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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO
TRABALHO

WESLEY DA CRUZ GOMES

RELATÓRIO DE AULA: Seccionadoras Automáticas

São Luís
2018
1 INTRODUÇÃO

Os trabalhos que envolvem o setor elétrico são de suma importância, porém eles
podem apresentar diversos riscos à saúde e à vida dos envolvidos devido aos efeitos que
a eletricidade tem no corpo humano. Em 2011 no Brasil, segundo dados da Associação
Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, 298 mortes foram causadas
por choques elétricos, além disso, a eletricidade foi a causa provável para 265 incêndios.
Para minimizar esses perigosos, várias formas de prevenção são aplicadas no ambiente
de trabalho visando aumentar a segurança e proteger os trabalhadores, dentre elas estão
as seccionadoras automáticas de alimentação que serão mais detalhadamente discutidas a
seguir.

2 SECCIONAMENTO AUTOMÁTICO DE ALIMENTAÇÃO

O seccionamento automático é composto por um conjunto de dispositivos de


proteção que deverá seccionar automaticamente a alimentação do circuito ou
equipamento por ele protegido sempre que uma falta (contato entre parte viva e massa,
entre parte viva e condutor de proteção e ainda entre partes vivas) no circuito ou
equipamento der origem a uma corrente superior ao valor ajustado no dispositivo de
proteção, levando-se em conta o tempo de exposição à tensão de contato. O
seccionamento automático é de suma importância em relação a proteção de contatos
diretos e indiretos de pessoas e animais, proteção do sistema com altas temperaturas e
arcos elétricos quando as correntes ultrapassarem os valores estabelecidos para o circuito,
proteção contra correntes de curto-circuito, proteção contra sobre tensões.

2.1 Tipos de Dispositivos de Seccionamento Automático Mais Utilizados:

2.1.1 Dispositivos para proteção contra sobrecorrentes e/ou curtos-circuitos:

• Proteção Térmica - para proteção contra sobrecorrentes, realizada através de um


condutor bimetálico. Trata-se da proteção Longa do circuito;

• Proteção Magnética - para proteção de curto-circuito, realizada através de um indutor


(espiras). Trata-se da proteção Instantânea do circuito.

Exemplos: Fusível, Disjuntor, Religador, Relé de proteção e etc.


2.1.2 Dispositivos para proteção contra correntes de fuga:

O elevado número de acidentes originados no sistema elétrico impõe novos


métodos e dispositivos que permitem o uso seguro e adequado da eletricidade reduzindo
o perigo às pessoas, além de perdas de energia e danos às instalações elétricas.

A destruição de equipamentos e incêndios é muitas vezes causada por correntes


de fuga à terra em instalações mal executadas, subdimensionadas, com má conservação
ou envelhecimento. As correntes de fuga provocam riscos às pessoas, aumento de
consumo de energia, aquecimento indevido, destruição da isolação, podendo até
ocasionar incêndios.

Esses efeitos podem ser monitorados e interrompidos por meio de um Dispositivo


DR, Módulo DR ou Disjuntor DR.

Este dispositivo tem por finalidade desligar da rede de fornecimento de energia


elétrica, o equipamento ou instalação que ele protege na ocorrência de uma corrente de
fuga que exceda determinado valor. Sua atuação deve ser rápida, menor do que 0,2
segundos, e deve desligar da rede de fornecimento de energia o equipamento ou instalação
elétrica que protege.

É necessário que tanto o dispositivo quanto o equipamento ou instalação elétrica


estejam ligados a um sistema de terra.

O dispositivo é constituído por um transformador de corrente, um disparador e o


mecanismo liga - desliga. A corrente nominal residual (zona de disparo) dos dispositivos
DR´s depende para qual finalidade é utilizado: 30mA se for utilizado para proteção de
pessoas e de animais domésticos contra choques elétricos e 300mA se for utilizado para
a proteção contra incêndio e constituir-se em “vigilantes” da qualidade da instalação.

Exemplo: Interruptor DR / Disjuntor DR / Módulo DR

2.1.2.1 Conceito de funcionamento de dispositivos DR

A somatória vetorial das correntes que passam pelos condutores ativos no núcleo
toroidal é praticamente igual a zero (Lei de Kirchhoff). Quando houver uma falha à terra
(corrente de fuga) a somatória será diferente de zero, o que irá induzir no secundário uma
corrente residual que provocará, por eletromagnetismo, o disparo do Dispositivo DR
(desligamento do circuito), desde que a fuga atinja a zona de disparo do Dispositivo DR.
2.1.2.2 Onde se deve instalar as DR’s

• Pontos de tomadas de uso geral e específico e pontos de iluminação em cozinhas, copas-


cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e todo local interno molhado em uso
normal ou sujeito a lavagens;

• Pontos de tomadas em áreas externas;

• Pontos de tomadas que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar


equipamentos de uso em áreas externas;

• Pontos situados em locais contendo banheiras e chuveiros.

2.1.3 Dispositivos para proteção de surtos (DPS)

São equipamentos desenvolvidos com o objetivo de detectar sobretensões


transitórias na rede elétrica e desviar as correntes de surto. Estes distúrbios, são mais
comuns do que muitos imaginam, ocorrendo diariamente em ambientes residenciais,
comerciais e industriais.

Surto elétrico é uma onda transitória de tensão, corrente ou potência que tem como
característica uma elevada taxa de variação por um período curtíssimo de tempo. Ele se
propaga ao longo de sistemas elétricos e pode causar sérios danos aos equipamentos
eletroeletrônicos.

2.2 Aterramento e Equipotencialização

• Aterramento: Ligação intencional à terra através da qual correntes elétricas podem


fluir.
• Equipotencialização: É o procedimento que consiste na interligação de elementos
especificados, visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados.

2.2.1 Tipos de aterramento

• Funcional: ligação através de um dos condutores do sistema neutro.


• Proteção: ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à instalação.
• Temporário: ligação elétrica efetiva com baixa impedância intencional à terra, destinada
a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a intervenção na
instalação elétrica.
2.2.1.2 Aterramento Temporário
O aterramento elétrico de uma instalação tem por função evitar acidentes gerados
pela energização acidental da rede, propiciando rápida atuação do sistema automático de
seccionamento ou proteção. Também tem o objetivo de promover proteção aos
trabalhadores contra descargas atmosféricas que possam interagir ao longo do circuito em
intervenção.
Esse procedimento deverá ser adotado a montante (antes) e a jusante (depois) do
ponto de intervenção do circuito e derivações se houver, salvo quando a intervenção
ocorrer no final do trecho.
Para cada classe de tensão existe um tipo de aterramento temporário e este deve
ser retirado ao final dos serviços.

3 CONCLUSÃO

A energia elétrica, além dos benefícios, traz consigo riscos eminentes à população.
Estes riscos podem existir tanto para a saúde do trabalhador e população geral quanto
para o próprio sistema elétrico da edificação (risco de incêndio em caso de sobrecarga,
por exemplo). Por esse motivo, o uso de seccionadoras de alimentação se faz tão
necessária em sistemas energizados.

Vimos neste relatório alguns tipos de seccionadoras automáticas como


disjuntores, fusíveis, a fim de proteger o sistema elétrico predial e equipamentos elétricos
de sobrecargas bem como o procedimento de aterramento temporário utilizado por
profissionais da área de eletricidade para possibilitar a manutenção em redes energizadas.

Fica claro a importância desse tipo de dispositivo em qualquer instalação elétrica


para a segurança patrimonial e da vida.

REFERÊNCIAS

JARDINI, José A. Sistemas digitais para automação da geração, transmissão e


distribuição de energia elétrica. edição acadêmica, 1996.

PROUDFOOT, D.; TAYLOR, D. How to turn a substation into a data base server. IEEE
Computer Applications in Power, April 1999, vol. 12, nº 2, pg. 29-35.

CRISPINO, F.; KIKUDA, E. T; JARDINI, J. A.; MAGRINI, L. C. Reconfiguração de


redes de distribuição utilizando-se um Sistema de Informações Geográficas. São Paulo,
1998. Projeto de Formatura - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP).

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