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Instituto Federal de Minas Gerais – campus Arcos

Pós-Graduação em Docência na Educação Básica


Seminários Temáticos – turma 4
Aluno: Marcus Rodolfo Bringel de Oliveira

Trabalho escrito 1

A palestra de Lucia Helena Galvão e o texto do professor Pedro Georgen debatem-


se, ambos, sobre a necessidade e o conflito na busca de valores que norteiem o processo
educacional, particularmente sobre o papel do educador. Para tanto, cada um a seu modo,
os autores voltam-se para estudos que evocam a função da moral e da ética na formação
educacional, postulando, sob seus respectivos embasamentos, diferentes perspectivas que
lidam com esse problemática no contexto contemporâneo.
Para Lucia Helena, ideias como fé, entusiasmo e motivação são as palavras-chave
para entender o papel do professor no mundo contemporâneo, de modo que depende dele
a força de vontade para agir de modo transformador na práxis pedagógica. Portanto, aquele
que leciona deve voltar-se para sua própria estratégia educativa, revendo seu conteúdo a
partir de uma perspectiva engajada na realidade, ao mesmo tempo que individual, pois
dependente apenas de sua determinação uma mudança extensiva na realidade
educacional. Dessa maneira, a palestrante resume a agência educacional à posição do
educador, depositando nele os desafios e os resultados do trabalho, ignorando, de certa
forma, o contexto no qual se produzem tais elementos do processo educacional, o que se
configura como uma extrema redução do panorama educacional, dos seus elementos e
agentes constituintes, bem como da relação inegável da educação com os outros
elementos da realidade. Assim, o processo de educação aparece voltado para a simples
absorção de conteúdo, estrutura e postura do docente, sem indicar de modo claro a atitude
do educando nesse contexto, ou as influências do ambiente e da sociedade na situação
educativa.
Quanto ao texto do professor Pedro Goergen (2005), em que é realizada uma
jornada pela história das ideias, com foco principalmente na questão da educação e sua
ligação com os valores, o autor propõe a leitura de várias perspectivas que coadunam a
relação da educação com a ideia do valor e da ética, que se liga, a cada tempo, ora à noção
individualista, ou à social, ou ao pós-dever, ora à dialética. Tendo por marca inicial de
discussão o fim do teocentrismo em direção ao antropocentrismo, no qual as certezas
outrora categóricas deixam de fazer parte do divino – e, logo, do axiomático, indiscutível –,
a escola, como elemento fundante e formador da sociedade, passa a se ver num embate
entre os valores a serem reproduzidos, indicados ou ensinados, situação que implode com
o multiculturalismo pós-moderno, em que a incerteza e o relativismo direcionam o trabalho
educacional ao constante questionamento da moral a ser assumida seja pelo educador,
pelo estudante ou pela instituição de ensino. A ciência passa a ditar, ao menos em parte, a
certificação das questões palpáveis da realidade, restando à educação uma necessidade
de adaptação constante ao meio, às ideias e aos valores, tornando o aprendizado algo
inacabado, que deve priorizar a conscientização e a liberdade críticas, equilibrando os
interesses subjetivos e as necessidades sociais.

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