_DB.
Propriedades em Propriedades em
Corpos Macroescala Mesoescala Energia de
de Area fratura
Módulo de Resistência Rigidez da Resistência
Prova Young , E (N*m) Gf
à Tração, partícula de Ligação
D (J/m2)
(GPA) RT (MPA) (GPA) (MPA)
2500,00
2097,29 Energia de
Fratura (J/m2)
Energia de Fratura (J/m2)
2000,00 1859,57
1507,08
1500,00
1000,00 842,60
604,61
500,00
0,00
CP_DA1 CP_DA2 CP_DA3 CP_DB1 CP_DB2
Corpos de Prova: D
6
Conclusões e Sugestões
6.1.
Conclusões
6.2.
Sugestões para trabalhos futuros
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
Referências Bibliográficas
ASTM 7313 -07 - Standard test method for determining fracture energy of
asphalt-aggregate mixtures using the disk-shaped compact tension geometry,
ASTM International, 2007.
HUANG, Y.H., Pavement analysis and design, Prentice Hall, New Jersey, 1993.
MARASTEANU, M.O., Li, X., CLYNE, T.R., VOLLER, V.R., TIMM, D.H. e
NEWCOMB, D.E. Low temperature cracking of asphalt concrete pavements,
Final Report, Center for Transportation Studies, University of Minnesota,
Minneapolis, MN, 2007.