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FACULDADE DE ENSINO E CULTURA DO CEARÁ


CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

MARIA ANTÔNIA LOPES CRUZ

ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE DO IDOSO: UM ESTUDO DE CASO


DO PSBS DO SIQUEIRA, FORTALEZA/CE

FORTALEZA
2017
1

MARIA ANTONIA LOPES CRUZ

ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE DO IDOSO: UM ESTUDO DE CASO


DO PSBS DO SIQUEIRA, FORTALEZA/CE

Projeto de pesquisa apresentado como requisito


parcial à aprovação na disciplina Projeto
Técnico-Científico Interdisciplinar do curso de
Fisioterapia da Faculdade de Ensino e Cultura do
Ceará.

Orientador: Ma. ERIKA AUGUSTA LOPES


BATISTA

FORTALEZA
2017
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3

2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 6

2.1 Objetivos gerais .......................................................................................................... 6

2.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 6

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 6

4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 10

4.1 Tipo de estudo .......................................................................................................... 10

4.2 Local e período ......................................................................................................... 11

4.3 População e amostra ................................................................................................ 11

4.3.1 Critérios de Inclusão ........................................................................................ 11

4.3.2 Critérios de Exclusão ....................................................................................... 12

4.4 Coleta de dados ........................................................................................................ 12

4.5 Análise de dados .......................................................................................................... 12

4.6 Aspectos éticos .......................................................................................................... 12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 12


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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o envelhecimento da população mundial pela ganha destaque,


principalmente devido ao grande número de doenças ligadas a esse processo. Segundo dados
da Organização das Nações Unidas (2000), prevê-se que, nos países desenvolvidos, entre 1950
e 2050 a quantidade de idosos aumente de 12% para 32,5% da população país. A situação é
semelhante para os países em desenvolvimento, onde se prevê que aumente de 6,4% para 26%.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia (1999), no Brasil, até 2030, o número de idosos passará da sexta parte
da população total do país.
A Contagem da População do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2009) mostrou que, de 2002 a 2009, a população da brasileira cresceu em uma média de 1,21%
por ano. No ano 2000, eram aproximadamente 170 milhões de habitantes e aumentou para 184
milhões em 2007. Com relação à população idosa do Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD) de 2009, denota que o número de pessoas com mais de 60 anos chegou
a cerca de 21 milhões. Levando em conta apenas o segmento de pessoas com mais de 75 anos
que eram cerca de 5,5 milhões, os mais velhos no Brasil, hoje, tornam-se proporções
significativas, o que muda bastante o perfil que, etário até pouco tempo, era considerado
extremamente jovem.
Neste trabalho, o envelhecimento será abordado como um processo dinâmico que
ocorrerá ao longo da vida do indivíduo, que irá ser definido pela diminuição funcional do
organismo, não decorrente de doenças ou traumas, mas sim, pelo passar do tempo. Porém, o
envelhecimento biológico, nem sempre corresponde o envelhecimento cronológico, de forma
que pode ser considerada lenta e progressiva, e acima de tudo individual e variável, o que
justifica a tendência de estudiosos denominar o grupo dos idosos como heterogéneo (BARRY,
EATHORNE, 1994; COSTA et al.,1999; FERNANDES, 2011).
Com o avançar da idade, vão-se notando alterações no organismo dos seres
humanos, seja nas funções respiratórias, pulmonares, cardiovasculares, neurais, endócrinas,
epiteliais, alterações nas funções cognitivas e psicossociais, assim como há uma grande redução
das capacidades físicas como a força e potência muscular, resistência aeróbia, flexibilidade,
coordenação e equilíbrio entre outros (RICKLY, JONES, 1999; SPIRDUSO, 2002).
Dentre os fatores mais comuns para acidentes em pessoas da terceira idade são as
quedas. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (2007), o conceito de queda é
definido como vir a inadvertidamente e acidentalmente ficar no solo ou a um nível inferior. Este
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tipo de acidente é recorrente e visto como banal durante a vida do ser humano, que ao longo da
sua existência, sofre diversas vezes por esse tipo de acontecimento, no entanto, na terceira idade
que há um aumento exponencial na quantidade deste tipo de acidentes, bem como sua
gravidade, sendo assim a segunda maior causa de acidentes fatais no mundo e a sexta nessa
faixa etária.
Por isso que, à medida que o indivíduo envelhece, há uma redução gradual da
qualidade de vida desses indivíduos. Devido a essas novas condições, em muitos casos,
indivíduos acaba por perder sua autonomia e independência.
De acordo com Fernandes (2011), uma medida de combater e/ou mitigar as perdas
de capacidade, “torna-se importante incentivar este escalão etário para a prática de EF1 regular,
em particular aquele de natureza aeróbia. Esta é uma das formas que permite ao idoso obter um
estilo de vida activo, independente e autónomo” (p. 37).
Para a Organização Mundial da Saúde (2006 apud MARCIEL, 2010), um dos
componentes mais importantes para se ter uma boa saúde:

(...) é o estilo de vida adotado pelas pessoas, o qual pode ser entendido como
as ações realizadas pelo indivíduo no seu dia a dia: alimentação, uso de drogas
– lícitas e/ou ilícitas –, prática de atividades físicas regulares, dentre outros,
que são passíveis de serem modificadas. Essa mesma organização reconhece
a prática de atividades físicas como um relevante meio de promoção da saúde
e redução dos fatores de risco (p. 1024).
Entre os benefícios que a EF oferece para esses indivíduos, encontram-se o reforço muscular
nos membros superiores, inferiores e na região lombar, melhora dos reflexos, velocidade,
mobilidade, flexibilidade, equilíbrio e coordenação, para além da manutenção do peso ideal.
A questão de um alto índice de envelhecimento populacional brasileiro e seu
respectivo crescimento, deve-se, especialmente, a dois fatores: a queda da taxa de mortalidade
e a de fecundidade. Além disso, com o avanço das pesquisas em medicina e nas demais áreas
de saúde, tornou-se possível uma melhor qualidade de vida para pessoas mais velhas.
Para assegurar os direitos sociais do idoso, a Política Nacional do Idoso (PNI)
sancionada em 1994 e o Estatuto do Idoso de 2003, mesmo abrangendo temas de grande
importância para a população como a criação de condições viáveis para a promoção da sua
autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. Mesmo assim, os estudos são
considerados insuficientes para contemplar todas as particularidades demandadas.
Mesmo com ações afirmativas executadas pelo Estado, diversos setores da
sociedade se mobilizaram com a necessidade de atividades que contemplem as demandas

1
Exercício Físico.
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advindas com o avanço idade. Atualmente, até alguns planos de saúde têm elaborado programas
e projetos que visem o aumento de atividades físicas, o que deve implicar na diminuição de
gastos com consultas e internamentos.
Dentre essas atividades, o Projeto Saúde, Bombeiros de Sociedade (PSBS),
promove cafés da manhã, passeios, campanhas solidárias, eventos militares, eventos festivos,
alongamentos, caminhadas e atividades física de baixo impacto, buscando a atender as
necessidades dos moradores da área. Foi idealizado em 2003, e teve como fundadores o Capitão
Virgílio Ryozaburo Cláudio Sawaki, o Tenente Luís Roberto Costa, o Sargento José Ivonildo
Brito e o Sargento Antônio Aldenor da Silva. O Projeto iniciou-se no quartel do Núcleo de
Busca e Salvamento (NBS) situado na Avenida Presidente Castelo Branco, Leste-Oeste, onde
os bombeiros convidaram as pessoas que praticavam caminhada no calçadão a desenvolver
atividades física sob orientação dos educadores físicos que integravam o pelotão.
Atualmente o PSBS tem cadastrado no CTDH, 201 núcleos em Fortaleza e 149
núcleos no interior, totalizando 350 núcleos em todo Estado do Ceará.
Dentre as atividades desenvolvidas nesses núcleos estão os cafés da manhã, aniversariantes do
mês, passeios, campanhas solidárias, eventos militares, eventos festivos, alongamentos,
caminhadas e atividades física de baixo impacto. O público estimado pelo projeto é de
aproximadamente 17.556 pessoas (PSBS, 2017). Embora seja um Projeto relativamente
recente, os números denotam a grandiosidade de seu impacto.
Para delimitar o objeto de estudo e o campo de investigação, o estudo busca
selecionar idosos que participem do Núcleo do PSBS desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Ceará (CBMCE) através do Centro de Treinamento e Desenvolvimento
Humano (CTDH), com uma de suas sedes na E.E.M. Professora Eudes Veras, que fica situado
na Rua Siqueira Campos, no bairro Siqueira II, em Fortaleza.
Nesse sentido, esta pesquisa busca preencher as lacunas à seguinte questão: Que
benefícios são obtidos por idosos integrantes do Projeto em estudo? Visando complementar o
problema da pesquisa, mais questionamentos foram pertinentes para a compreensão da
realidade destes integrantes: Como se dá a nova maneira destes indivíduos produzir, sem fins
mercadológicos? De que maneira, essa nova condição, afeta a vitalidade destes(as)
senhores(as)? E, sobretudo, qual a sensação de uma pessoa na terceira idade, apresentar-se
novamente ativa? O que o PSBS, enquanto política pública do Estado, significa para os velhos
partícipes?
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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais


 Analisar e descrever os possíveis benefícios promovidos pela a atividade física
possibilitada pelo PSBS em idosos.

2.2 Objetivos específicos


 Identificar as percepções dos idosos em relação às práticas de atividades físicas;
 Compreender as relações que esse idosos atribuem ao corpo durante o processo de
envelhecimento;
 Relatar as satisfações dos idosos com o programa no qual participam.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os idosos, hoje, ganham uma maior representatividade na sociedade, representando


uma grande fatia de toda a população mundial e esperando-se que este acréscimo não vá
abrandar em tempos futuros. Segundo previsões da Organização das Nações Unidas, em 2025
haverá mais de 800 milhões de idosos (OMS, 1998) e em 2050 os indivíduos com idade superior
a 60 anos deverão ultrapassar o número de jovens com menos de 15 anos. O número de idosos
com idade superior a 80 anos, irão multiplicar-se por seis e os centenários (superiores a 100
anos) irão ser 16 vezes mais do que eram 20 anos atrás.
O processo de envelhecimento está relacionado a um conjunto de alterações
biológicas, psicológicas e sociais que se realizam ao longo da vida, sendo dificilmente capaz de
definir uma idade certa para o início desta fase. Pode-se assumir que todo ser humano envelhece
em um ritmo diferente, em função de sua própria fisiologia, fatores genéticos, funcionamento
psicológico e seus aspectos culturais e da sociedade que ele compõe (SPIRDUSO, 2002).
Para Roberto (1994), a velhice é a perda progressiva e irreversível da capacidade
de se adaptar do organismo às condições naturais, Greider e Blachburn (1985) defendem que o
envelhecimento é um conjunto de ações que promovem o desgaste de energia vital ao longo da
nossa vida, e o envelhecimento orgânico, no seu todo, acontece devido à perda de células
somáticas, que com o passar do tempo, deveriam ser substituídas por novas, tal como acontece
na juventude. Ou seja, o envelhecimento reflete o estado de equilíbrio entre as agressões que
sofremos diariamente e a própria capacidade de adaptação e reparação.
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No relatório da OMS (2005) a respeito do envelhecimento ativo define que:

Envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde,


participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à
medida que as pessoas ficam mais velhas.
O envelhecimento ativo aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos
populacionais. Permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-
estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que essas pessoas
participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e
capacidades; ao mesmo tempo, propicia proteção, segurança e cuidados
adequados, quando necessários. A palavra “ativo” refere-se à participação
contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não
somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de
trabalho. As pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas que apresentam
alguma doença ou vivem com alguma necessidade especial podem continuar
a contribuir ativamente para seus familiares, companheiros, comunidades e
países. O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma
vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão
envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que
requerem cuidados (p. 13).
Para Holloszy (1988), por exemplo, divide-o em envelhecimento primário e
secundário, enquanto Neri e Cachioni (1999) dividem-no em três, acrescentando uma etapa que
eles chamam de envelhecimento terciário, que, para estes autores, o envelhecimento primário
são as mudanças irreversíveis, progressivas e universais, relacionando-as unicamente com o
tempo; o envelhecimento secundário caracteriza-se por sua exposição a fatores de risco que
levam a doenças decorrentes do estilo de vida, seja de trabalho ou por motivos de lazer, bem
como as mudanças relacionadas com a idade por motivos relacionados a degeneração, e
finalmente o envelhecimento terciário que é o declínio terminal em idades mais avançadas.
Santos (s. a., apud MAZO et al., 2001) e Antônio e Rauchbach (2004), definem que
o envelhecimento pode acontecer em quatro tipos: envelhecimento intelectual – quando o
indivíduo apresenta dificuldades de memória e atenção –, envelhecimento biológico – são as
mudanças relativas ao tempo de vida –, envelhecimento funcional – quando um indivíduo perde
sua dependência e depende outros para cumprir com suas responsabilidades – e envelhecimento
social – que está ligado a capacidade de produção e interação de seres racionais –. Fernandes
(2011), define que:

Assim, existem diferentes tipos de envelhecimento. O envelhecimento


biológico, que é um processo contínuo durante toda a vida, variável de um
indivíduo para outro, e até mesmo variável para o próprio indivíduo, quando
alguns órgãos envelhecem mais rápido que outros. O envelhecimento social,
relacionado com aspectos culturais, ocorre também ele de forma diversa,
estando condicionado à capacidade de produção do indivíduo, tendo a
aposentadoria como seu referencial mais marcante. O envelhecimento
intelectual traduz-se em falhas de memória, dificuldade na atenção, na
orientação e na concentração, isto é, modificações ao nível do sistema
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cognitivo. O envelhecimento funcional caracteriza-se pela necessidade do


indivíduo em depender dos outros para o cumprimento das suas necessidades
básicas e tarefas diárias (p. 10).
Para entender os processos de envelhecimento, importa saber que a Gerontologia é
a ciência que estuda esta área e relaciona os múltiplos problemas que possam envolver o ser
humano. No entanto, definir o início do processo de envelhecimento ainda é algo complicado.
A Biogerontologia, surge nas últimas décadas, para entender o “como” e o “porquê” de os seres
vivos envelhecerem. Relativo à terminologia, mais utilizada para designar a pessoa em idade
avançada, existem várias, tais como, velho, idoso, terceira idade, melhor idade, feliz idade,
idade dourada, entre outras. Todos estes termos pretendem enfatizar os ganhos principalmente
aos de sabedoria e experiência adquiridas com a velhice.
A expressão mais aceitável e que reuniu maior consenso entre todos os autores
independente de sua nacionalidade foi a nomenclatura de “Terceira Idade”. A terceira idade
justifica a velhice como uma nova etapa de vida, conveniada a um novo leque de práticas,
conhecimentos e de novas atividades sociais e culturais, estando associada a uma nova imagem
de envelhecimento, onde indivíduos com idade avançada, reformulam seus significados, o que
favorece a uma integração social, autovalorização e o convívio com as suas perdas e
transformações (MAZO et al, 2001).
Por conta do envelhecimento, há uma minimização da funcionalidade dos sistemas,
assim como da acuidade visual e auditiva e o desgaste do aparelho locomotor, que se reflete na
cinestesia, desencadeando a dificuldade de perceber o espaço e no tempo que o corpo ocupa em
relação aos objetos e às demais pessoas próximas (HERÉDIA, 2004, apud MENEZES, 2012).
Dentre os problemas acima, relaciona-se ao aparelho locomotor as perdas e o
envelhecimento do sistema músculo-esquelético. De acordo com Coelho (2008) define que
durante o envelhecimento, é comum a

perda de massa óssea que é caracterizada pelo desequilíbrio no processo de


modelagem e remodelagem. Esse desequilíbrio pode ocorrer pelo aumento da
atividade dos osteoclastos ou por diminuição da atividade dos osteoblastos, ou
até mesmo pela combinação de ambos. As alterações nessas células podem
acarretar perda de massa óssea contínua mais conhecida como osteoporose,
que está associada ao aumento de fragilidade e com maior risco de fratura após
mínimo trauma (...) esta diminuição gradual de massa óssea e resistência do
tecido ósseo pode ser modulada em função do tipo de alimentação aos hábitos
de atividade física, e não deixa de citar que alterações no metabolismo e
mudanças dos níveis hormonais podem contribuir com esse declínio (p. 3)
Normalmente, essa perda de massa óssea está diretamente ligada a falta de atividades físicas
especificas, sedentarismo e questões genéticas e nutricionais.
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No que se refere a motricidade humana como resposta aos distúrbios de equilíbrio


devido ao envelhecimento, Meireles et al (2010) defende que essas relações dependem de três
fatores principais: a ação de reflexos; os movimentos rítmicos automatizados; e os movimentos
voluntários. Embora todos dependam do circuito motor, o padrão fundamental de ação –
contração e relaxamento – é afetado com o envelhecimento, principalmente no que se refere as
associações musculares agonistas-sinergistas-antagonistas.
Dentre os eventos que marcam o “envelhecimento” no sistema nervoso, dois tomam
bastante importância, a redução da massa encefálica e a redução na camada cortical, esta última
leva a um representativo aumento das cavidades ventriculares e dos sulcos. Com a redução do
peso pode chegar a 80% durante os 70 anos de vida de um indivíduo representativo. A redução
em volume dos giros ocorre, sobretudo, por conta de uma atrofia cortical variante,
normalmente, de um apoptose neuronal. Essas alterações também ocorrem, modificando
drasticamente os neurônios.

Entre estas, podem ser citadas a formação de depósitos amilóides nos vasos e
células (“placas senis”), consideradas proteínas anômalas resultantes de
quebra de moléculas precursoras normais em sítios específicos; e a quantidade
aumentada de pigmentos de lipofucsina (lipocromo ou pigmento de desgaste).
Estas alterações podem ser explicadas pela deficiência de proteínas vitais,
além da presença e depósito de substâncias anômalas, responsáveis por
acumular fragmentos de organelas nos novelos intracelulares de neurofibrilas
(MEIRELES, et al, 2010, p. 106).
A tendência dos seres humanos é de se tornar menos ativo com o aumento da idade
cronológica, o que implica em uma diminuição de suas habilidades físicas. Assim como as
novas barreiras físicas, alterações psicológicas (sentimento de velhice, stress, depressão)
surgem, contribuindo também para atestar o processo de envelhecimento (FERNANDES,
2011) e com as sociedades preocupada apenas com o que é produtivo, vem surgindo nesse
grupo uma maior decorrência sinais e sintomas depressivos, isolamento, falta de confiança e de
auto-estima.
Segundo Lopes, Mourão e Gonçalves (2014, p. 27), “conceptualmente, a
dependência de uma terceira pessoa ancora-se a um contributo teórico que vê o seu significado
associado ao peso, à sobrecarga ou a uma ideia de responsabilidade acrescida”. Assim, a pessoa
idosa enfrenta, comumente, doenças crônico-degenerativas, não transmissíveis (DCNT), dentre
elas as, são comuns as doenças cardiovasculares. Estas aparecem no topo dentre as causas de
morte ou de incapacidade prematura, ultrapassando outros tipos de doenças e possuindo taxas
de mortalidade maior que a de doenças infecciosas e parasitárias (BRASIL, 2008), que poderão
se tornar um padrão epidemiológico dominante, com impactando de diversos modos e
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delimitando à qualidade de vida, à produtividade e à funcionalidade da população (GOULART,


2011).
Com o intuito de tornar estes idosos integrantes de um grupo social, vem a
importância de se encontrar atividades que os levem a sair de seu isolamento e os incentive a
se relacionar com o mundo exterior, comunicando-se com outras pessoas e encontrando novos
papéis para ser empregados nessa sociedade. Entre as várias opções disponíveis, as atividades
físicas (AF) vêm assumindo um papel de destaque em todo este processo de readaptação.
Mazo (2008) define que as AF são qualquer movimento voluntário produzido pelos
músculos esqueléticos, que resulta no dispêndio de energia. Assim, esta passa a englobar todos
os movimentos realizados durante o dia-a-dia, desde as tarefas domésticas, as de lazer, no
trabalho e atividades desportivas. Esta definição de AF não se relaciona só com o consumo
energético, mas também, com o meio, a frequência, a intensidade e a duração, além de como é
efetuado. Neste propósito, o objetivo da AF é possível distinguir que a EF é uma subcategoria
desta e que consiste na combinação de movimentos de forma planejada, estruturada, orientada
e supervisionada, cuja a intenção é clara, que é a de melhorar a condição física desse praticante,
seja pela melhoria da condição de saúde, seja pela performance física.
O presente trabalho busca relacionar as atividades física de baixo impacto com o
inerente projeto do Corpo de Bombeiros, o Projeto Saúde, Bombeiros de Sociedade (PSBS).
Sobre isso, no trabalho de Menezes (2012), ela define que além das atividades físicas e
esportivas, também são promovidas ações socioculturais, as quais orientam quanto à saúde de
uma maneira geral, através, de palestras e minicursos temáticos. Alguns exemplos de temas
abordados nas palestras são: diabetes, hipertensão, primeiros-socorros, acidentes domésticos,
dentre outros.

4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

O presente trabalho se caracteriza como uma pesquisa observacional, de forma que


os pesquisadores devem meramente atuar como expectador de fenômenos ou fatos, “sem, no
entanto, realizar qualquer intervenção que possa interferir no curso natural e/ou no desfecho
dos mesmos, embora possa, neste meio tempo, realizar medições, análises e outros
procedimentos para coleta de dados” (FONTELLES, 2011, p. 74).
Para melhor atender aos objetivos, a pesquisa será desenvolvida de forma
qualitativa-quantitativa, de forma a entender os fenômenos de modo comparativo, mas ao
mesmo tempo, justificar e definir parâmetros aos participantes desta pesquisa.
11

Quanto a sua complexidade da pesquisa, foi escolhida uma metodologia descritiva-


exploratória, que de acordo com Gehardt e Silveira (2009), é aquela que visa apenas a observar,
registrar e descrever as características de um determinado fenômeno ocorrido em uma amostra
ou população, sem, no entanto, analisar o mérito de seu conteúdo.
Será realizado um levantamento bibliográfico analisando o material já publicado e
passando para uma pesquisa de campo, procurando coletar dados que permitam responder aos
problemas e evoluções dos participantes voluntários da pesquisa. A pesquisa será prospectiva,
o estudo é conduzido a partir do momento presente no cronograma e será seguida durante 3
meses.

4.2 Local e período

A pesquisa será realizada em na E.E.M. Professora Eudes Veras, que fica situado
na Rua Siqueira Campos, no bairro Siqueira II, Fortaleza, Ceará. Neste local os participantes
utilizam a quadra esportiva da escola para a prática de atividades físicas por intermédio do
PSBS, um programa sob responsabilidade do Corpo de Bombeiros.
A pesquisa deve se estender por 6 meses, onde os dois primeiros meses estarão
debruçados na coleta de bibliografia e elaboração dos questionários, em quanto nos seguintes,
serão realizadas entrevistas, medições e coleta de informações dos pacientes, como a pressão
arterial, peso, altura, taxa de glicemia e colesterol.

4.3 População e amostra

Setenta idosos fazem parte do programa, de forma que este núcleo atende a
população do Bairro Siqueira II e regiões próximas. Serão selecionados participantes e serão
divididos em classes, sendo definido pelo tempo em que participam dessas atividades.

4.3.1 Critérios de Inclusão

 Serão incluindo idosos que participam do PSBS regulamente;


 Estes devem ter 65 anos ou mais; e
 Apresentem disponibilidade de participar da pesquisa.
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4.3.2 Critérios de Exclusão

 Serão excluídos os participantes com menos de 65 anos;


 Possuírem uma evasão maior que 30% de faltas; e
 Idosos com incapacidade física grave ou de comunicação.

4.4 Coleta de dados

Os idosos que forem convidados a participar da pesquisa e aceitarem, deverão


assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Em seguida individualmente se realizará
uma entrevista livre sobre as percepções dos idosos quanto aos exercícios por eles realizados.
Essas perguntas deveram definir os objetivos do trabalho e serão gravadas por um aparelho de
celular.
Estes participantes deverão ser pesados, analisadas suas glicoses e pressões
arteriais. Em seguida será realizada uma avaliação física durante a atividade desenvolvida pelo
instrutor. Essas atividades serão repetidas quinzenalmente e avaliando os benefícios do
exercício físico.

4.5 Análise de dados


A análise dos dados das entrevistas será do tipo lexical. Os dados provenientes
da observação serão submetidos à análise etnográfica e os resultados irão ser apresentados de
forma complementar aos que forem gerados pela entrevista.
Quanto os resultados dos testes e medições, serão avaliados estatisticamente para
uma análise de progressão dos dados obtidos.

4.6 Aspectos éticos


A pesquisa será realizada de acordo com as normas da Resolução 510/2016 do
Conselho Nacional de saúde, que reage a pesquisa em seres humanos, onde lhes é assegurado
o sigilo das informações, e reservado o direito de desistência e ao anonimato.

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